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23/03/2016

C


São Josemaria – Textos

AMA - Via-Sacra

Francisco Suarez, La Virgen Nuestra Señora (Francisco Suarez), Planos divinos, Vocação

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 26 14-25, Confissões - Santo Agostinho

JMA – Quaresma

CIC – Compêndio

AT - Salmos – 141


Agenda Quarta-Feira

Reflexões Quaresmais

  
Quaresma de 2016 – 41ª Reflexão

Senhor, aproximam-se rapidamente os dias da Tua Paixão e eu fico a pensar no Teu coração, e no sofrimento que já neste momento está a passar.

Sabes no Teu intimo que um dos Teus Te vai trair. E como dói a traição!
Uma traição com um beijo, que é afinal um sinal sublime de amor, e nunca de traição.

Já sabes no Teu intimo que todos Te vão abandonar, porque não en­tenderam ainda Quem Tu és, e sobretudo o que vieste fazer no meio dos homens, e dói-Te, não pelo abandono, mas por eles que ainda não entenderam.

Mas o Teu sofrimento maior, Senhor, deve ser já saberes no Teu in­timo, que apesar do Teu imenso sacrifício, da Tua profunda humilha­ção, da Tua dolorosa Paixão, da Tua ignominiosa Morte, muitos de nós se irão perder, porque não quiseram entender, porque não quiseram crer, porque rejeitaram o amor que sobre todos nós derramas na Cruz.

Estás pronto a subir o Calvário, estás pronto a dar vida por nós, mas nunca estás pronto para aceitar que alguns se vão perder, porque os amas com amor infinito, como amas os que se salvam em Ti.

Quase que desejas, (perdoa-me, Senhor, tal pensamento), retirar a liberdade que lhes deste, para mesmo contra a sua incredulidade, os poderes salvar.

Pois, Senhor, sofres de um modo atroz, porque é um sofrer de amor, o amor de Quem se doa inteiramente.

Sim, eu sei, Senhor, não é por Ti, que sofres, é por nós!



joaquim mexia alves, Marinha Grande, 22 de Março de 2016

VIA - SACRA - 13ª Estação

xiii estação

jesus é descido da cruz e entregue e sua mãe


  
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!

Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


O teu rosto é uma máscara de dor e compunção; o teu Filho, o teu Jesus, jaz nos teus braços, inerte, sujo, lívido... morto!

Tu sabes que Ele morreu porque quis, cumprindo os planos divinos de salvação da humanidade.

- Uma espada te há-de trespassar a tua própria alma...[1]

Nunca imaginaras que fosse necessária toda a tragédia do julgamento, a flagelação, a coroa de espinhos, a caminhada incrível de sofrimento e dor.

As lágrimas escorrem da tua face adorada sobre o rosto lívido do Teu Filho morto e tu sabes que nada podes fazer, nada te compete fazer.

Foste incumbida da sublime missão de O trazer ao mundo, dando-lhe forma humana no teu seio, Carne da tua carne, Sangue do teu sangue.

Por isso, é também o teu sangue que empapa aquele monte Calvário.

Virgem das Dores, deixa-me partilhar a tua mágoa e chorar contigo a morte do nosso Jesus.

Tu sabes que Ele morreu por mim, para me salvar, deixa-me, portanto, ocupar o meu lugar de filho teu, em que, Ele, na Sua agonia, teve a magnanimidade de me tornar.

- Mulher, eis aí o teu filho! [2]

Sou eu, Senhora, um deles, dessa legião imensa de filhos teus, em que a bondade do Senhor nos converteu.

Deixa-me que contigo amortalhe o meu Jesus, lave as Suas feridas, componha os Seus cabelos e envolva o Seu Corpo no pano de linho mais puro.

O meu Senhor tem agora um ar mais digno, mais composto e, tu, minha Mãe, num último olhar, abre os teus braços e acolhe-me também no teu regaço.




PN, AVM, GLP.
Senhor: Tem piedade de nós




[1] Lc 2, 35
[2] Jo 19, 27

Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma

Semana Santa

Evangelho: Mt 26, 14-25

14 Então um dos doze, que se chamava Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, 15 e disse-lhes: «Que me quereis dar e eu vo-l'O entregarei?». Eles prometeram-lhe trinta moedas de prata.16 E desde então buscava oportunidade para O entregar. 17 No primeiro dia dos ázimos, aproximaram-se de Jesus os discípulos, dizendo: «Onde queres que Te preparemos o que é necessário para comer a Páscoa?». 18 Jesus disse-lhes: «Ide à cidade, a casa de um tal, e dizei-lhe: “O Mestre manda dizer: O Meu tempo está próximo, quero celebrar a Páscoa em tua casa com os Meus discípulos”». 19 Os discípulos fizeram como Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. 20 Ao entardecer, pôs-se Jesus à mesa com os doze. 21 Enquanto comiam, disse-lhes: «Em verdade vos digo que um de vós Me há-de 22 Eles, muito tristes, cada um começou a dizer: «Porventura sou eu, Senhor?» 23 Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse é que Me há-de trair. 24 O Filho do Homem vai certamente, como está escrito d'Ele, mas ai daquele homem por quem será entregue o Filho do Homem! Melhor fora a tal homem não ter nascido». 25 Judas, o traidor, tomou a palavra e disse: «Porventura, sou eu, Mestre?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste».

Comentário:

A traição tem sempre um preço porque quem trai espera receber algo em troca.

Não se encontra grande compaixão por um traidor porque o acto em si é repugnante seja qual for o objecto da traição.

Mas pode – isso sim – haver perdão para o que trai.

E se, como no caso de Judas, não quiser ser perdoado?

Então o preço a pagar pela traição pode atingir proporções gigantescas, muitíssimo superiores à paga recebida.


(ama, comentário sobre MT 26, 14-25, 2015.04.01)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

CAPÍTULO V

A origem do mal

Eu buscava a origem do mal, mas de modo erróneo, e não via o erro que havia no meu modo de buscá-la. Desfilava diante dos olhos da minha alma toda a criação, tanto o que podemos ver – como a terra, o mar, o ar, as estrelas, as árvores e os animais – como o que não podemos ver – como o firmamento, e todos os anjos e seres espirituais. Estes, porém, como se também fossem corpóreos, colocados pela minha imaginação nos seus respectivos lugares. Fiz da tua criação uma espécie de massa imensa, diferenciada em diversos géneros de corpos; uns, corpos verdadeiros, e espíritos, que eu imaginava como corpos.

E eu imaginava-a não tão imensa quanto ela realmente era – o que seria impossível – mas quanto me agradava, embora limitada por todos os lados. E a ti, Senhor, como a um ser que a rodeava e penetrava por todas as partes, infinito em todas as direcções, como se fosses um mar incomensurável, que tivesse dentro de si uma esponja tão grande quanto possível, limitada, e toda embebida, em todas as suas partes, desse imenso mar.

Assim é que eu concebia a tua criação finita, cheia de ti, infinito, e dizia: “Eis aqui Deus, e eis aqui as coisas que Deus criou; Deus é bom, imenso e infinitamente mais excelente que as suas criaturas; e, como é bom, fez boas todas as coisas; e vede como as abraça e penetra! Onde está pois o mal? De onde e por onde conseguiu penetrar no mundo? Qual é a sua raiz e sua semente?

E se tememos em vão, o próprio temor já é certamente um mal que atormenta e espicaça sem motivo o nosso coração; e tanto mais grave quanto é certo que não há razão para temer. Portanto, ou existe o mal que tememos, ou o próprio temor é o mal. Donde, pois, procede o mal se Deus, que é bom, fez boas todas as coisas? Bem superior a todos os bens, o Bem supremo, criou sem dúvida bens menores do que ele. De onde pois vem o mal? Acaso a matéria de que se serviu para a criação era corrompida e, ao dar-lhe forma e organização, deixou nela algo que não converteu em bem?

E por quê isto? Acaso, sendo omnipotente, não podia mudá-la, transformá-la toda, para que nela não restasse semente do mal? Enfim, por que se utilizou dessa matéria para criar? Por quê a sua omnipotência não a aniquilou totalmente? Poderia ela existir contra a sua vontade? E, se é eterna, por que a deixou existir por tanto tempo no infinito do passado, resolvendo tão tarde servir-se dela para fazer alguma coisa? Ou, já que quis fazer de súbito alguma coisa, sendo omnipotente, não poderia suprimir a matéria, ficando ele só, bem total verdadeiro, sumo e infinito? E, se não era conveniente que, sendo bom, não criasse nem produzisse bem algum, por que não destruiu e aniquilou essa matéria má, criando outra que fosse boa e com a qual plasmar toda a criação?
Porque ele não seria omnipotente se não pudesse criar algum bem sem a ajuda dessa matéria que não havia criado.”

Tais eram os pensamentos do meu pobre coração, oprimido pelos pungentes temores da morte, e sem ter encontrado a verdade. Contudo, arraigava sempre mais em meu coração a fé do teu Cristo, nosso Senhor e Salvador, professada pela Igreja Católica; fé ainda incerta, certamente, em muitos pontos, e como que flutuando fora das normas da doutrina. A minha alma porém não a abandonava, e cada dia mais se abraçava a ela.

CAPÍTULO VI

O absurdo dos horóscopos

Também já havia rechaçado as enganosas predições e ímpios delírios dos astrólogos.

Ainda por isso, meu Deus, quero confessar-te as tuas misericórdias desde o mais íntimo da minha alma! Foste tu, e só tu – pois, quem pode afastar-nos da morte do erro, senão a Vida que desconhece a morte, a Sabedoria que ilumina as pobres inteligências sem precisar de outra luz, e que governa o mundo até as folhas que tremulam nas árvores? Foste tu que medicaste a obstinação com que me opunha ao sábio velho Vindiciano e ao magnânimo jovem Nebrídio, que diziam – o primeiro, com veemência, o segundo com alguma hesitação, mas frequentemente – não existir a tal arte de predizer as coisas futuras, e que as conjecturas dos homens muitas vezes têm concurso do acaso e que, de tanto repetir, acertavam em predizer algumas coisas, sem que os mesmos que as diziam o soubessem.

Foste tu que me fizeste encontrar um amigo mui afeiçoado a consultar os astrólogos, não entendido nessa ciência, mas que consultava por curiosidade. Ele conhecia uma história, que ouvira do pai, segundo dizia. Ignorava até que ponto essa história era valiosa para destruir a autoridade daquela arte.

Esse homem, chamado Firmino, educado nas artes liberais e instruído na eloquência, veio consultar-me, como amigo íntimo, sobre alguns assuntos nos quais alimentava esperanças mundanas, para ver qual seria o meu vaticínio conforme as suas constelações, como eles dizem. Eu, que já começara a inclinar-me para a opinião de Nebrídio, embora não me negasse a fazer-lhe o horóscopo e expor-lhe as suas conclusões, acrescentei, contudo, que estava quase persuadido de que tudo aquilo era ridícula quimera.

Então, ele contou-me que seu pai tinha grande interesse na leitura de tais livros, e que tivera um amigo igualmente apaixonado. Conversando sobre a matéria, empolgaram-se cada vez mais no estudo daquelas tolices, e chegaram ao ponto de observar os momentos do nascimento até dos animais domésticos, notando a posição das estrelas a fim de coligir dados experimentais daquela pseudo-arte.

Firmino relatava-me ter ouvido o pai contar que, estando a sua mãe para o dar à luz, uma serva daquele amigo também estava grávida de seu pai, coisa que não poderia passar despercebida ao seu senhor, que cuidava com extrema diligência e precisão de conhecer até o parto das cadelas.

E sucedeu que, contando com o maior esmero os dias, horas e as suas menores parcelas, da esposa e da escrava, ambas as mulheres deram à luz no mesmo momento, o que os obrigou a fazer, até em seus menores detalhes os mesmos horóscopos para os nascidos, um para o filho e outro para o pequeno servo.

Tendo começado o trabalho de parto, informaram-se um ao outro o que se passava nas suas casas, e enviaram mensageiros um ao outro, a fim de anunciar com igual rapidez o nascimento das crianças; e conseguiram fazê-lo facilmente, como se o facto se passasse em suas próprias casas. E Firmino contava que os mensageiros que haviam sido enviados vieram a encontrar-se à mesma distância das suas respectivas casas, de modo que não se podia notar a menor diferença na posição das estrelas, assim como nas demais fracções de tempo. No entanto Firmino, como filho de grande família, corria pelos mais brilhantes caminhos do mundo, crescia em riquezas e era coberto de honras, ao passo que o escravo, sujeito ainda ao jugo da escravidão, tinha que servir os seus senhores, segundo ele próprio contava, pois o conhecia.

Ouvindo essa história, na qual acreditei pelo crédito que merecia o seu narrador – toda a minha resistência se quebrou. Esforcei-me em seguida para afastar Firmino daquela vã curiosidade, dizendo-lhe que, pelo seu horóscopo e para ser verdadeiro, deveria certamente considerar seus pais como os primeiros entre seus concidadãos; o renome da sua família, a mais nobre da cidade; o seu nascimento ilustre, a sua educação esmerada e os seus conhecimentos nas artes liberais. E, pelo contrário, se aquele servo me consultasse sobre o tal horóscopo – que era o mesmo de Firmino – se também tivesse de lhe dizer a verdade – deveria ver nos mesmo sinais os sua família paupérrima, a sua condição servil e tantas outras coisas, tão diferentes e opostas às primeiras.

Portanto, para dizer a verdade, vendo os mesmos sinais celestes deveria tirar conclusões divergentes, porque fazer prognósticos semelhantes seria mentir.

Donde concluí, com toda a certeza, que as predições verdadeiras não se podem atribuir a uma arte, mas ao acaso, e que as falsas não se devem à ignorância dessa arte, mas à mentira do acaso.

Após esta abertura e nela baseado, ruminava dentro de mim tais coisas, para que nenhum daqueles loucos que buscam nisso o lucro, e a quem eu então desejava refutar e ridicularizar, não me objectasse que Firmino ou o pai podiam ter contado mentiras. Voltei pois a minha atenção ao caso dos gémeos, muitos dos quais saem do seio materno com tão breve intervalo de tempo, que por mais que o pretendam importante, não pode ser apreciado pela observação humana, nem pode ser considerado nos signos de que o astrólogo lançará mão para fazer uma previsão certa. Mas os vaticínios não serão verdadeiros pois, vendo os mesmos signos, deveria predizer a mesma sorte para Esaú e Jacob, sendo que os acontecimentos da vida de ambos foram muito diversos.

O astrólogo, portanto, deveria prognosticar coisas falsas, ou, no caso de falar coisas verdadeiras, estas forçosamente deveriam ser diferentes, a despeito da identidade das observações. Logo, se os seus prognósticos fossem verdadeiros, não o seriam por efeito da arte, mas do acaso. Porque tu, Senhor, governador justíssimo do Universo, por inspiração secreta, desconhecida dos consulentes e astrólogos, fazes que cada um ouça a resposta que lhe convém, de acordo com os méritos das almas, do fundo do abismo do teu justo juízo. E que o homem não se atreva a dizer: Que é isto? Por quê isto? Não o diga, não o diga, porque é um simples homem.

(Revisão de versão portuguesa por ama)



Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Antigo testamento / Salmos

Salmo 141







1 Clamo a ti, Senhor; vem depressa! Escuta a minha voz quando clamo a ti.
2 Seja a minha oração como incenso diante de ti e o levantar das minhas mãos como a oferta da tarde.
3 Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios.
4 Não permitas que o meu coração se volte para o mal nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores. Que eu nunca participe dos seus banquetes!
5 Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio, pois a minha oração é contra as práticas dos malfeitores.
6 Quando eles caírem nas mãos da Rocha, o juiz deles, ouvirão as minhas palavras com apreço.
7 Como a terra é arada e fendida, assim foram espalhados os seus ossos à entrada da sepultura.
8 Mas os meus olhos estão fixos em ti, ó Soberano Senhor; em ti me refugio; não me entregues à morte.
9 Guarda-me das armadilhas que prepararam contra mim, das ciladas dos que praticam o mal.

10 Caiam os ímpios em sua própria rede, enquanto eu escapo ileso.

Doutrina - 93

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A REVELAÇÃO DE DEUS

10. Qual o valor das revelações privadas?

Embora não pertençam ao depósito da fé, elas podem ajudar a viver esta mesma fé, desde que mantenham uma estrita orientação para Cristo. O Magistério da Igreja, ao qual compete discernir as revelações privadas, não pode, por isso, aceitar aquelas que pretendem superar ou corrigir a Revelação definitiva que é Cristo.

Semeadores de paz e de alegria

Ris-te porque te digo que tens "vocação matrimonial"? – Pois é verdade: assim mesmo, vocação. Pede a São Rafael que te conduza castamente ao termo do caminho, como a Tobias. (Caminho, 27)

É muito importante que o sentido vocacional do matrimónio nunca falte, tanto na catequese e na pregação como na consciência daqueles a quem Deus quer levar por esse caminho, porque estão real e verdadeiramente chamados a integrar-se nos desígnios divinos da salvação de todos os homens.

Por isso, talvez não possa apresentar-se aos esposos cristãos melhor modelo que o das famílias dos tempos apostólicos: o centurião Cornélio, que foi dócil à vontade de Deus e em cuja casa se consumou a abertura da Igreja aos gentios; Áquila e Priscila, que difundiram o cristianismo em Corinto e em Éfeso, e que colaboraram no apostolado de S. Paulo; Tabita, que com a sua caridade assistiu aos necessitados de Jope... E tantos outros lares de judeus e de gentios, de gregos e de romanos, nos quais lançou raízes a pregação dos primeiros discípulos do Senhor.


Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30)

Temas para meditar - 603

Vocação

A descoberta dos planos divinos proporciona à alma a chave para decifrar o próprio passado.

Nesse momento encaixam as peças que até agora eram como que um quebra-cabeças: porque conhecemos aquela determinada pessoa, as ajudas especiais que experimentámos em determinado momento…

A vocação também projecta a sua luz sobre a vida futura, que se vê plena de sentido.     


(Cfr. f. suárez, La Virgen Nuestra Señora, p. 88, trad ama)