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Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

Capítulo 21

IV. PAULO PRISIONEIRO DE CRISTO [i]

Prisão de Paulo no templo

27Quando os sete dias estavam já a terminar, os judeus da Ásia viram-no no templo e, amotinando o povo, 28gritaram: «Homens de Israel, acudi! Este é o homem que a todos prega, e em toda a parte, contra o nosso povo, contra a Lei e contra este lugar! Além disso, até gregos introduziu no templo e profanou este lugar santo.»
29De facto, tinham visto antes, na cidade, o efésio Trófimo com ele, e pensaram que Paulo o introduziu no templo. 30A cidade inteira ficou alvoroçada e o povo corria de todos os lados. Apoderaram-se de Paulo e arrastaram-no para fora do templo, cujas portas imediatamente fecharam. 31Preparavam-se para o matar, quando chegou ao tribuno da coorte a denúncia de que Jerusalém se encontrava toda em alvoroço. 32Reunindo, sem perda de tempo, soldados e centuriões, precipitou-se com eles sobre os manifestantes que, ao verem o tribuno e os soldados, cessaram de bater em Paulo. 33Então, o tribuno aproximando-se, mandou-o prender e ordenou que o algemassem com duas cadeias. Depois perguntou-lhe quem era e o que tinha feito. 34Mas cada qual, no meio da multidão, gritava o que lhe apetecia. Não podendo, devido ao tumulto, obter nenhuma informação precisa, mandou conduzir Paulo para a fortaleza.
35Quando chegou aos degraus, os soldados tiveram de o levar, por causa da violência da multidão, 36pois o povo seguia em massa, a gritar: «À morte!»
37Já quase dentro da fortaleza, Paulo disse ao tribuno: «Ser-me-á permitido dizer-te uma palavra?» Disse ele: «Tu sabes grego? 38Não és, então, o egípcio que, há tempos, provocou uma rebelião e arrastou para o deserto os quatro mil sicários?» 39Paulo respondeu: «Eu sou judeu, de Tarso, cidadão de uma notável cidade de Cilícia. Peço-te que me autorizes a falar ao povo.»
40Concedida a autorização, Paulo, de pé nos degraus, acenou com a mão ao povo. Fez-se profundo silêncio, e ele dirigiu-lhes a palavra em língua hebraica, dizendo:




[i] (21,27-28,31)

Leitura espiritual

A CIDADE DE DEUS

Vol. 1

LIVRO VII

CAPÍTULO V

Doutrina mais secreta dos pagãos e interpretações físicas.

Mas, antes de mais, ouçamos as suas interpretações físicas, por meio das quais tentam disfarçar as torpezas do seu miserável erro, colorindo-o de profundidade doutrinária. Primeiro, vejamos como Varrão apresenta tais interpretações: segundo ele, os antigos imaginaram as estátuas, as insígnias e o vestuário dos deuses, para que, ao fixarem o seu olhar nesses ídolos, os iniciados nos mistérios da doutrina pudessem captar pelo espírito a alma do mundo e as suas partes, isto é, os deuses verdadeiros. Os que talharam as estátuas com aparência humana, ao que parece acreditaram que a alma dos mortais, presente no corpo humano, se assemelha profundamente à alma imortal; como se se tomassem vasos para designar os deuses, e no templo de Libero se pusesse uma garrafa a representar o vinho — significando o continente o conteúdo. O mesmo se diga duma estátua com forma humana: essa estátua significa a alma humana, porque, habitualmente, ela contém, como um vaso, a natureza humana, natureza que eles pretendem que seja Deus ou os deuses.

São estes os mistérios de doutrina que este Varrão de tão elevada ciência sondou e que lhe permitiram formular estas explicações. Mas, ó dos homens o mais arguto, não terás tu, nestes mistérios de doutrina, perdido aquela sageza que te levou a dizer tão justamente que os primeiros que elevaram ídolos para os povos, baniram o temor, mas aumentaram o erro entre os seus concidadãos, ao passo que os antigos romanos prestavam, sem imagens, um culto mais puro aos seus deuses? Foi a autoridade destes antepassados que te inspirou a audácia de falar deste modo contra os seus descendentes. Porque, se os antepassados tivessem, também eles, prestado culto aos ídolos, talvez tu tivesses abafado no silêncio e no receio, a tua opinião, embora verdadeira, acerca da instituição das estátuas; e, nestas vãs e perniciosas ficções, terias glorificado esses mistérios de doutrina numa linguagem mais rica e mais elevada. Todavia, a tua alma tão sábia e tão lúcida (quanto te lamentamos!) não foi capaz de atingir, através desses mistérios de doutrina, o seu Deus, isto é, Aquele por quem essa tua alma foi feita — não aquele com o qual ela foi feita — este Deus do qual ela não é uma parte, mas criatura; este Deus que é, não a alma de todas as coisas, mas o criador de todas as almas, que basta com a sua luz para tomar a alma feliz se ela não for rebelde à Sua graça.

O que se segue nos esclarecerá acerca da natureza e do valor desses mistérios de doutrina. Entretanto, este tão douto Varrão reconhece que os verdadeiros deuses são a alma do mundo e das suas partes; daqui se vê que toda a sua teologia, isto é, a própria teologia natural, à qual ele tanto concede, deveria estender-se precisamente até à natureza da alma racional. De facto, acerca da teologia natural, ele antecipa-se com algumas reflexões preliminares no livro que escreveu em último lugar acerca dos deuses escolhidos. Aí veremos se ele conseguiu, por interpretações fisiológicas, conduzir a teologia civil à teologia natural. Se o tiver conseguido, toda a teologia será natural. Nesse caso, para quê tanto cuidado em separá-la da teologia civil? Mas, se não houver justo motivo para tal distinção, se nem mesmo essa teologia natural, que a Varrão tanto agrada, é verdadeira (e realmente ela conduz à alma, mas não conduz a Deus, que fez a própria alma) — quão mais abjecta e falsa será então essa teologia civil, que se ocupa sobretudo da natureza dos corpos! Assim o demonstram as próprias interpretações, algumas das quais tenho necessariamente de comentar e que Varrão com tanto cuidado indicou e expôs.

CAPÍTULO VI

Na opinião de Varrão, Deus é a alma do Mundo, embora nas suas partes possua numerosas almas de natureza divina.

Nas suas reflexões preliminares acerca da teologia natural, o citado Varrão emite a sua opinião de que Deus é a alma do) e de que este mesmo mundo é Deus. Mas, assim como um homem sábio, composto de corpo e alma, só se chama sábio devido à alma, assim também o Mundo se chama deus devido à sua alma, uma vez que ele é formado de corpo e alma. Aqui parece que Varrão de certo modo reconhece um só Deus; mas, para ele introduzir ainda vários outros, acrescenta que o Mundo se divide em duas partes — o Céu e a Terra —, e que o Céu se desdobra em éter e ar e a Terra em água e terra firme. Destes elementos, o éter é o mais elevado; em segundo lugar vem o ar; em terceiro lugar, a água; e, abaixo de todos, a terra. Todas estas quatro partes estão cheias de almas: o éter e o ar, de almas de imortais; a água e a terra, de almas de mortais. No alto, desde o círculo mais elevado do Céu até ao da Lua, residem as almas etéreas, astros, estrelas, em que a nossa inteligência e mesmo os nossos olhos nos fazem reconhecer deuses celestes. Entre a esfera da Lua e os mais altos cimos da zona das nuvens e dos ventos, moram as almas aéreas, visíveis à inteligência, mas não aos olhos, e chamados heróis, lares, génios. Tal é, pois, resumidamente exposta neste preâmbulo, a teologia natural que tanto agradou, não apenas a Varrão, mas também a numerosos filósofos. Esta teologia natural discuti-la-ei mais detidamente, assim me ajude o verdadeiro Deus, quando terminar o que me falta dizer acerca da teologia civil no que respeita aos deuses escolhidos.

CAPÍTULO VII

Será racional fazer de Jano e de Término duas divindades distintas?

Pergunto, portanto, quem será Jano, pelo qual Varrão começou. Responder-me-ão: é o Mundo. Não há dúvida de que é uma resposta breve e clara. Mas, nesse caso, porque é que se diz que o começo das coisas diz respeito a Jano e os seus confins a um outro deus chamado Término? É que, por causa dos começos e dos confins, dois meses foram consagrados a estes dois deuses em seguida aos dez outros de Março a Dezembro, ou seja, Janeiro a Jano e Fevereiro a Término. É por isso que, diz-se, as Terminais se celebram nesse mês de Fevereiro, tempo da purificação sagrada, a que se chama Februm, donde o mês tirou o nome. Então, os começos das coisas diriam respeito a Jano, que é o Mundo, e os seus confins, termos ou acabamentos (fines) escapar-lhe-iam para serem confiados a um outro deus? Não reconhecem que tudo o que começa no Mundo, também no Mundo encontrará seu termo? Que frivolidade! Reduz-se a metade o poder de Jano nas suas funções, e à sua estátua dão uma cara dupla! Não seria muito mais razoável a explicação das duas faces se se dissesse que Jano se identifica com Término ao dar-se-lhe uma face para os começos e outra para os acabamentos? Efectivamente, o que age deve tomar um e outro em consideração: no decurso da acção, quem não lhe vê o começo não lhe prevê o termo. É preciso também que a atenção previdente se ligue à memória do passado: quem esquece o que começou não saberá como irá acabar. Se os pagãos pensassem que a vida feliz começa neste mundo e acaba fora dele e se, por este motivo, reduzissem aos começos o poder de Jano, seria certíssimo que lhe preferissem Término, que não afastariam dos deuses escolhidos. Aliás, mesmo cá, onde estes deuses partilham entre si os começos e os acabamentos das coisas temporais, dever-se-ia conceder mais honras a Término. É de facto maior a alegria quando se dá o trabalho por acabado, ao passo que todo o trabalho começado continua cheio de inquietações até chegar ao termo. Desde que se começa, o que acima de tudo apetece, se pretende, se espera e se deseja é o fim. E não nos alegramos na obra encetada, senão quando ela termina.

CAPÍTULO VIII

Porque é que os adoradores de Jano, que o representam com duas caras, pretendem também apresentá-lo com quatro faces.

Mas passemos à interpretação da imagem bifronte. Dizem que Jano tem duas faces — uma voltada para a frente, outra para trás — porque a cavidade da nossa boca, quando a abrimos, parece semelhante ao mundo. É por isso que os gregos chamam (céu) ao palato e alguns poetas latinos lhe chamam céu palatino; esta cavidade, quando abrimos a boca, tem uma abertura exterior para os dentes, e uma interior para a garganta. Eis onde foi parar o mundo por causa de um nome grego ou poético do nosso palato! Que tem isto a ver com a alma e a vida eterna? Será preciso adorar este deus apenas por causa da saliva, à qual, sob o céu da boca, se abrem as duas portas para permitirem, umas vezes engoli-la, outras vezes cuspi-la? Que é que há de mais absurdo do que não encontrar neste mundo duas portas opostas (por onde ele admitiria alguma coisa dentro de si ou alguma coisa expeliria para fora de si) e pretender fazer da nossa boca e da nossa garganta — com as quais o mundo nenhuma semelhança tem — uma representação deste mundo sob o nome de Jano, apenas por causa de palato com que Jano se não parece?

Quando lhe atribuem quatro faces e lhe chamam Jano duplo, interpretam isto como significando as quatro partes do mundo: como se o mundo pudesse olhar para algo que está fora de si, como Jano olha por intermédio das suas caras. Acresce que, se Jano é o mundo e o mundo compreende quatro partes, a imagem de Jano com duas caras não é verdadeira; ou, se é verdadeira, porque também é costume designar-se o mundo inteiro sob o nome de «o Oriente e o Ocidente», será que, ao falar-se das outras partes — do Norte e do Sul —, se pode qualificar o mundo de geminado tal como se diz geminado Jano de quatro faces? Nada há que permita ver, em quatro portas abertas, uma, para a entrada e as outras, para a saída, qualquer semelhança com o mundo, como dizem que encontram semelhança entre a boca do homem e o bifronte Jano — a não ser, talvez, que Neptuno venha em sua ajuda, apresentando-lhes um peixe que, além das aberturas da boca e da garganta, tem ainda as das guelras à direita e à esquerda. Todavia, apesar de tantas portas, nenhuma alma pode escapar a esta vacuidade, a não ser a que ouve a Verdade que diz:

Eu sou a porta [i].

CAPÍTULO IX

Poder de Júpiter. Comparação deste com Jano.

Digam-nos então que é que pensam de Jove, também chamado Júpiter. «É o deus, dizem eles, que tem sob o seu poder as causas de tudo o que acontece no mundo». Quão grande é este poder no-lo atesta Vergílio no célebre verso:

Feliz aquele que pode conhecer as causas das coisas [ii].

Porque é que então se lhe antepõe Jano? Deixemos que o citado Varrão, tão douto e tão arguto, nos responda: «É que, diz ele, em poder de Jano estão os inícios, e no de Júpiter os acabamentos. É precisamente por isso que se tem Júpiter como rei de todos. Os inícios são superados pelos acabamentos, porque, embora os inícios venham antes no tempo, são superados em dignidade pela sua realização». Palavras sem dúvida justíssimas se se tratasse de distinguir nos factos o seu início e o seu termo: começar um acto é partir; acabá-lo é chegar ao termo. Entregar-se alguém ao estudo é um começo; compreender uma doutrina é um acabamento. E da mesma forma em tudo: primeiro estão os princípios, mas a cúpula são os finais. Mas isto é questão já resolvida entre Jano e Término.

Mas o que se atribui a Júpiter são as causas eficientes e não as já realizadas: é de todo impossível que, mesmo na ordem do tempo, elas sejam precedidas pelo que está feito ou se começou a fazer. Realmente, quem faz é sempre anterior àquilo que é feito. Por isso, se os começos dos factos pertencem a Jano, eles não podem ser antepostos às causas eficientes atribuídas a Júpiter. É que nada se faz nem começa a fazer-se sem ser precedido pela causa que o faz.

Se este é o deus em cujo poder estão as causas de todas as naturezas produzidas e de todas as coisas naturais, se é a este deus que os povos dão o nome de Júpiter mas honram com tamanhas ofensas e tão depravadas acusações, não há dúvida que esses povos se tomam réus de um sacrilégio mais horrível do que se não reconhecessem absolutamente nenhum deus.

Melhor seria que eles dessem o nome de Júpiter a outro, esse digno de odiosas e vergonhosas honras, substituindo este por um vão simulacro de que poderiam blasfemar (como a pedra oferecida a Saturno, diz-se, para que a devorasse como se fosse um filho), do que representarem Júpiter simultaneamente tonante e adúltero, que governa o mundo inteiro e chafurda em tanta impudicícia, que tem nas suas mãos as causas supremas de todas as naturezas e de todos os seres da natureza e não tem em boa ordem os seus próprios assuntos.

Agora é a minha vez de perguntar que lugar concedem a Júpiter entre os deuses, se Jano é o mundo. Varrão definiu os verdadeiros deuses como almas do mundo e partes deste. E assim, o que não existe não é, dizem, verdadeiro deus. Dirão eles que Júpiter é a alma do mundo, de tal maneira que Jano será o seu corpo ou, noutros termos, o mundo visível? Se é isto que dizem, não podem afirmar que Jano é um deus, porque não é o corpo do mundo que é deus, segundo eles próprios afirmam, mas a alma do mundo e suas partes. Daí declarar Varrão, com toda a clareza, que lhe parece que a alma do mundo é um deus e que o próprio mundo é deus; mas, assim como o homem sábio, composto de corpo e alma, se diz sábio por causa da sua alma, assim também o mundo se chama deus por causa da sua alma, embora formado de corpo e alma. De modo que o corpo do mundo só, não é deus — mas apenas a alma ou o corpo e a alma juntos. Se, portanto, Jano é o mundo e Jano é deus — para Júpiter poder ser deus, atrever-se-ão a afirmar que ele é uma parte de Jano? Não será antes a Júpiter que costumam atribuir o ser do universo, e daí o dito:

Tudo está cheio de Júpiter.

Portanto, se querem que Júpiter seja deus e sobretudo rei dos deuses, têm que o conceber como mundo, e assim poderá, como eles pretendem, reinar sobre os outros deuses como partes suas. É ainda neste sentido que Varrão, num outro livro que escreveu acerca do culto dos deuses, cita estes versos de Valério Sorano.

Júpiter omnipotente, progenitor e progenitora dos reis, das coisas e dos deuses, progenitor e progenitora dos deuses, deus único e, ele só, todos eles.

Explicam-se assim no livro estes versos: chamam-lhe varão porque insemina e mulher porque é inseminada; diz que Júpiter é o mundo que de si emite e em si recebe todas as sementes. É por isso, acrescenta Varrão, que Sorano escreve: Júpiter progenitor e progenitora. É também por isso que ele é, ao mesmo tempo, um e tudo, porque o mundo é uno e em si tudo contém.


(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] João, X , 9.
[ii] Vergílio, Geórgicas, II, 490.

Evangelho e comentário

Tempo comum


Evangelho: Mc 8, 27-33

27 Saiu Jesus com os Seus discípulos pelas aldeias de Cesareia de Filipe. Pelo caminho, interrogou os discípulos: «Quem dizem os homens que Eu sou?». 28 Eles responderam-Lhe: «Uns dizem que João Baptista, outros que Elias, e outros que algum dos profetas». 29 Então perguntou-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Pedro respondeu: «Tu és o Cristo».30 Então Jesus ordenou-lhes severamente que não dissessem isto d'Ele a ninguém. 31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muito, que fosse rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que ressuscitasse depois de três dias. 32 E falava destas coisas claramente. Pedro, tomando-O à parte, começou a repreendê-l'O. 33 Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os Seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Retira-te daqui, Satanás, que não aprecias as coisas de Deus, mas sim as dos homens».

Comentário:

Será então necessário morrer para ganhar a Vida Eterna?
Temos de considerar as palavras de Cristo pelo seu significado e não pelo que traduzem e assim compreenderemos que de facto é necessário morrer não para a vida do mundo, mas para a vida mundana para conseguir alcançar o Reino de Deus.

Há de facto uma escolha a fazer: seguir Cristo ou não!

Mas, se a escolha for – como deve ser – segui-lo teremos de o fazer com plena consciência e entrega com os pés na terra, sem dúvida, mas com o coração no Céu!

(ama, Comentário sobre Mc 8, 27-33, Cascais, 2015.09.13)






Tornar agradável a vida aos outros

Enquanto continuares persuadido de que os outros devem viver sempre pendentes de ti; enquanto não te decidires a servir, a ocultar-te e desaparecer; a relação com os teus irmãos, com os teus colegas, com os teus amigos, será fonte contínua de desgostos, de mau humor... – de soberba. (Sulco, 712).

Quando te custar fazer um favor, prestar um serviço a uma pessoa, pensa que é filha de Deus; lembra-te de que o Senhor nos mandou amar-nos uns aos outros. Mais ainda: aprofunda quotidianamente neste preceito evangélico; não fiques na superfície. Tira as consequências – é muito fácil – e adapta a tua conduta de cada instante a essas exigências. (Sulco, 727)

Oxalá saibas, diariamente e com generosidade, contrariar-te, alegre e discretamente, para servir e para tornar agradável a vida aos outros. Este modo de proceder é verdadeira caridade de Jesus Cristo. (Forja, 150)

Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue. Se os cristãos soubessem servir! Vamos confiar ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar esta tarefa de serviço, porque só servindo é que poderemos conhecer e amar Cristo e dá-Lo a conhecer e conseguir que os outros O amem mais.


Como o mostraremos às almas? Com o exemplo: que sejamos testemunho seu, com a nossa voluntária servidão a Jesus Cristo em todas as nossas actividades, porque é o Senhor de todas as realidades da nossa vida, porque é a única e a última razão da nossa existência. Depois, quando já tivermos prestado esse testemunho do exemplo, seremos capazes de instruir com a palavra, com a doutrina. Assim procedeu Cristo: coepit facere et docere, primeiro ensinou com obras, e só depois com a sua pregação divina. (Cristo que passa, 182)

Fátima: Centenário


Senhora de Fátima:


Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.

No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.

Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.
Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Hoy el reto del amor es dejar en Cristo esa situación que no entiendes

ENIGMA EN LA HUERTA

Ayer, paseando por la huerta, me encontré unos paquetitos en el suelo. Me agaché y los recogí. Eran cuatro.

Hace ya tiempo, alguna persona empezó a lanzar monedas por encima de la tapia del convento, justo por la zona del jardín del Noviciado. Más tarde comenzó a lanzarlas pegadas en un papel de la primitiva de esa semana que, por supuesto, no le había tocado. Ahora envuelve las monedas con el papel y lo cierra con pegamento como si fuese un pequeño paquete. Y eso fue lo que encontré. Cuatro pequeños paquetes.

Al principio esto me hacia gracia, pero, según pasaba el tiempo, comenzó a gustarme menos: me recordaba a esas fuentes en que echas una moneda para tener buena suerte, o algo así. Mi cabeza empezó a interpretar, tratando de averiguar por qué lanzaban esos céntimos a la huerta, y me metí en juicios pensando de todo...

Quería saber la razón, pero me di cuenta de que no encontraba respuestas... y que el interpretar sólo me hacía daño. Sentí en mi corazón que el Señor con eso me estaba diciendo que nunca me faltaría su Providencia, que Él cuidaba de mí. Por otro lado, siempre que encuentro las monedillas, rezo por esa persona. Y pregunté al Señor: "Jesús, ¿tú qué harías?"

Y, descubrí en el Evangelio que Él se dejaba cuidar por Zaqueo, o por las mujeres... y también cambiaba las situaciones: siempre veía lo bueno de todo. Le pedían que les curase, y Jesús les preguntaba por su fe.

Poco después, al comentarlo, una hermana me dijo:
-Guarda todo lo que te encuentres en un bote y, cuando tengas suficiente, ofrece una Misa por la persona que lo lanza.

A mí se me quedó una cara de asombro... ¡No se me había ocurrido! Yo estaba enredada en mis razones... y ahora salgo a la huerta y, cuando me encuentro algún paquete, vuelvo feliz al bote de Jesús para poder llenarlo y poder regalar a esa persona lo más grande que tenemos en la Tierra, que es una Eucaristía.

Hoy el reto del amor es dejar en Cristo esa situación que no entiendes, que te está metiendo en interpretaciones que acaban en juicios: al final el que sufre es tu corazón. Entrégaselo a Cristo para que Él muera por ello y resucite, y a ti te lo devuelva resucitado. Pídele ojos nuevos para que te dé su mirada para encontrar sentido a la situación y poder ser feliz en ello. Hoy cambia tu actitud ante esa situación que tienes en tu corazón: deja de razonar, primero Ora y después Ama. El amor es creativo... Ora, y verás cómo SÍ que lo transforma. Pero, cuando lo transforme, no pienses que es casualidad, es el Señor, que está vivo y se hace presente en tu vida.

VIVE DE CRSTO


Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?