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30/12/2015

Índice de publicações em 30 Dez

nunc coepi – Índice de publicações em Dez 30

S. Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 2 36-40, Encíclica Laudato Si (Papa Francisco)

Doutrina - Dom de línguas

Desastres naturais

AT - Salmos – 58


Agenda Quarta-Feira

Doutrina - 10

O que significa falar em línguas?


…/7

Mas, não tem havido relatórios de se falar em línguas desde os dias dos apóstolos de Jesus Cristo? ´
Não há muitos exemplos disto hoje?
Não se deve ser pronto a concluir que o falar em línguas hoje em dia significa um derramamento do Espírito Santo.

Por que não?
Porque não se assemelha realmente ao do cristianismo do primeiro século.
Os cristãos em Pentecostes falavam em línguas sobre "as coisas magníficas de Deus". [i]

The Expositor’s Greek Testament aponta que a palavra grega para "coisas magníficas" é usada "não só quanto à Ressurreição do Senhor ..., mas quanto a tudo que os profetas haviam predito, tudo que Cristo fizera e o Espírito Santo conferira".

Muitos grupos hoje, influenciados pelo "movimento da Rua Azusa", de Los Angeles, em 1906, creem que o que fazem é o mesmo "dom de línguas" do primeiro século.
Infelizmente, isto pode ser um equívoco.
Incrivelmente, esta influência chegou até mesmo a Igreja Católica, pelo movimento carismático.

Inegavelmente que a Renovação Carismática tem feito muito bem a Igreja Católica e seus benefícios e graças são notórios.
Mas estamos falando somente na questão do "dom de línguas" e não da RCC em si.

(cont)




[i] Act 2,11

Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo de Natal


Evangelho: LC 2, 36-40

36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela,37 e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações. 38 Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção.39 Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. 40 O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

Comentário:

Há uma evidente preocupação no Evangelista de registar com pormenor os acontecimentos sucedidos nos primeiros dias de vida do Senhor.


Para que não restem dúvidas referem-se os nomes e juntam-se elementos identificativos dos personagens envolvidos nesses  acontecimentos.

Jesus existiu de facto não é uma invenção nem um mito mas alguém real e concreto.


(ama, comentário sobre LC 2 36-40, 2014.12.30)


Leitura espiritual

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CARTA ENCÍCLICA
LAUDATO SI’
DO SANTO PADRE
FRANCISCO
SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM


CAPÍTULO I

O QUE ESTÁ A ACONTECER À NOSSA CASA

1. Poluição e mudanças climáticas

40. Os oceanos contêm não só a maior parte da água do planeta, mas também a maior parte da vasta variedade dos seres vivos, muitos deles ainda desconhecidos para nós e ameaçados por diversas causas.
Além disso, a vida nos rios, lagos, mares e oceanos, que nutre grande parte da população mundial, é afectada pela extracção descontrolada dos recursos ictíicos, que provoca drásticas diminuições dalgumas espécies.
E no entanto continuam a desenvolver-se modalidades selectivas de pesca, que descartam grande parte das espécies apanhadas. Particularmente ameaçados estão organismos marinhos que não temos em consideração, como certas formas de plâncton que constituem um componente muito importante da cadeia alimentar marinha e de que dependem, em última instância, espécies que se utilizam para a alimentação humana.

41. Passando aos mares tropicais e subtropicais, encontramos os recifes de coral, que equivalem às grandes florestas da terra firme, porque abrigam cerca de um milhão de espécies, incluindo peixes, caranguejos, moluscos, esponjas, algas e outras.
Hoje, muitos dos recifes de coral no mundo já são estéreis ou encontram-se num estado contínuo de declínio:
«Quem transformou o maravilhoso mundo marinho em cemitérios subaquáticos despojados de vida e de cor?»[i]
Este fenómeno deve-se, em grande parte, à poluição que chega ao mar resultante do desflorestamento, das monoculturas agrícolas, das descargas industriais e de métodos de pesca destrutivos, nomeadamente os que utilizam cianeto e dinamite.
É agravado pelo aumento da temperatura dos oceanos. Tudo isso nos ajuda a compreender como qualquer acção sobre a natureza pode ter consequências que não advertimos à primeira vista e como certas formas de exploração de recursos se obtêm à custa duma degradação que acaba por chegar até ao fundo dos oceanos.

42. É preciso investir muito mais na pesquisa para se entender melhor o comportamento dos ecossistemas e analisar adequadamente as diferentes variáveis de impacto de qualquer modificação importante do meio ambiente.
Visto que todas as criaturas estão interligadas, deve ser reconhecido com carinho e admiração o valor de cada uma, e todos nós, seres criados, precisamos uns dos outros.
Cada território detém uma parte de responsabilidade no cuidado desta família, pelo que deve fazer um inventário cuidadoso das espécies que alberga a fim de desenvolver programas e estratégias de protecção, cuidando com particular solicitude das espécies em vias de extinção.

4. Deterioração da qualidade de vida humana e degradação social

43. Tendo em conta que o ser humano também é uma criatura deste mundo, que tem direito a viver e ser feliz e, além disso, possui uma dignidade especial, não podemos deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental, do modelo actual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das pessoas.

44. Nota-se hoje, por exemplo, o crescimento desmedido e descontrolado de muitas cidades que se tornaram pouco saudáveis para viver, devido não só à poluição proveniente de emissões tóxicas mas também ao caos urbano, aos problemas de transporte e à poluição visiva e acústica.
Muitas cidades são grandes estruturas que não funcionam, gastando energia e água em excesso.
Há bairros que, embora construídos recentemente, apresentam-se congestionados e desordenados, sem espaços verdes suficientes.
Não é conveniente para os habitantes deste planeta viver cada vez mais submersos de cimento, asfalto, vidro e metais, privados do contacto físico com a natureza.

45. Nalguns lugares, rurais e urbanos, a privatização dos espaços tornou difícil o acesso dos cidadãos a áreas de especial beleza; noutros, criaram-se áreas residenciais «ecológicas» postas à disposição só de poucos, procurando-se evitar que outros entrem a perturbar uma tranquilidade artificial.
Muitas vezes encontra-se uma cidade bela e cheia de espaços verdes e bem cuidados nalgumas áreas «seguras», mas não em áreas menos visíveis, onde vivem os descartados da sociedade.

46. Entre os componentes sociais da mudança global, incluem-se os efeitos laborais dalgumas inovações tecnológicas, a exclusão social, a desigualdade no fornecimento e consumo da energia e doutros serviços, a fragmentação social, o aumento da violência e o aparecimento de novas formas de agressividade social, o narcotráfico e o consumo crescente de drogas entre os mais jovens, a perda de identidade.
São alguns sinais, entre outros, que mostram como o crescimento nos últimos dois séculos não significou, em todos os seus aspectos, um verdadeiro progresso integral e uma melhoria da qualidade de vida.
Alguns destes sinais são ao mesmo tempo sintomas duma verdadeira degradação social, duma silenciosa ruptura dos vínculos de integração e comunhão social.

47. A isto vêm juntar-se as dinâmicas dos mass-media e do mundo digital, que, quando se tornam omnipresentes, não favorecem o desenvolvimento duma capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade, amar com generosidade.
Neste contexto, os grandes sábios do passado correriam o risco de ver sufocada a sua sabedoria no meio do ruído dispersivo da informação.
Isto exige de nós um esforço para que esses meios se traduzam num novo desenvolvimento cultural da humanidade, e não numa deterioração da sua riqueza mais profunda.
A verdadeira sabedoria, fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas, não se adquire com uma mera acumulação de dados, que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir.
Ao mesmo tempo tendem a substituir as relações reais com os outros, com todos os desafios que implicam, por um tipo de comunicação mediada pela internet.
Isto permite seleccionar ou eliminar a nosso arbítrio as relações e, deste modo, frequentemente gera-se um novo tipo de emoções artificiais, que têm a ver mais com dispositivos e monitores do que com as pessoas e a natureza.
Os meios actuais permitem-nos comunicar e partilhar conhecimentos e afectos.
Mas, às vezes, também nos impedem de tomar contacto directo com a angústia, a trepidação, a alegria do outro e com a complexidade da sua experiência pessoal.
Por isso, não deveria surpreender-nos o facto de, a par da oferta sufocante destes produtos, ir crescendo uma profunda e melancólica insatisfação nas relações interpessoais ou um nocivo isolamento.

5. Desigualdade planetária

48. O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social.
De facto, a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afectam de modo especial os mais frágeis do planeta:
«Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres».[ii]
Por exemplo, o esgotamento das reservas ictíicas prejudica especialmente as pessoas que vivem da pesca artesanal e não possuem qualquer maneira de a substituir, a poluição da água afecta particularmente os mais pobres que não têm possibilidades de comprar água engarrafada, e a elevação do nível do mar afecta principalmente as populações costeiras mais pobres que não têm para onde se transferir.
O impacto dos desequilíbrios actuais manifesta-se também na morte prematura de muitos pobres, nos conflitos gerados pela falta de recursos e em muitos outros problemas que não têm espaço suficiente nas agendas mundiais.[iii]

49. Gostaria de assinalar que muitas vezes falta uma consciência clara dos problemas que afectam particularmente os excluídos. Estes são a maioria do planeta, milhares de milhões de pessoas. Hoje são mencionados nos debates políticos e económicos internacionais, mas com frequência parece que os seus problemas se coloquem como um apêndice, como uma questão que se acrescenta quase por obrigação ou perifericamente, quando não são considerados meros danos colaterais.
Com efeito, na hora da implementação concreta, permanecem frequentemente no último lugar.
Isto deve-se, em parte, ao facto de que muitos profissionais, formadores de opinião, meios de comunicação e centros de poder estão localizados longe deles, em áreas urbanas isoladas, sem ter contacto directo com os seus problemas.
Vivem e reflectem a partir da comodidade dum desenvolvimento e duma qualidade de vida que não está ao alcance da maioria da população mundial.
Esta falta de contacto físico e de encontro, às vezes favorecida pela fragmentação das nossas cidades, ajuda a cauterizar a consciência e a ignorar parte da realidade em análises tendenciosas.
Isto, às vezes, coexiste com um discurso «verde».
Mas, hoje, não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres.

(cont)



[i] Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas, Carta pastoral What is Happening to our Beautiful Land? (29 de Janeiro de 1988).
[ii] Conferência Episcopal da Bolívia, Carta pastoral El universo, don de Dios para la vida (2012), 17.
[iii] Cf. Conferência Episcopal Alemã – Comissão para a pastoral social, Der Klimawandel: Brennpunkt globaler, intergenerationeller und ökologischer Gerechtigkeit (Setembro de 2006), 28-30.

Antigo testamento / Salmos

Salmo 58









1 Será que vós, poderosos, falam de facto com justiça? Será que vós, homens, julgam rectamente?
2 Não! No coração tramam a injustiça, e na terra as suas mãos espalham a violência.
3 Os ímpios erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem.
4 O seu veneno é como veneno de serpente; tapam os ouvidos, como a cobra que se faz de surda para não ouvir a música dos encantadores, que fazem encantamentos com tanta habilidade.
5 Quebra os dentes deles, ó Deus; arranca, Senhor, as presas desses leões!
6 Desapareçam como a água que escorre! Quando empunharem o arco, caiam sem força as suas flechas!
7 Sejam como a lesma que se derrete pelo caminho; como feto abortado, não vejam eles o sol!
8 Os ímpios serão varridos antes que as suas panelas sintam o calor da lenha, esteja ela verde ou seca.
9 Os justos se alegrarão quando forem vingados, quando banharem os seus pés no sangue dos ímpios.

10 Então os homens comentarão: "De facto os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na terra".

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Para obedecer, é preciso humildade

Quando tiveres de mandar, não humilhes: procede com delicadeza; respeita a inteligência e a vontade de quem obedece. (Forja, 727)

Muitas vezes fala-nos através doutros homens e pode acontecer que, à vista dos defeitos dessas pessoas ou pensando que não estão bem informadas ou que talvez não tenham entendido todos os dados do problema, surja uma espécie de convite a não obedecermos.

Tudo isso pode ter um significado divino, porque Deus não nos impõe uma obediência cega, mas uma obediência inteligente, e temos de sentir a responsabilidade de ajudar os outros com a luz do nosso entendimento. Mas sejamos sinceros connosco próprios: examinemos em cada caso se o que nos move é o amor à verdade ou o egoísmo e o apego ao nosso próprio juízo. Quando as nossas ideias nos separam dos outros, quando nos levam a quebrar a comunhão, a unidade com os nossos irmãos, é sinal certo que não estamos a actuar segundo o espírito de Deus.


Não o esqueçamos: para obedecer, repito, é preciso humildade. Vejamos de novo o exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e a Maria. Deus veio à Terra para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas – Santa Maria, Nossa Mãe; mais do que Ela só Deus; e aquele varão castíssimo, José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos de amar a Deus, para amar assim a sua vontade, e ter desejos de responder aos chamamentos que nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de realizar o que é bom e justo... (Cristo que passa, 17)

Os desastres naturais são um castigo divino? 9

Furacões, terremotos, inundações...


Eles acontecem por causa dos pecados humanos?
Eles são "obra de Deus"?

…/9

São João Paulo II ensinou que Cristo elevou o sofrimento humano ao grau da redenção.

Quando sofremos, nós nos unimos ao sofrimento de Cristo, quem, sendo inocente, sofreu a morte pela nossa salvação.
Deus está presente nos desastres naturais, não como alguém que manda um castigo, mas como Aquele a quem nos dirigimos quando estas coisas acontecem, e o único que pode nos oferecer uma felicidade eterna.

Ele sabe que nós sofremos, assim como Jesus sofreu por nós para poder chegar a um mundo no qual, um dia, todas as coisas se farão novas e as catástrofes não mais existirão.


caitlin bootsma