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11/05/2015

A tristeza é a escória do egoísmo

Que ninguém leia tristeza nem dor na tua cara, quando difundes pelo ambiente do mundo o aroma do teu sacrifício. Os filhos de Deus têm de ser sempre semeadores de paz e de alegria. (Sulco, 59)

E se somos filhos de Deus, por que havemos de estar tristes? A tristeza é a escória do egoísmo. Se queremos viver para Nosso Senhor, não nos faltará a alegria, mesmo que descubramos os nossos erros e as nossas misérias. A alegria entra na vida de oração de tal maneira que, a certa altura, não poderemos deixar de cantar: porque amamos, e cantar é próprio de apaixonados.

Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma obra de paz; saberemos tornar amável aos outros o serviço a Nosso Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará a alegria de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai: e não se sente vítima, nem inferiorizado, nem coagido. Caminha de cabeça erguida, porque é homem e é filho de Deus.


A nossa fé dá todo o seu relevo a estas virtudes, que pessoa alguma deveria deixar de cultivar. Ninguém pode vencer o cristão em humanidade. Por isso, quem segue Cristo é capaz – não por mérito próprio, mas pela graça de Nosso Senhor – de comunicar aos que o rodeiam o que às vezes eles pressentem, embora não consigam compreender: que a verdadeira felicidade, o verdadeiro serviço ao próximo passa pelo Coração do Nosso Redentor; perfectus Deus, perfectus, homo. (Amigos de Deus, nn. 92–93)

Meditações de Maio 11

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, Vida e doçura, Esperança nossa, A vós bradamos, Degredados filhos de Eva, A vós suspiramos, Gemendo e chorando, Neste vale de lágrimas.
Eia pois advogada nossa,

Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,


O olhar de Mãe da Misericórdia!

Não há outro no qual possamos confiar tão plenamente.

Tu compreendes; tu desculpas; tu encontras os nossos pequenos méritos nas muitíssimas misérias que temos.

(ama, meditações de Maio, Salve Rainha, 2015)

Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Evangelho, comentário .L Espiritual (A beleza de ser cristão)



Semana VI da Páscoa

Evangelho: Jo 15 26 – 16 4

26 Quando, porém, vier o Paráclito, que Eu vos enviarei do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim.
16 4 Ora Eu disse-vos estas coisas para que, quando chegar esse tempo, vos lembreis de que vo-las disse. Não vos disse isto, porém, desde o princípio, porque estava convosco.

Comentário:

Compreendemos que Jesus Cristo não podia revelar todas as coisas aos Seus discípulos porque bem sabia que as suas capacidades não abrangeriam tal vastidão de conhecimentos.

O Espírito Santo se “encarregaria” de o fazer de forma integral e completa.

Como nós, homens, também vamos conhecendo gradualmente ao longo da nossa vida terrena as verdades da nossa Fé e, com a assistência do mesmo Espírito Santo, sempre presente na nossa alma em Graça, a compreensão dessas mesmas verdades.

(ama, comentário sobre Jo 15, 26; 16, 4, 2015.04.27)

Leitura espiritual

a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE


XII perspectiva da Redenção


B)  a redenção aceite pelo homem

Ao verificar o que comporta a Vida que Cristo nos oferece não podemos deixar de fazer algumas perguntas.

        É possível uma conversão plena de uma criatura a Deus?
        É possível que uma criatura esteja plena e integralmente dedicada a Deus?
        Que significa e o que supõe, em plenitude, amar a Deus com todo o coração, com toda a mente, com todas as forças?
        É possível que todo o actuar do homem seja ao mesmo tempo divino e humano?

Trataremos de ir dando respostas ao longo das páginas seguintes especialmente da Segunda Parte.

São Paulo ao mesmo tempo que recorda a Lei aos Coríntios e lhe manifesta a perspectiva da Redenção dá-lhe bons ensinamentos que abrem o caminho à esperança de chegar a viver a vida de Cristo.
Juntamente com as suas claras afirmações de não ter nada que remorda a consciência ante Deus, reconhece a sua luta, os seus esforços para conseguir o prémio e converter-se e convida os coríntios a imitar o seu exemplo.
«Não sabeis que nas corridas no estádio todos correm mas só um recebe o prémio?
Correi de tal modo que o alcanceis.
Os atletas privem-se de tudo, eles para alcançar uma coroa corruptível, nós, em troca, por uma incorruptível.
Eu corro (…) não como dando golpes no vazio, mas antes golpeio o meu corpo e submeto-o à servidão, não seja que, tendo pregado aos outros, seja eu reprovado».[i]

A conversão – originada no arrependimento, que analisaremos detidamente mais adiante – e a plenitude de vida cristã é algo muito pessoal de cada criatura.

O próprio Cristo quer viver e vive realmente com cada ser humano.
Deus quer que cada homem O receba no seu pensamento – fé -, na sua vida – caridade -, na sua história – esperança -, para que cada homem possa referir-se a Ele não só como Deus mas também como “meu Deus” e que toda a vida de cada homem seja na verdade «vida e obra de Deus».

Essa é a tarefa de enxertar a Redenção no homem que é a verdadeira obra do Espírito Santo na pessoa do crente, tarefa que nunca se concluirá.

A morte alcançará o cristão movido pela fé, pela caridade, pela esperança, na missão de se converter em «filho de Deus em Cristo».


XIII os mandamentos da lei de deus

        Como posso orientar a minha vida no caminho de desenvolver a «participação na natureza divina», a Graça, que está enraizada na minha própria vida?

        Consciente da vida divina que palpita no seu espirito é lógico que o cristão se faça essa pergunta.

        Já em páginas anteriores – cap VII e X – assinalámos que ssa vida da Graça torna possível no homem que a Fé, a Esperança e a Caridade se instalem e enraízem nele.
        Cabe-nos agora descobrir como na prática se manifesta essa vida, coo pode o cristão dizer no fundo da sua alma que vive de Fé, de Esperança, de Caridade ou que pelo menos está tentando fazê-lo.

        Entre os motivos da Encarnação o Catecismo recolhe o de Cristo ser «modelo e exemplo da nova criatura».

        Enxertado nem Cristo o cristão vive a vida de Cristo.
        Se o ser cristão fica reflectido na Fé, na Esperança, na Caridade, que actuar reflectira a realidade da nova criatura em Cristo?»

        A resposta é clara: os Mandamentos da Lei de Deus vividos com o no espírito - «como Eu vos amei» - que Cristo trouxe: o espírito da Bem-Aventuranças.

        O próprio Cristo deu a resposta a esta pergunta quando afirmou:

        «Quem me ama cumpre os meus mandamentos»[ii]

        O vínculo do amor a Deus do viver em Deus e com Deus, em obedecer-lhe e seguir os seus mandamentos está desde o princípio claramente expressa na Escritura.

        Jesus Cristo sublinha este vínculo pouco depois no mesmo capítulo de São João quendo ante a pergunta de Judas Tadeu: «Senhor, que aconteceu que vais manifestar-te a nós e não ao mundo»?, responde: «Se alguém me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará e viremos a ele e nele faremos morada».[iii]

        Se acrescentarmos a estas frases a consideração que Ele próprio faz acerca do cumprimento da Lei:
        «Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir mas sim dar cumprimento»,[iv] podemos tirar algumas conclusões para descobrir o verdadeiro sentido do Mandamentos na vida da «nova criatura» do cristão.

        Está muito disseminada entre os crentes que os Mandamentos vêm a ser uma simples lista de obrigações imposta por Deus ao homem para dessa forma reforçar a sua autoridade sobre o homem.
        Do cumprimento ou desobediência dessas obrigações dependeria a salvação ou o castigo eterno.

        Vejamos agora o profundo e primordial significado dos Mandamentos.

        Ao convocar Moisés para estabelecer a aliança com Israel Yahvé recorda:
        «Se escutardes atentamente a minha voz e observardes a minha Aliança sereis minha especial propriedade estre todos os povos, um reino de sacerdotes, um povo santo».[v]

        Cristo, em fazer «novas todas coisas»;[vi] «se alguém está em Cristo é nova criatura. O antigo passou: tudo foi feito de novo», introduz a novidade do Espírito das Bem-Aventuranças que completam o sentido dos Mandamentos da Antiga Lei para os filhos de Deus em Cristo Jesus, o novo povo de Deus.

        Contemplados com esta perspectiva podemos afirmar que os Mandamentos são uma manifestação palpável do amor de Deus pelos homens, orientações para que os homens não percam o caminho para o Céu, obscurecido no seu coração depois do pecado e iluminado de novo na Encarnação e na Eucaristia.

        A mais preclara natureza dos Mandamentos é a de serem canais pelos quais há-de transcorrer o nosso viver cristão, caminhos que temos de percorrer na interminável conversão a Deus que é a vida do homem.
        No viver os Mandamentos tornam-se realidade na alma do crente as palavras de São Paulo:

        «O amor é a plenitude da Lei».[vii]

        Cristo não veio à terra somente para nos transmitir umas verdades, um conjunto de doutrina.
        A Sua missão não se esgota em ser «Mestre», um educador de multidões.
        Quer comunicar-nos a vida divina e quer também que a vivamos com Ele e que gozemos em vivê-la: os Mandamentos são o modo em que essa vida se manifesta e o canal para a viver, e as Bem-Aventuranças o espírito com o qual essa vida há-de ser vivida.

        Cristo vive a vida do homem e descobre-nos o seu amor em fazer-se igual a nós em tudo excepto no pecado.

        Aa Encarnação é fruto do amor que a Santíssima Trindade tem ao homem, nesse amor, Cristo aproxima-se vital e intimamente dos homens no desejo que alcancem descobrir nele o «aroma de Deus» e ao mesmo tempo transmitir – se se podem empregar estas palavras – ao seio da Trindade a realidade concreta do «aroma do homem», tergiversado e degradado pelo pecado.

        Nesta perspectiva, os Mandamentos são provas do amor de Deus, que não deixa o homem sozinho na tarefa de desenvolver a vida sobrenatural cristã.
        E compreende-se que ao cumpri-los o homem manifeste sem barreiras o amor que tem a Deus.

        Ao mesmo tempo esse cumprimento é uma mostra palpável do verdadeiro triunfo de Deus no homem porque o homem jamais poderia conseguir viver esses Mandamentos com as suas próprias forças.
        Ao vivê-los recobra a pela confiança em Deus e confiando ama verdadeiramente a Deus: a medida que o homem «guarda a doutrina» de Cristo o homem é consciente que a doutrina se converte em vida.
        Mais, que a doutrina é manifestação de vida e convite
à Vida: «o Pai amá-lo-á e iremos a ele e habitaremos nele».[viii]

        O Amor de Deus ao homem originou os Mandamentos, o amor do homem a Deus torna possível que se vivam na terra.
        E não só.
        Ao vivê-los alcançamos pelo menos vislumbrar algo do amor que Deus nos tem porque ao viver na nossa alma o Pai, o Filho e o Espírito Santo fazem-nos participar da visão com que Deus contempla o mundo e o amor com que olha sua criatura predilecta, àquela criatura, única que amou por si mesma, o homem.

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)





[i] 1 Cor 9, 24-27
[ii] Jo 14, 15
[iii] Jo 14, 23
[iv] Mt 5, 17
[v] Ex 19, 6
[vi] 2 Cor 5, 17
[vii] Rm 13, 10
[viii] Jo 14, 23

Reflectindo - 79

Pureza

2 - Há quem pense que está como que imune às tentações que respeitam à pureza e que, portanto, pode, por assim dizer, "desarmar" as defesas naturais que deve cuidar.

Estas defesas encontram-se principalmente na oração simples e confiada que pode muito bem ser: "Senhor dá-me um coração puro"!

Mas é claro que o mais importante "segredo" para salvaguardar a pureza pessoal é ter o amor bem ordenado.

Começando pelo amor a Deus, o amor-próprio, e amor aos outros.

Quem ama com verdade e com liberdade tem o caminho aberto à sua frente para levar uma vida não sujeita às oscilações e apelos da defesa da própria dignidade e a dos outros.

Precisamente porque ama também respeita e respeitando, o seu próprio corpo ou o dos outros é natural que não consinta em algo que possa de qualquer forma ferir esse respeito.


ama, 2015.03.17