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04/07/2015

Pequena agenda do cristão



SÁBADO


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Óbolo de São Pedro

De onde sai o dinheiro que os papas usam para as obras de caridade?

Papa Francisco, a misteriosa conta 1616 e o óbolo de São Pedro.

O Papa Francisco nunca anda com uma carteira nem com dinheiro no bolso. Sim, porque sua verdadeira carteira é a generosidade dos fiéis e doadores do mundo inteiro.

O Papa tampouco tem um salário, mas sim contas bancárias que servem para ajudar os mais necessitados no mundo inteiro.

A misteriosa conta bancária "1616"

O Papa tem uma conta pessoal no IOR, o Banco Vaticano, que usa para as obras de caridade. Durante uma época, tal conta foi misteriosamente chamada de "Fundo 1616", criado pelo Papa Pio XII.

Assim que foi eleito, no dia 2 de Março de 1939, Pio XII dirigiu-se ao seu quarto, entrou e pediu aos seus assistentes que fizessem um inventário preciso daquilo que se encontrava dentro dos aposentos papais.

Para surpresa de todos, foram encontrados três cofres diferentes, inclusive um debaixo da cama do Papa. Nesse cofre, o Papa Pio XII descobriu 70 milhões de liras (uma quantia bastante considerável naquela época), que pertenciam ao Papa Pio XI, seu predecessor (provavelmente para fazer obras de caridade em segredo).

Pio XII mandou depositar todo esse dinheiro num único fundo (chamado "1616") no Banco Vaticano. Desde então, qualquer Pontífice que quiser fazer uma obra de bem, sem que ninguém saiba, pode tirar dinheiro dessa conta (que com o tempo acabou mudando de nome).

O Papa Francisco já usou esta conta em várias ocasiões – por exemplo, no Natal e na Páscoa, quando enviou um envelope com 50 euros, cartões telefónicos e passagens de comboio. João Paulo II também o usou para ajudar a Polónia durante o regime comunista nos anos da Guerra Fria.

O óbolo de São Pedro

Além desta conta-corrente, o Papa tem à sua disposição o chamado "Óbolo de São Pedro", que é uma colecta feita em todas as igrejas do mundo, em particular na festa de São Pedro e São Paulo, no dia 29 de Junho, e é destinada ao Pontífice para ajudar os pobres e necessitados.

É uma quantia particularmente relevante e não faz parte do balanço da Santa Sé, pois é destinada directamente ao Papa. Em 2013, foi de quase 78 milhões de dólares – 12 milhões a mais que no ano anterior, graças à figura carismática do Papa Francisco.

"O 'Óbolo de S. Pedro' é a expressão mais emblemática da participação de todos os fiéis nas iniciativas de caridade do Bispo de Roma a bem da Igreja universal. Trata-se de um gesto que se reveste de valor não apenas prático, mas também profundamente simbólico enquanto sinal de comunhão com o Papa e de atenção às necessidades dos irmãos; por isso, o vosso serviço possui um valor retintamente eclesial" [i]

As doações dos fiéis ao Santo Padre são utilizadas em obras missionárias, iniciativas humanitárias e de promoção social, bem como para sustentar as atividades da Santa Sé.

O Papa, como pastor de toda a Igreja, também se preocupa com as necessidades materiais das dioceses pobres, institutos religiosos e fiéis em dificuldade (pobres, crianças, idosos, marginalizados, vítimas de guerra e desastres naturais; ajudas particulares a bispos e dioceses necessitadas, educação católica, prófugos e imigrantes etc.).

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Quem estiver interessado em ajudar o Santo Padre com estas obras, pode enviar sua doação a:

Conta corrente bancária
Banco: FinecoBank S.p.A.
IT 52 S 03015 03200 000003501166
BIC/SWIFT: UNCRITMM
BIC beneficiário: FEBIITM1
Beneficiário: Obolo di San Pietro (Óbolo de São Pedro)
(Indicar o nome próprio, sobrenome e endereço completo)

Além disso, as doações podem ser feitas através da utilização de cheque nominal em nome do beneficiário:
Óbolo de São Pedro - a ser enviado ao seguinte endereço:

Departamento do Óbolo de São Pedro 00120 - Cidade do Vaticano




[i] Bento XVI, Discurso aos Sócios do Círculo de São Pedro, 25 de Fevereiro de 2006.

Tratado da vida de Cristo 16

Questão 30: Da Anunciação da Santa Virgem

Art. 4 — Se a anunciação se cumpriu em perfeita ordem.

O quarto discute-se assim. — Parece que a anunciação não se cumpriu em perfeita ordem.

1. — Pois, a dignidade de Mãe de Deus depende da prole concebida. Ora, a causa deve manifestar-se antes do efeito. Logo, o Anjo devia ter anunciado à Virgem a concepção do filho antes de a ter saudado com a proclamação da sua dignidade.

2. Demais. — Não podemos exigir prova em matéria onde não pode haver dúvida nem em matéria que pode ser sujeita a dúvidas. Ora, parece que o Anjo anunciou, primeiro, o que a Virgem duvidava e, por duvidar, perguntou. Como se fará isso? E só depois acrescentou a prova tirada tanto do exemplo de Isabel, como da omnipotência de Deus. Logo, a anunciação do anjo realizou-se numa ordem inconveniente.

3. Demais. — O mais não pode ser suficientemente provado pelo menos. Ora, mais admirável foi dar à luz uma virgem, que se o fizesse uma velha. Logo, a prova do Anjo não foi suficiente, provando a concepção virginal pela concepção de uma velha.

Mas, em contrário, o Apóstolo: Tudo o proveniente de Deus é ordenado. Ora, o Anjo foi enviado por Deus para anunciar à Virgem, como diz o Evangelho. Logo, a anunciação pelo Anjo cumpriu-se de maneira mui ordenada.

A anunciação cumpriu-se pelo Anjo na ordem conveniente. Pois, o Anjo tinha tríplice desígnio em relação à Virgem. — Primeiro, tornar-lhe o coração atento à consideração de um tão grande acontecimento. O que fez, saudando-a com uma nova e insólita saudação. Por isso diz Orígenes, que se a Virgem, que conhecia a lei judaica, soubesse que uma saudação semelhante tivesse algum dia sido feita a alguém, não teria ficado amedrontada do seu carácter estranho. E nessa saudação o Anjo anunciou-lhe em primeiro lugar a sua idoneidade para a concepção, quando disse — Cheia de graça; depois, anunciou a concepção, ao declarar-lhe — O Senhor é contigo; e enfim prenunciou-lhe a honra consequente, com as palavras – Bendita tu entre as mulheres. - O segundo desígnio do anjo era instruí-la no mistério da Encarnação, que nela devia cumprir-se. E isso fê-lo, prenunciando-lhe a concepção e o parto, quando disse – Eis, conceberás no teu ventre, etc.; e lhe mostrou a dignidade do filho concebido, dizendo — Este será grande, etc. E também quando lhe revelou o modo da concepção, com as palavras — O Espírito Santo descerá sobre ti. — O terceiro desígnio ao Anjo era induzir-lhe o ânimo ao consentimento. O que fez com o exemplo de Isabel e pela razão deduzida da omnipotência divina.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Para uma alma humilde nada causa maior admiração que ouvir falar da sua própria excelência. Pois, a admiração desperta soberanamente a atenção da alma. Por isso o Anjo, querendo tornar atenta a mente da Virgem, para ouvir a revelação de um tão grande mistério, começou por elogiá-la.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Ambrósio diz expressamente que a Santa Virgem não duvidou das palavras do Anjo. São palavras suas: Mais comedida é a resposta de Maria que as palavras do sacerdote. Esta pergunta: Como se fará isto? Aquele responde: Por onde conhecerei eu a verdade dessas coisas? Recusa assim a sua fé, negando conhecer tais coisas. A Virgem, porém, não duvida, no momento em que pergunta como se fará, da sua realização. — Agostinho, porém, parece dizer que a Virgem deixou-se invadir da dúvida, quando afirmou: A Maria que hesita sobre a concepção, o anjo afirma a sua possibilidade. Mas, essa dúvida foi, antes, de admiração que de incredulidade. Por isso, o anjo aduz a sua prova, não para adquirir a confiança da Virgem, mas antes para lhe remover a admiração.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como diz Ambrósio, se muitas mulheres estéreis conceberam, foi para que se acreditasse no parto da Virgem. Por isso foi aduzido o exemplo da estéril Isabel; não como um argumento suficiente, mas como um exemplo figurado. Por isso, para confirmação desse exemplo, acrescenta o argumento peremptório da omnipotência de Deus.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. Espiritual




Tempo comum XIII Semana

Santa Isabel de Portugal

Evangelho: Mt 9, 14-17

14 Então foram ter com Ele os discípulos de João e disseram-Lhe: «Qual é a razão por que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos não jejuam?». 15 Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem estar tristes os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo e então eles jejuarão. 16 Ninguém deita um remendo de pano novo em vestido velho, porque este remendo levaria consigo uma parte do vestido e ficava pior o rasgão. 17 Nem se deita vinho novo em odres velhos; doutro modo rebentam os odres, derrama-se o vinho e perdem-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos; e assim ambas as coisas se conservam».

Comentário:

É de notar que Jesus Cristo não quer associar o jejum à tristeza.

De facto os cristãos podem e devem jejuar mas como filhos de Deus, jamais poderão estar tristes.

(ama, comentário sobre Mt 9 14-15, Carvide, 2015.02.20



Leitura espiritual



São Josemaria Escrivá

Amigos de Deus

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Se a simples presença de uma pessoa de categoria, digna de consideração, é suficiente para que se comportem melhor aqueles que estão à sua volta, como é que a presença de Deus, constante, sentida em todos os recantos, conhecida pelas nossas potências e amada gratamente, não nos torna sempre melhores em todas as nossas palavras, acções e sentimentos?
Se, efectivamente, a realidade que consiste em Deus nos ver estivesse bem gravada nas nossas consciências e se nos apercebêssemos de que todo o nosso trabalho, sem qualquer excepção, se desenvolve na sua presença - porque nada escapa ao seu olhar - com que cuidado terminaríamos as coisas ou como seriam diferentes as nossas reacções!
Ora, este é o segredo da santidade que prego há tantos anos: Deus chamou-nos a todos para que o imitemos; e a vós e a mim para que, vivendo no meio do mundo - sendo homens da rua - saibamos pôr Cristo Nosso Senhor no cume de todas as actividades humanas honestas.

Deveis agora compreender ainda melhor que, se algum de vós não amasse o trabalho que lhe corresponde, se não se sentisse autenticamente comprometido em santificar uma das nobres ocupações terrenas, se carecesse de uma vocação profissional, nunca chegaria a penetrar na essência sobrenatural da doutrina que expõe este sacerdote, porque lhe faltaria, precisamente, uma condição indispensável: a de ser um trabalhador.

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Aviso-vos, sem qualquer presunção da minha parte, que noto rapidamente se estas minhas palavras caem em saco roto ou passam ao lado daquele que me ouve.
Deixai que vos abra o meu coração, para que me ajudeis a dar graças a Deus. Quando, em 1928, vi o que o Senhor queria de mim, comecei imediatamente o trabalho. Naqueles anos - obrigado, meu Deus, porque houve muito que sofrer e muito que amar! - alguns tomaram-me por louco.
Outros, alardeando compreensão, chamavam-me sonhador, mas sonhador de sonhos impossíveis.
Apesar dos pesares e da minha própria miséria, continuei sem desanimar.
Como aquilo não era meu, foi-se abrindo caminho no meio das dificuldades e hoje é uma realidade estendida por toda a terra, de polo a polo, que parece muito natural à maioria das pessoas, porque o Senhor se encarregou de a fazer reconhecer como coisa sua.

Dizia-vos que, mal troco duas palavras com alguém, descubro logo se ele me compreende ou não.
Não me acontece como à galinha que está a chocar a ninhada e sob a qual mão estranha coloca um ovo de pata.
Passam-se os dias e só quando os pintainhos partem a casca e vê passarinhar aquela espécie de bocadinho de lã, descobre através do seu andar desajeitado - pata aqui, pata acolá - que esse não é um dos seus e que jamais aprenderá a piar, por mais que se empenhe. Nunca maltratei ninguém que me tenha voltado as costas, nem sequer quando me pagaram com insolência os meus desejos de ajudar.
Por isso, pelo ano de 1939, chamou-me a atenção um letreiro que encontrei num edifício, onde me encontrava a dar um retiro a universitários.
Dizia assim: Cada caminhante siga o seu caminho.
Era um conselho digno de ser aproveitado.

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Perdoai-me esta divagação e, embora não nos tenhamos afastado do tema, voltemos ao seu fio condutor.
Convencei-vos de que a vocação profissional é parte essencial e inseparável da nossa condição de cristãos.
O Senhor quer que sejais santos no lugar onde estais e no trabalho que haveis escolhido pelas razões que vos aprouveram: pela minha parte, todos me parecem bons e nobres - desde que não se oponham à lei divina - e capazes de ser elevados ao plano sobrenatural, isto é, enxertados nessa corrente de Amor que define a vida de um filho de Deus.


Não posso deixar de ficar um pouco desassossegado quando alguma pessoa, ao falar da sua profissão, põe cara de vítima, afirma que lhe absorve não sei quantas horas por dia e, na realidade, não desenvolve sequer metade do trabalho de muitos dos seus companheiros que, ao fim e ao cabo, talvez só se esforcem por critérios egoístas ou, pelo menos, meramente humanos.
Todos nós, que estamos aqui, mantendo um diálogo pessoal com Jesus, desempenhamos alguma ocupação bem precisa: de médico, de advogado, de economista...
Pensai um pouco nos vossos colegas que sobressaem pelo seu prestígio profissional, pela sua honradez e pelo seu serviço abnegado.
Não dedicam muitas horas do dia - e até da noite - a essa tarefa? Não teremos algo a aprender deles?

Enquanto falo, também vou examinando a minha conduta e confesso-vos que, ao pôr essa pergunta a mim mesmo, sinto um pouco de vergonha e o desejo imediato de pedir perdão a Deus, pensando na minha resposta tão débil, tão afastada da missão que Deus nos confiou no mundo.
Cristo - escreve um Padre da Igreja - escolheu--nos para que fôssemos como lâmpadas; para que nos convertêssemos em mestres dos demais; para que actuássemos como fermento; para que vivêssemos como anjos entre os homens, como adultos entre crianças, como espirituais entre gente somente racional; para que fôssemos semente; para que produzíssemos fruto.
Não seria necessário abrir a boca, se a nossa vida resplandecesse desta maneira. Sobrariam as palavras, se mostrássemos as obras. Não haveria um só pagão, se nós fôssemos verdadeiramente cristãos.

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Valor exemplar da vida profissional

Temos de evitar o erro de considerar que o apostolado se reduz ao testemunho de algumas práticas piedosas.
Tu e eu somos cristãos, mas, ao mesmo tempo e sem solução de continuidade, cidadãos e trabalhadores, com obrigações bem nítidas que temos de cumprir exemplarmente, se deveras queremos santificar-nos.

É Jesus Cristo que nos estimula: Vós sois a luz do mundo.
Não se pode ocultar uma cidade situada sobre um monte.
Nem se acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim sobre o candelabro, e assim alumia quantos estão em casa.
Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, a fim de que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos céus.

Seja qual for, o trabalho profissional converte-se numa luz que ilumina os vossos colegas e amigos.
Por isso, costumo repetir aos que se incorporam no Opus Dei, e a minha afirmação vale também para todos aqueles que me ouvis: que me importa que me digam que fulano de tal é um bom filho meu - um bom cristão - mas um mau sapateiro?!
Se não se esforçar por aprender bem o seu ofício, ou por executar o seu trabalho com esmero, não poderá santificá-lo nem oferecê-lo ao Senhor.

Ora, a santificação do trabalho ordinário constitui como que o fundamento da verdadeira espiritualidade para aqueles que, como nós, estão decididos a viver na intimidade de Deus, imersos nas realidades temporais.

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Lutai contra essa excessiva compreensão que cada um tem para consigo mesmo: sede exigentes para vós próprios.
Às vezes, pensamos demasiadamente na saúde e no descanso, que aliás não deve faltar, precisamente porque é preciso voltar ao trabalho com forças renovadas.
Esse descanso, porém, escrevi-o há já tantos anos, não é não fazer nada, mas distrairmo-nos em actividades que exigem menos esforço.

Noutras ocasiões, com falsas desculpas, somos excessivamente comodistas, esquecemo-nos da bendita responsabilidade que pesa sobre os nossos ombros, conformamo-nos com fazer o que é minimamente indispensável e deixamo-nos arrastar por razões sem razão para nada fazermos, enquanto Satanás e os seus amigos não tiram férias.
Ouve e medita com atenção o que S. Paulo escrevia aos cristãos que eram escravos; instava-os a obedecerem aos seus amos: não os sirvais como quem trabalha somente porque é visto e para agradar aos homens, mas como servos de Cristo que fazem a vontade de Deus com todo o coração e servi-os com amor, sabendo que servis ao Senhor e não a homens.
Que bom conselho para que o sigamos tu e eu!

Peçamos luz a Jesus Cristo Nosso Senhor e roguemos-lhe que nos ajude a descobrir, a cada instante, o sentido divino que transforma a nossa vocação profissional no gonzo sobre o qual assenta e gira a nossa chamada à santidade.
Verificareis no Evangelho que Jesus era conhecido como faber, filius Mariæ, o trabalhador, o filho de Maria.
Também nós, com orgulho santo, temos de demonstrar com factos que somos trabalhadores, homens e mulheres de trabalho!

Porque havemos de nos comportar sempre como enviados de Deus, devemos ter bem presente que não o servimos com lealdade quando abandonamos a nossa tarefa, quando não compartilhamos com os outros o empenho e a abnegação no cumprimento dos compromissos profissionais ou quando nos possam classificar como inconstantes, inconvenientes, frívolos, desordenados, preguiçosos e inúteis...
Na verdade, quem descuida essas obrigações aparentemente menos importantes, só com dificuldade vencerá nas da vida interior que, certamente, são mais custosas.

Quem é fiel nas coisas pequenas, é fiel também nas grandes; e quem é injusto nas pequenas coisas, é injusto também nas grandes.

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Não estou a falar de ideais imaginários.
Atenho-me a uma realidade muito concreta, de capital importância, capaz de modificar o ambiente mais pagão e mais hostil às exigências divinas, como aconteceu na primeira época da era da nossa salvação. Saboreai estas palavras de um autor anónimo desses tempos, o qual resume assim a grandeza da nossa vocação: os cristãos são para o mundo o que a alma é para o corpo.
Vivem no mundo, mas não são mundanos, tal como a alma está no corpo, mas não é corpórea.
Habitam em todos os povoados, como a alma está em todas as partes do corpo.
Agem mediante a sua vida interior sem se fazerem notar, como a alma mediante a sua essência...
Vivem como peregrinos entre coisas perecedoiras, na esperança da incorruptibilidade dos céus, como a alma imortal vive agora numa tenda mortal.
Multiplicam-se dia-a-dia sob o peso das perseguições, como a alma se aformoseia pela mortificação...

E não é lícito aos cristãos abandonarem a sua missão no mundo, como não é permitido à alma separar-se voluntariamente do corpo.

Por esta razão, enganar-nos-íamos no caminho, se não déssemos importância às ocupações temporais.
Também aí vos espera o Senhor.
Podeis ter a certeza de que nós, homens, nos havemos de aproximar de Deus através das circunstâncias da vida corrente, ordenadas ou permitidas pela Providência na sua sabedoria infinita.
Não atingiremos esse fim, se não nos esforçarmos por terminar bem a nossa tarefa; se não perseverarmos no afã pelo trabalho começado com empenho humano e sobrenatural; se não desempenharmos bem o nosso ofício como o melhor e, se é possível - e penso que, se tu verdadeiramente quiseres, assim será - melhor do que o melhor, porque usaremos todos os meios terrenos honrados e os espirituais que forem necessários para oferecer a Nosso Senhor um trabalho primoroso, acabado como uma peça de filigrana, perfeito.

(cont)