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07/11/2016

Orar é o caminho para atalhar todos os males.

Orar é o caminho para atalhar todos os males que padecemos. (Forja, 76)

A oração – recorda-o – não consiste em fazer discursos bonitos, frases grandiloquentes ou que consolem...
Oração é, às vezes, um olhar a uma imagem de Nosso Senhor ou de sua Mãe; outras, um pedido com palavras; outras, o oferecimento das boas obras, dos resultados da fidelidade...
Como o soldado que está de guarda, assim temos de estar nós à porta de Deus Nosso Senhor: e isso é oração. Ou como se deita o cãozinho aos pés do seu dono.
Não te importes de lho dizer: Senhor, aqui me tens como um cão fiel; ou melhor, como um burrinho que não dá coices a quem lhe quer bem. (Forja, 73)

A tua oração não pode ficar em meras palavras: há-de ter realidades e consequências práticas. (Forja, 75)

Como o soldado que está de guarda, assim temos de estar nós à porta de Deus Nosso Senhor: e isso é oração. Ou como se deita o cãozinho aos pés do seu dono.
A heroicidade, a santidade, a audácia requerem uma constante preparação espiritual. Darás sempre, aos outros, só aquilo que tiveres; e, para dares Deus, hás-de ter intimidade com Ele, viver a sua Vida, servi-Lo. (Forja, 78)


Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Lc 17, 1-6

1 Depois, Jesus disse a Seus discípulos: «É impossível que não haja escândalos, porém, ai daquele por quem eles vêm!  2 Seria melhor para ele que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse precipitado no mar, do que ser causa de escândalo para um destes pequeninos. 3 «Estai com cuidado sobre vós. Se teu irmão pecar, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 E, se pecar sete vezes ao dia contra ti, e sete vezes ao dia for ter contigo, dizendo: estou arrependido, perdoa-lhe». 5 Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta-nos a fé!». 6 O Senhor disse-lhes: «Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te para o mar, e ela vos obedecerá.

Comentário:

Jesus faz uma afirmação categórica:

«É impossível que não haja escândalos».

Se o Senhor o diz é porque é verdade.

Que fazer então?

Tudo, absolutamente, para não sermos os causadores de escândalo porque o Senhor também disse:
«ai daquele por quem eles vêm!  2 Seria melhor para ele que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse precipitado no mar, do que ser causa de escândalo para um destes pequeninos.»

São palavras fortes, de uma gravidade que não pode ser escamoteada.
Quem são esses pequeninos?

As crianças – evidentemente – mas também todos os que como as crianças, são inocentes, indefesos e simples.

O escândalo é sempre um acto, perverso, malicioso e deliberadamente atentório da dignidade do ser humano e do respeito que lhe é devido como pessoa.

(ama, comentário sobre Lc 17, 1-6, 27.09-2016)





Leitura espiritual



Leitura Espiritual


Amigos de Deus



São Josemaria Escrivá

233 
       
Uma das suas primeiras manifestações concretiza-se em iniciar a alma nos caminhos da humildade.
Quando sinceramente nos consideramos nada; quando compreende­mos que, se não tivéssemos o auxílio divino, a mais débil e fraca das criaturas seria melhor do que nós; quando nos vemos capazes de todos os erros e de todos os horrores; quando nos reconhecemos pecadores, embora lutemos com empenho por nos afastarmos de tantas infidelidades, como havemos de pensar mal dos outros?
Como se poderá alimentar no coração o fanatismo, a intolerância, o orgulho?

A humildade leva-nos pela mão a tratar o próximo da melhor forma: compreender a todos, conviver com todos, desculpar a todos; não criar divisões nem barreiras; comportarmo-nos - sempre! - como instrumentos de unidade.
Não é em vão que existe no fundo do homem uma forte aspiração à paz, à união com os seus semelhantes e ao respeito mútuo pelos direitos da pessoa, de modo que tal aspiração se transforme em fraternidade.
Isto reflecte uma nota característica do que há de mais valioso na condição humana: se todos somos filhos de Deus, a fraternidade nem se reduz a uma figura de retórica, nem consiste num ideal ilusório, pois surge como meta difícil, mas real.

Perante os cínicos, os cépticos, os insensíveis, os que fizeram da sua cobardia um modo de pensar, nós, os cristãos, havemos de demonstrar que esse carinho é possível.
Existem talvez muitas dificuldades para nos comportarmos deste modo, pois o homem foi criado livre e tem a possibilidade de se levantar inútil e amargamente contra Deus; mas esse caminho é possível e é real, porque tal conduta nasce necessariamente como consequência do amor de Deus e do amor a Deus.
Se tu e eu quisermos, Jesus Cristo também o quer.
Então compreenderemos, em toda a sua profundidade e com toda a sua fecundidade, a dor, o sacrifício, a entrega desinteressada na convivência diária com os outros.

234
         
O exercício da caridade

Pecaria por ingenuidade quem imaginasse que as exigências da cari­dade cristã se cumprem facilmente.
É bem diferente o que nos diz a experiência, quer no âmbito das ocupações habituais dos homens, quer, por desgraça, no âmbito da Igreja.
Se o amor não nos obrigasse a calar, cada um de nós teria muito que contar de divisões, de ataques, de injustiças, de murmurações e de insídias.
Temos de o admitir com simplicidade, para tratar de aplicar, pela parte que nos corresponde, o remédio oportuno, que se há-de traduzir num esforço pessoal por não ferir, por não maltratar, por corrigir sem deixar ninguém esmagado.

Não são problemas de hoje.
Poucos anos depois da Ascensão de Cristo aos céus, quando ainda andavam de um lugar para outro todos os Apóstolos e era geral um admirável fervor de fé e de esperança, já muitos, no entanto, começavam a desencaminhar-se e a não viver a caridade do Mestre.

Havendo entre vós rivalidades e discórdias - escreve S. Paulo aos de Corinto - não é notório que sois carnais e procedeis como homens? Porque, quando um diz: eu sou de Paulo, e outro: eu sou de Apolo, não estais a mostrar que ainda sois homens carnais que não compreendem que Cristo veio para superar todas essas divisões?
Quem é Apolo?
Quem é Paulo?
Ministros daquele em quem vós crestes e isso segundo a medida que o Senhor concedeu a cada um.

O Apóstolo não rejeita a diversidade: cada um tem de Deus o seu próprio dom; um de um modo e outro de outro.
Mas essas diferenças têm de estar ao serviço do bem da Igreja.
Sinto-me inclinado agora a pedir ao Senhor - se quiserdes unir-vos a esta minha oração - que não permita que na sua Igreja a falta de amor semeie joio nas almas.
A caridade é o sal do apostolado dos cristãos; se perde o sabor, como poderemos apresentar-nos ao mundo e explicar, de cabeça erguida, que aqui está Cristo?

235
        
Portanto, repito-vos com S. Paulo: ainda que eu falasse as línguas dos homens e a linguagem dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que tine.
E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mis­térios e possuísse toda a ciência, e tivesse toda a fé, de modo a mover montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada me aproveita .

Perante estas palavras do Apóstolo dos gentios, não faltam os que se assemelham àqueles discípulos de Cristo, que, ao anunciar-lhes Nosso Senhor o Sacramento da sua Carne e do seu Sangue, comentaram:
- É dura esta doutrina; quem a pode escutar?
 É dura, sim. Porque a caridade que o Apóstolo descreve não se limita à filantropia, ao humanitarismo ou à natural comiseração pelo sofrimento alheio; exige a prática da virtude teologal do amor a Deus e do amor, por Deus, aos outros.
Por isso, a caridade nunca deixará de existir, ao passo que as profecias terminarão, as línguas cessarão e a ciência acabará...
Agora permanecem estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade; mas, das três, a caridade é a mais excelente.

236
         
O único caminho

Já nos convencemos de que a caridade nada tem a ver com essa caricatura que às vezes se tem pretendido traçar da virtude central da vida cristã.
Mas perguntamos agora: porque se exige pregá-la constantemente? Será uma espécie de tema obrigatório, mas com poucas possibilidades de se manifestar em factos concretos?

Olhando à nossa volta, talvez descobríssemos razões para pensar que a caridade é realmente uma virtude ilusória.
Mas considerando as coisas com sentido sobrenatural, descobrirás também a raiz dessa esterilidade, que se cifra numa ausência de convívio intenso e contínuo, de tu a tu, com Nosso Senhor Jesus Cristo, e no desconhecimento da acção do Espírito Santo na alma, cujo pri­meiro fruto é precisamente a caridade.

Recolhendo um conselho do Apóstolo - levai uns as cargas dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo - acrescenta um Padre da Igreja: amando a Cristo, suportaremos facilmente a fraqueza dos outros, mesmo a daquele a quem ainda não amamos, porque não tem boas obras.

Por aí se eleva o caminho que nos faz crescer na caridade.
Enganar-nos-íamos se imaginássemos que primeiro temos de nos exercitar em actividades humanitárias, em trabalhos de assistência, excluindo o amor do Senhor.
Não descuidemos Cristo por causa do próximo que está enfermo, uma vez que devemos amar o enfermo por causa de Cristo.

Olhai constantemente para Jesus, que, sem deixar de ser Deus, se humilhou tomando a forma de servo para nos poder servir, porque só nessa mesma direcção se abrem os afãs por que vale a pena lutar.
O amor procura a união, a identificação com a pessoa amada; e, ao unirmo-nos com Cristo, atrair-nos-á a ânsia de secundar a sua vida de entrega, de amor sem medida, de sacrifício até à morte.
Cristo coloca-nos perante o dilema definitivo: ou consumirmos a existência de uma forma egoísta e solitária ou dedicarmo-nos com todas as forças a uma tarefa de serviço.

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Vamos pedir agora ao Senhor, para terminar este tempo de conversa com Ele, que nos conceda poder repetir com S. Paulo que triunfamos por virtude daquele que nos amou.
Pelo qual estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem o presente, nem o futuro, nem a força, nem o que há de mais alto, nem de mais profundo, nem qualquer outra criatura poderá jamais separar-nos do amor de Deus que está em Jesus Cristo Nosso Senhor.

Este amor também a Escritura o canta com palavras inflamadas: as águas copiosas não puderam extinguir a caridade, nem os rios afogá-la.
Este amor encheu sempre o Coração de Santa Maria, ao ponto de en­riquecê-la com entranhas de Mãe para toda a humanidade.
Em Nossa Senhora o amor a Deus confunde-se com a solicitude por todos os seus filhos.
O seu Coração dulcíssimo teve de sofrer muito, atento aos mínimos pormenores - não têm vinho - ao presenciar aquela crueldade colectiva, aquele encarniçamento dos verdugos, que foi a Paixão e Morte de Jesus.
Mas Maria não fala.
Como o seu Filho, ama, cala e perdoa. Essa é a força do amor.

238
         
Sempre que sentimos no nosso coração desejos de melhorar, de responder mais generosamente ao Senhor, e procuramos um guia, um norte claro para a nossa existência cristã, o Espírito Santo traz à nossa memória as palavras do Evangelho: importa orar sempre e não cessar de o fazer.

A oração é o fundamento de todo o trabalho sobrenatural; com a oração somos omnipotentes; se prescindíssemos deste recurso, nada conseguiríamos.

Eu gostaria que hoje, na nossa meditação, nos persuadíssemos definitivamente da necessidade de nos dispormos a ser almas contemplativas no meio do mundo e do trabalho, com uma conversa contínua com o nosso Deus, a qual não deve esmorecer ao longo do dia. Se pretendemos seguir lealmente os passos do Mestre, este é o único caminho.

(cont)


Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte
21 - [1]

Entramos em Novembro e a Igreja, ou melhor, a Liturgia, conduz-nos constantemente para a consideração dos últimos tempos.
Porquê?

Respondo:

De facto, o mês de Novembro sendo o penúltimo dia do ano significa o final de um tempo e o breve começar de um novo.

Em breve teremos aí o Advento tempo especial de preparação para a Festa do Nascimento do Salvador: o Natal de Jesus Cristo.

É portanto natural que nos debrucemos sobre os chamados “últimos tempos”, que tem o nome de escatologia.

Começamos com a consideração de TODOS OS SANTOS e, logo a seguir a de TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS.

Nota nem que não é um tempo de tristeza ou dor mas sim de encarar a “realidade mais real” – se assim posso exprimir – que é a nossa própria morte. [i]



[1] Nota: Normalmente, estes “Diálogos apostólicos”, são publicados sob a forma de resumos e excertos de conversas semanais. Hoje, porém, dado o assunto, pareceu-me de interesse publicar quase na íntegra.




[i] ama, diálogos apostólicos,

Bento XVI – Pensamentos espirituais 119

Mysterium communionis

O amor verdadeiro não anula as diferenças legítimas, mas harmoniza-as numa unidade superior, que não é imposta do exterior, mas que, por assim dizer, dá forma ao conjunto a partir do interior. É o mistério da comunhão.


Homilia para a celebração das vésperas na festa da Conversão de São Paulo, pelo encerramento da semana de oração pela unidade dos cristãos.

(25.Jan.06)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?