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17/07/2016

Se alguém não luta...

A alegria é um bem cristão, que possuímos enquanto lutarmos, porque é consequência da paz. A paz é fruto de ter vencido a guerra, e a vida do homem sobre a terra, lemos na Escritura Santa, é luta. (Forja, 105)

A tradição da Igreja sempre se referiu aos cristãos como milites Christi, soldados de Cristo; soldados que dão serenidade aos outros enquanto combatem continuamente contra as suas próprias más inclinações. Às vezes, por falta de sentido sobrenatural, por uma descrença prática, não querem compreender de forma alguma como milícia a vida na Terra. Insinuam maliciosamente que, se nos consideramos milites Christi, há o perigo de utilizarmos a fé para fins temporais de violência, de sedições. Esse modo de pensar é um triste e pouco lógico simplismo, que costuma andar unido ao comodismo e à cobardia.

Nada há de mais estranho à fé católica do que o fanatismo. Este conduz a estranhas confusões, com os mais diversos matizes, entre o que é profano e o que é espiritual. Tal perigo não existe, se a luta se entende como Cristo no-la ensinou, isto é, como guerra de cada um consigo mesmo, como esforço sempre renovado por amar mais a Deus, por desterrar o egoísmo, por servir todos os homens. Renunciar a esta contenda, seja com que desculpa for, é declarar-se de antemão derrotado, aniquilado, sem fé, com a alma caída e dissipada em complacências mesquinhas.


Para o cristão, o combate espiritual diante de Deus e de todos os irmãos na fé é uma necessidade, uma consequência da sua condição. Por isso, se alguém não luta, está a trair Jesus Cristo e todo o Corpo Místico, que é a Igreja. (Cristo que passa, 74)

Remédios de São Tomás de Aquino para acabar com a tristeza – 2

Segundo remédio: chorar

Muitas vezes, um momento de melancolia pode ficar pior quando não conseguimos desabafar; é como se a tristeza se acumulasse dentro de nós, até tornar impossível fazer qualquer coisa.

O choro é uma linguagem, uma maneira de expressar e de desfazer o nó de uma dor que às vezes se torna sufocante.

Jesus também chorou.

E o Papa Francisco recorda que “certas realidades da vida só podem ser vistas com olhos limpos pelas lágrimas”.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Lições de São João Paulo II – 5


O homem não pode viver sem o amor. Ele permanece para si mesmo um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se não o torna algo seu próprio.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Leitura espiritual

Leitura Espiritual

Temas actuais do cristianismo 



São Josemaria Escrivá
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pergunta:

Tive oportunidade, Monsenhor, de ouvir as respostas às perguntas que lhe fazia um público de mais de 2000 pessoas, reunidas há ano e meio, em Pamplona.
Nessa altura insistia na necessidade de que os católicos se comportem como cidadãos livres e responsáveis e “de que não vivam de ser católicos”.
Que importância e que projecção dá a esta ideia?

resposta:

Sempre me incomodou a atitude daqueles que fazem de chamar-se católicos uma profissão ou daqueles que querem negar o princípio da liberdade responsável, sobre o qual assenta toda a moral cristã.

O espírito da Obra e dos seus sócios é servir a Igreja e todas as criaturas sem se servir da Igreja.
Gosto de que o católico traga Cristo, não no nome, mas na conduta, dando real testemunho de vida cristã.
Repugna-me o clericalismo e compreendo que, ao lado de um anticlericalismo mau, exista um anticlericalismo bom, que procede do amor ao sacerdócio, que se opõe a que o simples fiel ou o sacerdote se sirvam de uma missão sagrada para fins terrenos.
Mas não pense que com isto me declaro contra quem quer que seja. Não existe na nossa Obra nenhuma preocupação exclusivista, mas somente o desejo de colaborar com todos os que trabalham para Cristo e com todos os que, cristãos ou não, fazem da sua vida uma esplêndida realidade de serviço.

De resto, o que importa não é tanto a projecção que tenho dado a estas ideias, especialmente desde 1928, mas a que lhe dá o Magistério da Igreja.
Há pouco tempo, o Concílio - com uma emoção, para este pobre sacerdote, que é difícil de explicar - lembrava a todos os cristãos, na Constituição Dogmática Lumen gentium, que devem sentir-se plenamente cidadãos da cidade terrena, participando em todas as actividades humanas com competência profissional e com amor a todos os homens, procurando a perfeição cristã, à qual são chamados pelo simples facto de terem recebido o baptismo.

Fim da entrevista realizada por Jacques-Guillemé-Brûlon, publicada em Le Figaro (Paris) em 16 de Maio de 1966.

48            

pergunta:

Poderia dizer se, ou até que ponto, tem o Opus Dei em Espanha uma orientação económica ou política?
Em caso afirmativo, poderia defini-la?

resposta:

O Opus Dei não tem nenhuma orientação económica ou política, nem em Espanha nem em nenhum outro sítio.
É certo que, movidos pela doutrina de Cristo, os seus sócios defendem sempre a liberdade pessoal, o direito que todos os homens têm a viver e a TRABALHAR, a ser protegidos durante a doença e na velhice, a constituir um lar e a trazer filhos ao mundo, a educar esses filhos de acordo com o talento de cada um e a receber um tratamento digno de homens e de cidadãos.

Mas a Obra não lhes propõe nenhum caminho concreto no campo económico, político ou cultural.
Cada um dos seus membros tem plena liberdade para pensar e actuar nessas matérias como melhor lhe parecer.
Em tudo aquilo que é temporal, os sócios da Obra são libérrimos: cabem no Opus Dei pessoas de todas as tendências políticas, culturais, sociais e económicas que a consciência cristã possa admitir.

Eu nunca falo de política.
A minha missão como sacerdote é exclusivamente espiritual.
Além disso, mesmo que alguma vez exprimisse uma opinião em assuntos temporais, os sócios da Obra não teriam nenhuma obrigação de a seguir.

Nunca os directores da Obra podem impor um critério político ou profissional aos outros membros.
Se algum vez um sócio do Opus Dei tentasse fazê-lo, ou servir-se dos outros sócios para fins humanos, seria expulso sem contemplações porque os outros se revoltariam legitimamente.

Nunca perguntei, nem perguntarei, a nenhum sócio da Obra de que partido é ou que doutrina política defende, porque isso me parece um atentado à sua legítima liberdade.
E fazem o mesmo os directores da Obra em todo o mundo.

Sei contudo que entre os sócios da Obra - em Espanha como em qualquer outro país - há de facto grande variedade de opiniões, e nada tenho a dizer em contrário.
Respeito-as todas, como respeitarei qualquer opção temporal tomada por um homem que se esforça por actuar segundo a sua consciência.

Esse pluralismo não constitui um problema para a Obra.
Pelo contrário, é uma manifestação de bom espírito, que patenteia a legítima liberdade de cada um.

49
                
pergunta:

É um mito, uma meia-verdade ou uma realidade que o Opus Dei se converteu, em Espanha, num potentado político e económico, através das posições que os seus membros ocupam no mundo da política e da economia?

resposta:

É simplesmente um erro.
A maioria dos membros da Obra são pessoas de condição social mediana ou mesmo modesta: operários, empregados de escritório, trabalhadores do campo, empregadas domésticas, professores, etc. Há também alguns - muito menos - que exercem a sua profissão no mundo da política e da economia.
Tanto uns como outros actuam a título exclusivamente pessoal, com plena autonomia, e respondem pessoalmente pelas suas actuações.

Os fins do Opus Dei são exclusivamente espirituais.
A todos os seus sócios, exerçam ou não uma especial influência social, só lhes pede que lutem por viver uma vida plenamente cristã: não lhes dá nenhuma orientação sobre o modo de realizar o seu TRABALHO; não tenta coordenar as suas actividades; não se serve dos cargos que possam ocupar.

A Obra poderia comparar-se a um clube desportivo ou a uma associação de fins beneficentes, no sentido de que nada tem a ver com as actividades políticas ou económicas que os seus sócios possam exercer.

50
                
pergunta:

Se, como pretendem os seus sócios, o Opus Dei é simplesmente uma associação religiosa, em que cada indivíduo é livre de seguir as suas opiniões, como explica a convicção, muito espalhada, de que o Opus Dei é uma organização monolítica, com posições bem definidas em assuntos temporais?

resposta:

Não me parece que esta opinião esteja realmente muito difundida. Bastantes dos órgãos mais qualificados da imprensa internacional reconheceram já o pluralismo dos sócios da Obra.

Houve de facto algumas pessoas que defenderam a opinião errónea a que se refere.
É possível que alguns, por diversos motivos, tenham difundido tal ideia, mesmo sabendo que não corresponde à realidade.
Penso que, em muitos outros casos, isso se pode atribuir à falta de conhecimento, ocasionado talvez por deficiência de informação: não estando bem informadas, não é de estranhar que as pessoas que não têm suficiente interesse por entrarem em contacto pessoal com o Opus Dei e por se informarem bem, atribuam à Obra, como tal, as opiniões de alguns sócios.

O que é certo é que ninguém medianamente informado sobre os assuntos espanhóis pode desconhecer a realidade do pluralismo existente entre os sócios da Obra.
Você mesmo poderia citar com certeza muitos exemplos.

Outro factor pode ser o preconceito subconsciente de pessoas que têm mentalidade de partido único, no campo político ou no espiritual. Para quem tem esta mentalidade e pretende que todos opinem do mesmo modo que ele, é difícil acreditar que haja quem seja capaz de respeitar a liberdade dos outros.
Atribuem assim à Obra o carácter monolítico que têm os seus próprios grupos.

Entrevista realizada por Tad Szulc, correspondente do New York Times, em 7 de Outubro de 1966.

(cont)


Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Lc 10, 38-42

38 Indo em viagem, entrou numa aldeia, e uma mulher, chamada Marta, recebeu-O em sua casa. 39 Esta tinha uma irmã, chamada Maria que, sentada aos pés do Senhor, ouvia a Sua palavra. 40 Marta, porém, afadigava-se muito na contínua lida da casa. Aproximando-se, disse: «Senhor, não Te importas que a minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Diz-lhe, pois, que me ajude». 41 O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, tu afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas 42 quando uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

Comentário:

No início, dói-me sempre um pouco, confesso, este trecho do Evangelho.
Parece-me que Jesus tem Marta em pouca conta ou que avalia, talvez com frieza, o serviço, que tão interessadamente presta.

Maria, sem dúvida que opta por uma atitude importante - a melhor parte - e que, essa opção é valiosa demais para poder ser ignorada. Será uma atitude que agrada de tal forma a Cristo que é declarada a sua inviolabilidade «não lhe será tirada» declara Jesus.

Quanto a Marta, poderia optar pela mesma atitude da irmã e, logo, objecto do mesmo louvor do Mestre.

De facto, Jesus, não recrimina Marta, apenas lhe aponta as prioridades.

Lembro que o Mestre era acompanhado por numerosa comitiva e que, Marta como boa de casa oriental sentia a necessidade de atender toda esta gente, proporcionar um acolhimento condigno com o estatuto e posição social da família.

Onde me levam estas considerações?
Que Jesus foi duro, ou, pelo menos, pouco amável com Marta?
Não me parece.
Julgo que, a confiança e amizade de Jesus pelos irmãos, Lhe permitiu a catequese necessária e esclarecedora no momento e que, Marta, terá compreendido perfeitamente as palavras do Mestre.

A escolha de cada um tem que ver, naturalmente, com a própria maneira de ser e, também com o sentido da oportunidade.

Pensando bem, Marta haveria de ter outras ocasiões de servir, de prestar aos outros a atenção e cuidados que se mostrassem necessários.

Já Maria terá querido aproveitar uma oportunidade soberana, que talvez não voltasse a apresentar-se, de ouvir, detida e atentamente, as palavras de Cristo.

Na casa dos Seus amigos Jesus deveria gozar de alguns momentos de relativa privacidade.
Maria entra, assim, na privacidade de Jesus que a partilha com ela como desejaria partilhá-la com Marta se esta se detivesse, uns momentos que fossem, junto dele.

Jesus não tira valor a uma em detrimento da outra, apenas define, com a clareza e verdade que sempre usa, a melhor opção.

Chego, portanto à conclusão que, para servir, bem, Jesus é preciso primeiro ouvi-lo para saber qual a melhor forma de prestar esse serviço.

(ama, comentário sobre Lc 10, 38-42, Esposende, 2010.07.18)