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12/11/2015

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São Josemaria – Textos

AMA (Reflectindo - Preocupações)

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 17 20-25, Francisco Faus, Leitura espiritual - A Paciência

AT - Salmos – 12

Diocese, Jesus Cristo e a Igreja


Agenda Quinta-Feira

Antigo testamento / Salmos

Salmo 12



1 Salva-nos, Senhor! Já não há quem seja fiel; já não se confia em ninguém entre os homens.

2 Cada um mente ao seu próximo; seus lábios bajuladores falam com segundas intenções.

3 Que o Senhor corte todos os lábios bajuladores e a língua arrogante dos que dizem: "Venceremos graças à nossa língua; somos donos dos nossos lábios! Quem é senhor sobre nós?"

4 "Por causa da opressão do necessitado e do gemido do pobre, agora me levantarei", diz o Senhor. "Eu lhes darei a segurança que tanto anseiam."

5 As palavras do Senhor são puras, são como prata purificada num forno, sete vezes refinada.

6 Senhor, tu nos guardarás seguros, e dessa gente nos protegerás para sempre.


7 Os ímpios andam altivos por toda parte, quando a corrupção é exaltada entre os homens.

Jesus Cristo e a Igreja- 88

DIOCESE


É a circuncisão eclesiástica dirigida pelo bispo. Ela é também chamada de Bispado. O Código do Direito Canônico, no nº 369, afirma que a diocese é a “porção do povo de Deus confiada a um bispo”. Lá existe a Cúria Diocesana, ou seja, o conjunto de organismos com os quais o bispo governa pastoralmente. Os bispos têm como investiduras o Anel (simbolizando seu casamento com a Igreja, sua Diocese) e o Báculo (lembra um “cajado” - simbolizando o pastor de sua Diocese). Os bispos são sucessores dos Apóstolos como pastores da Igreja, mensageiros do Evangelho de Cristo. Também são chamados de Sufragâneos.


juberto santos

Os perfeitos só se encontram no Céu

Que ele está cheio de defeitos!... Bom... Mas, além de que os perfeitos só se encontram no Céu, tu também tens os teus, e todavia suportam-te; e, mais ainda, estimam-te: porque te amam com o amor que Jesus Cristo tinha pelos seus, que bem carregados de misérias andavam! – Aprende! (Sulco, 758)

Queixas-te de que ele não é compreensivo... E eu tenho a certeza de que faz o possível por entender-te. Mas tu, quando te esforçarás um bocadinho por compreendê-lo a ele? (Sulco, 759)

De acordo; admito: essa pessoa portou-se mal; a sua conduta é censurável e indigna; não demonstra categoria nenhuma.

– "Merece humanamente todo o desprezo!", acrescentaste.

Insisto: compreendo-te, mas não compartilho a tua última afirmação. Essa vida mesquinha é sagrada; Cristo morreu para redimi-la! Se Ele não a desprezou, como podes tu atrever-te a desprezá-la? (Sulco, 760)


Realmente, a vida, já por si estreita e insegura, às vezes torna-se difícil... Mas isso contribuirá para te tornar mais sobrenatural, para que vejas em tudo a mão de Deus; e assim serás mais humano e compreensivo com os que te rodeiam. (Sulco, 762)

Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo comum XXXII Semana


Evangelho: Lc 17, 20-25

20 Tendo-Lhe os fariseus perguntado quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: «O reino de Deus não virá ostensivamente. 21 Não se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo acolá. Porque eis que o reino de Deus está no meio de vós». 22 Depois disse aos Seus discípulos: «Virá tempo em que desejareis ver um só dos dias do Filho do Homem e não o vereis. 23 E vos dirão: Ei-lo aqui, ou ei-lo acolá. Não vades, nem os sigais. 24 Porque, assim como o clarão brilhante de um relâmpago ilumina o céu de uma extremidade à outra, assim será o Filho do Homem no Seu dia. 25 Mas primeiro é necessário que Ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração.

Comentário:

Se, como Jesus Cristo afirma, «reino de Deus está no meio de vós» e, Ele, é a Verdade, então o Rei está connosco!
Procurá-lo?
Sim, sem dúvida, mas no nosso coração, na nossa alma em graça que é onde Ele habita.
Não temos de andar preocupados em buscar o que está connosco, além de uma perda de tempo é impróprio de um cristão.

Que alguns se fazem passar por Jesus Cristo ou pretendam, de alguma forma, personificá-lo sabemo-lo sobejamente mas nós, cristãos, temos sempre presentes as palavras do Apóstolo: «Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim».

(ama, comentário sobre Lc 17, 20-25, 2014.11.13)



Leitura espiritual



A PACIÊNCIA
…/4

O egoísta é monótono. Dirige-se a Deus e aos outros, dizendo sempre: ‘Dá-me!’
É um homem que vive para pegar, para tomar, para armazenar, para desfrutar, em suma, para obter...

O egoísta parece ter, dentro do coração, um cachorrinho obsessivo, que dia e noite late sem parar, com voz esganiçada e estridente: Eu! Eu! Eu! E, quando a voz afina: Mim! Mim! Mim!

Só que o mundo está repleto de outros cachorros iguais e responde-lhe com o eco das suas próprias palavras, de modo que por toda a parte se lança contra ele o mesmo ganido: Eu! Eu! Eu!

Certamente o mundo não costuma fazer-nos a toda a hora reverências orientais nem nos estende aos pés tapetes vermelhos.

NA CONTRAMÃO DOS HOMENS E DE DEUS

Desse entrechoque de egoísmos, logicamente, hão-de sair faíscas. Um encontrão! Uma cotovelada! Um “chega para lá!” Um “eu primeiro!” Um “espere um pouco e você vai ver!”
A colisão de egoísmos é inevitável, pois o meu egoísmo sempre vai na contramão do outro, e é fisicamente impossível colocar dois centros diferentes no mesmo círculo ou dois umbigos do mundo exatacmente no mesmo ponto.

Estamos vendo, e parece coisa clara, que a maior parte das nossas impaciências são apenas egoísmos contrariados.
Se as fôssemos examinando uma após outra, numa espécie de microscópio espiritual, acabaríamos verificando que, nelas, nas impaciências, estão todas as cores de que o egoísmo humano se tinge, quer seja a cor orgulhosa, quer a comodista, a hedonista, a sensual ou a invejosa...
Todas aquelas cores do espectro em que a luz triste do egoísmo se dispersa.

Alguém já disse – sem dúvida com exagerada dureza – que o mundo é um chiqueiro de egoísmos, onde estes, em recinto fechado, se mordem e dilaceram.
Algo parecido com isso é o que não tardará a descobrir, por experiência própria, quem adoptar como filosofia de conduta “gozar a vida”, “passar o melhor possível”, “conseguir o máximo”, “ter vantagem em tudo”.

O pior, porém, não é que isso tudo não passe de uma ilusão trágica, decepcionante, num mundo que não nos abre alas como ao seu “príncipe”.
O pior é que o egoísta, por princípio, anda sempre na contramão de Deus, e isso é muito mais sério e perigoso.

Deus só tem uma mão: o Amor.
O egoísmo trafega em outro sentido.
É significativo que uma condição prévia para andar na mão de Deus e para aprender o amor cristão seja esta:
Quem quiser salvar a sua vida – diz Cristo – a perderá; mas quem perder a sua vida por amor de mim (quem souber sacrificá-la por amor), a salvará [i].
A mão de Deus é o Amor.
Sair dela é atravessar-se na estrada, e aí todas as colisões são inevitáveis.

O egoísmo colide com tudo e, além disso, tem a triste faculdade de tornar negativas todas as coisas, opondo-as a si.
O egoísta, por exemplo, em vez de valer-se do temperamento da esposa para saber “como” deve amá-la, serve-se disso como motivo para humilhá-la e ofendê-la. Não pensa:
‘Ela é lenta, vou estimulá-la, vou ajudá-la’.
Pensa: ‘Ela é lenta; atrasa tudo! Não julgava que fosse tão lerda quando casei! Isto não pode continuar!’
São duas maneiras opostas de reagir perante uma mesma situação. Duas maneiras que se podem dar em todas as situações.
As mais belas coisas estiolam nas mãos do egoísta.

Vale a pena repisar bem a afirmação de que o nosso egoísmo é a causa fundamental dos nossos aborrecimentos.
Assim como o lendário Rei Midas tinha o poder de transformar em ouro tudo o que tocava, o egoísta tem a virtude de transformar em pontas, em cacos de vidro, em navalhas e espinheiros, tudo o que não se curva aos seus desejos.

O QUE A VIDA ESPERA DE NÓS

No relato autobiográfico intitulado Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, [ii] o psiquiatra Viktor Frankl relata o ambiente de profundo abatimento que se ia apossando do espírito de seus companheiros de barracão, no campo de concentração nazista em que se encontravam, à medida que as expectativas de libertação se afunilavam e o futuro aparecia cada vez mais sombrio.
Era comum ouvir-se dizer:
– ‘Eu já não espero mais nada da vida’.
‘Que resposta podemos dar a essas palavras?’ – perguntava-se Frankl.
E a seguir, com vibrações de descoberta, explica a nova luz que se acendeu nele e que procurou transmitir aos outros:
‘Do que realmente precisamos é de uma mudança radical da nossa atitude perante a vida.

Temos que aprender nós mesmos, e depois ensinar aos desesperados, que na verdade não é importante o que nós esperamos da vida; importante é o que a vida espera de nós’.

Numa noite em que um corte de luz mergulhou os prisioneiros numa depressão ainda maior, Frankl, embora gelado e sonolento, irritado e cansado, sentiu que era preciso fazer alguma coisa para infundir ânimo àqueles pobres farrapos humanos que já desistiam da vida. Levantou-se, então, e falou. Expôs com veemente ardor a sua descoberta.
E essa ideia de que a vida tem um sentido infinitamente superior ao de simplesmente satisfazer desejos, obter coisas, passar bem, gozar de boa saúde, invadiu, como um clarão de esperança, aqueles corações agoniados.

Entenderam que Deus, a esposa, os filhos, os amigos, o mundo esperavam deles (deles que pareciam animais acuados, prestes a serem levados para o matadouro) um testemunho – na vida ou na morte – de que o ser humano foi feito para algo muito maior do que comer, beber, gozar, rir na fortuna e chorar na adversidade.
Deus e os outros esperavam algo que só cada um deles, com grandeza de alma, podia dar. Deus e o mundo “precisavam” de cada um deles!

Esta concepção da vida, como é óbvio, opõe-se frontalmente à atitude egoísta acima descrita.
É a outra possível vertente da nossa existência.
A única verdadeira.
A vida só pode ser encarada como uma missão a cumprir, que nos é confiada por Deus, como uma edificação de que somos responsáveis e de que outros dependem.
Não vivemos para obter; vivemos para edificar.

QUERENDO EDIFICAR UMA TORRE

O próprio Cristo utiliza a imagem da edificação para falar de nós. Diante do seu futuro, o homem é um construtor.
Deus facilita-lhe o material, desvenda-lhe aos poucos as linhas mestras da “obra” a ser realizada e estende-lhe a mão para ajudá-lo na tarefa.
Mas cada qual é responsável por fazer a obra bem-feita.
Quem de vós, se quiser edificar uma torre, não se senta primeiro e calcula...? [iii].

Aprofundando na imagem da edificação, Cristo diz-nos ainda como se deve fazer o cálculo, qual é a garantia de que a construção será sólida e indestrutível:
Aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa: ela, porém, não caiu, porque estava edificada sobre rocha [iv].

Construir sobre rocha, fazer uma edificação que nenhuma contrariedade – vento ou chuva, tremores ou enchentes – possa abalar, só se consegue quando o alicerce sobre o qual se levanta é a palavra de Cristo: Aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática...

É a palavra, é a mensagem de Cristo que indica a “mão de direcção” que Deus quer deixar sinalizada no coração dos homens: a mão do Amor.
Amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todas as forças; amar o próximo como a nós mesmos, mais ainda, como Cristo nos amou – ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos [v]–, este é o alicerce, este é o pilar firmíssimo, esta é a “mão de Deus”!

(cont.)

FRANCISCO FAUS, [vi] A PACIÊNCIA, 2ª edição, QUADRANTE, São Paulo 1998

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] cf. Mt 16, 25 e Mc 8, 35
[ii] 3ª ed., Sinodal-Vozes, 1993, págs. 76 e segs.
[iii] Lc 14, 28
[iv] Mt 7, 24-27
[v] Jo 15, 13
[vi] Francisco Faus é licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre outros, os títulos O valor das dificuldades, O homem bom, Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens, Maria, a mãe de Jesus, A voz da consciência e A paz na família.

Reflectindo - 128

Preocupações

…/4

A terceira hipótese - possível que aconteça - não merece sequer consideração. 
Ninguém possui a possibilidade de adivinhar o futuro que não nos pertence nem sabemos se teremos.

Chega-se, assim, à conclusão que não devemos preocupar-nos?

De modo nenhum!

A conclusão a que chego é que a preocupação, em si mesma, não resolve nada, só condiciona e prejudica a razão e, sendo deste modo, tento, sempre, substituir a preocupação pela esperança e a confiança. Dois sentimentos positivos em vez de um muito negativo.

Tenho êxito, sempre? Claro que não.

Mas isso não me preocupa. 


(ama, dissertação sobre preocupação, 2010.06.08)