Páginas

15/07/2016

Que a tua vida não seja uma vida estéril

Que a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. – Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração. (Caminho, 1)

Se cedesses à tentação de perguntar a ti mesmo: quem me manda a mim meter-me nisto? teria de responder-te: manda-to, pede-to o próprio Cristo. A messe é grande e os operários são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. Não digas, comodamente: eu para isto não sirvo; para isto já há outros; não estou feito para isto... Não. Para isto não há outros. Se tu pudesses falar assim, todos podiam dizer a mesma coisa. O pedido de Cristo dirige-se a todos e cada um dos cristãos. Ninguém está dispensado: nem por razões de idade, nem de saúde, nem de ocupação. Não há desculpas de nenhum género. Ou produzimos frutos de apostolado ou a nossa fé será estéril.


Além disso, quem disse que para falar de Cristo, para difundir a sua doutrina, era preciso fazer coisas especiais, fora do comum? Faz a tua vida normal; trabalha onde estás a trabalhar, procurando cumprir os deveres do teu estado, acabar bem o que é próprio da tua profissão ou do teu ofício, superando-te, melhorando-te dia-a-dia. Sê leal, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Sê mortificado e alegre. Será esse o teu apostolado. E, sem saberes porquê, tendo perfeita consciência das tuas misérias, os que te rodeiam virão ter contigo e, numa conversa natural, simples – à saída do trabalho, numa reunião familiar, no autocarro, ao dar um passeio, em qualquer parte – falareis de inquietações que em todas as almas existem, embora às vezes alguns não queiram dar por isso. Mas cada vez as perceberão melhor, desde que comecem a procurar Deus a sério. (Amigos de Deus, 272–273)

Reflectindo

Visita ao SSS

A Visita ao SSS é uma prática de enorme valor. Muitas vezes penso que estou ali em frente do Sacrário e que não digo nada, não me ocorre uma daquelas orações cheias de intenção para depois me dar conta que talvez a minha "visita" seja mais para mim que para Ele.

Também é normal, sou simplesmente humano e muito pouca coisa e por isso mesmo tenho o desejo de a oração ser para mim, isto é, como se estivesse a mostrar ao Senhor o profundo e sensível íntimo que desejo revelar como se Ele não o conhecesse.

O pensamento não tem "um tempo", uma metrologia. Ocorre numa fracção de segundo e pode ter a" extensão "de séculos.
Porquê? Porquê para Ele não há tempo mensurável, nem passado, nem futuro mas apenas presente.

A noção de eternidade é impossível de assimilar pelo simples homem que sou, limitado e sujeito à temporalidade. O dia de amanhã, o de ontem tal como os projectos ou as memórias são o meu" disco rígido " que formata a minha personalidade e conduz os meus pensamentos. Como se o "agora" de facto não existisse porque não o posso deter.

Vivo assim nesta permanente viagem que só terminará quando Ele quiser.
Atrevo-me a pedir-lhe com a veemência que for capaz que essa viagem não seja errática mas firme e decidida para o fim que Ele me tem reservado.

A Visita ao SSS ajuda-me a centrar a minha atenção no que importa e a pôr de lado o supérfluo e que não interessa.
Às vezes digo-lhe com enorme "lata": olá Senhor.... Estás bom! E rio-me para dentro absolutamente convencido que Ele gosta que Lhe fale assim.

Penso sempre que a oração pessoal tem de ser isso mesmo: pessoal, de tu a Tu porque Ele nos deu essa extraordinária benesse de termos um Irmão que é Deus!

(ama, reflexões, 29.09.2015)


Evangelho e comentário


Tempo Comum

São Boaventura – Doutor da Igreja

Evangelho: Mt 12, 1-8

1 Naquele tempo, num dia de sábado, passava Jesus por umas searas, e Seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas e a comê-las. 2 Vendo isto os fariseus, disseram-Lhe: «Olha que os Teus discípulos fazem o que não é permitido fazer ao sábado». 3 Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David e os seus companheiros, quando tiveram fome? 4 Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães sagrados, dos quais não era lícito comer, nem a ele, nem aos que com ele iam, mas só aos sacerdotes? 5 Não lestes na Lei que aos sábados os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? 6 Ora Eu digo-vos que aqui está Alguém que é maior que o templo. 7 Se vós soubésseis o que quer dizer: “Quero misericórdia e não sacrifício”, jamais condenaríeis inocentes. 8 Porque o Filho do Homem é senhor do próprio sábado».

Comentário:

Quando se trata de fazer bem a alguém que precisa de nós não se pode nem deve esperar.

Não há “ocasiões propícias” para prestar assistência, acudir ao próximo.

Mais, se não fizermos o que devemos quando devemos perdemos uma oportunidade que talvez não se repita e assemelhar-nos-emos a estes Fariseus.

Quem pode desejar tal coisa?

(ama, comentário sobre Mt 12, 1-8, 2015.07.17)









Leitura espiritual

Leitura Espiritual

Temas actuais do cristianismo 



São Josemaria Escrivá
34            

pergunta:

Algumas pessoas têm afirmado às vezes que o Opus Dei é organizado internamente segundo as normas das sociedades secretas.
Que se deve pensar de tal afirmação?
Poderia dar-nos, a propósito dista, uma ideia da mensagem que desejou dirigir aos homens do nosso tempo ao fundar a Obra em 1928?

resposta:

Desde 1928 não tenho deixado de pregar que a santidade não está reservada a privilegiados, que todos os caminhos da Terra podem ser divinos, porque o cerne da espiritualidade específica do Opus Dei é a santificação do TRABALHO.
É preciso acabar com o preconceito de que os fiéis correntes não podem senão limitar-se a ajudar o clero, em apostolados eclesiásticos; e fazer notar que, para alcançar esse fim sobrenatural, os homens têm necessidade de ser e de se sentir pessoalmente livres, com a liberdade que Jesus Cristo ganhou para nós.
Para pregar e ensinar a praticar esta doutrina, nunca tive necessidade de segredo algum.
Os membros da Obra detestam o segredo, porque são fiéis correntes, pessoas exactamente iguais às outras: ao entrarem para o Opus Dei não mudam de estado.
Repugnar-lhes-ia trazer um letreiro nas costas que dissesse: “Reparem que estou dedicado ao serviço de Deus”.
Isto não seria nem laical nem secular.
Mas os conhecidos e amigos dos sócios do Opus Dei sabem que eles fazem parte da Obra, porque o não dissimulam, ainda que o não apregoem.

35            

pergunta:

Poderia traçar um rápido esquema da estrutura do Opus Dei à escala mundial e da sua articulação com o Conselho Geral a que preside em Roma?

resposta:

O Conselho Geral tem o seu domicílio em Roma, independente para cada Secção: a de homens e a de mulheres (“Anuário Pontifício” de 1966, págs. 885 e 1226); e em cada país existe um organismo análogo, presidido pelo Conselheiro nessa nação [i].

Não pense numa organização poderosa, estendida capilarmente até ao último recanto do Mundo.
Imagine antes uma organização desorganizada, pois o trabalho dos directores do Opus Dei destina-se principalmente a fazer com que chegue a todos os seus membros o espírito genuíno do Evangelho - espírito de caridade, de convivência, de compreensão, absolutamente alheio ao fanatismo - mediante uma sólida e adequada formação teológica e apostólica.
Depois, cada um actua com inteira liberdade pessoal e, formando de modo autónomo a sua própria consciência, esforça-se por procurar a perfeição cristã e cristianizar o seu ambiente, santificando o seu próprio trabalho intelectual ou manual, em todas as circunstâncias da sua vida e no seu próprio lar.

Por outro lado, a direcção da Obra é sempre colegial.
Detestamos a tirania, especialmente neste governo exclusivamente espiritual do Opus Dei.
Amamos a pluralidade: o contrário não conduziria senão à ineficácia, a não fazer nem deixar fazer, a não progredir.

36            

pergunta:

O ponto 484 do seu código religioso, Caminho, precisa: “Sê instrumento”.
Que sentido se deve atribuir a esta afirmação dentro do contexto das perguntas precedentes?

resposta:

Caminho, um código?
Não!
Escrevi em 1934 uma boa parte deste livro, resumindo para todas as almas que dirigia - do Opus Dei ou não - a minha experiência sacerdotal.
Não suspeitei que trinta anos mais tarde alcançaria uma difusão tão ampla - milhões de exemplares - em tantas línguas.
Não é um livro somente para os sócios do Opus Dei; é para todos, mesmo para os não cristãos.
Caminho deve ser lido com um mínimo de espírito sobrenatural, de vida interior e de preocupação apostólica.
Não é um código do homem de acção.
Pretende ser um livro que leva a viver na intimidade de Deus e a amá-lo, e a servir todas as almas: a ser um instrumento - era esta a sua pergunta - como o Apóstolo Paulo queria sê-lo de Cristo.
Instrumento livre e responsável; aqueles que querem ver nas suas páginas uma finalidade temporal, enganam-se.
Não se esqueça que é corrente, nos autores espirituais de todos os tempos, considerar as almas como instrumentos nas mãos de Deus.

37            

pergunta:

A Espanha ocupa um lugar de preferência na Obra?
Pode considerar-se como ponto de partida dum programa mais ambicioso, ou um simples sector de actividade entre muitos outros?

resposta:

A Espanha não é senão um dos 65 países em que há sócios do Opus Dei, e os espanhóis são uma minoria.
Geograficamente, o Opus Dei nasceu na Espanha; mas o seu fim é universal desde o princípio.
De resto, eu resido em Roma há vinte anos.

38            

pergunta:

O facto de alguns membros da Obra estarem presentes na vida pública do país, não politizou, de certo modo, o Opus Dei em Espanha? Não comprometem, assim, a Obra e a própria Igreja?

resposta:

Nem em Espanha, nem em nenhum outro sítio!
Insisto em que os sócios do Opus Dei trabalham com plena liberdade e sob a sua responsabilidade pessoal, sem comprometer nem a Igreja nem a Obra, porque não se apoiam nem na Igreja nem na Obra para realizarem as suas actividades pessoais.

Pessoas formadas numa concepção militar do apostolado e da vida espiritual tenderão a ver no trabalho livre e responsável dos cristãos um modo de actuar colectivo.
Mas digo-lhe, como não me tenho cansado de repetir desde 1928, que a diversidade de opiniões e de comportamentos no terreno temporal e no campo teológico opinável não constitui problema algum para a Obra: a diversidade que existe e existirá sempre entre os sócios do Opus Dei é, pelo contrário, uma manifestação de bom espírito, de vida honesta, de respeito pelas opiniões legítimas de cada um.

39            

pergunta:

Não lhe parece que em Espanha, e em virtude do particularismo inerente à raça ibérica, um certo sector da Obra poderia ser tentado a utilizar o seu poder para satisfazer interesses particulares?

resposta:

Levanta uma hipótese que me atrevo a garantir que nunca se apresentará na nossa Obra, não só porque nos associamos exclusivamente para fins sobrenaturais, mas ainda porque, se alguma vez um membro do Opus Dei quisesse impor, directa ou indirectamente, um critério temporal aos outros, ou servir-se deles para fins humanos, seria expulso sem contemplações, porque os outros sócios se revoltariam legitimamente, santamente.

40            

pergunta:

Em Espanha, o Opus Dei orgulha-se de reunir pessoas de todas as classes sociais.
Esta afirmação é válida também para o resto do Mundo, ou deve admitir-se que nos outros países os sócios do Opus Dei procedem antes de meios ilustrados, como os estados-maiores da Indústria, da Administração, da Política e das Profissões Liberais?

resposta:

De facto, pertencem ao Opus Dei, tanto em Espanha como em todo o mundo, pessoas de todas as condições sociais: homens e mulheres, velhos e jovens, operários, industriais, empregados, camponeses, representantes das profissões liberais, etc.
A vocação é Deus quem a dá e para Deus não há acepção de pessoas.

Mas o Opus Dei não se orgulha de coisa nenhuma: não e às forças humanas que as obras de apostolado devem o seu crescimento, é ao sopro do Espírito Santo.
Numa associação com fins temporais, é lógico publicar estatísticas que ostentem o número, a condição e as qualidades dos sócios, e assim costumam fazer as organizações que buscam prestígio temporal; mas este modo de actuar, quando se procura a santificação das almas, favorece a soberba colectiva: ora Cristo quer a humildade para cada um dos cristãos e para todos os cristãos.

Entrevista realizada por Jacques-Guillemé-Brûlon, publicada em Le Figaro (Paris) em 16 de Maio de 1966.

(cont)




[i] Cfr. nota ao n.º 19. A erecção do Opus Dei como Prelatura pessoal reforçou juridicamente a unidade do Opus Dei, ficando muito claro que toda a Prelatura - homens e mulheres, sacerdotes e leigos, casados e solteiros - constitui uma unidade pastoral orgânica e indivisível, que realiza os seus apostolados por meio da Secção de varões e da Secção feminina, sob o governo e a direcção do Prelado que, ajudado pelos seus Vigários e pelos seus Conselhos, dá e assegura a unidade fundamental de espírito e de jurisdição entre as duas Secções.

Doutrina – 193

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

98. Que significa a conceição virginal de Jesus?

Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas suas naturezas, existindo nele uma única Pessoa, a divina.

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?