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18/12/2016

Deus costuma procurar instrumentos fracos

– Estamos gostosamente, Senhor, na tua mão chagada. Aperta-nos com força!, espreme-nos!, de modo que percamos toda a miséria terrena!, que nos purifiquemos, que nos inflamemos, que nos sintamos empapados no teu Sangue! E depois, lança-nos longe!, longe, com fome de messe, para uma sementeira cada dia mais fecunda, por Amor de Ti. (Forja, 5)

Sem grande dificuldade, poderíamos encontrar na nossa família, entre os nossos amigos e companheiros – para não me referir já ao imenso panorama do mundo – tantas pessoas mais dignas do que nós de receber o chamamento de Cristo. Mais simples, mais sábias, mais influentes, mais importantes, mais gratas, mais generosas...

Eu, ao pensar nisto, fico envergonhado. Mas compreendo também que a nossa lógica humana não serve para explicar as realidades da graça. Deus costuma procurar instrumentos fracos para que se manifeste com evidente clareza que a obra é sua. O próprio S. Paulo evoca com estremecimento a sua vocação; e por último, depois de todos, foi também visto por mim, como por um aborto. Porque eu sou o mínimo dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. Assim escreve Paulo de Tarso, homem de uma personalidade e de um vigor que a história não fez mais do que engrandecer.

Fomos chamados sem mérito algum da nossa parte, dizia-vos. Realmente, na base da nossa vocação está o conhecimento da nossa miséria, a consciência de que as luzes que iluminam a alma – a fé – o amor com que amamos – a caridade – e o desejo que nos mantém – a esperança – são dons gratuitos de Deus. Por isso, não crescer em humildade significa perder de vista o objectivo da escolha divina: ut essemus sancti, a santidade pessoal.

Agora, tomando como ponto de partida essa humildade, podemos compreender toda a maravilha da chamada divina. A mão de Cristo colheu-nos num trigal: o semeador aperta na sua mão chagada o punhado de trigo; o sangue de Cristo banha a semente, empapa-a. Depois, o Senhor lança ao ar esse trigo, para que, morrendo, seja vida e, afundando-se na terra, seja capaz de multiplicar-se em espigas de oiro. (Cristo que passa, 3)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

Evangelho: Mt 1, 18-24

O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’». Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.

Comentário:

No espaço de poucos dias a Liturgia repete esta mesma descrição no que se refere a São José.

É natural, aproxima-se com rapidez a comemoração do Nascimento do Salvador e nunca é demais lembrar a quem foi salvo – que fomos todos os homens – como começa essa extraordinária “epopeia” da salvação.

Para que não restem dúvidas tudo ficou registado pelo Evangelistas de tal forma que ninguém pode, com verdade, ignorar como aconteceu.

E é bom – fundamental – que todos tenhamos bem presente que o Filho de Deus quis fazer-se um de nós, nascer de uma mulher, ter uma infância, adolescência, comer e beber, trabalhar, viver em família.

Admirável Amor que assim se dá aos homens, convertendo-os em Seus irmãos, co-herdeiros, filhos de Deus Pai.

(ama, comentário sobre Mt 1, 18-24, 12.10.2016)





Leitura espiritual



JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

Iniciação à Cristologia


SEGUNDA PARTE

A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO




Capítulo VII

JESUS CRISTO, MEDIADOR DA NOVA ALIANÇA E CABEÇA DO GÉNERO HUMANO

Deus decidiu restabelecer a comunhão de vida com os homens, rompida pelo pecado, mediante a Encarnação do seu Filho. Assim, pois, a salvação realiza-se «por meio de» a obra de Cristo homem: a acção de Jesus Cristo é uma mediação e Ele é o Mediador. Por isso as orações litúrgicas, que habitualmente se dirigem ao Pai, se acabam com a fórmula «Per Dominum Nostrum Iesum Christum...» («Por Nosso Senhor Jesus Cristo...»).

E Jesus, em toda a sua obra mediadora, actua como Cabeça do género humano: isto é o que explica que as suas acções sirvam para a nossa salvação. Vejamos estes pontos.

1. Jesus Cristo. Mediador da Nova Aliança entre Deus e os homens

a) Jesus Cristo é o Mediador da nova e eterna Aliança entre Deus e os homens.

O nome de mediador.

Mediador é nome de ofício, e aplica-se a quem faz de meio entre os que estão separados para reconciliá-los, ou uni-los de alguma forma.



A Sagrada Escritura dá o título de mediadores aos Patriarcas, a Moisés (cf. Dt 5,5) e a outros enviados por Deus para instituir a aliança entre Ele e o seu povo, ou para a manter viva, ou refazê-la quando tenha sido rompida. Na economia divina, que é a da condescendência e da auto-comunicação de Deus aos homens, os mediadores não são primariamente representantes do povo ante o Senhor, mas sim representantes de Deus, que se serve de alguns homens os quais elegeu como instrumentos e lhes conferiu dons e autoridade especiais sobre os outros. A aliança e a salvação vêm do alto, de cima; não é obra humana.

Jesus Cristo, Mediador entre Deus e os homens.

O Novo Testamento aplica o título de Mediador a Cristo, enviado por seu Pai para reconciliar o mundo consigo e estabelecer uma Aliança entre Deus e a humanidade que estava separada da intimidade divina pelo pecado. «Um só é Deus um só é também o mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a sua mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6)[1].

A Sagrada Escritura também ensina esta mesma realidade empregando muitas outras expressões: Cristo é o único salvador (cf. Act 4,12), o único caminho para ir ao Pai (cf. Jo 14,6-9), por quem temos acesso a Deus Pai (cf. Ef 2,18), por quem nos reconciliamos com Deus (cf. 2 Cor 5,18-21); etc.

Cristo é Mediador da «Nova e eterna Aliança».

É mediador da «Nova Aliança» ou «de uma Aliança mais excelsa» (Heb 9,15; 8,6). As alianças anteriores entre Deus e a humanidade eram parciais e imperfeitas, pois não faziam os homens partícipes da intimidade divina, nem tinham o poder de tirar o pecado. Ao contrário, Jesus revela-nos plenamente o Pai, tira o pecado do mundo e estabelece a verdadeira comunhão de vida entre Deus e os homens (cf. Heb 1,1-3; 8,6ss): «A lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Cristo Jesus» (Jo 1,17).

A mediação de Cristo não consiste só na obra que levou a cabo na terra, mas também compreende a que realiza no céu: é o Mediador da Aliança eterna e definitiva, que começa neste mundo e continuará de modo perfeito na eternidade.

b) Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens

Cristo é o único Mediador.

Só Cristo une verdadeiramente os homens com Deus, enquanto pelo seu sacrifício nos reconciliou com Deus, remindo-nos do pecado que nos separava d’Ele. «Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem» (1 Tim 2,5). Ou como Ele dizia: «Ninguém vai ao pai senão por mim» (Jo 14,6).

Por isso o Magistério da Igreja qualifica Jesus Cristo como «único» e «verdadeiro» Mediador entre Deus e os homens[2].

Há outros mediadores entre Deus e os homens, mas subordinados a Cristo e partícipes da sua mediação.

É muito congruente com o plano da providência divina que as criaturas participem como causas segundas na economia da criação e da salvação. Assim, é lógico que haja outros mediadores que desempenhem algum papel na obra salvífica.

Todavia, esses outros mediadores não causam por si mesmos a reconciliação do homem com Deus, só cooperam dispositiva e instrumentalmente para essa união. Unicamente Cristo por si mesmo repara o pecado e nos comunica a vida divina.

Todas as outras mediações participam da mediação de Jesus Cristo e dependem dela: existem em virtude da graça e dos dons que provêem da sua obra redentora. E, além disso, estão ordenadas a Cristo, pois o seu fim é levar os homens à união com o Salvador do género humano e assim participem da salvação que Ele nos dá[3].

Neste sentido subordinado há outros mediadores em graus diferentes: em primeiro lugar a Virgem Maria Mediadora de todas as graças, depois os anjos, os santos, os sacerdotes, os pais, etc. Todos os cristãos devem ser mediadores em Cristo Jesus: devem ser seus instrumentos para a salvação dos demais e conduzi-los à união com o salvador.

c) Jesus Cristo é Mediador enquanto homem

Assim o ensina explicitamente a revelação: «Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a si mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6).

Ser mediador implica duas coisas: Em primeiro lugar, que uma pessoa de algum modo tenha condição de meio entre os que há que reconciliar: para isso deve ser diferente deles e, ao mesmo tempo, deve ter alguma relação com cada uma das partes. E em segundo lugar, que intervenha efectivamente com a sua acção para reconciliar os que estão separados.

Evidentemente, Cristo enquanto Deus não tem condição de meio, pois não difere do Pai nem do Espírito Santo nem em natureza nem no poder salvador. E tampouco é meio entre Deus e os homens simplesmente pelo facto de ser homem.

Jesus Cristo tem condição de meio enquanto é homem cheio de graça e enquanto com a sua entrega – vivificada por essa plenitude de graça – reconcilia os homens com Deus. Com efeito, em virtude da sua natureza humana é inferior ao Pai (cf. Jo 14,28), e por causa da plenitude de graça está acima de todos os homens e distingue-se de todos os outros: por isto tem razão de meio. E com a sua actuação humana, vivificada por essa plenitude de graça e de caridade, merece para todo o género humano a reconciliação com Deus e satisfaz pelo pecado. Daí que «da sua plenitude todos recebemos graça sobre graça» (Jo 1,16)[4].

Ora bem, já sabemos que o fundamento dessa plenitude de graça e de caridade pelas quais está acima de todos e pelas quais se entregou por nós, é a união hipostática, a qual constitui o fundamento da sua mediação; de modo que se Cristo não fosse Deus feito homem, não teria a plenitude de graça e, portanto, não seria nosso Mediador.

2. Cristo medeia entre Deus e os homens exercendo os ofícios de sacerdote, Mestre e Pastor


Como exerce Cristo a sua mediação entre Deus e os homens? Para descrever o modo como exerce esta mediação costumam expor-se os diversos ofícios pelos quais leva a cabo a nossa salvação: como Sacerdote, como Mestre (ou Profeta) e como Pastor (Rei e Senhor). Esta enumeração é sobretudo descritiva e torna-se útil para conhecer distintamente os diversos aspectos da obra de Cristo. Mas não é uma divisão rigorosa, pois não há uma distinção clara entre essas funções já que cada uma implica de algum modo as outras.

a) Jesus Cristo, Sacerdote da nova Aliança

A noção de sacerdote.

«Todo o sumo-sacerdote, escolhido entre os homens, está constituído em favor dos homens no que se refere a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; e pode sentir compaixão pelos ignorantes e extraviados, por estar ele também envolto em debilidade (…) E ninguém se arroga tal dignidade, senão o que é chamado por Deus, tal como Aarão» (Heb 5,1-4).

As características próprias do sacerdote que este texto sagrado assinala são: em primeiro lugar. Pertencer à linhagem humana e ter sido «escolhido e assumido» por Deus dentre os demais homens por uma certa consagração. Em segundo lugar, estar destinado para mediar entre Deus e os outros. Em terceiro lugar, o acto específico do sacerdote que é oferecer o sacrifício para reparar o pecado e assim reconciliar os homens com Deus (cf. Heb 8,3). Em quarto lugar, assinalam-se ali também alguns quesitos: a vocação divina e algumas qualidades morais como a misericórdia, a humildade, etc.

Assim, pois, o sacerdote é um mediador entre Deus e os homens. Todavia, o termo «mediador» é mais amplo que o de «sacerdote», pois nem toda a mediação é um sacerdócio. Com efeito, pode haver outras mediações entre Deus e os homens (p. ex. a dos profetas na revelação, a dos reis no governo da sociedade, etc.), mas o sacerdócio é a principal, pois consiste em unir e reconciliar verdadeiramente os homens com Deus, tirando o pecado que é o que separa os homens de Deus.

Como exerce o sacerdote a sua missão mediadora? O que faz em primeiro lugar com a sua função principal e própria que é oferecer sacrifícios para nos reconciliamos com Deus, e assim alcançar as bênçãos do céu[5]. Mas o ofício sacerdotal também compreende outras funções, uma vez que assim também deve comunicar aos homens os dons de Deus.

Jesus Cristo é sacerdote.

A Carta aos Hebreus dá a Jesus o nome de Sacerdote, de sumo e grande Sacerdote da Nova Aliança; afirma que o seu sacerdócio é diferente e superior ao levítico; que o seu sacerdócio é eterno; e apresenta a sua obra como uma missão sacerdotal[6].

Cristo exerce o seu sacerdócio oferecendo a Deus orações por nós e o sacrifício da sua vida pelo qual nos reconcilia com Deus, e, por outro lado, transmitindo aos homens os dons divinos, como são a graça e a revelação.

Portanto, o sacerdócio de Cristo coincide com a mediação que estudámos. E tudo o que dissemos de Cristo Mediador diz-se naturalmente de Cristo Sacerdote: Ele é o sacerdote da nova e eterna Aliança que estabelece a comunhão de vida entre Deus e os homens destinada à sua perfeição na eternidade: Ele é o único e Sumo-Sacerdote que com o seu sacrifício nos reconcilia com Deus, sendo todo o outro sacerdócio (ministerial ou o comum dos fieis) participação do seu sacerdócio e a ele subordinado; etc.

b) Cristo., Mestre da verdade: mediador e plenitude da revelação

Cristo, mediador perfeito da revelação.

O Filho de Deus, ao vir a este mundo, como homem, é o mediador perfeito da revelação pois manifesta-nos a Deus a quem vê e ouve. Ele é testemunho da verdade (cf. Jo 1,18; 8,40).

O Novo Testamento também assinala que Cristo é o «profeta» anunciado por Moisés (cf. Act 3,22; Dt 18,15); quer dizer, aquele que fala as palavras de Deus, seu mediador na revelação. Por isso a teologia fala do ministério profético de Cristo.

Todavia, o ofício de profeta, ainda conveniente a Cristo, expressa de modo insuficiente a sua função doutrinal; Ele é muito mais que profeta e distinguiu-se de todos eles: «De uma forma fragmentária e de muitos modos falou Deus no passado aos nossos pais por meio dos profetas; nestes últimos tempos falou-nos pelo seu Filho» (Heb 1,1-2). Ele, não só como Deus mas também enquanto homem, é superior a todos os profetas porque tinha ciência de visão que nenhum profeta pode ter. Ele é «o Mestre», o único mestre dos homens (cf. Mt 23,18-10).

Cristo, plenitude da revelação.

O concílio Vaticano II diz mais: Jesus é «o mediador e plenitude de toda a revelação»[7] Jesus Cristo não só nos revela o mistério de Deus Uno e Trino, como também nos descobre o plano da nossa salvação e qual é a dignidade e a vocação do homem: quer dizer, tudo o contido na nossa fé.

Ele é a plenitude da revelação: é a luz do mundo (cf. Jo 8,12; 12,46), é a própria verdade (cf. Jo 14,6). É a palavra única e perfeita do Pai. De modo que Deus no seu Verbo disse tudo, e não haverá outra palavra mais que esta[8].

Este ofício magistral de Cristo ordena-se a levar os homens à fé para que, acreditando, se convertam e alcancem a justificação. Deste modo Jesus liberta-nos de uma das sequelas do pecado, da ignorância e do erro: «A verdade vos tornará livres» (Jo 8,32). Portanto, este ofício está relacionado com o seu ministério sacerdotal, assim como também está unido ao ministério pastoral, pois constitui uma forma de nos conduzir à nossa salvação.


(cont)

Vicente Ferrer Barriendos

(Tradução do castelhano por ama)






[1] Cf. Também: Gal 3,19-20; Heb 8,6; 9,15; 12,22-24.
[2] Cf. LG, 8, 62; CONC. VATICANO II, Ad gentes, 3; Decl. Dominus Iesus, 13-15; etc.
[3] Cf. LG, 62.
[4] Cf. S.Th. III,26,2; III,7,1.
[5] Etimologicamente «sacrifício» provem de sacrum facere, fazer de Deus algo que era do homem
[6] Noutros textos do Novo Testamento reconhece-se a Jesus esse mesmo ofício ainda que não se lhe outorgue o título de sacerdote (v. g.: Ele ofereceu a sua vida como um sacrifico; cf. Mc 14,24 e par.; Ef 5,2M Jo 10,17-18; etc.). talvez se omita esse título para evitar uma possível confusão entre os primeiros fieis se se identificasse a figura e a obra de Cristo com a dos sacerdotes judeus ou pagãos que podiam servir-lhes de referência.
[7] DV,2.
[8] Cf. CCE, 65.

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

I. A IGREJA DE JERUSALÉM [i]

Capítulo 2

Uma comunidade modelo

42Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. 43Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. 44Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. 45Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.

46Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. 47Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.



[i] (1,12-6,7)

Graus da perfeição - 9

17 Graus da perfeição


9. Nunca faltar à oração e, quando experimentar aridez e dificuldade, por isso mesmo perseverar nela, porque Deus quer muitas vezes ver o que há na alma e isso não se prova na facilidade e no gosto.


(são joão da cruz, em Pequenos Tratados Espirituais)


(tradução por ama)

Doutrina – 215

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO»

119. Com é que Cristo se ofereceu ao Pai?


Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá «a sua vida em resgate por muitos» (Mc 10,45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu sofrimento e a sua morte manifestam como a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor divino que quer a salvação de todos os homens.

Tratado da vida de Cristo 139

Questão 50: A morte de Cristo

Em seguida devemos tratar da morte de Cristo. E nesta questão discutem-se seis artigos:

Art. 1 — Se foi conveniente que Cristo morresse.
Art. 2 — Se na morte de Cristo a divindade se separou da carne.
Art. 3 — Se na morte de Cristo houve separação entre a divindade e a alma.
Art. 4 — Se Cristo, no tríduo da morte, cessou de ser homem.
Art. 5 — Se o corpo de Cristo foi identicamente o mesmo quando vivo e quando morto.
Art. 6 — Se a morte de Cristo produziu algum efeito para a nossa salvação.

Art. 1 — Se foi conveniente que Cristo morresse.

 O primeiro discute-se assim. — Parece que não foi conveniente que Cristo morresse.

1. — Pois, o primeiro princípio, num género, não pode ser subordinado ao que é contrário a esse género; assim o fogo, princípio do calor, nunca pode ser frio. Ora, o Filho de Deus é a fonte e o princípio de toda a vida, segundo a Escritura: Em ti está a fonte da vida. Logo, parece que não foi conveniente que Cristo morresse.

2. Demais. — Maior miséria é a morte que a doença, por que por esta se chega àquela. Ora, não era conveniente que Cristo sofresse nenhuma doença, como diz Crisóstomo. Logo, também não era que morresse.

3. O Senhor diz: Eu vim para terem vida e para a terem em maior abundância. Ora, um contrário não conduz a outro. Logo, parece que não era conveniente que Cristo morresse.

Mas, em contrário, o Evangelho: Convém-vos que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação.

Foi conveniente que Cristo morresse. — Primeiro, para satisfazer pelo género humano, que tinha sido condenado à morte por  causa do pecado, segundo a Escritura: Em qualquer dia que comeres dele, morrerás de morte. Ora, o modo conveniente de satisfazermos por outrem é sujeitarmo-nos à pena que ele merecia. Por isso Cristo quis morrer a fim de morrendo, satisfazer por nós, segundo a Escritura: Cristo uma vez morreu pelos nossos pecados. — Segundo, para mostrar que assumiu verdadeiramente a natureza humana. Pois, como diz Eusébio, se Cristo, depois de ter vivido no meio dos homens, houvesse, para evitar a morte, desaparecido inopinadamente, ocultando-se-lhes aos olhos, todos os teriam julgado um fantasma. — Terceiro, a fim de morrendo, livrar-nos do temor da morte. Donde o dizer o Apóstolo: Ele participou igualmente da carne e do sangue, para destruir pela sua morte ao que tinha o império da morte, isto é, ao diabo; e para livrar aqueles que pelo temor da morte estavam em escravidão toda a vida. — Quarto, a fim de que, morrendo corporalmente, à semelhança do pecado, isto é, da pena, nos desse exemplo de morrer espiritualmente para o pecado. Donde o dizer o Apóstolo: Porque, enquanto a ele morrer pelo pecado, morreu uma só vez; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como estando mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Nosso Senhor Jesus Cristo. — Quinto, a fim de, ressurgindo dos mortos, mostrasse ao mesmo tempo o seu poder, pelo qual venceu a morte, e nos desse a esperança de ressurgir dos mortos. Donde o dizer o Apóstolo: Se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós outros que não há ressurreição de mortos?

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Cristo é a fonte da vida, como Deus, mas não como homem. Ora, morreu como homem e não como Deus. Donde o dizer Agostinho: Longe de nós pensar que Cristo, sendo ele próprio a vida, morreu perdendo-a; pois, se tal tivesse acontecido, a fonte da vida teria secado. Mas, padeceu a morte enquanto participante da fraqueza humana, que assumira espontaneamente, sem, contudo, perder o poder da sua natureza, pelo qual tudo vivifica.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Cristo não sofreu a morte originada de nenhuma doença, para que não se pensasse que morreu por enfermidade imposta pela natureza. Mas sim, a morte que lhe foi infligida exteriormente, a que espontaneamente se submeteu para mostrar que era morte voluntária.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Um contrário não conduz a outro, essencialmente falando; mas tal pode dar-se por acidente, como quando, por exemplo, o frio aquece acidentalmente. E deste modo Cristo, pela sua morte, nos conduziu à vida ,destruindo a nossa morte como a sua, assim como quem sofre uma pena por outrem, torna-o livre dela.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?