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08/12/2016

Canta diante de Maria Imaculada

Deus Omnipotente, Todo-Poderoso, Sapientíssimo tinha que escolher a sua Mãe. – Tu, que terias feito, se tivesses tido de escolhê-la? Penso que tu e eu teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Isso fez Deus. Portanto, depois da Santíssima Trindade, está Maria. Os teólogos estabelecem um raciocínio lógico desse cúmulo de graças, desse não poder estar sujeita a satanás: convinha, Deus podia fazê-lo, logo fê-lo. É a grande prova. A prova mais clara de que Deus rodeou a sua Mãe de todos os privilégios, desde o primeiro instante. E assim é: formosa e pura e limpa, em alma e corpo! (Forja, 482)

És toda formosa e não há mancha em ti. – És horto cerrado, minha irmã, Esposa, horto cerrado, fonte selada. – Veni: coronaberis. – Vem: serás coroada (Cant. IV, 7, 12 e 8).

Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e Senhora de toda a criação.

Um grande sinal apareceu no céu uma mulher com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. – O vestido de sol. – A lua a seus pés (Apoc. XII, 1). Maria, Virgem sem mancha, reparou a queda de Eva; e esmagou, com o seu pé imaculado, a cabeça do dragão infernal. Filha de Deus, Mãe de Deus, Esposa de Deus.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo coroaram-na como Imperatriz que é do Universo.


E rendem-lhe preito de vassalagem os Anjos..., e os patriarcas e os profetas e os Apóstolos..., e os mártires e os confessores e as virgens e todos os santos..., e todos os pecadores e tu e eu. (Santo Rosário, 5º mistério glorioso)

Temas para meditar - 674

Santíssima Virgem

Deus tinha-a despojado dos seus sonhos, tinha-a feito conhecer a pobreza mais absoluta, ver-se privada até das coisas indispensáveis que a mais pobre das mães tem; tinha-a feito passar pela humilhação de mendigar um tecto, para se ver cortês e superficialmente despedida, provavelmente com boas palavras. 

Ninguém a tinha escutado, ninguém se tinha interessado pelo seu problema pessoal. 

(federico suarez,  A Virgem Nossa Senhora Éfeso 4ª Ed. Nr. 190)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

Imaculada Conceição da Virgem Maria

Evangelho: Lc 1, 26-38

26 Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Gali­leia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. 28 Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». 29 Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. 30 O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; 31 eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. 32 Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; 33 reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim».34 Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?» .35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; 37 porque a Deus nada é impossivel». 38 Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.

Comentário:

Páginas e páginas foram escritas ao longo dos séculos sobre os acon­tecimentos aqui relatados. Algumas de grande beleza e elevação, outras de profunda meditação.

Nunca serão, no entanto, bastantes e suficientes, trata-se nada mais que o princípio do cumprimento das promessas divinas para a salva­ção da humanidade.

Tudo depende de uma simples e humilde jovem de Nazaré que embora escolhida por Deus desde ou principio dos tempos tem de dar o seu consentimento pessoal para aceitar cumprir esses menos desígnios divinos.

Deus respeita sumamente a liberdade humana como aqui fica comprovado e nem por conhecer o passado, o presente e o futuro passará por cima dessa liberdade individual que Ele próprio concedeu ao homem.

(ama, comentário sobre Lc 1, 26-38, 2016.04.04)






Leitura espiritual



JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

Iniciação à Cristologia


PRIMEIRA PARTE


A PESSOA DE JESUS CRISTO


Capítulo II


A VINDA DO FILHO DE DEUS NA ECONOMIA DIVINA DA SALVAÇÃO

4. Anúncio da vinda do salvador, o Messias esperado


Como ninguém podia salvar-se depois do pecado original Senão Jesus Cristo, Deus anunciou a sua vinda repetidas vezes e preparou-a de muitas formas desde o princípio do mundo. O próprio Deus se encarregou de manter e reforçar essa esperança do salvador através da história d humanidade, ao mesmo tempo que ia revelando e precisando diferentes aspectos da figura e da vida do Messias prometido.


a) Promessas do Redentor


O proto-evangelho.


Depois do pecado dos nossos primeiros pais, Deus não abandonou os homens, antes imediatamente os levou à esperança da salvação. Com efeito Deus dirigiu à serpente estas palavras: «Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua linhagem e a sua linhagem; ele te pisará a cabeça, enquanto tu mordes o seu calcanhar» [i]. A este versículo do Génesis chama-se «proto-evangelho», precisamente porque constitui o primeiro anúncio e promessa da salvação.

O descendente da mulher que vencerá o demónio é o Redentor, Jesus Cristo. A mulher de que se fala é Eva no seu sentido imediato, e Maria em sentido pleno.


A promessa a Abraão.


Deus fez uma aliança com Abraão e fez-lhe a promessa de lhe dar não só uma terra, como fazê-lo pai de um grande povo, e que pela sua descendência seriam benditas todas as nações da terra [ii].


Deus renovou várias vezes a Abraão estas promessas [iii], que representam um anúncio da salvação universal por meio de um descendente seu, que será Jesus.


Confirmação e renovação da promessa.


Deus renovou a Aliança e a promessa com diferentes eleitos e foi concretizando a ascendência do Messias: não só será descendente de Abraão, como mais concretamente um descendente de Jacob [iv], e mais especificamente da tribo de Judá [v], e mais concretamente ainda da família de David [vi].


b) Profecias sobre o Messias rei


O filho de David.


O profeta Natán, em nome de Deus, promete a David que o Messias esperado desde os tempos mais antigos será seu descendente. E reinará para sempre, não só sobre Israel, mas sobre todos os povos [vii].


Na Bíblia aplica-se frequentemente a David o título de «ungido do senhor»; ele será o tipo por excelência de rei ungido no qual se cumprirá plenamente a promessa divina: o Messias, que será filho de David e rei de Israel, cujo reino não terá fim.


São muitas as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias-rei, filho de David. Destaquemos só dois pelos aspectos particulares que assinalam:


Especial Filiação Divina do Messias: Salmo 2.


Este salmo messiânico descreve a rebelião das nações contra Deus e contra o seu Messias. Deus, pelo contrário, ri-se dos seus inimigos e anuncia que constituiu o Messias rei sobre Sião. Este Messias-rei promulga o decreto de Yahwé que encerra uma declaração de uma especial Filiação Divina: «Tu és o meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me e dar-te-ei as gentes por herança, e as tuas possessões até aos confins da terra».


O Emanuel nascido de uma virgem.

Isaías transmite-nos uma série de profecias entre os capítulos 7 e 11 do seu livro, que se conhecem como o livro do Emanuel.


Ali se diz que o Messias-rei nascerá de uma virgem e se chamará Emanuel [viii], que significa «Deus connosco». Será grande e terá de modo eminente as virtudes de todas as grandes personagens da sua linhagem. Chamar-se-á também Deus Forte e Príncipe da paz [ix]. Este descendente de David estará cheio do espírito de Deus e fará com que reine entre os homens a justiça [x]. No Novo testamento é manifesto que se trata de Jesus que nascerá de Maria Virgem [xi].


5. Outras profecias acerca de Jesus


Há muitas outras profecias que se referem à pessoa e à obra de Cristo. Tendo só em conta ao Antigo Testamento tornar-se-ia difícil interpretar só algumas delas como referidas claramente ao Messias, mas à luz do Novo Testamento é transparente o seu significado messiânico. Vejamos só algumas delas.


a) Profecias sobre o Messias rei e profeta


Moisés sempre foi como que tipo e a figura de todos os profetas: ele falava com deus «face a face» [xii] e transmitia ao seu povo as palavras e os mandamentos de Yahwé. Pois bem, já desde antigamente se anunciou que Deus enviaria «outro profeta» como Moisés que ensinará e guiará o seu povo com as palavras de Deus [xiii].


Assim em algumas ocasiões anuncia-se um Messias que será rei e profeta simultaneamente, à semelhança de David, que teve ambas prerrogativas: o Messias será rei descendente de David e será ungido por Deus com o espírito dos profetas para anunciar a salvação aos homens [xiv]. Este é Jesus [xv], [xvi]

b) Profecias sobre o Messias rei e sacerdote

     Salmo 110/109,1-4). Neste salmo anuncia-se um Messias superior ao próprio David; o salvador será rei que dominará todos os inimigos e, ao mesmo tempo, será sacerdote do Altíssimo. Esta unidade de rei e sacerdote tem como que um protótipo em Melquisedec, rei de Salem, misterioso contemporâneo de Abraão (cf. Gen 14,18-19). O Messias será rei e sacerdote, mas o seu sacerdócio não é levítico, antes se trata de um diferente, misterioso e superior (cf. Heb 6,20-7,28).

c) Profecias sobre o sacrifício de Cristo

    Cantos sobre o Servo de Yahwé. No livro do profeta Isaías encontram-se quatro cantos sobre a missão redentora do Messias, que é chamado «Servo de Yahwé»[1]


O Servo é um eleito de Deus e objecto da sua complacência. Ele vai ser rei de justiça, e o seu reinado será universal. Será luz dos gentios e reconciliador dos povos. Deus elegeu-o desde o seio materno para fazer voltar os filhos de Israel e para levar a salvação até aos confins da terra. O Servo de Yahwé sofrerá a oposição e perseguição por parte do seu próprio povo, ainda que sendo inocente. Isaías narra o sofrimento e a morte do Servo, oferecido como sacrifício pela redenção de todos, de tal forma que reflecte de modo exacto e impressionante a Paixão e Morte de Jesus [xvii].


Salmo 22/21.

Começa com: «Deus meu, Deus meu, porque me abandonas-te?» que o Senhor recitou na cruz. E narra como o justo, perseguido por muitos inimigos e no meio de um grande sofrimento, recorre cheio de confiança a Deus. Não se trata do grito de angústia de um desesperado, mas da oração confiada do que se abandona nas mãos de Deus, e é escutado. Termina com a vinda do reino de Deus ao mundo, a salvação universal, como fruto dos sofrimentos do justo que pede que voltem a Yahwé todas as famílias das nações. Este salmo messiânico narra por antecipação muitos episódios concretos da Paixão de Cristo.


d) A figura do Filho do homem


O título «Filho do homem» procede do Antigo Testamento, em concreto do livro do profeta Daniel. Designa uma pessoa misteriosa e gloriosa que supera a condição humana e restaura definitivamente o reino messiânico [xviii].

Todavia. Convém notar que a expressão «filho de homem» (ben-adam) na época de Jesus indicava simplesmente «homem». Por isso Jesus, ao referir-se a si mesmo como Filho do homem, tentava esconder por detrás do véu do significado comum a acepção messiânica que essa locução tinha na profecia de Daniel. E ao mesmo tempo, quis corrigir uma concepção exclusivamente gloriosa do Messias, muito arreigada no pensamento hebreu, ao uni-la à sua condição humana e passível, pois anunciava que esse «Filho do homem» tem de padecer e dar a sua vida como resgate por todos [xix].


Vicente Ferrer Barriendos

(Tradução do castelhano por ama)



[1][1] Son: Is 42,1-9; 49,1-7; 50,4-9; 52,13-53,12.



[i] (Gen 3,15)
[ii] (cf. Gen 12,3)
[iii] Cf. Gen 13,14-17; 17,1-9; 18,17-19; 22,13-18.
[iv] (cf. Gen 28,12-14)
[v] (cf. Gen 49,9-11)
[vi] (cf. Sam 7,8-16); Sal 89/88,20-38)
[vii] (cf. 2 Sam 7,12-16)
[viii] (Is 7,14)
[ix] (cf. Is 9,5-6)
[x] (cf. Is 11,1 ss.)
[xi] (cf. Mt 1,23)
[xii] (Ex 33,11)
[xiii] (cf. Dt 18,15-19)
[xiv] (cf. Is 61,1-2)
[xv] (cf. Lc 4,18-21)
[xvi] Todavia, muitos judeus não entenderam a união rei-profeta e esperavam esse «profeta» excepcional e o Messias, como duas pessoas diferentes (cf. Jo 1,20-21; 7,40-41).
[xvii] (cf. Act 8,32-33)
[xviii] (cf. Dan 7,13-14)
[xix] (cf. Mt 17,12;20,28)

Pequena agenda do cristão



Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?