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28/08/2016

Reflectindo - 190

Quero amar-te mais.

Senhor:

Sinto uma necessidade urgente de Te dizer que Te amo.

Eu sei que Tu conheces muitíssimo bem esse desejo que me enche a alma como uma espécie de calor que sinto dentro de mim, algo que não consigo – aliás não quero – refrear.
Mas tenho sempre esta sensação de não Te amar como quero, como deveria, quanto deveria.

Que fazer?

Pedir-te encarecidamente que me ensines a amar-te como Tu queres que Te ame?

Dirigir-me à Tua e minha Mãe Santíssima que me diga como fazer?

Ao Anjo da Minha Guarda que me sussurre sem desfalecimento: Ama! Ama! Ama!

Ponho aqui, nas minhas mãos, o meu pobre coração e ofereço-to com toda a minha vontade bem firme e determinada.

Aceita-o, meu Deus, meu Tudo! ou, então, se este não prestar para nada, dá-me outro que melhor sirva o meu desejo de Te amar.

Aqui me tens, pobre, criança, pateta, que não sabe como pedir o que quer pedir:

Amar-te mais!

ama, 2016.02.24



Não te esqueças da figueira amaldiçoada

Aproveita o tempo. Não te esqueças da figueira amaldiçoada. Já fazia alguma coisa: dar folhas. Como tu... – Não me digas que tens desculpas. De nada valeu à figueira – narra o Evangelista – não ser tempo de figos, quando o Senhor lá os foi buscar. – E estéril ficou para sempre. (Caminho, 354)

Voltemos ao Santo Evangelho e detenhamo-nos no que refere S. Mateus, no capítulo vigésimo primeiro. Conta-nos que Jesus, quando voltava para a cidade, teve fome. Vendo uma figueira junto do caminho, aproximou-se dela. Que alegria, Senhor, ver-te com fome, ver-te também sedento, junto do poço de Sicar!. (...)

Como te fazes compreender bem, Senhor! Como te fazes amar! Mostras-te igual a nós em tudo, excepto no pecado, para que sintamos que contigo poderemos vencer as nossas más inclinações e as nossas culpas. Efectivamente, não têm importância o cansaço, a fome, a sede, as lágrimas... Cristo cansou-se, passou fome, teve sede, chorou. O que importa é a luta – uma luta amável, porque o Senhor permanece sempre a nosso lado – para cumprir a vontade do Pai que está nos céus. (...)


Abeirou-se da figueira, mas não encontrou senão folhas. É lamentável. Não acontecerá assim também na nossa vida? Não haverá nela, infelizmente, falta de fé e de vibração de humildade, ausência de sacrifícios e de obras? Não será que apresentamos um cristianismo só de fachada e sem frutos? É terrível, porque Jesus ordena: Nunca mais nasça fruto de ti. E, imediatamente, secou a figueira. Entristece-nos esta passagem da Sagrada Escritura, ao mesmo tempo que, por outro lado, nos anima a avivar a fé, a viver conformes à fé, para que Cristo receba sempre algum lucro da nossa parte. (Amigos de Deus 201–202).

Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Lc 14, 1. 7-14

1 Entrando Jesus, um sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a observá-l'O. 7 Disse também uma parábola, observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: 8 «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha sido convidada pelo dono da casa, 9 e que venha quem te convidou a ti e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último lugar. 10 Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então terás com isto glória na presença de todos os convidados; 11 porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado». 12 Dizia mais àquele que O tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os vizinhos ricos; para que não aconteça que também eles te convidem e te paguem com isso. 13 Mas, quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos; 14 e serás bem-aventurado, porque esses não têm com que retribuir-te; mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos».

Comentário:

Já comentei este trecho do Evangelho a propósito da ânsia de protagonismo que muitos têm - incluindo eu próprio - por isso posso afirmar que este defeito nos leva frequentemente a assumir posições detestáveis e quase sempre ridículas.

É necessário um esforço sério e constante para assumir o que de facto somos - pessoas normais e correntes com virtudes e defeitos - e que o que possa haver em nós de excepcional ou digno de nota não é mérito nosso mas sim graça de Deus.

(ama, comentário sobre Lc 14, 1. 7-11, Lisboa 2015.10.31)








Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Cristo que passa



São Josemaria Escrivá
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Respeito e caridade

Surpreendia-nos ao princípio a atitude dos discípulos de Jesus diante do cego de nascimento.
Estavam na linha daquele rifão infeliz: pensa mal e acertarás.
Depois, quando conhecem melhor o Mestre, quando se apercebem do que significa ser cristão, as suas opiniões são inspiradas pela compreensão.

Em qualquer homem - escreve S. Tomás - existe algum aspecto pelo qual os outros podem considerá-lo como superior, conforme as palavras do Apóstolo: "levados pela humildade, julgai-vos uns aos outros como superiores" [1].
De acordo com isto, todos os homens devem honrar-se mutuamente. A humildade é a virtude que nos faz descobrir que as manifestações de respeito pela pessoa - pela sua honra, pela sua boa-fé, pela sua intimidade - não são convencionalismos exteriores, mas as primeiras manifestações da caridade e da justiça.

A caridade cristã não se limita a socorrer o necessitado de bens económicos; leva-nos, antes de mais nada, a respeitar e a defender cada indivíduo enquanto tal, na sua intrínseca dignidade de homem e de filho do Criador.
Por isso, os atentados à pessoa - à sua reputação, à sua honra - provam, em quem os comete, que não professa ou não pratica algumas verdades da nossa fé cristã e, sempre, a carência de um autêntico amor de Deus.
A caridade com que amamos a Deus e ao próximo é a mesma virtude, porque a razão de amar o próximo é precisamente Deus e amamos a Deus quando amamos o próximo com caridade.

Espero que sejamos capazes de tirar consequências muito concretas deste bocado de conversa na presença do Senhor, principalmente o propósito de não julgar os outros, de não os ofender sequer com a dúvida, de afogar o mal em abundância de bem, semeando ao nosso redor a convivência leal, a justiça e a paz, e a decisão de nunca nos entristecermos se a nossa conduta recta for mal entendida por outros, se o bem que - com a ajuda contínua do Senhor - procuramos realizar, for interpretado retorcidamente, atribuindo às nossas intenções, através de um processo ilícito, maus desígnios próprios de uma conduta dolosa e simuladora.
Perdoemos sempre, com um sorriso nos lábios.
Falemos com clareza, sem rancor, quando pensarmos em consciência que devemos falar.
E deixemos tudo nas mãos do Nosso Pai, Deus, com um divino silêncio - Iesus autem tacebat, Jesus, porém, estava calado -, se se trata de ataques pessoais, por mais brutais e indecorosos que sejam.
Preocupemo-nos apenas em fazer boas obras, pois Ele encarregar-se-á de que elas brilhem diante dos homens.

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Como toda a festa cristã, esta que agora celebramos é especialmente uma festa de paz.
Os ramos, com o seu antigo simbolismo, evocam aquela cena do Génesis: depois de ter esperado outros sete dias, novamente deitou a pomba fora da arca.
E ela voltou a ele pela tarde trazendo no bico um ramo de oliveira com folhas verdes.
Entendeu, pois, Noé que as águas tinham cessado sobre a terra.
Agora recordamos que a aliança entre Deus e o seu povo é confirmada e estabelecida em Cristo, porque Ele é a nossa paz.
Nessa maravilhosa unidade e recapitulação do velho no novo, que caracteriza a liturgia da nossa Santa Igreja Católica, lemos no dia de hoje estas palavras de profunda alegria: os filhos dos hebreus, levando ramos de oliveira, saíram ao encontro do Senhor, aclamando e dizendo: glória nas alturas.

A aclamação a Jesus Cristo une-se, na nossa alma, com aquela que saudou o seu nascimento em Belém.
E, à sua passagem, conta-nos S. Lucas, as multidões estendiam os seus mantos no caminho. E, quando já ia chegando à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos seus discípulos começou alegremente a louvar a Deus em altas vozes por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor. Paz no Céu e glória nas alturas.

Paz na terra

Pax in coelo, paz no céu.
Mas olhemos também o mundo: porque é que não há paz na terra? Não, não há paz.
Há somente aparências de paz, equilíbrio de medo, compromissos precários.
Nem sequer há paz na Igreja, sulcada por tensões que retalham a branca túnica da Esposa de Cristo.
Não há paz em muitos corações que tentam em vão compensar a intranquilidade da alma com a distracção contínua, com a pequena satisfação dos bens que não saciam, porque deixam sempre o travo amargo da tristeza.

As folhas de palma, escreve Santo Agostinho, são o símbolo da homenagem, porque significam vitória.
O Senhor estava a momentos da vitória, morrendo na Cruz.
Ia triunfar, no sinal da Cruz, sobre o Diabo, príncipe da morte.
Cristo é a nossa paz porque venceu; e venceu porque lutou, no duro combate contra a maldade acumulada pelos corações humanos.

Cristo, que é a nossa paz, é também o Caminho. Se queremos a paz, temos de seguir os seus passos.
A paz é consequência da guerra, da luta, dessa luta ascética, íntima, que cada cristão deve sustentar contra tudo aquilo que, na sua vida, não é de Deus: contra a soberba, a sensualidade, o egoísmo, a superficialidade, a estreiteza do coração.
É inútil clamar pelo sossego exterior se falta tranquilidade nas consciências, no fundo da alma, porque é do coração que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfémias.

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Luta, compromisso de amor e de justiça

Mas não parece antiquada esta linguagem?
Porventura não foi substituída por um vocabulário de moda feito de claudicações pessoais encobertas com uma roupagem pseudo-científica?
Não existirá hoje um acordo tácito em que os bens reais são apenas o dinheiro que tudo compra, o poder temporal, a astúcia para ficar sempre por cima, a sabedoria humana que se autodefine como adulta e pensa ter superado o sagrado?

Não sou nem nunca fui pessimista, porque a fé me diz que Cristo venceu definitivamente e nos deu, como prémio da sua conquista, um mandato, que é também um compromisso: lutar.
Nós, cristãos, temos um empenho de amor, que aceitamos livremente com a chamada da graça divina: uma obrigação que nos anima a lutar com tenacidade.
Sabemos que somos tão frágeis como os outros homens, mas também não podemos esquecer-nos de que, se usarmos os devidos meios, seremos o sal, a luz e a levedura do mundo.
Seremos o consolo de Deus.

O nosso empenho de perseverar com firmeza neste propósito de Amor é, além disso, um dever de justiça.
E a matéria desta exigência, comum a todos os fiéis, traduz-se numa batalha constante.
A tradição da Igreja sempre se referiu aos cristãos como milites Christi, soldados de Cristo; soldados que dão serenidade aos outros enquanto combatem continuamente contra as suas próprias más inclinações.
Às vezes, por falta de sentido sobrenatural, por uma descrença prática, não querem compreender de forma alguma como milícia a vida na Terra.
Insinuam maliciosamente que, se nos consideramos milites Christi, há o perigo de utilizarmos a fé para fins temporais de violência, de sedições.
Esse modo de pensar é um triste e pouco lógico simplismo, que costuma andar unido ao comodismo e à cobardia.

Nada há de mais estranho à fé católica do que o fanatismo.
Este conduz a estranhas confusões, com os mais diversos matizes, entre o que é profano e o que é espiritual.
Tal perigo não existe, se a luta se entende como Cristo no-la ensinou, isto é, como guerra de cada um consigo mesmo, como esforço sempre renovado por amar mais a Deus, por desterrar o egoísmo, por servir todos os homens.
Renunciar a esta contenda, seja com que desculpa for, é declarar-se de antemão derrotado, aniquilado, sem fé, com a alma caída e dissipada em complacências mesquinhas.

Para o cristão, o combate espiritual diante de Deus e de todos os irmãos na fé é uma necessidade, uma consequência da sua condição. Por isso, se alguém não luta, está a trair Jesus Cristo e todo o Corpo Místico, que é a Igreja.

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Luta incessante

A guerra do cristão é incessante, porque na vida interior dá-se um perpétuo começar e recomeçar, que impede que, com orgulho, nos pensemos já perfeitos.
É inevitável que haja muitas dificuldades no nosso caminho; se não encontrássemos obstáculos, não seríamos criaturas de carne e osso. Havemos de ter sempre paixões que nos puxem para baixo e sempre precisaremos de nos defender desses delírios mais ou menos veementes.

Sentir no corpo e na alma o aguilhão do orgulho, da sensualidade, da inveja, da preguiça, do desejo de subjugar os outros, não deveria ser uma descoberta.
É um mal antigo, sistematicamente confirmado pela nossa experiência pessoal.
É o ponto de partida e o ambiente habitual para ganhar a nossa corrida para a casa do Pai, neste desporto tão íntimo.
Por isso ensina S. Paulo: quanto a mim corro, não como à aventura; combato, não como quem açouta o ar; mas castigo o meu corpo, e reduzo-o à escravidão, para que não suceda que, tendo pregado aos outros, eu mesmo venha a ser réprobo.

Para começar ou sustentar esta contenda, o cristão não deve esperar manifestações exteriores ou sentimentos favoráveis.
A vida interior não é uma questão de sentimentos, mas de graça divina e de vontade, de amor.
Todos os discípulos foram capazes de seguir Cristo no seu dia de triunfo em Jerusalém, mas quase todos O abandonaram à hora do opróbrio da Cruz.

Para amar de verdade é preciso ser forte, leal, com o coração firmemente engastado na fé, na esperança e na caridade.
Só as pessoas levianas mudam caprichosamente o objecto dos seus amores, que não são amores, mas compensações egoístas.
Quando há amor, há integridade: capacidade de entrega, de sacrifício, de renúncia.
E no meio da entrega, do sacrifício e da renúncia, juntamente com o suplício da contradição, a felicidade e a alegria, uma alegria que nada nem ninguém nos poderá tirar.

Neste torneio de amor não devem entristecer-nos as quedas, nem sequer as quedas graves, se recorremos a Deus no Sacramento da Penitência, com dor e com um bom propósito.
O cristão não é um maníaco coleccionador de folhas imaculadas de bons serviços.
Jesus Cristo Nosso Senhor comove-se tanto com a inocência e a fidelidade de João como, depois da queda de Pedro, se enternece com o seu arrependimento.
Jesus compreende a nossa debilidade e atrai-nos a Si como em plano inclinado, desejando que saibamos insistir no esforço de subir cada dia um pouco.
Procura-nos, da mesma forma que procurou os discípulos de Emaús, ou seja, saindo-lhes ao encontro; como procurou Tomé e lhe mostrou e lhe fez tocar com os seus dedos as chagas abertas nas mãos e no peito. Jesus Cristo sempre está à espera que voltemos para Ele, precisamente porque conhece a nossa fraqueza.

(cont)




[1] Fil. II, 3

Temas para meditar - 657

Rectidão de coração

Quem são os rectos de coração?

Os que querem o que Deus quer.

Não queiras torcer a vontade de Deus para acomodá-la à tua; ao contrário, corrige a tua von­tade para acomodá-la à vontade de Deus. 


(santo agostinho, Enarrationes in Salmos, 93, trad ama)

Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?