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17/10/2015

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São Josemaria – Textos

Cart. (São João Paulo II), Eucaristia, Sacerdotes, São João Paulo II

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 12 8-12, São Josemaria - Leitura espiritual (Temas actuais do cristianismo)


Agenda Sábado

Pequena agenda do cristão


SÁBADO




(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


O trabalho, um sinal do amor de Deus

Está a ajudar-te muito, dizes-me, este pensamento: desde os primeiros cristãos, quantos comerciantes terão sido santos? E queres demonstrar que também agora isso é possível... O Senhor não te abandonará nesse empenho. (Sulco, 490)

O que sempre ensinei – desde há quarenta anos – é que todo o trabalho humano honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens). Porque, feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais – a manifestação da sua dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.


Ao recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis – que Deus criou o homem para que trabalhasse –, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão. Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e santificou. Vemos no trabalho – na nobre e criadora fadiga dos homens – não só um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor-dos-homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação. (Temas Actuais do Cristianismo, 10)

Temas para meditar - 522

Eucaristia


Ao celebrar a Eucaristia em tantos altares do mundo, agradecemos ao eterno Sacerdote o dom que nos deu no Sacramento do Sacerdócio.
E que nesta acção de graças se possam escutar as palavras postas pelo evangelista na boca de Maria na ocasião da visita a sua prima Isabel: Fez em meu favor maravilha o Poderoso, santo é o Seu nome (Lc1, 49).
Devemos também graças a Maria pelo inefável dom do Sacerdócio pelo qual podemos servir na Igreja cada homem. Que o agradecimento desperte também o nosso zelo (...)!
Demos graças incessantemente por isto; com toda a nossa vida; com tudo aquilo de que somos capazes. Juntos demos graças a Maria, Mãe dos sacerdotes. Como poderei pagar ao Senhor todo o bem que me fez? A taça da salvação levantarei e invocarei o nome do Senhor (Sal 115, 12-13) 


(são joão paulo ii, Carta aos sacerdotes, 1988.03.25)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXVIII Semana


Evangelho: Lc 12, 8-12


8 Digo-vos: Todo aquele que Me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus. 9 Mas quem Me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 «Todo aquele que falar contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado. 11 Quando vos levarem às sinagogas e perante os magistrados e autoridades, não estejais com cuidado de que modo respondereis, ou que direis, 12 porque o Espírito Santo vos ensinará, naquele mesmo momento, o que deveis dizer».

Comentário:

Podemos ser tentados a olhar para o Evangelho como, por exemplo, um relato histórico, algo, certamente relevante, que aconteceu no passado.
Mas, a esta tentação, devemos fugir com todo o vigor porque logo virá, a seguir, uma outra: 'já conheço... não vale a pena ler...'

Em primeiro lugar, o Evangelho não é para “ler” - no verdadeiro sentido do termo - como quem lê um texto qualquer, por atraente que nos pareça.
Deve ler-se o Evangelho meditando-o, pesando cada palavra ou expressão, retirando todo o “sumo” que formos capazes.
Seria interessante cultivar o comentário ou meditação de cada Evangelho diário.
Verificaríamos, das próximas vezes que a ele voltássemos que ao invés de nos repetirmos encontraremos coisas novas para meditar ou comentar.

(ama, comentário sobre Lc 12, 8-12, 2012.12.20)

Leitura espiritual


São Josemaria Escrivá




Temas actuais do cristianismo

47
                  
pergunta:

Tive oportunidade, Monsenhor, de ouvir as respostas às perguntas que lhe fazia um público de mais de 2000 pessoas, reunidas há ano e meio, em Pamplona.
Nessa altura insistia na necessidade de que os católicos se comportem como cidadãos livres e responsáveis e “de que não vivam de ser católicos”.
Que importância e que projecção dá a esta ideia?

resposta:

Sempre me incomodou a atitude daqueles que fazem de chamar-se católicos uma profissão ou daqueles que querem negar o princípio da liberdade responsável, sobre o qual assenta toda a moral cristã.

O espírito da Obra e dos seus sócios é servir a Igreja e todas as criaturas sem se servir da Igreja.
Gosto de que o católico traga Cristo, não no nome, mas na conduta, dando real testemunho de vida cristã.
Repugna-me o clericalismo e compreendo que, ao lado de um anticlericalismo mau, exista um anticlericalismo bom, que procede do amor ao sacerdócio, que se opõe a que o simples fiel ou o sacerdote se sirvam de uma missão sagrada para fins terrenos.
Mas não pense que com isto me declaro contra quem quer que seja. Não existe na nossa Obra nenhuma preocupação exclusivista, mas somente o desejo de colaborar com todos os que trabalham para Cristo e com todos os que, cristãos ou não, fazem da sua vida uma esplêndida realidade de serviço.

De resto, o que importa não é tanto a projecção que tenho dado a estas ideias, especialmente desde 1928, mas a que lhe dá o Magistério da Igreja.
Há pouco tempo, o Concílio - com uma emoção, para este pobre sacerdote, que é difícil de explicar - lembrava a todos os cristãos, na Constituição Dogmática Lumen gentium, que devem sentir-se plenamente cidadãos da cidade terrena, participando em todas as actividades humanas com competência profissional e com amor a todos os homens, procurando a perfeição cristã, à qual são chamados pelo simples facto de terem recebido o baptismo.

Fim da entrevista realizada por Jacques-Guillemé-Brûlon, publicada em Le Figaro (Paris) em 16 de Maio de 1966.

48             

pergunta:

Poderia dizer se, ou até que ponto, tem o Opus Dei em Espanha uma orientação económica ou política?
Em caso afirmativo, poderia defini-la?

resposta:

O Opus Dei não tem nenhuma orientação económica ou política, nem em Espanha nem em nenhum outro sítio.
É certo que, movidos pela doutrina de Cristo, os seus sócios defendem sempre a liberdade pessoal, o direito que todos os homens têm a viver e a TRABALHAR, a ser protegidos durante a doença e na velhice, a constituir um lar e a trazer filhos ao mundo, a educar esses filhos de acordo com o talento de cada um e a receber um tratamento digno de homens e de cidadãos.

Mas a Obra não lhes propõe nenhum caminho concreto no campo económico, político ou cultural.
Cada um dos seus membros tem plena liberdade para pensar e actuar nessas matérias como melhor lhe parecer.
Em tudo aquilo que é temporal, os sócios da Obra são libérrimos: cabem no Opus Dei pessoas de todas as tendências políticas, culturais, sociais e económicas que a consciência cristã possa admitir.

Eu nunca falo de política.
A minha missão como sacerdote é exclusivamente espiritual.
Além disso, mesmo que alguma vez exprimisse uma opinião em assuntos temporais, os sócios da Obra não teriam nenhuma obrigação de a seguir.

Nunca os directores da Obra podem impor um critério político ou profissional aos outros membros.
Se algum vez um sócio do Opus Dei tentasse fazê-lo, ou servir-se dos outros sócios para fins humanos, seria expulso sem contemplações porque os outros se revoltariam legitimamente.

Nunca perguntei, nem perguntarei, a nenhum sócio da Obra de que partido é ou que doutrina política defende, porque isso me parece um atentado à sua legítima liberdade.
E fazem o mesmo os directores da Obra em todo o mundo.

Sei contudo que entre os sócios da Obra - em Espanha como em qualquer outro país - há de facto grande variedade de opiniões, e nada tenho a dizer em contrário.
Respeito-as todas, como respeitarei qualquer opção temporal tomada por um homem que se esforça por actuar segundo a sua consciência.

Esse pluralismo não constitui um problema para a Obra.
Pelo contrário, é uma manifestação de bom espírito, que patenteia a legítima liberdade de cada um.

49
                  
pergunta:

É um mito, uma meia-verdade ou uma realidade que o Opus Dei se converteu, em Espanha, num potentado político e económico, através das posições que os seus membros ocupam no mundo da política e da economia?

resposta:

É simplesmente um erro.
A maioria dos membros da Obra são pessoas de condição social mediana ou mesmo modesta: operários, empregados de escritório, trabalhadores do campo, empregadas domésticas, professores, etc. Há também alguns - muito menos - que exercem a sua profissão no mundo da política e da economia.
Tanto uns como outros actuam a título exclusivamente pessoal, com plena autonomia, e respondem pessoalmente pelas suas actuações.

Os fins do Opus Dei são exclusivamente espirituais.
A todos os seus sócios, exerçam ou não uma especial influência social, só lhes pede que lutem por viver uma vida plenamente cristã: não lhes dá nenhuma orientação sobre o modo de realizar o seu TRABALHO; não tenta coordenar as suas actividades; não se serve dos cargos que possam ocupar.

A Obra poderia comparar-se a um clube desportivo ou a uma associação de fins beneficentes, no sentido de que nada tem a ver com as actividades políticas ou económicas que os seus sócios possam exercer.

50
                  
pergunta:

Se, como pretendem os seus sócios, o Opus Dei é simplesmente uma associação religiosa, em que cada indivíduo é livre de seguir as suas opiniões, como explica a convicção, muito espalhada, de que o Opus Dei é uma organização monolítica, com posições bem definidas em assuntos temporais?

resposta:

Não me parece que esta opinião esteja realmente muito difundida. Bastantes dos órgãos mais qualificados da imprensa internacional reconheceram já o pluralismo dos sócios da Obra.

Houve de facto algumas pessoas que defenderam a opinião errónea a que se refere.
É possível que alguns, por diversos motivos, tenham difundido tal ideia, mesmo sabendo que não corresponde à realidade.
Penso que, em muitos outros casos, isso se pode atribuir à falta de conhecimento, ocasionado talvez por deficiência de informação: não estando bem informadas, não é de estranhar que as pessoas que não têm suficiente interesse por entrarem em contacto pessoal com o Opus Dei e por se informarem bem, atribuam à Obra, como tal, as opiniões de alguns sócios.

O que é certo é que ninguém medianamente informado sobre os assuntos espanhóis pode desconhecer a realidade do pluralismo existente entre os sócios da Obra.
Você mesmo poderia citar com certeza muitos exemplos.

Outro factor pode ser o preconceito subconsciente de pessoas que têm mentalidade de partido único, no campo político ou no espiritual. Para quem tem esta mentalidade e pretende que todos opinem do mesmo modo que ele, é difícil acreditar que haja quem seja capaz de respeitar a liberdade dos outros.
Atribuem assim à Obra o carácter monolítico que têm os seus próprios grupos.

Entrevista realizada por Tad Szulc, correspondente do New York Times, em 7 de Outubro de 1966.

(cont)