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02/10/2016

Está ali, com a sua Carne e com o seu Sangue

"Isto é o meu Corpo"... e Jesus imolou-se, ocultando-se sob as espécies de pão. Agora está ali, com a sua Carne e com o seu Sangue, com a sua Alma e com a sua Divindade: como no dia em que Tomé meteu os dedos nas suas Chagas gloriosas. E, no entanto, em tantas ocasiões, tu passas de largo, sem esboçares sequer uma breve saudação de simples cortesia, como fazes com qualquer pessoa conhecida que encontras ao passar! Tens bastante menos fé do que Tomé! (Sulco, 684)

O Criador se desfez em carinho pelas suas criaturas. Nosso Senhor Jesus Cristo, como se já não fossem suficientes todas as outras provas da sua misericórdia, institui a Eucaristia para que possamos tê-Lo sempre perto de nós e porque – tanto quanto nos é possível entender – movido pelo seu Amor, Ele, que de nada necessita, não quis prescindir de nós. A Trindade apaixonou-se pelo homem, elevado à ordem da graça e feito à sua imagem e semelhança, redimiu-o do pecado – do pecado de Adão que se propagou a toda a sua descendência e dos pecados pessoais de cada um – e deseja vivamente morar na nossa alma, como diz o Evangelho: se alguém Me ama, guardará a minha palavra, e Meu Pai o amará, e nós viremos a ele, e faremos nele morada.
Esta corrente trinitária de amor pelos homens perpetua-se de maneira sublime na Eucaristia. Há já muitos anos, todos aprendemos no catecismo que a Sagrada Eucaristia pode ser considerada como Sacrifício e como Sacramento e que o sacramento se nos apresenta como Comunhão e como um tesouro no altar, mais concretamente, no Sacrário. (Cristo que passa, nn. 84–85)


Temas para meditar - 662

Santo Rosário

O Rosário é a minha oração predilecta. 
Oração maravilhosa! 
Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. 
Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria ouviu ao Arcanjo e à sua parente Isabel. 
A estas palavras associa-se a Igreja inteira. 
Pode dizer-se que o Rosário é, de certo modo, um comentário-prece do último capítulo da Constituição "Lumen Gentium" do Vaticano II, capítulo que fala da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja.

De facto, sobre o fundo das palavras "Ave Maria" passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo. 
Estes dispõem-se no conjunto dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e põem-nos em comunhão viva com Jesus através - poderíamos dizer - do coração de Sua Mãe. 
Ao mesmo tempo o nosso coração pode incluir nestas dezenas do Rosário todos os factos que formam a vida do indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da humanidade. 
Acontecimentos pessoais e os do próximo, e de modo particular daqueles que nos estão mais vizinhos, que temos mais no coração. Assim a oração simples do Rosário marca o ritmo da Vida Humana.


(são joão paulo ii, Angelus, 1986.03.28)

Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Lc 17, 5-10

5 Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta-nos a fé!». 6 O Senhor disse-lhes: «Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te para o mar, e ela vos obedecerá. 7 «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem depressa, põe-te à mesa? 8 Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois comerás tu e beberás?  9 Porventura, fica o senhor obrigado àquele servo, por ter feito o que lhe tinha mandado? 10 Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer».

Comentário:

Não nos compete a nós atribuirmo-nos um prémio ou uma paga seja qual for por um serviço que efectuámos a mando de outrem.
Quem nos deu a tarefa é que tem esse encargo e, sempre, de acordo com a justiça.
Não temamos, pois, Ele é a Justiça e a paga será sempre desproporcionada com o valor do serviço.
(ama, comentário sobre Lc 17, 7-10, 2013.11.12)








Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Amigos de Deus



São Josemaria Escrivá

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Jesus tinha trabalhado muito na véspera e, ao percorrer o caminho, sentiu fome.
Movido por esta necessidade, dirige-se àquela figueira que, lá adiante, apresenta uma esplêndida folhagem.
Relata-nos S. Marcos que não era tempo de figos; mas Nosso Senhor aproxima-se para os colher, sabendo muito bem que nessa estação não os encontraria.
Todavia, ao comprovar a esterilidade da árvore com aquela aparência de fecundidade, com aquela abundância de folhas, ordena: Nunca jamais coma alguém fruto de ti.

São palavras duras!
Nunca jamais haja fruto em ti!

Como ficariam os discípulos, sobretudo ao considerarem que era a sabedoria de Deus que falava!?

Jesus amaldiçoou esta árvore, porque só encontrou aparência de fecundidade, folhagem.
Assim aprendemos que não há desculpas para a ineficácia.
Talvez digam: não tenho conhecimentos suficientes... não há desculpa! Ou afirmem: é que a doença...; é que o meu talento não é grande; é que não são favoráveis as condições; é que o ambiente... também não valem essas desculpas!
Ai de quem se enfeita com a folhagem de um falso apostolado, ai de quem ostenta a frondosidade de uma aparente vida fecunda, sem intenções sinceras de conseguir fruto! Parece que aproveita o tempo, que se mexe, que organiza, que inventa um novo modo de resolver tudo... mas é improdutivo.
Ninguém se alimentará com as suas obras sem seiva sobrenatural.

Peçamos ao Senhor para sermos almas dispostas a trabalhar com heroísmo fecundo, pois não faltam muitos na terra que, quando as pessoas se aproximam deles, só apresentam folhas: grandes, reluzentes, lustrosas.
Só folhagem, exclusivamente, e nada mais.
E as almas olham para nós com a esperança de saciar a sua fome, que é fome de Deus! Não é possível esquecer que contamos com todos os meios para isso, ou seja, com a doutrina suficiente e com a graça do Senhor, apesar das nossas misérias.

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Recordo-vos de novo que nos resta pouco tempo: tempus breve est, porque é breve a vida sobre a terra.
Além disso, recordo-vos também que, tendo aqueles meios, não necessitamos senão de boa vontade para aproveitar as ocasiões que Deus nos concedeu.
Desde que Nosso Senhor veio a este mundo, iniciou-se a era favorável, o dia da salvação, para nós e para todos.
Que o Nosso Pai, Deus, não tenha de dirigir-nos a censura que já manifestou pela boca de Jeremias: a cegonha conhece no céu a sua estação; a rola, a andorinha, o grou conhecem o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor.

Não existem datas más ou inoportunas.
Todos os dias são bons para servir a Deus.
Só surgem os maus dias quando o homem os desaproveita com a sua falta de fé, com a sua preguiça, com a sua inércia que o inclina a não trabalhar com Deus e por Deus.
Bendirei o Senhor em todo o tempo!
O tempo é um tesouro que passa, que se escapa, que corre pelas nossas mãos como a água pelas penhas altas.
Ontem já passou e o dia de hoje está a passar. Amanhã será bem depressa outro ontem.
A duração de uma vida é muito curta.
Mas, quantas coisas se podem realizar neste pequeno espaço, por amor de Deus!

Nenhuma desculpa nos aproveitará.
O Senhor foi pródigo connosco.
Instruiu-nos pacientemente; explicou-nos os seus preceitos com parábolas e insistiu connosco sem descanso.
Como a Filipe, pode perguntar-nos: há tanto tempo que estou convosco e ainda não me conhecestes?
Chegou o momento de trabalhar deveras, de ocupar todos os momentos da jornada, de suportar - gostosamente, com alegria - o peso do dia e do calor.

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Nas coisas do Pai

Penso que nos ajudará a terminar melhor estas reflexões uma passagem do Evangelho de S. Lucas, no capítulo segundo.
Cristo é uma criança.
Que dor a de sua Mãe e a de S. José, porque - no regresso de Jerusalém - não vinha entre os parentes e amigos!
E que alegria a sua, quando o vêem, já de longe, doutrinando os mestres de Israel!
Mas reparai nas palavras, aparentemente duras, que saem da boca do Filho, ao responder a sua Mãe: por que me buscáveis?

Não era razoável que o procurassem?
As almas que sabem o que é perder Cristo e encontrá-lo podem compreender isto... porque me buscáveis?
Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai?
Não sabíeis, porventura, que eu devo dedicar totalmente o meu tempo ao meu Pai celestial?

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Este é o fruto da oração de hoje: que nos persuadamos de que o nosso caminhar na terra - em todas as circunstâncias e em todos os momentos - é para Deus; que é um tesouro de glória, uma imagem do Céu; que é, nas nossas mãos, uma maravilha que temos de administrar, com sentido de responsabilidade perante os homens e perante Deus, sem necessidade de mudar de estado, no meio da rua, santificando a nossa profissão ou o nosso ofício, a vida de família, as relações sociais e todas as actividades que parecem à primeira vista só terrenas.

Quando tinha vinte e seis anos e percebi em toda a sua profundidade o compromisso de servir o Senhor no Opus Dei, pedi-lhe com toda a minha alma oitenta anos de gravidade.
Pedia mais anos ao meu Deus - com ingenuidade infantil de principiante - para saber utilizar o tempo, para aprender a aproveitar cada minuto ao seu serviço.
O Senhor sabe conceder essas riquezas.
Talvez tu e eu cheguemos a poder dizer: sou mais sensato que os anciãos, porque observo os teus preceitos.
A juventude não tem de ser sinónimo de despreocupação, assim como ser velho não significa necessariamente prudência e sabedoria.

Recorre comigo à Mãe de Cristo:

Mãe Nossa, que viste crescer Jesus, que o viste aproveitar a sua passagem entre os homens: ensina-me a utilizar os meus dias em serviço da Igreja e das almas.

Mãe bondosa, ensina-me a ouvir, no mais íntimo do meu coração, como uma censura carinhosa, sempre que for necessário, que o meu tempo não me pertence, porque é do Nosso Pai que está nos Céus.

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Começar é de muitos; acabar, de poucos.
Nós, que procuramos comportar-nos como filhos de Deus, temos de estar entre os segundos.
Não o esqueçais: só as tarefas terminadas com amor, bem acabadas, merecem aquele aplauso do Senhor, que se lê na Sagrada Escritura: é melhor o fim de uma obra do que o seu princípio.

É possível que já me tenhais ouvido contar, noutras conversas, esta história.
Em todo o caso, interessa-me recordar-vo-la de novo, por ser muito gráfica e esclarecedora.
Em certa ocasião, procurava eu no Ritual Romano a fórmula destinada a benzer a última pedra de um edifício, no fundo a mais importante, porque sintetiza, como um símbolo, o trabalho duro, esforçado e perseverante de muitas pessoas, durante longos anos.
Fiquei surpreendido quando reparei que não existia, pelo que era necessário conformar-me com uma benedictio ad omnia, uma bênção genérica.
Confesso-vos que me parecia impossível que houvesse tal lacuna e fui revendo devagar, embora inutilmente, o índice do Ritual.

Muitos cristãos perderam a convicção de que a integridade de Vida, pedida pelo Senhor aos seus filhos, exige um cuidado autêntico ao realizarem as tarefas pessoais, que têm de santificar, sem descurarem inclusivamente os pormenores mais pequenos.

Não podemos oferecer ao Senhor uma coisa que, dentro das pobres limitações humanas, não seja perfeita, sem defeitos e realizada com toda a atenção, mesmo nos aspectos mais insignificantes, porque Deus não aceita o que é mal feito.
Não oferecereis nada que tenha defeito, porque não seria aceite favoravelmente, adverte-nos a Escritura Santa.
Por isso, o trabalho de cada um de nós, esse trabalho que ocupa as nossas jornadas e as nossas energias, há-de ser uma oferenda digna do Criador, operatio Dei, trabalho de Deus e para Deus. Numa palavra, uma tarefa bem cumprida e impecável.

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Se reparardes, entre os muitos elogios que fizeram de Jesus aqueles que puderam contemplar a sua vida, há um que, de certo modo, compreende todos os outros.
Refiro-me àquela exclamação, cheia de sinais de assombro e de entusiasmo, que a multidão repetia espontaneamente ao presenciar, atónita, os seus milagres: bene omnia fecit, tudo tem feito admiravelmente bem: os grandes prodígios e as coisas comezinhas, quotidianas, que não deslumbraram ninguém, mas que Cristo realizou com a plenitude de quem é perfectus Deus, perfectus Homo, perfeito Deus e perfeito homem.

Toda a vida do Senhor me apaixona.
Tenho, porém, uma particular predilecção pelos seus trinta anos de existência oculta em Belém, no Egipto e em Nazaré.
Esse longo tempo, de que mal se fala no Evangelho, surge desprovido de significado próprio aos olhos de quem o considera com superficialidade.
E, no entanto, sempre sustentei que um tal silêncio sobre a biografia do Mestre é bem eloquente e encerra maravilhosas lições para os cristãos.
Foram anos intensos de trabalho e de oração, em que Jesus teve uma vida tão normal como a nossa, simultaneamente divina e humana. Naquela singela e ignorada oficina de artesão e, mais tarde, diante das multidões, cumpriu tudo com perfeição.

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O trabalho, participação do poder divino

Desde o começo da sua criação que o homem teve de trabalhar.
Não sou eu quem o inventa.
Basta abrir as primeiras páginas da Sagrada Bíblia para aí se ler que Deus formou Adão com o barro da terra e criou para ele e para a sua descendência este mundo tão formoso, ut operaretur et custodiret illum, com o fim de o trabalhar e de o conservar, e isto antes mesmo de o pecado entrar na humanidade e, como consequência dessa ofensa, a morte, as penas e as misérias.

Temos, pois, de nos convencer de que o trabalho é uma realidade magnífica, que se nos impõe como lei inexorável a que todos estamos submetidos, de uma ou de outra forma, apesar de alguns pretenderem eximir-se a ela.
Aprendei-o bem: esta obrigação não surgiu como uma sequela do pecado original, nem se reduz a uma descoberta dos tempos modernos.
Trata-se de um meio necessário que Deus nos confia na terra, alongando os nossos dias e tornando-nos partícipes do seu poder criador, para que ganhemos o nosso sustento e, simultaneamente, recolhamos frutos para a vida eterna: o homem nasce para trabalhar, como as aves para voar.

Talvez me digais que já se passaram muitos séculos, que muito pouca gente pensa desta maneira, que a maioria provavelmente se afana por motivos bem diversos: uns, por dinheiro; outros, para manter a família; outros, na mira de conseguir uma certa posição social, para desenvolver as suas capacidades, para satisfazer as suas paixões desordenadas, para contribuir para o progresso social.
E todos, em geral, encaram as suas ocupações como uma necessidade de que não podem evadir-se.

Perante esta visão plana, egoísta, rasteira, tu e eu temos de recordar a nós mesmos e de recordar aos outros que somos filhos de Deus, a quem o nosso Pai dirigiu um convite idêntico ao daqueles personagens da parábola evangélica: filho, vai trabalhar na minha vinha.
Posso assegurar-vos que aprenderemos a terminar as nossas tarefas com a maior perfeição humana e sobrenatural de que somos capazes, se nos empenharmos em considerar assim diariamente as nossas obrigações pessoais como ordem divina.
É possível que nos rebelemos numa ou noutra ocasião como o filho mais velho, que respondeu: não quero!
Saberemos, contudo, reagir e, desde que nos arrependamos, dedicar-nos-emos mais esforçadamente ao cumprimento do dever.

(cont)


Tratado da vida de Cristo 128

Questão 48: Do modo da paixão de Cristo

Art. 2 — Se a Paixão de Cristo causou a nossa salvação a modo de satisfação.

O segundo discute-se assim. — Parece que a Paixão de Cristo não causou a nossa salvação a modo de satisfação.

1. — Quem pecou é que deve dar satisfação, como demonstram as outras partes da penitência; assim, quem pecou deve arrepender-se e confessar o pecado. Ora, Cristo não pecou segundo o diz a Escritura: O qual não cometeu pecado. Logo, não satisfez pela sua Paixão própria.

2. Demais. — Não satisfazemos ninguém por meio de uma ofensa maior. Ora, a ofensa máxima foi a perpetrada na Paixão de Cristo; pois, pecaram gravissimamente os que o mataram como dissemos. Logo, parece que pela Paixão de Cristo não podia Deus ser satisfeito.

3. Demais. — A satisfação implica uma certa igualdade com a culpa, por ser um acto de justiça. Ora, parece que a Paixão de Cristo não foi igual a todos os pecados do género humano, porque Cristo não sofreu na divindade, mas na sua carne, segundo a Escritura: Havendo, pois, Cristo padecido na carne. Ora, a alma que é contaminada pelo pecado, é superior à carne. Logo, pela sua Paixão, Cristo não satisfez pelos nossos pecados.

Mas, em contrário, da sua pessoa diz a Escritura: Paguei então o que não tinha roubado. Ora, não pagou o que perfeitamente não satisfez. Logo, pela sua Paixão Cristo satisfez perfeitamente pelos nossos pecados.

Propriamente satisfaz pela ofensa, quem oferece o que ama tanto ou mais o que odeia a ofensa. Ora, Cristo, sofrendo por obediência e caridade, ofereceu a Deus um bem maior do que o exigido pela recompensa da ofensa total do género humano. Assim, primeiro, pela grandeza da caridade, pela qual sofria. Segundo, pela dignidade da sua vida, que oferecia em satisfação, que era a vida de Deus e do homem. Terceiro, por causa da generalidade da Paixão e da grandeza da dor assumida, como dissemos. Donde, a Paixão de Cristo foi uma satisfação não só suficiente, mas também superabundante pelos pecados do género humano, segundo o Evangelho: Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A cabeça e os membros constituem uma como que pessoa mística. Por isso a satisfação de Cristo pertence a todos os fiéis, como aos seus membros. Assim, também quando dois homens estão unidos pela caridade, um pode satisfazer por outro, como a seguir se dirá. Mas o mesmo não se dá com a confissão e o arrependimento; porque a satisfação consiste num acto exterior, para o qual se podem empregar instrumentos, entre os quais se contam também os amigos.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Maior foi a caridade de Cristo na sua Paixão do que a malícia dos que o crucificaram. Por isto Cristo pôde satisfazer mais pela sua Paixão, do que ofendê-lo os que o crucificaram e o mataram. Porquanto a Paixão de Cristo foi suficiente e superabundante para satisfazer pelos pecados dos que o mataram.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A dignidade da carne de Cristo não deve ser a validade só pela natureza da carne, mas pela pessoa assumente; isto é, enquanto carne de Deus, donde lhe derivava a dignidade infinita.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?