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20/03/2016

Publicações em Mar 20

nunc coepi – Índice de publicações em Mar 20


São Josemaria – Textos

Amor, Justiça, Juventude, Paz, São João Paulo II, UNIV

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 23 1-49, Confissões - Santo Agostinho

CIC – Compêndio

JMA – Quaresma

Formação,

AT - Salmos – 139

Agenda Domingo

Reflexões quaresmais

Quaresma de 2016 – 38ª Reflexão

E o sofrimento, Senhor, porquê o sofrimento?

Olhas-me com os Teus olhos repassados de amor e dizes-me:
Meu filho, o sofrimento não me apraz, pois a minha vontade, a vontade do meu amor por vós, é a vossa salvação, é a vossa felicidade.
Repara que mesmo depois de Eu ter dado vista aos cegos, andar aos paralíticos, e até dar vida aos que morreram, aqueles que Me seguiam continuavam sem entender.
Até mesmo no Meu sacrifício total, eles me abandonaram, continuando sem entender. Mas foi o Meu sacrifício, a Minha entrega total, que vos/te libertou da lei pecado que leva à morte.
O meu sacrifício abriu as portas à vossa salvação, à vossa felicidade.
E não foi esse o principal e primeiro ensino daqueles que Me seguiram aos que Me haviam de seguir: O Filho de Deus fez-se Homem, habitou entre nós, padeceu, morreu, foi sepultado e ressuscitou!
Já sentiste na tua própria vida o sofrimento e já percebeste como esse sofrimento te abriu os olhos para a vida errada que levavas. Percebe agora como esse sofrimento pode ser redentor para ti, se o unires à Minha Paixão e por Ela chegares à vida plena que Eu te dou pela Minha Morte e Ressurreição.
Repito-te, meu filho, não me apraz o sofrimento, mas lembra-te que Eu estou sempre convosco, contigo, sobretudo nos momentos mais difíceis e dolorosos, para os viver contigo.

Aninho-me nos Teus braços, e peço-Te:
Ensina-me e ajuda-me, Senhor, a unir-me a Ti na Tua Paixão, em cada momento de sofrimento da minha vida.
Ensina-me e ajuda-me, Senhor, a retirar do sofrimento o ensinamento necessário para a minha vida.
Ensina-me e ajuda-me, Senhor, a sofrer em silêncio e sobretudo a sofrer com os outros os seus sofrimentos.

Obrigado, Senhor, porque no Teu sofrimento nos mostras a dimensão infinita do Teu amor por nós.

E obrigado, Senhor, por me teres dado a graça imensa de ser pai!



joaquim mexia alves, Marinha Grande, 19 de Março de 2016


Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma

Domingo de Ramos

Evangelho: Lc 23, 1-49

1 Aproximava-se a festa dos Ázimos, chamada Páscoa.2 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam modo de matar Jesus; porém, temiam o povo.3 Ora Satanás entrou em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, um dos doze,4 o qual foi combinar com os príncipes dos sacerdotes e com os oficiais de que modo lh'O entregaria.5 Ficaram contentes e combinaram com ele dar-lhe dinheiro.6 Judas deu a sua palavra e buscava ocasião oportuna de lh'O entregar sem que a multidão soubesse. 7 Chegou o dia dos Ázimos, no qual se devia imolar a Páscoa.8 Jesus enviou Pedro e João, dizendo: «Ide, preparai-nos a refeição pascal».9 Eles perguntaram: «Onde queres que a preparemos?».10 Ele disse-lhes: «Logo que entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem levando uma bilha de água; segui-o até à casa em que entrar,11 e direis ao dono da casa: O Mestre manda dizer-te: Onde está a sala em que hei-de comer a Páscoa com os Meus discípulos? 12 Ele vos mostrará uma grande sala mobilada no andar de cima; preparai aí o que for preciso».13 Indo eles, encontraram tudo como Jesus dissera; e prepararam a Páscoa. 14 Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa com os Apóstolos e 15 disse-lhes: «Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer, 16 porque vos digo que não mais a comerei até que ela se cumpra no reino de Deus».17 Tendo tomado o cálice, deu graças, e disse: «Tomai e distribuí-o entre vós,18 porque vos declaro que não tornarei a beber do fruto da vide até que chegue o reino de Deus».19 Depois tomou um pão, deu graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: «Isto é o Meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim».20 Depois da ceia fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no Meu sangue, que é derramado por vós». 21 «Entretanto, eis que a mão de quem Me há-de entregar está à mesa comigo.22 Em verdade, o Filho do Homem vai, segundo o que está decretado, mas, ai daquele homem por quem será entregue!».23 Eles começaram a perguntar entre si qual deles seria o que haveria de fazer tal coisa. 24 Levantou-se também entre eles uma discussão sobre qual deles se devia considerar o maior.25 Jesus, porém, disse-lhes: «Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm autoridade sobre elas chamam-se benfeitores.26 Não seja assim entre vós, mas o que entre vós é o maior faça-se como o mais pequeno, e o que governa seja como o que serve.27 Porque, qual é maior, o que está à mesa, ou o que serve? Não é maior o que está sentado à mesa? Pois Eu estou no meio de vós como um que serve .28 Vós sois os que tendes permanecido comigo nas Minhas tribulações. 29 Por isso Eu preparo o reino para vós, como Meu Pai o preparou para Mim, 30 para que comais e bebais à Minha mesa, no Meu reino, e vos senteis sobre tronos a julgar as doze tribos de Israel. 31 «Simão, Simão eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo;32 mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos». 33 Pedro disse-Lhe: «Senhor, eu estou pronto a ir contigo para a prisão e para a morte». 34 Jesus, porém, disse-lhe: «Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo, sem que tu, por três vezes, tenhas negado que Me conheces». Depois disse-lhes: 35 «Quando Eu vos mandei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa?».36 Eles responderam: «Nada». Disse-lhes pois: «Mas agora quem tem bolsa, tome-a, e também alforge, e quem não tem espada venda o seu manto e compre uma.37 Porque vos digo que é necessário que se cumpra em Mim isto que está escrito: “Foi posto entre os malfeitores”. Porque as coisas que Me dizem respeito estão perto do seu cumprimento». 38 Eles responderam: «Senhor, eis aqui duas espadas». Jesus disse-lhes: «Basta». 39 Tendo saído foi, segundo o Seu costume, para o monte das Oliveiras. Seus discípulos seguiram-n'O.  40 Quando chegou àquele lugar disse-lhes: «Orai, para não cairdes em tentação».41 Afastou-Se deles a distância de um tiro de pedra; e, posto de joelhos, orava,42 dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; não se faça, contudo, a Minha vontade, mas a Tua».43 Então apareceu-Lhe um anjo do céu que O confortava. Entrando em agonia, orava mais intensamente.44 O Seu suor tornou-se como gotas de sangue que corriam até à terra.45 Tendo-Se levantado da oração e indo ter com os Seus discípulos, encontrou-os a dormir por causa da tristeza.46 Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai para não cairdes em tentação».47 Estando Ele ainda a falar, eis que chega um tropel de gente. Aquele que se chamava Judas, um dos doze, vinha à frente. Aproximou-se de Jesus para O beijar.48 Jesus disse-lhe: «Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?».49 Os que estavam com Jesus, vendo o que ia acontecer, disseram-Lhe: «Senhor e se os feríssemos à espada?».

Comentário:

Parece-me que o único comentário conveniente a este trecho do Evangelho de São Lucas seja:

Leiamos com atenção, meditemos com profundidade cada palavra, cada episódio;

Guardemos no coração o que lemos e meditamos para o Tempo Litúrgico da Quaresma que amanhã começa;

Tenhamos consciência do incomensurável Amor de Jesus Cristo por todos os homens;
Amor que O leva a instituir a Eucaristia como penhor da Vida Eterna que deseja para cada um de nós;

Amor que O conduz à Agonia no Horto das Oliveiras;

Amor que O leva a suportar a traição mais abominável que é a levada a cabo por um que tinha como amigo e que O entrega com um beijo.

(ama, comentário sobre Lc 23, 1-49, 2016.01.16)



Leitura espiritual


SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

LIVRO SEXTO

CAPÍTULO X

Os três amigos

Encontrei Alípio em Roma, onde se uniu a mim com vínculo de amizade tão estreito, que foi comigo para Milão, tanto para evitar o nosso afastamento como para exercer o Direito, embora mais para agradar aos pais do que por vontade própria. Já por três vezes fora assessor, sempre com admirável lisura, e ficando ele mais admirado ainda de que juízes preferissem o dinheiro à inocência.

Ficou provada a integridade do seu carácter, não só contra os atractivos da cobiça, mas também contra o aguilhão do medo. Em Roma, era assessor do tesoureiro das finanças da Itália.

Havia nesse tempo um senador poderosíssimo, a quem estavam sujeitos muitos clientes, uns por benefícios, outros por terror. Segundo o costume dos poderosos, este senador tentou fazer não sei que coisa era proibida pelas leis, e Alípio opôs-se-lhe. À tentativa de corrompê-lo, Alípio respondeu com o riso. Zombou das ameaças que aquele lhe dirigiu, causando admiração geral pela rara qualidade da sua alma, que não desejava a amizade e nem temia a inimizade de homem tão poderoso, conhecido pelos seus inúmeros meios de prestar favores ou de prejudicar. Até o próprio juiz, de que Alípio era assessor, embora se opusesse também, não o fazia abertamente, responsabilizando Alípio que, dizia ele, não lhe permitia fazer o que desejava, porque, se acedesse – e era verdade – demitir-se-ia imediatamente.

Alípio quase se deixara seduzir pelo amor às letras, mandando copiar códigos segundo a tarifa paga aos trabalhos para o Estado; porém, consultando a justiça, inclinou-se pelo melhor, preferindo a integridade, que lhe proibia esta acção, ao poder que lha permitia.

Isso é facto pequeno, mas o que é fiel no pouco também o é no muito, e de modo nenhum podem ser vãs aquelas palavras saídas da boca da tua Verdade. Se não fordes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se nas alheias não fordes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

Assim era então este amigo, tão intimamente unido a mim, e que comigo buscava o tipo de vida que deveríamos seguir.

Também Nebrídio deixou a sua pátria, vizinha de Cartago, e a própria Cartago, onde gozava de boa fama. Abandonou as magníficas propriedades do pai, a casa e até a própria mãe, que não o quis seguir; veio para Milão apenas para viver comigo, na busca apaixonada da verdade e da sabedoria.

Assim como eu, ele suspirava, partilhando a minha perplexidade, mostrando-se investigador ardoroso da vida feliz e indagador acérrimo das questões mais difíceis.

Eram três bocas famintas que comunicavam mutuamente a própria fome, esperando que lhes desses comida no tempo oportuno. Na amargura, que graças à tua misericórdia sempre seguia as nossas acções mundanas, se desejávamos entender a causa dos sofrimentos, encontrávamos trevas. Afastávamo-nos gemendo e dizendo: Até quando durará este sofrimento? E repetíamos isto com frequência, mas não abandonávamos o nosso modo de vida, porque não víamos nenhuma certeza a que nos pudéssemos abraçar, se o abandonássemos.

CAPÍTULO XI

Entre Deus e o mundo

Era com admiração que me recordava diligentemente do longo tempo decorrido desde os meus dezanove anos, quando comecei a arder no desejo da sabedoria, propondo-me, quando a achasse, abandonar todas as vãs esperanças e enganosas loucuras das paixões.

Chegado porém aos trinta anos, ainda continuava preso ao mesmo lodaçal, ávido de gozar dos bens presentes, que me fugiam e me dissipavam. Entretanto, dizia: “Amanhã hei de encontra-la; a verdade aparecerá clara, e abraçá-la-ei. Fausto virá, e dará todas as explicações. Ó grandes varões da Academia: é verdade que não podemos compreender nenhuma coisa com certeza para a conduta da nossa vida?

“Mas não! Procuremos com mais diligência, sem desesperarmos. Já não me parecem absurdas nas Escrituras as coisas que antes me pareciam tais: posso compreendê-las de modo diferente, mais razoável. Fixarei, pois, os pés naquele degrau em que me colocaram os meus pais quando criança, até que encontres a verdade na sua evidência.

“Mas onde e quando buscá-la? Ambrósio não tem tempo livre para me ouvir, e a mim falta-me tempo para ler. E além do mais, onde encontrar os livros? E onde ou quando poderei comprá-los?

A quem hei-de pedi-los?

“Repartamos o tempo, reservemos algumas horas para a salvação da alma. Nasceu uma grande esperança: a fé católica não ensina o que eu pensava, e eu criticava-a levianamente. Os seus doutores têm como crime limitar Deus à figura humana; e eu ainda hesito em bater para que nos sejam reveladas as outras verdades! Dedico as horas da manhã aos alunos; mas que faço das outras? Por que não as consagro a essa busca?

“Mas quando então, visitar os amigos poderosos, de cujos favores necessito? Quando preparar as lições que os alunos me pagam? Quando reparar as forças do espírito, descansando em algo aprazível?

“Perca-se tudo! Deixemos essas coisas vãs e fúteis. Entreguemo-nos por completo à busca da verdade. A vida é miserável, e a hora da morte, incerta. Se esta me surpreender de repente, em que estado sairei do mundo? E onde aprenderei o que deixei de aprender aqui? Não serei antes castigado por essa negligência? Mas, e se a própria morte cortar e for o fim a todo cuidado e sentimento? Também seria conveniente investigar este ponto. Mas afastemos tais pensamentos! Não é por acaso nem é em vão que se difunde por todo o mundo a fé cristã, com grande prestígio. Deus jamais teria criado tantas e tais coisas por nós, se com a morte do corpo terminasse também a vida da alma. Porque hesitar, pois, em abandonar as esperanças do mundo para me consagrar à busca de Deus e da bem-aventurança?

Mas esperemos um pouco! Os bens mundanos também têm seus deleites, que não são pequenos. Não devo deixá-los sem pensar; seria feio ter de voltar a eles. Eis-me prestes a conseguir um cargo de honra. Que mais posso desejar? Tenho uma multidão de amigos poderosos. Sem me apressar muito poderia obter, no mínimo, uma presidência. Poderia então casar-me com uma mulher de alguma fortuna, para que os meus gastos não fossem muito pesados.

Aqui estariam os limites de meus desejos. Muitos homens grandes e dignos de imitação, apesar de casados, dedicaram-se ao estudo da sabedoria.

Enquanto assim pensava, e os ventos cambiantes impeliam o meu coração de um lado para outro, o tempo passava, e eu retardava a minha conversão ao Senhor. Adiava de dia para dia o viver em ti, morrendo todavia todos os dias em mim mesmo. Amando a vida feliz, temia busca-la na sua morada; procurava-a fugindo dela! Pensava que seria muito desgraçado se me visse privado das carícias da mulher. Não pensava ainda no remédio da tua misericórdia, que cura esta enfermidade, porque nunca o havia experimentado. Julgava que a continência fosse obra da nossa própria força, que eu pensava não ter. Eu era bastante néscio para ignorar que ninguém, como está escrito, é casto sem que tu lhes dês a força. Essa força certamente ma darias se eu ferisse os teus ouvidos com os gemidos da minha alma, e com fé firme lançasse em ti meus cuidados.

CAPÍTULO XII

Casar ou não?

Opunha-se Alípio a que me casasse, repetindo-me que, se o fizesse, não poderíamos dedicar-nos juntos, com segura tranquilidade, ao amor da sabedoria, como há muito desejávamos.

Alípio, nessa matéria, era castíssimo de causar admiração, porque, ao entrar na juventude, experimentara o prazer carnal, mas não se prendera a ele. Antes, arrependeu-se muito, e desprezou-o, vivendo depois em perfeita continência.

Eu argumentava com os exemplos dos que, embora casados, se tinham dedicado ao estudo da sabedoria, servindo a Deus, e guardando fidelidade e amor aos amigos. Contudo, eu estava longe dessa grandeza de alma. Prisioneiro da morbidade da carne, arrastava com prazer mortal a minha cadeia, temendo que ela se rompesse e, rejeitando as palavras que bem me aconselhavam, como o ferido repele a mão que lhe desfaz as ligaduras.

Além do mais, a serpente falava pela minha boca a Alípio, e pela língua lhe tecia doces laços em seu caminho, para que os seus pés honestos e livres se enredassem.

Ele admirava-se de que eu, a quem tanto estimava, estivesse tão preso ao visco do prazer a ponto de afirmar, sempre que tratávamos desse assunto, que me era impossível levar vida casta. Para esgrimir contra a sua admiração, dizia-lhe que havia grande diferença entre a sua rápida e furtiva experiência do prazer, de que mal se lembrava e que, por isso, podia desprezar facilmente, e as delícias de uma ligação verdadeira, à qual, se juntasse o honesto nome de matrimónio, já não causaria admiração se eu não pudesse desprezar aquela vida. Com isso, Alípio também começou a desejar o matrimónio, não certamente vencido pelo apetite do prazer, mas pela curiosidade. Desejava saber, dizia ele, o que era aquele bem sem o qual minha vida – que ele tanto apreciava – não me parecia vida, mas tormento. De facto, livre dessa prisão, a sua alma pasmava de tal servidão, e do espanto passava ao desejo de experimentá-la. Depois talvez caísse naquela mesma servidão que o espantava, pois queria fazer um pacto com a morte, e o que ama o perigo, nele cairá.

Certamente que nem ele, nem eu tínhamos grande interesse no que há de bonito e honesto no matrimónio, como a direcção da família e a educação dos filhos. Mas o que me mantinha preso e com fortes tormentos era o hábito de saciar a minha insaciável concupiscência; e a ele, era a admiração que o arrastava para o mesmo cativeiro. Assim éramos, Senhor, até que tu, ó Altíssimo, que não desamparas o nosso lodo, compassivo, por caminhos maravilhosos e ocultos, viestes em socorro destes infelizes.

(cont)

(Revisão de versão portuguesa por ama)



Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Doutrina - 90

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A REVELAÇÃO DE DEUS

7. Quais as primeiras etapas da Revelação de Deus?


Deus manifesta-se desde o princípio aos nossos primeiros pais, Adão e Eva, e convida-os a uma comunhão íntima com Ele. Após a sua queda, não interrompe a revelação e promete a salvação para toda a sua descendência. Após o dilúvio, estabelece com Noé uma aliança entre Ele e todos os seres vivos.

Antigo testamento / Salmos

Salmo 139






1 Senhor, tu me sondas e me conheces.
2 Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos.
3 Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti.
4 Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.
5 Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim.
6 Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance; é tão elevado que não o posso atingir.
7 Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença?
8 Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás.
9 Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá.
10 Mesmo que eu diga que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.
11 Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.
12 Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isto com convicção.
13 Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em segredo fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
14 Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.
15 Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!
16 Se eu os contasse, seriam mais do que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo.
17 Quem dera matasses os ímpios, ó Deus! Afastem-se de mim os assassinos!
18 Porque falam de ti com maldade; em vão rebelam-se contra ti.
19 Acaso não odeio os que te odeiam, Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti?
20 Tenho por eles ódio implacável! Considero-os inimigos meus!
21 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações.

22 Vê se na minha conduta algo te ofende e dirige-me pelo caminho eterno.

Vamos receber o Senhor

Pensaste nalguma ocasião como te prepararias para receber Nosso Senhor, se só se pudesse comungar uma vez na vida? – Agradeçamos a Deus a facilidade que temos para nos aproximarmos dele, mas... temos de agradecê-lo preparando-nos muito bem para o receber. (Forja, 828)

Jesus é o Caminho, o Medianeiro. N'Ele, tudo! Fora d'Ele nada! Em Cristo e ensinados por Ele, atrevemo-nos a chamar Pai Nosso ao Todo-Poderoso, a Ele, que fez o Céu e a Terra e que é esse Pai tão afectuoso que espera que voltemos para Ele continuamente, cada um de nós como novo e constante filho pródigo.

Ecce Agnus Dei... Domine, non sum dignus... Vamos receber o Senhor. Quando na Terra se recebem pessoas muito importantes, há luzes, música, trajes de gala. Para albergar Cristo na nossa alma, como devemos preparar-nos? Já teremos por acaso pensado como nos comportaríamos se só se pudesse comungar uma vez na vida?

Quando eu era criança, não estava ainda divulgada a prática da comunhão frequente. Recordo-me de como se preparavam as pessoas para comungar. Cuidavam com esmero a boa preparação da alma e até do corpo. Punham a melhor roupa, a cabeça bem penteada, o corpo fisicamente limpo e talvez mesmo um pouco de perfume... Eram delicadezas próprias de quem estava apaixonado, de almas finas e rectas, que sabem pagar o Amor com amor.


Com Cristo na alma, termina a Santa Missa. A bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo acompanha-nos durante toda a jornada, na nossa tarefa simples e normal de santificar todas as actividades nobres do homem. (Cristo que passa, 91)

Temas para meditar - 601

Justiça

Não bastam (...) as análises sociológicas para trazer a justiça e a paz. A raiz do mal está no interior do homem.
Por isso, o remédio parte também do coração.
Jacob ama Raquel com todas as suas forças e com todas as suas forças ama a Deus; mas nem por isso ama a Raquel como a Deus, nem a Deus como a Raquel.
Ama a Deus como seu Deus sobre todas as coisas e mais que a si mesmo;
Ama a Raquel como a sua mulher sobre todas as outras mulheres e como a si mesmo;
Ama a Deus com amor absoluto e soberanamente sumo, e a Raquel com o seu amor marital;
Um amor não é contrário ao outro, porque o de Raquel não viola as supremas vantagens do amor de Deus.


(são joão Paulo II, Discurso à UNIV, Roma, 979.04.11)

Que fazer quando não apetece fazer o que devo?

5. Que fazer quando não apetece fazer o que devo?

A oposição entre razão - consciência - e apetites origina uma tensão interior devido à dificuldade que se encontra em ser coerente.
A resposta correcta é optar pelo bem ainda que custe.
Mas nem sempre se encontra este caminho, pois há várias possibilidades:

·       Faço o que gosto ainda que seja incorrecto. (É um erro).

·       Faço o que devo ainda que não apeteça. (É correcto, mas custa).

·       Procuro enganar-me modificando o racionável. (É um erro).

Aqui inclui-se o caso daqueles que não querem pensar nem escutar -como se costuma dizer, não ouvem a razão -.

·       Procuro adequar os gostos para que sejam racionais. (É correcto).


(cont)