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11/07/2016

Reflectindo - 196

Diálogo

Tenho por hábito dialogar com Deus, a Santíssima Virgem, o Anjo da minha Guarda... enfim… e, também, com aqueles que me são muito queridos que estão no Céu!

Porque faço isto?

Na verdade não sei. Parece-me que se alguém me escutasse pensaria que estaria na presença de um tonto a falar sozinho!
Mas, isso, não me importa para nada. Sinto-me bem, apetece-me, são conversas que, às vezes, surgem sem aviso como se de repente sentisse uma necessidade imperiosa de falar – em voz alta – de dizer o que me vai cá dentro.

Disse “conversas” e disse bem porque sinto que estabeleço um diálogo algumas vezes comigo próprio, outras com… já o disse acima.

Falo em português, em castelhano, em inglês, em francês…
É estranho???

Não sei nem me importo em saber porque o faço.

Às vezes – é quase inevitável – emociono-me e choro como um “fontanário”, não porque sofra mas porque me emociona “ouvir” as respostas às perguntas que se me vão colocando.

“A imaginação é a louca da casa” dizia Santa Teresa, mas aqui não se trata disso, não imagino nada, não arquitecto coisa nenhuma, não escolho um tema.

E oiço realmente?
Sim, é verdade, oiço.
De alguma forma parece que, algumas vezes, estou a fazer apostolado comigo próprio que é, no fim e ao cabo, um exame exaustivo, profundo, sem reservas nem limites, vou por aí fora pensando – falando – na maravilha que deve ser a morte assistida pela Mãe do Céu, no seu carinho e cuidado, no seu desvelo de Mãe que não perde um filho antes o ganha definitivamente.

Vejo-a no Céu passando tranquilamente entre miríades dos seus filhos, sorrindo tão docemente que não posso deixar de sorrir também.
Vejo à sua volta os Anjos e os Santos admirados com a sua presença tão discreta, tão cheia de simplicidade que a tornam num Magnificat estentóreo que ressoa pelos Céus fora.

Vejo o Seu Filho, complacente e atento ao que ela possa querer sugerir-lhe.
Ele está sempre sentado no Seu trono de Juiz supremo dando “despacho” aos que não param de chegar.
Sendo – como é – Ele próprio a Justiça, não tem nenhuma dúvida ou questão a colocar mas, é verdade, sinto-o, olha sempre para a Sua Mãe como que procurando um pequeno sinal de intervenção.
E imagino que Ela lhe diz quase num sussurro:
‘Olha que o António rezou quase diariamente o Rosário completo!’
E, o Senhor, fica por brevíssimos instantes como que suspenso:
‘Eu, ali à Sua frente, honrava a Sua Santíssima Mãe!’

Bom… isto tem muito “peso”, é um handicap de enormíssima importância que não pode deixar de ter em conta.
Outras vezes:
‘Nunca passava em frente de uma imagem minha – e tinha várias em casa – sem me dar um beijo, até ensinou os netos a fazer o mesmo. Diariamente… quantas vezes beijava a minha imagem?! Não sei… mas eram muitas’.

As Mães não “contabilizam” os beijos que os filhos lhes dão!

Ao lado, também discretamente, o Anjo da Guarda assentia com um sorriso, afinal, ele mesmo era uma testemunha.
E, a Senhora vestida de luz, continua:
Monstra te esse Matrem’, repetia-me vezes sem conto, com uma ternura feita esperança e certeza ao mesmo tempo e, eu, não podia mais que aceitar esses pedidos feitos a propósito de tudo e de nada, de coisas importantes como de outras de escasso relevo’.

Mas… eu penso na morte? Na minha morte?
Claro que penso como não haveria de pensar se estou vivo?

Detenho-me um pouco e acendo um cigarro. Não é falta de respeito ou de consideração, Ela sabe muito bem que eu fumo porque haveria de se importar que fume quando falo com ela?

E… o Senhor? Importa-se?
Também não, pois se Ele está sempre comigo me vê e me ouve que Lhe pode importar que eu fume um cigarro só porque estou a falar com Ele?
Quando falo, por exemplo, em castelhano, sorri como se achasse graça.
Ele sabe quem estou a tentar imitar!
Y le cuento sencillamente cuanto me va dentro del alma, le pido que desanude el nudo en mi garganta y qué me haga fuerte, sencillo, humilde, y, sobretodo, grato!

Raramente tenho medo, ou melhor, receio de me “escalpelizar” demais ao ponto de ficar reduzido a nada.
Sei que, de facto, sou só um bocadinho mais – pequeno, ínfimo – de nada porque o Senhor não quer um nada, para quê o quereria?
O que faria com um nada!
Não!
Ele quer algo – talvez uns escassos cinco peixes e dois pães para alimentar uns largos milhares de bocas famintas – portanto, esta é a minha convicção, eu valho qualquer coisa; aliás, Ele próprio o disse, «muito mais que muitos passarinhos».
E com uma familiaridade que Ele me permite – sei que me permite e até gosta – digo-lhe francamente:
‘Olha para mim, Senhor!
Vê o triste estado em que me encontro; como me debato comigo próprio avaliando e “pesando” os meus projectos e sonhos, a minha vontade e desejos de melhorar, de ser SANTO e chego a esta conclusão que tanto me dói: fico-me por aqui, sentado, imóvel, à espera que a santidade venha ter comigo!’

A verdade, é que sinto que “consegui” captar a Tua atenção e num acto súbito de perfeito Amor sugeres-me que deite o meu olhar à imagem da Nossa Mãe Santíssima e… é o que faço!

Sinto – imediatamente – os olhos húmidos e uma vontade irreprimível de a beijar pela enésima vez.
E que paz!
Que tranquilidade!
A minha alma agiganta-se e o meu coração, ao invés, torna-se pequeno, tão pequenino que o posso colocar aos seus pés para que o guarde.
Y ahora!
No puedo más que decir repetidamente: Te amo! Te amo! Te amo!
Y luego añadir:
Gratias tibi! Gratias tibi! Gratias tibi!

E o diálogo termina finalmente! Vou deitar-me e sei que vou dormir tranquilamente e em paz!


(ama, Abril, 2016)



Evangelho e comentário


Tempo Comum

São Bento – Padroeiro da Europa

Evangelho: Mt 19, 27-29

27 Então Pedro, tomando a palavra, disse-Lhe: «Eis que abandonámos tudo e Te seguimos; qual será a nossa recompensa?». 28 Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo que, no dia da regeneração, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da Sua glória, vós, que Me seguistes, também estareis sentados sobre doze tronos, e julgareis as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que deixar a casa, ou os irmãos ou irmãs, ou o pai ou a mãe, ou os filhos, ou os campos, por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e possuirá a vida eterna.

Comentário:

No espaço de um mês a Liturgia apresenta-nos de novo este trecho de São Mateus.
Tal é a sua importância!

O que Jesus Cristo promete aos que O seguem sem condições é tão apelativo que espantaria não haver muitos mais a segui-lo se não considerássemos as condições para o fazer:

Entrega total sem peias nem reservas!

(ama, comentário sobre, Mt 19, 27-29 2015.08.18)







Que a tua vida não seja uma vida estéril

Que a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. – Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo que levas no coração. (Caminho, 1)

Se cedesses à tentação de perguntar a ti mesmo: quem me manda a mim meter-me nisto? teria de responder-te: manda-to, pede-to o próprio Cristo. A messe é grande e os operários são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. Não digas, comodamente: eu para isto não sirvo; para isto já há outros; não estou feito para isto... Não. Para isto não há outros. Se tu pudesses falar assim, todos podiam dizer a mesma coisa. O pedido de Cristo dirige-se a todos e cada um dos cristãos. Ninguém está dispensado: nem por razões de idade, nem de saúde, nem de ocupação. Não há desculpas de nenhum género. Ou produzimos frutos de apostolado ou a nossa fé será estéril.


Além disso, quem disse que para falar de Cristo, para difundir a sua doutrina, era preciso fazer coisas especiais, fora do comum? Faz a tua vida normal; trabalha onde estás a trabalhar, procurando cumprir os deveres do teu estado, acabar bem o que é próprio da tua profissão ou do teu ofício, superando-te, melhorando-te dia-a-dia. Sê leal, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Sê mortificado e alegre. Será esse o teu apostolado. E, sem saberes porquê, tendo perfeita consciência das tuas misérias, os que te rodeiam virão ter contigo e, numa conversa natural, simples – à saída do trabalho, numa reunião familiar, no autocarro, ao dar um passeio, em qualquer parte – falareis de inquietações que em todas as almas existem, embora às vezes alguns não queiram dar por isso. Mas cada vez as perceberão melhor, desde que comecem a procurar Deus a sério. (Amigos de Deus, 272–273)

Leitura espiritual

Leitura Espiritual

Temas actuais do cristianismo 





São Josemaria Escrivá
21 (cont)

Explicar-me-ei melhor com um exemplo.
Em 1932, comentando, num documento dirigido aos meus filhos do Opus Dei, alguns dos aspectos e consequências da dignidade e responsabilidade peculiares que o Baptismo confere às pessoas, escrevi: “impõe-se repelir o preconceito de que os fiéis correntes não podem fazer mais do que ajudar o clero, em apostolados eclesiásticos.
O apostolado dos seculares não tem de ser sempre uma simples participação no apostolado hierárquico: compete-lhes o dever de fazer apostolado.
E isto não é porque recebam uma missão canónica, mas por serem parte da Igreja; essa missão... realizam-na através da profissão, do ofício, da família, dos colegas, dos amigos”.

Hoje, depois dos ensinamentos solenes do Vaticano II, ninguém na Igreja porá em dúvida a ortodoxia desta doutrina.
Mas, quantos abandonaram realmente a sua concepção única do apostolado dos leigos como um trabalho pastoral organizado de cima para baixo?
Quantos, superando a anterior concepção monolítica do apostolado laical, compreendem que ele possa e inclusivamente deva também existir sem necessidade de rígidas estruturas centralizadas, missões canónicas e mandatos hierárquicos?
Quantos, que qualificam o laicado de longa manus Ecclesiae, não estarão a confundir ao mesmo tempo o conceito de Igreja-Povo de Deus com o conceito mais limitado de Hierarquia?
Ou ainda, quantos leigos entendem devidamente que só em delicada comunhão com a Hierarquia têm direito a reivindicar o seu âmbito legítimo de autonomia apostólica?

Poder-se-iam formular considerações semelhantes em relação a outros problemas, porque é realmente muito, muitíssimo, o que está ainda por conseguir, tanto na necessária exposição doutrinal, como na educação das consciências e na própria reforma da legislação eclesiástica.
Peço muito ao Senhor - a oração sempre foi a minha grande arma - que o Espírito Santo assista ao seu Povo, e especialmente à Hierarquia, na realização destas tarefas. E peço-Lhe também que continue a servir-Se do Opus Dei, para que possamos contribuir e ajudar, em tudo o que estiver ao nosso alcance, neste difícil mas maravilhoso processo de desenvolvimento e crescimento da Igreja.

22            

Como se insere o Opus Dei no Ecumenismo? - perguntava-me também.
Já contei, no ano passado, a um jornalista francês - e sei que encontrou eco, inclusivamente, em publicações de irmãos separados - o que uma vez disse ao Santo Padre João XXIII, movido pelo encanto afável e paterno do seu trato:
“Santo Padre, na nossa Obra, todos os homens, católicos ou não, encontraram sempre um ambiente acolhedoresposta: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade”.
Ele riu-se emocionado, porque sabia que, já desde 1950, a Santa Sé tinha autorizado o Opus Dei a receber como associados Cooperadores os não católicos e até os não cristãos.

São muitos, efectivamente - e entre eles contam-se pastores e até bispos das suas respectivas confissões -, os irmãos separados que se sentem atraídos pelo espírito do Opus Dei e colaboram nos nossos apostolados.
E são cada vez mais frequentes - à medida que os contactos se intensificam - as manifestações de simpatia e de cordial entendimento, resultantes de os sócios do Opus Dei centrarem a sua espiritualidade no simples propósito de viver com sentido de responsabilidade os compromissos e exigências baptismais do cristão.
O desejo de procurar a plenitude da vida cristã e de fazer apostolado, procurando a santificação do trabalho profissional; a vida imersa nas realidades seculares, respeitando a sua própria autonomia, mas tratando-as com espírito e amor de almas contemplativas; a primazia que na organização dos nossos trabalhos concedemos à pessoa, à acção do Espírito nas almas, ao respeito da dignidade e da liberdade que provêm da filiação divina do cristão; a defesa contra a concepção monolítica e institucionalista do apostolado dos leigos, da legítima capacidade de iniciativa, adentro do necessário respeito pelo bem comum: estes e outros aspectos mais, do nosso modo de ser e trabalhar, são pontos de fácil encontro, onde os irmãos separados descobrem - feita vida, experimentada pelos anos - uma boa parte dos princípios doutrinários em que eles e nós, os católicos, pomos fundamentadas esperanças ecuménicas.

23
                
pergunta:

Mudando de tema, gostaríamos de saber o que pensa em relação ao actual momento da Igreja.
Concretamente, como o qualificaria?
Que papel julga poderem ter, neste momento, as tendências que de modo geral têm sido chamadas “progressistas” e “integristas”?

resposta:

A meu ver, o actual momento da Igreja poderia qualificar-se de positivo, e, ao mesmo tempo, de delicado, como todas as crises de crescimento.
Positivo, sem dúvida, porque as riquezas doutrinais do Concílio Vaticano II colocaram a Igreja inteira - todo o Povo sacerdotal de Deus - perante uma nova etapa, sumamente esperançosa, de renovada fidelidade ao propósito divino da salvação que se lhe confiou.
Momento delicado também, porque as conclusões teológicas a que se chegou não são de carácter - passe a expressão - abstracto ou teórico: trata-se de uma teologia sumamente viva, quer dizer, com imediatas e directas aplicações de ordem pastoral, ascética e disciplinar, que chegam ao mais íntimo da vida interna e externa da comunidade cristã - liturgia, estruturas orgânicas da Hierarquia, formas apostólicas, Magistério, diálogo com o mundo, ecumenismo, etc. - e, portanto, também da vida cristã e da própria consciência dos fiéis.

Uma e outra destas realidades trazem respectivamente à nossa alma, por um lado, o optimismo cristão - a jubilosa certeza de que o Espírito Santo fará frutificar abundantemente a doutrina com que enriqueceu a Esposa de Cristo - e, ao mesmo tempo, a prudência por parte de quem investiga ou governa, porque, especialmente agora, a falta de serenidade ou de ponderação no estudo dos problemas poderia ocasionar um dano imenso.

Quanto às tendências a que chama integristas e progressistas na sua pergunta, torna-se-me difícil dar opinião sobre o papel que podem desempenhar neste momento, porque, desde sempre, repeli a conveniência e inclusivamente a possibilidade de se poderem fazer catalogações ou simplificações deste tipo.
Essa divisão - que às vezes é levada a extremos de verdadeiro paroxismo, ou se procura perpetuar, como se os teólogos e os fiéis em geral estivessem destinados a uma contínua orientação bipolar - parece-me que obedece, no fundo, ao convencimento de que o progresso doutrinal e vital do Povo de Deus terá de ser resultante de uma perpétua tensão dialéctica.
Eu, pelo contrário, prefiro acreditar - com toda a minha alma - na acção do Espírito Santo, que sopra onde quer e em quem quer.

Fim da entrevista realizada por Pedro Rodríguez, publicada em Palabra (Madrid), Outubro de 1967

24            

pergunta:

Quererá V. Rev.ª explicar qual a missão central e quais os objectivos do Opus Dei?
Em que precedentes baseou as suas ideias sobre a Associação?
Ou será o Opus Dei algo de único, de totalmente novo dentro da Igreja e da Cristandade?
Será lícito compará-lo com as Ordens Religiosas e com os Institutos Seculares, ou com associações católicas do tipo, por exemplo, da Holy Name Society, dos Caballeros de Colón ou do Christopher Movement?

resposta:

O Opus Dei propõe-se promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, o desejo da plenitude de vida cristã no meio do mundo. Isto é, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo - o homem vulgar, o homem da rua - a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar o seu modo normal de vida, o seu TRABALHO habitual, nem os seus ideais e preocupações.

Por isto se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o Evangelho e, como o Evangelho, novo.
Trata-se de recordar aos cristãos as palavras maravilhosas que se lêem no Génesis: que Deus criou o homem para TRABALHAR.
Pusemos os olhos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a sua vida terrena trabalhando como artesão numa terra pequena.
O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e um meio pelo qual os homens hão-de contribuir para o progresso da sociedade; é também um caminho de santificação.

A que outras organizações poderíamos comparar o Opus Dei?
A resposta não é fácil, porque, quando se querem comparar entre si organizações com fins espirituais, corre-se o risco de ficar pelos traços exteriores ou pelas denominações jurídicas, esquecendo o que mais importa - o espírito que dá vida e razão de ser a toda a actividade.

Limitar-me-ei a dizer-lhe que, no que diz respeito às que mencionou, a Obra está muito longe das Ordens Religiosas e dos Institutos Seculares, e mais perto de instituições como a Holy Name Society.

O Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que pertencem também sacerdotes diocesanos (minoria bem exígua em comparação com o total de membros).
Os seus membros são pessoas que vivem no mundo e nele exercem uma profissão ou ofício.
Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, mas, pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o seu trabalho quotidiano, convertendo-o também em meio de santificação, sua e dos outros.
Não mudam de estado: continuam a ser solteiros, casados, viúvos, ou sacerdotes; procuram, sim, servir Deus e os outros homens, dentro do seu próprio estado.
Ao Opus Dei, não interessam votos nem promessas; o que pede aos seus sócios é que, no meio das deficiências e erros, próprios de toda a vida humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se filhos de Deus.

Se alguma comparação se quer fazer, a maneira mais fácil de entender o Opus Dei é pensar na vida dos primeiros cristãos.
Eles viviam profundamente a sua vocação cristã; procuravam muito a sério a perfeição a que eram chamados, pelo facto, ao mesmo tempo simples e sublime, do Baptismo.
Não se distinguem exteriormente dos outros cidadãos.
Os membros do Opus Dei são como toda a gente: realizam um trabalho corrente; vivem no meio do mundo conforme aquilo que são - cidadãos cristãos que querem responder inteiramente às exigências da sua fé.

Entrevista realizada por Peter Forbarth, correspondente de Time (New York), em 15 de Abril de 1967.

(cont)


Lições de São João Paulo II – 3


Os mecanismos materialistas produzem, em nível internacional, ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte
11- [1]

Pondo a questão de outra forma, podemos fazer o bem ou fazer o mal com livre arbítrio pessoal?

Respondo:

É verdade, podemos. Mas o conceito de bem e mal encerra em si mesmo uma questão séria porque, basicamente, depende do conhecimento próprio do que é bem e do que é mal. O que hoje em dia é considerado uma monstruosidade reprovável em todos os sentidos, pode não o ter sido, para alguns, que a praticaram em tempo.
Não darei exemplos porque me parece evidente que o comportamento humano difere na sua, digamos, justificação conforme a época, a circunstância e o motivo.
«Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» Jesus diz isto porque sabe que os Seus verdugos, não conhecem Quem sujeitam à tortura e à crucifixão. São meros executores de ordens, na época, comuns. Não é da sua competência julgar ou não da licitude do que fazem.
Num outro plano podemos considerar que a prática do bem, isto é, fazer coisas naturalmente boas, para o próprio e para os outros, é uma atitude louvável e merecedora de recompensa.
O contrário, o mal praticado com plena consciência, merece reprovação e, eventualmente, castigo.




[1] Nota: Normalmente, estes “Diálogos apostólicos”, são publicados sob a forma de resumos e excertos de conversas semanais. Hoje, porém, dado o assunto, pareceu-me de interesse publicar quase na íntegra.

Bento XVI – Pensamentos espirituais 99

Encontro e adoração

A Eucaristia é encontro e união de pessoas; mas a pessoa que vem ao nosso encontro e deseja unir-se a nós é o Filho de Deus.

Essa união realiza-se através da adoração.

Receber a Eucaristia significa adorar Aquele que recebemos.

E é precisamente assim, e só assim, que nos tornamos um só com Ele.

Discurso à Cúria Romana, (22.Dez.05)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?