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16/12/2015

Índice de publicações em 16 Dez

nunc coepi – Índice de publicações em Dez 16

São Josemaria – Textos

Ano jubilar da misericórdia

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 7 19-23, Leitura espiritual - Existe Deus? - JOSEPH RATZINGER (BENTO XVI) Joseph Ratzinger (Bento XVI)

AT - Salmos – 45


Agenda Quarta-Feira

Ano Jubilar da Misericórdia - 9

Resultado de imagem para ano da misericórdiaObras de misericórdia

4) Dar pousada aos peregrinos.

Na antiguidade dar pousada aos peregrinos era um assunto de vida ou de morte, pelo complicado e arriscado das travessias.
Não é hoje o caso.
Mas, ainda assim, poderá tocar-nos receber alguém na nossa casa, não por pura hospitalidade de amizade ou de família, mas por alguma verdadeira necessidade.

prelatura do opus dei, NOTÍCIAS 29 de Novembro de 2015


(cont)

Antigo testamento / Salmos

Salmo 45







1 Com o coração vibrando de boas palavras recito os meus versos em honra do rei; seja a minha língua como a pena de um hábil escritor.
2 És dos homens o mais notável; derramou-se graça em teus lábios, visto que Deus te abençoou para sempre.
3 Prende a espada à cintura, ó poderoso! Cobre-te de esplendor e majestade.
4 Na tua majestade cavalga vitoriosamente pela verdade, pela misericórdia e pela justiça; que a tua mão direita realize feitos gloriosos.
5 As Tuas flechas afiadas atingem o coração dos inimigos do rei; debaixo dos teus pés caem nações.
6 O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; ceptro de justiça é o ceptro do teu reino.
7 Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, escolheu-te dentre os teus companheiros ungindo-te com óleo de alegria.
8 Todas as tuas vestes exalam aroma de mirra, aloés e cássia; nos palácios adornados de marfim ressoam os instrumentos de corda que te alegram.
9 Filhas de reis estão entre as mulheres da tua corte; à tua direita está a noiva real enfeitada de ouro puro de Ofir.
10 Ouça, ó filha, considere e incline os seus ouvidos: Esqueça o seu povo e a casa paterna.
11 O rei foi cativado pela sua beleza; honre-o, pois ele é o seu senhor.
12 A cidade de Tiro trará seus presentes; seus moradores mais ricos buscarão o seu favor.
13 Cheia de esplendor está a princesa em seus aposentos, com vestes enfeitadas de ouro.
14 Em roupas bordadas é conduzida ao rei, acompanhada de um cortejo de virgens; são levadas à tua presença.
15 Com alegria e exultação são conduzidas ao palácio do rei.

16 Os teus filhos ocuparão o trono dos teus pais; por toda a terra os farás príncipes.

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo de Advento


Evangelho: Lc 7, 19-23

19 João chamou dois e enviou-os a Jesus a dizer-Lhe: «És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?» 20 Tendo ido ter com Ele, disseram-Lhe: «João Baptista enviou-nos a Ti, para Te perguntar: “És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?”». 21 Naquela mesma ocasião Jesus curou muitos de doenças, de males, de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos. 22 Depois respondeu-lhes: «Ide referir a João o que vistes e ouvistes: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a boa nova; 23 e bem-aventurado aquele que não tiver em Mim ocasião de queda»

Comentário:

A cura de doenças e males físicos eram um dos sinais descritos nos AT que assinalavam a chegada do Messias.
Milagres sempre houve e continua havendo.
Quantas curas, não só do corpo mas, sobretudo da alma, Jesus opera diariamente em toda a humanidade!
A cura da nossa alma, o perdão dos pecados, é um dos sinais da chegada do Messias ao nosso coração, à nossa vida.
Depois da Confissão Sacramental, nada mais é como antes, opera-se uma transformação tão profunda na nossa alma que o ser inteiro é afectado por ela.

(ama, comentário sobre, Lc 7, 19-23, 2009.11.28)


Leitura espiritual


Existe Deus?

Verdade do cristianismo?

No final do segundo milénio, e justamente no espaço da sua expansão originária, na Europa, o cristianismo encontra-se mergulhado numa profunda crise, provinda da crise da sua pretensão de verdade.
Esta crise tem uma dupla dimensão: em primeiro lugar, pergunta-se cada vez com maior insistência se, no fundo, será justo aplicar à religião a noção de verdade; por outras palavras, se ao homem é dado conhecer a verdade propriamente dita sobre Deus e as coisas divinas.
 O homem contemporâneo reconhece-se muito melhor na parábola budista do elefante e dos cegos: uma vez, um rei, do Norte da Índia, reuniu em certo lugar todos os habitantes cegos da cidade.
Depois, fez passar um elefante diante dos que ali estavam presentes. Deixou que uns tocassem na cabeça, e disse: “Um elefante é assim”.
 Outros puderam tocar na orelha ou no dente, na tromba, no lombo, no casco, na traseira, nos pelos da cauda.
O rei, em seguida, perguntou a cada um: Como é um elefante?”.
E, segundo a parte que tinham tocado, respondiam:
“É como um cesto entrançado…”, “é como um vaso…”, “é como a haste de um arado…”;
“É como um armazém…”;
“É como um pilar…”;
“É como uma giesta…”.
Então – continua a parábola – começaram a discutir, gritando:
“O elefante é assim”, “não, é assim”, atiraram-se uns aos outros e começaram a lutar, para grande divertimento do rei.
A disputa entre religiões surge aos homens de hoje como esta discussão entre cegos de nascença.
Pois, face ao mistério de Deus, somos cegos de nascença, assim parece.
Para o pensamento actual, o cristianismo não está de modo algum mais bem situado do que as restantes religiões; pelo contrário, com a sua pretensão de verdade, parece sofrer de uma cegueira peculiar em face do limite do nosso conhecimento do divino, e caracteriza-se por um fanatismo particularmente insensato que, de modo incorrigível, confunde o todo com a porção apreendida na sua própria experiência.

Além disso, este cepticismo generalizado perante a pretensão de verdade em matéria de religião vê-se apoiado pelas questões que a ciência moderna levantou sobre as origens e os conteúdos do cristianismo.
A teoria evolucionista parece ter superado a doutrina da criação;
Os conhecimentos sobre origem do homem debelaram, aparentemente, a doutrina do pecado original;
A exegese crítica relativiza a figura de Jesus e questiona a sua consciência filial;
A origem da Igreja em Jesus afigura-se duvidosa, etc.
O fundamento filosófico do cristianismo revela-se problemático após o “fim da metafísica” e as suas bases históricas surgem a uma luz ambígua em virtude dos modernos métodos históricos.
É, pois, fácil reduzir os conteúdos cristãos a símbolos, não lhes atribuir uma maior verdade do que aos mitos da história das religiões – vê-los como uma modalidade de experiência religiosa que, com humildade, se deveria situar ao lado das outras.
Aparentemente, vistas assim as coisas, poderia continuar a ser-se cristão e prosseguir na utilização das formas de expressão do cristianismo, cuja pretensão se alterou de modo radical: a verdade, que era para o homem uma força vinculante e uma promessa segura, converte-se doravante numa forma de expressão cultural da sensibilidade religiosa geral, e que se nos afigura óbvia em virtude da nossa origem europeia.

Ernst Troeltsch, no início do século XX, fez uma formulação filosófica e teológica desta retirada do cristianismo da sua pretensão originariamente universal, que apenas se podia fundar na sua pretensão de verdade.
O cristianismo é, pois, apenas o lado do rosto de Deus voltado para a Europa.
As “particulares características ligadas à cultura e às raças”, e “as características das suas grandes formações religiosas que abarcam um contexto mais amplo” elevam-se à categoria de instância derradeira:
“Quem se atreveria a formular juízos de valor verdadeiramente categóricos a tal respeito?
É algo que só o próprio Deus poderia fazer, ele que está na origem destas diferenças”.
Um cego de nascença sabe que não nasceu para ser cego e, por conseguinte, não deixará de se interrogar sobre o porquê da sua cegueira e sobre o modo como dela sair.
Só aparentemente o homem se resignou ao veredicto de ser cego de nascença frente àquilo que lhe pertence, à única realidade que, em última instância, conta na nossa vida.
A tentativa titânica de se apropriar do mundo inteiro, de extrair da nossa vida e para a nossa vida todo o possível mostra, tal como as explosões de um culto do êxtase, da transgressão e da destruição de si, que o homem se não contenta com semelhante juízo.
Porque, se não sabe donde vem e porque existe, não será porventura em todo o seu ser uma criatura falhada?
O adeus aparentemente indiferente à verdade sobre Deus e sobre a existência do nosso eu, a aparente satisfação por não ter já de se ocupar de tudo isto, é um engano.
O homem não pode resignar-se a ser e a permanecer, quanto ao que é essencial, um cego de nascença.
O adeus à verdade nunca pode ser definitivo.

Sendo assim, importa levantar de novo a questão extemporânea da verdade do cristianismo, por supérflua e difícil de responder que a muitos se afigure.
Mas como?
A teologia cristã deverá, sem dúvida, examinar cuidadosamente, sem medo de se expor, as diferentes instâncias que se levantaram contra a pretensão de verdade do cristianismo no campo da filosofia, das ciências naturais, da história natural.
Mas, por outro lado, deverá tentar igualmente obter uma visão geral do problema relativo à verdadeira essência do cristianismo, da sua posição na história das religiões e do seu lugar na existência humana. Gostaria de dar um passo nesta direcção, realçando como, nas suas origens e dentro do cosmos das religiões, o cristianismo encarou esta sua pretensão.

Que eu saiba, não existe nenhum texto do cristianismo antigo que arroje tanta luz sobre a questão como a discussão de Santo Agostinho com a filosofia religiosa do “mais erudito entre os Romanos”, Marco Terêncio Varrão [i].
Este partilhava a imagem estóica de Deus e do mundo;
Definiu Deus como animam motu ac ratione mundum gubernantem (como “a alma que governa o mundo por meio do movimento e da razão”), por outras palavras: como a alma do mundo que os Gregos chamam kosmos: hunc ipsum mundum esse deum.
Esta alma do mundo, porém, não recebe nenhum culto.
Não é objecto de religio.
Por outras palavras: verdade e religião, conhecimento racional e ordem cultual situam-se em dois planos de todo diversos.
A ordem cultual, o mundo concreto da religião, não pertence à ordem da res, da realidade como tal, mas à dos mores – dos costumes.
Não foram os deuses que criaram o Estado, o Estado é que instituiu os deuses, cuja veneração é essencial para a ordem do Estado e para o bom comportamento dos cidadãos.
Na sua essência, a religião é um fenómeno político.
Varrão distingue assim três tipos de “teologia”, entendendo por teologia a ratio, quae de diis explicatur – a compreensão e a explicação do divino, poderíamos traduzir.
Tais são a theologia mythica, a theologia civilis e a theologia naturalis.
Mediante quatro definições, explica ele, em seguida, que se deve entender por estas “teologias”.
A primeira definição refere-se aos três teólogos associados a estas três teologias: os teólogos da teologia política são os poetas, porque compuseram cantos sobre os deuses e são, por isso, cantores da divindade.
Os teólogos da teologia física (natural) são os filósofos, os eruditos, os pensadores, que, indo além dos hábitos, se interrogam sobre a realidade, sobre a verdade;
Os teólogos da teologia civil são os “povos”, que decidiram não se aliar aos filósofos (à verdade), mas aos poetas, às suas visões poéticas, às suas imagens e às suas figuras.

A segunda definição concerne aos lugares a que na realidade estão associadas as teologias singulares.
À teologia mítica corresponde o teatro, que tinha efectivamente um carácter religioso, cultual; segundo a opinião comum, os espectáculos tinham sido instituídos em Roma por ordem dos deuses.
À teologia política corresponde a urbs.
O espaço da teologia natural seria o cosmos.

A terceira definição designa o conteúdo das três teologias:
A teologia mítica teria por conteúdo as fábulas sobre os deuses, criadas pelos poetas; a teologia de Estado, o culto;
A teologia natural responderia à questão sobre quem são os deuses.
Vale a pena, agora, prestar maior atenção:
«Se – como em Heraclito – esses (os deuses) são feitos de fogo ou – como em Pitágoras – de números, ou – como em Epicuro – de átomos, e outras coisas ainda que os ouvidos podem suportar mais facilmente dentro dos muros escolares do que fora deles, na praça pública», depreende-se com absoluta clareza que esta teologia natural é uma desmitologização, ou melhor uma racionalidade, que perscruta criticamente o que existe por detrás da aparência mítica e a dissolve mediante o conhecimento científico-natural.
Culto e conhecimento ficam entre si separados.
O culto continua necessário, enquanto for uma questão de utilidade política; o conhecimento tem um efeito destruidor sobre a religião e não deveria, por isso, trazer-se à praça pública.

(cont)


joseph ratzinger (bento xvi)



[i] 116-27 a.C.

O Advento

S. Josemaria dizia que cada Natal “tem de ser para nós um novo e especial encontro com Deus, deixando que a sua luz a sua graça entrem até ao fundo da alma”. Apresentamos alguns textos do fundador do Opus Dei relacionados com o Advento, tempo de preparação para o Natal.
Chegou o Advento. Que bom tempo para remoçar o desejo, o anelo, as ânsias sinceras pela vinda de Cristo!, pela sua vinda quotidiana à tua alma na Eucaristia! Ecce veniet!, está a chegar!, anima-nos a Igreja. (Forja, 548)

Olhai e levantai as vossas cabeças porque está próxima a vossa redenção (Lc 21, 28), lemos no Evangelho. O tempo do Advento é o tempo da esperança. Todo o panorama da nossa vocação cristã, a unidade de vida que tem como nervo a presença de Deus, Nosso Pai, pode e deve ser uma realidade diária. (Cristo que passa, 11, 4)

Procura a união com Deus e enche-te de esperança – virtude segura! –, porque Jesus te iluminará, mesmo na noite mais escura, com a luz da sua misericórdia. (Forja, 293)

Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Eis uma magnalia Dei (Act. II, 11), uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2, 14), a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.


É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens. (Cristo que passa, 13)