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27/11/2015

Índice de publicações em 27 NOV

Índice de publicações em Nov 27

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 21 29-33, Papa Francisco - Catequese sobre a família

Beato Álvaro del Portillo, Hom (Beato Álvaro del Portillo),Juventude, Temas para meditar - Paz, Virtudes

AT - Salmos – 27

Francisco Faus,Leitura espiritual


Agenda Sexta-Feira

Sobre Leitura espiritual - 7

Como fazer a leitura espiritual?

4. Mas, antes de encerrar esta conversa, queria dar dois esclarecimentos:

a) Não confunda a «leitura espiritual» com a «oração mental» (ou a «meditação»). É muito frequente o engano de pessoas que utilizam determinados livros para fazer a sua oração mental (ou a sua meditação), e acham que com isso estão fazendo leitura espiritual. Misturam e confundem conceitos diferentes. Veja o que já dissemos a respeito da oração e da meditação. Para a oração mental ou meditação, cada dia, se quiser, pode escolher à vontade textos de livros diferentes, os que achar que lhe podem servir de apoio para meditar sobre a sua vida e “falar com Deus”. A «leitura espiritual», porém, como acabamos de ver, é coisa diferente: trata-se de ler em sequência, quase que de “estudar” um livro inteiro, completo, que garanta o aprofundamento da sua formação. Não esqueça essa distinção;

b) Há outras leituras, que também nos fazem muito bem; mais ainda, que nos fazem muita falta: as que nos proporcionam formação doutrinal. Entre elas, podem-se destacar os catecismos: desde o Primeiro Catecismo ou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, até o próprio Catecismo da Igreja Católica, amplo, profundo, excelente, ainda que exige certo preparo doutrinário para entendê-lo bem. Um bom livro de teologia para leigos, que não hesito em recomendar, é a obra do americano leo trese, A fé explicada; excelente, pedagógico e claro. Em bastantes casos, pode ser usado também como “leitura espiritual”.

Todos deveríamos achar algum tempo (não precisa ser diário, pode ser semanal, mais longo nas férias) para ler obras doutrinais. Hoje, num mundo de ideias confusas, é uma necessidade vital.


p. faus

Antigo testamento / Salmos

Salmo 27



1 O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei temor? O Senhor é o meu forte refúgio; de quem terei medo?
2 Quando homens maus avançarem contra mim para destruir-me, eles, meus inimigos e meus adversários, é que tropeçarão e cairão.
3 Ainda que um exército se acampe contra mim, meu coração não temerá; ainda que se declare guerra contra mim, mesmo assim estarei confiante.
4 Uma coisa pedi ao Senhor e a procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo.
5 Pois no dia da adversidade ele me guardará protegido em sua habitação; no seu tabernáculo me esconderá e me porá em segurança sobre um rochedo.
6 Então triunfarei sobre os inimigos que me cercam. Em seu tabernáculo oferecerei sacrifícios com aclamações; cantarei e louvarei ao Senhor.
7 Ouve a minha voz quando clamo, ó Senhor; tem misericórdia de mim e responde-me.
8 A teu respeito diz o meu coração: Busque a minha face! A tua face, Senhor, buscarei.
9 Não escondas de mim a tua face, não rejeites com ira o teu servo; tu tens sido o meu ajudador. Não me desampares nem me abandones, ó Deus, meu salvador!
10 Ainda que me abandonem pai e mãe, o Senhor me acolherá.
11 Ensina-me o teu caminho, Senhor; conduz-me por uma vereda segura por causa dos meus inimigos.
12 Não me entregues ao capricho dos meus adversários, pois testemunhas falsas se levantam contra mim, respirando violência.
13 Apesar disso, esta certeza eu tenho: viverei até ver a bondade do Senhor na terra.

14 Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor.

Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo comum XXXIV Semana


Evangelho: Lc 21, 29-33

29 Acrescentou esta comparação: «Vede a figueira e todas as árvores. 30 Quando começam a desabrochar, conheceis que está perto o Verão. 31 Assim, também, quando virdes que acontecem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. 32 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas se cumpram. 33 Passará o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão-de passar.

Comentário:

Nós cristãos sabemos muito bem que as palavras de Jesus Cristo são palavras de Vida Eterna e a única verdade que podemos ter como certa.
É portanto de suma importância prestar-lhes a máxima atenção e entender bem o seu significado.

Na direcção espiritual ajudar-nos-ão a melhor compreender e como pôr em prática os conselhos, avisos e regras que Ele, Supremo Mestre, nos quer transmitir.

Está em jogo a nossa salvação pessoal!

(ama, comentário sobre Lc 21 29-33 2014.11.28)


Leitura espiritual

 
Catequeses sobre a família 2

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

O Sínodo dos Bispos sobre a Família, recém-celebrado, foi a primeira etapa de um caminho, que terminará em Outubro próximo com a celebração de mais uma Assembleia sobre o tema:

«Vocação e missão da família na Igreja e no mundo».

A oração e a reflexão que devem acompanhar este caminho comprometem todo o Povo de Deus.
Gostaria que também as habituais meditações das audiências de quarta-feira se inserissem neste caminho comum.
Por isso, decidi ponderar convosco, durante este ano, precisamente sobre a família, sobre este dom grandioso que o Senhor ofereceu ao mundo desde os primórdios, quando conferiu a Adão e Eva a missão de se multiplicar e encher a terra [i].
Um dom que Jesus confirmou e selou no seu Evangelho.
A proximidade do Natal acende uma luz forte sobre este mistério.
A encarnação do Filho de Deus abre um novo início na história universal do homem e da mulher.
E este novo início tem lugar no seio de uma família, em Nazaré. Jesus nasceu numa família.
Ele podia ter vindo de modo espectacular, ou como um guerreiro, um imperador...
Mas não: veio como filho, numa família.
Isto é importante: ver no presépio esta cena tão bonita!
Deus quis nascer numa família humana, que Ele mesmo formou.
Forjou-a num longínquo povoado da periferia do Império romano. Não em Roma, que era a capital do Império, não numa cidade grande, mas numa periferia quase invisível, aliás, bastante famigerada. Recordam-no também os Evangelhos, praticamente como um modo de dizer:
«Pode porventura vir algo de bom de Nazaré?» [ii].
Talvez, em muitas regiões do mundo, nós mesmos ainda falemos assim, quando ouvimos o nome de um lugar periférico de uma cidade grande.
Pois bem, precisamente aí, na periferia do grande Império, começou a história mais santa e boa, a de Jesus entre os homens!
E essa família vivia ali.
Jesus permaneceu naquela periferia durante trinta anos.
O evangelista Lucas assim resume este período:
Jesus «vivia submetido a eles» [ou seja, a Maria e José].
E poder-se-ia dizer:
«Mas este Deus que vem para nos salvar perdeu trinta anos ali, naquela periferia de má fama?».
Perdeu trinta anos!
Ele quis que fosse assim.
O caminho de Jesus era no seio daquela família.
«A Mãe conservava tudo isto no seu coração, e Jesus crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens» [iii].
Não se fala de milagres ou curas, de pregações — não fez alguma nessa época — de multidões que acorrem.
Em Nazaré tudo parece acontecer «normalmente», segundo os costumes de uma família israelita piedosa e diligente: trabalhava-se, a mãe cozinhava, ocupava-se dos afazeres de casa, passava a ferro... coisas de mãe.
O pai, carpinteiro, labutava, ensinava o filho a trabalhar.
Trinta anos.
«Mas que desperdício, Padre!».
Os caminhos de Deus são misteriosos.
Mas ali o importante era a família!
E isto não constituía um desperdício!
Eram grandes santos: Maria, a mulher mais santa, Imaculada, e José, o homem mais justo...
A família.
Sem dúvida, enternece-nos a narração do modo como Jesus, adolescente, enfrentava os encontros da comunidade religiosa e os deveres da vida social; saber como, jovem operário, trabalhava com José; e depois, o seu modo de participar na escuta das Escrituras, na oração dos Salmos e em muitos outros hábitos da vida diária.
Na sua sobriedade, os Evangelhos nada falam sobre a adolescência de Jesus, deixando esta tarefa à nossa meditação afectuosa.
A arte, a literatura e a música percorreram este caminho da imaginação.
Sem dúvida, não é difícil imaginar o que as mães poderiam aprender do esmero de Maria pelo seu Filho!
E quanto os pais poderiam aprender do exemplo de José, homem justo, que dedicou a sua vida para apoiar e defender o Menino e a Esposa — a sua família — nas horas difíceis!
Sem mencionar quanto os jovens poderiam ser encorajados por Jesus adolescente a entender a necessidade e a beleza de cultivar a sua vocação mais profunda, e de fazer sonhos grandiosos!
E nestes trinta anos Jesus cultivou a sua vocação, para a qual o Pai o enviara.
E nessa época Jesus nunca desanimou, mas cresceu em coragem, para ir em frente com a sua missão.

Cada família cristã — como Maria e José — pode primeiro acolher Jesus, ouvi-lo, falar com Ele, conservá-lo, protegê-lo e crescer com Ele, e assim melhorar o mundo.

Deixemos espaço ao Senhor no nosso coração e nos nossos dias. Assim fizeram também Maria e José, mas não foi fácil: quantas dificuldades tiveram que superar!

Não era uma família fictícia, nem uma família irreal.
A família de Nazaré compromete-nos a redescobrir a vocação e missão da família, de cada família.
E, como aconteceu naqueles trinta anos em Nazaré, assim também pode ocorrer para nós: fazer com que o amor se torne normal, e não o ódio, fazer com que se a entreajuda se torne comum, não a indiferença ou a inimizade.
Então, não é por acaso que «Nazaret» significa «Aquela que conserva», como Maria, que — diz o Evangelho — «conservava tudo isto no seu coração» [iv].
A partir de então, quando uma família preserva este mistério, até na periferia do mundo, entra em acção o mistério do Filho de Deus, o mistério de Jesus que vem salvar-nos.

E vem para salvar o mundo.

Esta é a grande missão da família: deixar lugar a Jesus que vem, acolher Jesus na família, na pessoa dos filhos, do marido, da esposa, dos avós... Jesus está aí.

É preciso acolhê-lo ali, para que cresça espiritualmente naquela família.

Que o Senhor nos conceda tal graça nestes últimos dias antes do Natal.

Obrigado!

papa francisco, Audiência Geral 17 de Dezembro de 2014





[i] cf. Gn 1, 28
[ii] Jo 1, 46
[iii] Lc 2, 51-52
[iv] cf. Lc 2, 19.51

Sendo crianças, não tereis penas

Sendo crianças, não tereis penas: os miúdos esquecem depressa os desgostos para voltar aos seus divertimentos habituais. – Por isso, com o "abandono", não tereis de vos preocupar, pois descansareis no Pai. (Caminho, 864)

Por volta dos primeiros anos da década de 40, eu ia muito a Valência. Não tinha então nenhum meio humano e, com os que – como vocês agora – se reuniam com este pobre sacerdote, fazia oração onde podíamos, algumas tardes numa praia solitária. (...)

Pois um dia, ao fim da tarde, durante um daqueles pores do Sol maravilhosos vimos que uma barca se aproximava da beira-mar e que saltaram para terra uns homens morenos, fortes como rochas, molhados, de tronco nu, tão queimados pela brisa que pareciam de bronze. Começaram a tirar da água a rede que traziam arrastada pela barca, repleta de peixes brilhantes como a prata. Puxavam com muito brio, os pés metidos na areia, com uma energia prodigiosa. De repente veio uma criança, muito queimada também, aproximou-se da corda, agarrou-a com as mãozinhas e começou a puxar com evidente falta de habilidade. Aqueles pescadores rudes, nada refinados, devem ter sentido o coração estremecer e permitiram que aquele pequeno colaborasse; não o afastaram, apesar de ele estorvar em vez de ajudar.

Pensei em vocês e em mim; em vocês, que ainda não conhecia e em mim; nesse puxar pela corda todos os dias, em tantas coisas. Se nos apresentarmos diante de Deus Nosso Senhor como esse pequeno, convencidos da nossa debilidade mas dispostos a cumprir os seus desígnios, alcançaremos a meta mais facilmente: arrastaremos a rede até à beira-mar, repleta de frutos abundantes, porque onde as nossas forças falham, chega o poder de Deus. (Amigos de Deus, 14)


Pequena agenda do cristão



Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Temas para meditar - 542

Paz


Todas as desordens que os homens são capazes de cometer contra Deus, contra os irmãos e contra eles próprios, provocando no mais íntimo das suas consciências um despedaçar, uma profunda amargura, uma falta de paz que reflectem-se necessariamente na vida social.

Mas é também do coração humano, da sua imensa capacidade de amar, da sua generosidade para o sacrifício, donde podem surgir – fecundados pela graça de Cristo – sentimentos de fraternidade e obras de serviço aos homens como um rio de paz (Is 66, 12) cooperem para a construção de um mundo mais justo, no qual a paz tenha carta de cidadania e impregne todas as estruturas da sociedade.

(beato álvaro del portillo, Homília a participantes no Ano Internacional da Juventude, 1985.03.30)