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30/09/2016

Para ti estudar é uma obrigação grave

Oras, mortificas-te, trabalhas em mil coisas de apostolado..., mas não estudas. – Então, não serves, se não mudas. O estudo, a formação profissional, seja qual for, entre nós é obrigação grave. (Caminho, 335)

Se tens de servir a Deus com a tua inteligência, para ti estudar é uma obrigação grave. (Caminho, 336)

Frequentas os Sacramentos, fazes oração, és casto... e não estudas... – Não me digas que és bom; és apenas bonzinho. (Caminho, 337)


Reflectindo - 203

Santa Missa em Malta

Esta santa missa celebrada em língua maltesa parece-me ter um efeito estranho ao mesmo tempo comovente e muito muito sincero.

O Senhor fala todas as línguas e eu, por graça indiscutível entendo tudo, compreendo tudo porque a Sua voz é a mesma, o que me diz é o de sempre sem qualquer diferença.

A Comunhão dos Santos, a unidade dos cristãos, a "cumplicidade" dos filhos de Deus... pode chamar-se o que é quiser mas sinto, sei, constato que existe.

Sou tão feliz por ter aprendido da boca da minha querida Mãe tantas coisas que talvez nunca viesse a saber.

Penso que o exemplo que dou aos meus netos será como uma catequese e que se lembrarão sempre: o Avô ia à Missa todos os dias!


(ama, Malta, 25 de Maio 2016)

Evangelho e comentário


Tempo Comum

São Jerónimo – Doutor da Igreja [i]

Evangelho: Lc 10, 13-16

13 «Ai de ti, Corazin! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado as maravilhas que se têm operado em vós, há muito tempo que teriam feito penitência vestidas de cilício e jazendo sobre a cinza. 14 Por isso haverá, no dia de juízo, menos rigor para Tiro e Sidónia que para vós. 15 E tu, Cafarnaum, “que te elevas até ao céu, serás abatida até ao inferno”. 16 Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».

Comentário:

Olhamos para nós próprios e, muitas vezes, consideramos que somos preteridos nos favores do Céu.
O que vimos pedindo há tanto tempo e que não nos é concedido, o que outros que consideramos não terem os méritos que nós julgamos que temos e que, parece, recebem sem esforço.

Temos o olhar algo turvo e o critério desvirtuado.

Deus Nosso Senhor pode não nos dar exactamente o que pedimos mas não deixa de atender ao que solicitamos da forma mais conveniente para nós.

(AMA, Comentário sobre Lc 10, 13-16, 2014.10.03)











[i] São Jerónimo, presbítero e doutor da Igreja, que, nascido na Dalmácia, na actual Croácia, estudou em Roma, onde adquiriu uma vastíssima cultura literária, e aí recebeu o Baptismo; depois, atraído pelo valor da contemplação e da vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado presbítero. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso; mais tarde, estabeleceu-se em Belém e retirou-se na vida monástica, dedicando-se com exímia competência a traduzir e explicar a Sagrada Escritura. De modo admirável tomou parte activa nos vários problemas e necessidades da Igreja; finalmente, chegando a uma idade avançada, descansou na paz do Senhor.

Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Amigos de Deus



São Josemaria Escrivá

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Na parábola dos convidados para o banquete, o pai de família, depois de tomar conhecimento de que alguns dos que deveriam comparecer na festa se tinham desculpado com razões sem razão, ordena ao criado: vai pelos caminhos e ao longo dos cercados e força a vir - compelle intrare - aqueles que encontrares.

Não é isto coacção?
Não é usar de violência contra a legítima liberdade de cada consciência?

Se meditarmos o Evangelho e ponderarmos os ensinamentos de Jesus, não confundiremos essas ordens com a coacção.
Vejam como Cristo insinua sempre: se queres ser perfeito..., se alguém quer vir atrás de mim...
Esse compelle intrare não implica violência física nem moral; é reflexo do ímpeto do exemplo cristão, que mostra no seu proceder a força de Deus.
Vede como o Pai atrai: deleita ensinando; não impondo a necessidade.
Assim atrai a Si.

Quando se respira esse ambiente de liberdade, entende-se claramente que actuar mal não é uma libertação, mas uma escravidão. Quem peca contra Deus conserva o livre arbítrio relativamente à liberdade de coacção, mas perdeu-o em relação à liberdade de culpa. Talvez declare que procedeu de acordo com as suas preferências, mas não conseguirá pronunciar o nome da verdadeira liberdade, porque se fez escravo daquilo por que se decidiu e decidiu-se pelo pior, pela ausência de Deus, e aí não há liberdade.

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Repito: não aceito outra escravidão senão a do Amor de Deus. E isto porque, como já tenho comentado noutras ocasiões, a religião é a maior rebeldia do homem, que não tolera viver como um animal, que não se conforma - não sossega - enquanto não ganha intimidade e conhece o Criador.
Quero-os rebeldes, livres de todas os laços, porque os quero - Cristo quer-nos! - filhos de Deus.

Escravidão ou filiação divina: eis o dilema da nossa vida.
Ou filhos de Deus ou escravos da soberba, da sensualidade, desse egoísmo angustiante em que tantas almas parecem debater-se.

O Amor de Deus marca o caminho da verdade, da justiça, do bem.
Quando nos decidimos a responder a Nosso Senhor: a minha liberdade para Ti, encontramo-nos libertos de todas as cadeias que nos atavam a coisas sem importância, a preocupações ridículas, a ambições mesquinhas.
E a liberdade - tesouro incalculável, pérola maravilhosa que seria triste lançar aos animais - emprega-se inteiramente em aprender a fazer o bem.

Esta é a liberdade gloriosa dos filhos de Deus.
Os cristãos amedrontados - coibidos ou invejosos - na sua conduta, perante a libertinagem dos que não aceitam a Palavra de Deus, demonstram ter um conceito miserável da nossa fé. Se cumprirmos verdadeiramente a Lei de Cristo - se nos esforçarmos por cumpri-la, porque nem sempre o conseguiremos - descobrir-nos-emos dotados dessa maravilhosa elegância de espírito, que não precisa de ir buscar a outro sítio o sentido da mais plena dignidade humana.

A nossa fé não é uma carga, nem uma limitação.

Que pobre ideia da verdade cristã manifestaria quem assim pensasse! Ao decidirmo-nos por Deus não perdemos nada; ganhamos tudo.
Quem, à custa da sua alma, conserva a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de Mim, voltará a achá-la.

Tirámos a carta que ganha, conseguimos o primeiro prémio. Quando alguma coisa nos impedir de ver isto com clareza, examinemos o interior da nossa alma.
Talvez haja pouca fé, pouca intimidade pessoal com Deus, pouca vida de oração.
Temos de pedir a Nosso Senhor - através de sua Mãe e nossa Mãe - que aumente em nós o seu amor, que nos conceda saborear a doçura da sua presença; porque só quando se ama se chega à mais plena liberdade: a de jamais querer abandonar, por toda a eternidade, o objecto dos nossos amores.


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Gosto sempre de lembrar, quando me dirijo a vós e conversamos todos juntos com Deus Nosso Senhor, que estou a fazer a minha oração pessoal em voz alta.
Pela vossa parte, deveis esforçar-vos também por alimentar a vossa oração nas vossas almas, mesmo quando, por qualquer circunstância, como a de hoje, por exemplo, sintamos a obrigação de tratar de um tema que não parece, à primeira vista, muito adequado para um diálogo de amor, que é isso o nosso colóquio com o Senhor.
Digo à primeira vista, porque tudo o que nos acontece, tudo o que se passa ao nosso lado pode e deve ser tema da nossa meditação.

Tenho de falar-vos do tempo, deste tempo que vai passando. Não vou repetir a conhecida afirmação de que um ano a mais é um ano a menos...
Nem sequer vos sugiro que pergunteis o que é que por aí pensam da passagem dos dias, pois provavelmente - se o fizésseis - ouviríeis alguma resposta deste estilo: juventude, divino tesouro, que passas para não voltar... embora admita que talvez ouvísseis alguma consideração com mais sentido sobrenatural.

Também não quero deter-me a pensar na brevidade da vida, com laivos de nostalgia.
Para nós, cristãos, a fugacidade do caminho terreno deve incitar-nos a aproveitar melhor o tempo, não a temer Nosso Senhor, e muito menos a olhar a morte como um final desastroso.
Um ano que termina - já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos - com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra!
Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal.
Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar.
Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.

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Abramos o Evangelho de S. Mateus, no capítulo vigésimo quinto: então será semelhante o reino dos céus a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo e da esposa. Mas cinco delas eram loucas e cinco prudentes.
O evangelista conta que as prudentes aproveitaram o tempo.
Abastecem-se discretamente do azeite necessário e estão preparadas quando as avisam:
Eia, está na hora!
Eis que vem o esposo, saí ao seu encontro; avivam as suas lâmpadas e apressam-se a recebê-lo com alegria.

Há-de chegar também para nós esse dia, que será o último e não nos causa medo.
Confiando firmemente na graça de Deus, estamos dispostos desde este momento, com generosidade, com fortaleza, pondo amor nas pequenas coisas, a acudir a esse encontro com o Senhor, levando as lâmpadas acesas, porque nos espera a grande festa do Céu.
Somos nós, irmãos queridíssimos, os que intervimos nas bodas do Verbo.
Nós, que já temos fé na Igreja, que nos alimentamos com a Sagrada Escritura, que nos sentimos contentes pelo facto de a Igreja estar unida a Deus.
Pensai agora, peço-vos, se viestes a esta boda com o traje nupcial: examinai atentamente os vossos pensamentos. Asseguro-vos - e também o asseguro a mim mesmo - que esse traje de cerimónia será tecido com o amor de Deus com que tivermos sabido realizar até as mais pequenas tarefas.

Efectivamente, é próprio dos apaixonados cuidar dos pormenores, mesmo nas acções que aparentemente não têm importância.

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Mas voltemos à sequência da parábola.

E as fátuas, que fazem?
A partir de então, já põem empenho em esperar o Esposo, pois vão comprar azeite.
Mas decidiram-se tarde e, enquanto foram, chegou o esposo; e as que estavam preparadas entraram com ele a celebrar as bodas, e fechou-se a porta.
Mais tarde vieram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos!
Não é que tenham permanecido inactivas, pois tentaram fazer alguma coisa... mas ouviram a voz que lhes responde com dureza: não vos conheço.
Não souberam ou não quiseram preparar-se com a solicitude devida e esqueceram-se de tomar a razoável precaução de adquirir o azeite a tempo.
Faltou-lhes generosidade para cumprirem acabadamente o pouco que lhes tinha sido pedido.
Dispunham na verdade de muitas horas, mas desaproveitaram-nas.

Pensemos na nossa vida com valentia.
Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa santificação?
Por que descuidamos as obrigações familiares?
Por que é que se nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício da Missa?
Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais? Podeis responder-me: são coisas pequenas.

Sim, com efeito, mas essas coisas pequenas são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz.

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Desde a primeira hora

O reino dos céus é semelhante a um pai de família que, ao romper da manhã, saiu a contratar operários para a sua vinha.
Conheceis já a narração: aquele homem volta à praça em diferentes ocasiões para contratar trabalhadores, sendo uns chamados ao romper da aurora e outros muito perto da noite.

Todos recebem um denário: o salário que te tinha prometido, isto é, a minha imagem e semelhança.
No denário está impressa a imagem do Rei.
Esta é a misericórdia de Deus, que chama a cada um de acordo com as suas circunstâncias pessoais, porque quer que todos os homens se salvem.
Mas nós nascemos cristãos, fomos educados na fé, fomos escolhidos claramente pelo Senhor.
Esta é a realidade.
Então, quando vos sentis chamados a corresponder, mesmo que seja à última hora, podereis continuar na praça pública a apanhar sol, como muitos daqueles operários, porque lhes sobrava tempo?

Não nos deve sobrar o tempo.
Nem um segundo.
E não exagero!
Trabalho há sempre.
O mundo é grande e são milhões as almas que não ouviram ainda falar claramente da doutrina de Cristo.
Dirijo-me a cada um de vós.
Se te sobra tempo, medita um pouco: é muito possível que vivas no meio da tibieza, ou que, sobrenaturalmente, sejas um paralítico.
Não te mexes, estás parado, estéril, sem realizar todo o bem que deverias comunicar aos que se encontram a teu lado, no teu ambiente, no teu trabalho, na tua família.

(cont)

Orar por los que gobiernan

Cardenal Antonio Caziñares
San Pablo, en su Carta a Timoteo, le exhorta a orar por los que gobiernan; la exhortación de Pablo cobra, en estos momentos precisos que estamos viviendo, una actualidad inusitada. Tras las horribles situaciones inhumanas en los conflictos bélicos existentes, los execrables atentados terroristas tan frecuentes como horrorosos de los últimos años y meses, y los momentos cruciales y difíciles para la humanidad en los que nos encontramos, hemos de orar por los que gobiernan; porque los que gobiernan en el mundo entero necesitan de manera especial en esta situación la oración de todos nosotros.

Como San Pablo a Timoteo, me hago eco de su exhortación y recomiendo hacer oraciones, plegarias y súplicas por ellos, por los que nos gobiernan en el mundo, para que podamos llevar una vida tranquila y apacible.

Ante la situación que nos envuelve y amenaza al mundo entero es preciso y urgente que se despierte en el corazón de todo el mundo una firme decisión de rechazar las vías de la violencia, luchar contra toda semilla de odio, desigualdad y división en el seno de la familia humana y trabajar por el advenimiento de una nueva era de cooperación universal inspirada en los más altos valores de solidaridad, justicia y paz.

Y por eso es preciso orar por los que rigen los destinos de los pueblos: que, en todas sus decisiones, les mueva el respeto a los derechos humanos y la implantación de la justicia, que es condición indispensable para una libertad auténtica y una paz verdadera y duradera.

Estamos necesitados de que se cumpla en el momento actual hacer lo que Dios quiere, implantando la justicia social, viviendo en atención y respeto a los pobres, llevando a cabo una distribución justa de la riqueza, sin absolutizar el dinero, y sin aprovecharse del mismo para los solos intereses propios. En el siglo que nos encontramos la Humanidad tiene la oportunidad de hacer grandes avances contra algunos de sus enemigos tradicionales: la pobreza, la enfermedad, la violencia. De nosotros depende que a un siglo de lágrimas, el siglo XX, le siga un siglo XXI que sea tiempo auroral para el hombre, «nueva primavera del espíritu humano».

Las posibilidades a disposición de la familia humana son inmensas, si bien no siempre suficientemente manifiestas en el mundo, en el que demasiados hermanos y hermanas nuestros sufren hambre, desnutrición y falta de acceso a la sanidad y a la educación, o se hallan gravados por gobiernos injustos, conflictos armados, desplazamientos forzosos y nuevas formas de servidumbre humana. Se requiere amplitud de mirada y generosidad para aprovechar las oportunidades a nuestra disposición, especialmente por parte de quienes se han visto bendecidos con la libertad, la riqueza y la abundancia de recursos.

Las apremiantes cuestiones éticas suscitadas por la división existente entre quienes se benefician de la globalización de la economía mundial y aquellos que se ven excluidos de dichos beneficios exigen respuestas nuevas y creativas por parte de la comunidad internacional. La revolución de la libertad en el mundo debe verse completada por una «revolución de oportunidades» que haga posible que todos los miembros de la familia humana gocen de una existencia digna y compartan los benefi cios de un desarrollo auténticamente global.

Dios quiere que todos los hombres se salven y lleguen al conocimiento de la verdad. Dios quiere que todos los hombres vivan en la verdad de ser hombres: criaturas suyas, amados por Él hasta el extremo, dotados de una dignidad inviolable. Dios quiere hacer partícipes a todos de su amor, amor que se manifiesta en los beneficios de la tierra destinados a todos los hombres y no a unos pocos. Y la verdad de todo es Cristo, el mediador único entre Dios y los hombres.

En esta hora que estamos viviendo necesitamos convertirnos a Dios, volver a Dios, centrar nuestra mirada, nuestro corazón y nuestras vidas en Jesucristo. La humanidad lo necesita. No podemos servir a Dios y al dinero. No podemos servir a Dios y a esta sociedad en la que todo parece que tiene que ser economía, dinero, poder, hedonismo a toda costa, utilitarismo sin límite en todo. Necesitamos convertirnos a Dios en esta sociedad tan materialista, en la que parece que solo cuenta el dinero y el placer, que se han convertido en verdaderos ídolos, a los que el hombre se supedita y se postra todo interés. Necesitamos a Dios, en quien está la verdad del hombre y su dignidad.

Por eso mismo, si queremos sobrevivir y prosperar, las estructuras económicas y políticas que acompañan a esta sociedad deben estar regidas por una visión cuyo centro sea la dignidad otorgada por Dios y los inalienables derechos de todo ser humano inscritos en su naturaleza, desde el momento de su concepción hasta su muerte natural. Cuando algunas vidas, con inclusión de los no nacidos, se ven sujetas a las opciones personales de otros, deja de quedar garantizado cualquier otro valor y derecho, y la sociedad acaba inevitablemente regida por intereses y conveniencias particulares, que niegan y destruyen el bien común.

No puede mantenerse la libertad en un clima cultural que mide la dignidad humana en términos estrictamente utilitarios. Jamás había sido tan apremiante la necesidad de infundir nuevo vigor a la visión y determinación moral esencial para mantener una sociedad justa y libre. Esto es lo que se nos pide a todos hoy: que no tengamos más que un solo Señor, Dios, que quiere a todos los hombres, que hace salir su sol sobre buenos y malos, que quiere que todos los hombres se salven y conozcan y vivan en la verdad y en el amor que nos libera y nos hace libres, que perdona siempre y sin límites, que no quiere la exclusión de nadie ni de sus bienes a nadie, y que vivamos como verdaderos servidores suyos, porque ahí es donde está la verdadera realización del hombre que vivirá en el amor, realizando la justicia, volcándose en favor de los más pobres, acogiendo a todos y trabajando por la paz, no utilizando nada ni nadie en favor exclusivo del propio interés como «administradores infi eles que barren para su propia casa».

Que Dios conceda vivir así y que ayude a los gobernantes de todo el mundo a que se abran a esta manera de ver las cosas, como Dios las ve, y que les dé fortaleza para hacerlas realidad en este mundo tan necesitado de superación de toda violencia y de implantación de toda justicia y paz

Cardenal Antonio Cañizares29 septiembre 2016