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03/03/2015

2015.03.

O que pode ver hoje em NUNC COEPI


Vai perseverantemente ao Sacrário - São Josemaria – Textos

Temas para meditar - 382 - História de uma alma ( Stª Teresa do Menino Jesus), Pobreza

Evangelho, com. L esp. (Exort. Evangelii Gaudium) - AMA - Comentários ao Evangelho Mt 23 1-12, Leit. Espiritual - Exort. Apost. Evangelii gaudium (Papa Francisco)

Bento VXI – Pensamentos espirituais 40 - Bento XVI - Pensamentos espirituais


Tratado do verbo encarnado 135 - Suma Teológica - Tratado do Verbo Encarnado - Quest 22 - Art 3, São Tomás de Aquino


Pequena agenda do cristão - Agenda Terça-Feira

Vai perseverantemente ao Sacrário

Vai perseverantemente ao Sacrário, fisicamente ou com o coração, para te sentires seguro, para te sentires sereno: mas também para te sentires amado... e para amar! (Forja, 837)

Copio umas palavras de um sacerdote, dirigidas aos que o seguiam no seu empreendimento apostólico: "Quando contemplardes a Sagrada Hóstia exposta na custódia sobre o altar, olhai que amor, que ternura a de Cristo. Explico-o pelo amor que vos tenho; se pudesse estar longe trabalhando e, ao mesmo tempo, junto de cada um de vós, com que gosto o faria!

Mas Cristo, Ele sim, pode fazê-lo! E Ele, que nos ama com um amor infinitamente superior ao que podem albergar todos os corações da Terra, ficou para que possamos unir-nos sempre à sua Humanidade Santíssima e para nos ajudar, para nos consolar, para nos fortalecer, para que sejamos fiéis". (Forja, 838)


As manifestações externas de amor devem nascer do coração e prolongar-se com o testemunho da conduta cristã. Se fomos renovados com a recepção do Corpo do Senhor, temos de o manifestar com obras. Que os nossos pensamentos sejam sinceros: de paz, de entrega, de serviço. Que as nossas palavras sejam verdadeiras, claras, oportunas; que saibam consolar e ajudar, que saibam sobretudo levar aos outros a luz de Deus. Que as nossas acções sejam coerentes, eficazes, acertadas: que tenham esse bonus odor Christi , o bom odor de Cristo, por recordarem o seu modo de Se comportar e de viver. (Cristo que passa, 156)

Temas para meditar - 382

Pobreza




A pobreza não consiste em nos vermos privados só das coisas deleitosas, senão também das indispensáveis.




(santa teresinha do menino jesus, História de uma alma, LAI, 11ª ed., pag. 163)

Evangelho, com. L esp. (Exort. Evangelii Gaudium)

Tempo de Quaresma II Semana

Evangelho: Mt 23 1-12

1 Então, Jesus falou às multidões e aos Seus discípulos, 2 dizendo: «Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. 3 Observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem, mas não imiteis as suas acções, porque dizem e não fazem. 4 Atam cargas pesadas e impossíveis de levar, e as põem sobre os ombros dos outros homens, mas nem com um dedo as querem mover. 5 Fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens. Trazem mais largas as filactérias, e mais compridas as franjas dos seus mantos. 6 Gostam de ter os primeiros lugares nos banquetes, e as primeiras cadeiras nas sinagogas, 7 das saudações na praça, e de serem chamados rabi pelos homens. 8 Mas vós não vos façais chamar rabis, porque um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. 9 A ninguém chameis pai sobre a terra, porque um só é o vosso Pai, O que está nos céus. 10 Nem façais que vos chamem mestres, porque um só é o vosso Mestre, Cristo. 11 Quem entre vós for o maior, seja vosso servo. 12 Aquele que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.

Comentário:

Quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado disseste Tu, Senhor. E, como foste Tu quem o disse, só pode ser verdade.
Quantas vezes não se verifica!

E, quanto a mim?
Que se passará?

Sim porque eu tenho esta prosápia permanente, esta sede de protagonismo e evidência – as minhas filactérias – sempre olhar para cima, pescoço bem esticado para ser visto e, naturalmente, admirado.
Aceita, Senhor, a minha declaração formal do que sou:

Nada, absolutamente, e trata-me assim: como nada!

(ama, meditação sobre Mt 23, 1-12, 2009.03.11)


Leitura espiritual



EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E AOS FIÉIS LEIGOS SOBRE O ANÚNCIO DO EVANGELHO NO MUNDO ACTUAL

12. Embora esta missão nos exija uma entrega generosa, seria um erro considerá-la como uma heróica tarefa pessoal, dado que ela é, primariamente e acima de tudo o que possamos sondar e compreender, obra de Deus. Jesus é «o primeiro e o maior evangelizador». [1]

Em qualquer forma de evangelização, o primado é sempre de Deus, que quis chamar-nos para cooperar com Ele e impelir-nos com a força do seu Espírito.
A verdadeira novidade é aquela que o próprio Deus misteriosamente quer produzir, aquela que Ele inspira, aquela que Ele provoca, aquela que Ele orienta e acompanha de mil e uma maneiras.
Em toda a vida da Igreja, deve-se sempre manifestar que a iniciativa pertence a Deus, «porque Ele nos amou primeiro» [2] e é «só Deus que faz crescer» [3].
Esta convicção permite-nos manter a alegria no meio duma tarefa tão exigente e desafiadora que ocupa inteiramente a nossa vida. Pede-nos tudo, mas ao mesmo tempo dá-nos tudo.

13. E também não deveremos entender a novidade desta missão como um desenraizamento, como um esquecimento da história viva que nos acolhe e impele para diante.
A memória é uma dimensão da nossa fé, que, por analogia com a memória de Israel, poderíamos chamar «deuteronómica».
Jesus deixa-nos a Eucaristia como memória quotidiana da Igreja, que nos introduz cada vez mais na Páscoa[4].
A alegria evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da memória agradecida: é uma graça que precisamos de pedir.
Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que Jesus lhes tocou o coração: «Eram as quatro horas da tarde» [5].
A memória faz-nos presente, juntamente com Jesus, uma verdadeira «nuvem de testemunhas» [6].
De entre elas, distinguem-se algumas pessoas que incidiram de maneira especial para fazer germinar a nossa alegria crente: «Recordai-vos dos vossos guias, que vos pregaram a palavra de Deus» [7]
Às vezes, trata-se de pessoas simples e próximas de nós, que nos iniciaram na vida da fé: «Trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Lóide e na tua mãe Eunice» [8].
O crente é, fundamentalmente, «uma pessoa que faz memória».

III. a nova evangelização para a transmissão da fé

14. À escuta do Espírito, que nos ajuda a reconhecer comunitariamente os sinais dos tempos, celebrou-se de 7 a 28 de Outubro de 2012 a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Lá foi recordado que a nova evangelização interpela a todos, realizando-se fundamentalmente em três âmbitos.[9]
Em primeiro lugar, mencionamos o âmbito da pastoral ordinária, «animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade, reunindo-se no dia do Senhor, para se alimentarem da sua Palavra e do Pão de vida eterna»[10].
Devem ser incluídos também neste âmbito os fiéis que conservam uma fé católica intensa e sincera, exprimindo-a de diversos modos, embora não participem frequentemente no culto.
Esta pastoral está orientada para o crescimento dos crentes, a fim de corresponderem cada vez melhor e com toda a sua vida ao amor de Deus.
Em segundo lugar, lembramos o âmbito das «pessoas baptizadas que, porém, não vivem as exigências do Baptismo»,[11] não sentem uma pertença cordial à Igreja e já não experimentam a consolação da fé.
Mãe sempre solícita, a Igreja esforça-se para que elas vivam uma conversão que lhes restitua a alegria da fé e o desejo de se comprometerem com o Evangelho.
Por fim, frisamos que a evangelização está essencialmente relacionada com a proclamação do Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram.
Muitos deles buscam secretamente a Deus, movidos pela nostalgia do seu rosto, mesmo em países de antiga tradição cristã.
Todos têm o direito de receber o Evangelho.
Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível.
A Igreja não cresce por proselitismo, mas «por atracção».[12]

15. João Paulo II convidou-nos a reconhecer que «não se pode perder a tensão para o anúncio» àqueles que estão longe de Cristo, «porque esta é a tarefa primária da Igreja»[13].
A actividade missionária «ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja»[14] e «a causa missionária deve ser (…) a primeira de todas as causas».[15]
Que sucederia se tomássemos realmente a sério estas palavras? Simplesmente reconheceríamos que a acção missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja.
Nesta linha, os Bispos latino-americanos afirmaram que «não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, em nossos templos»,[16] sendo necessário passar «de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária».[17]
Esta tarefa continua a ser a fonte das maiores alegrias para a Igreja: «Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão» [18].

A proposta desta Exortação e seus contornos

16. Com prazer, aceitei o convite dos Padres sinodais para redigir esta Exortação.[19] 
Para o efeito, recolho a riqueza dos trabalhos do Sínodo; consultei também várias pessoas e pretendo, além disso, exprimir as preocupações que me movem neste momento concreto da obra evangelizadora da Igreja.
Os temas relacionados com a evangelização no mundo actual, que se poderiam desenvolver aqui, são inumeráveis.
Mas renunciei a tratar detalhadamente esta multiplicidade de questões que devem ser objecto de estudo e aprofundamento cuidadoso. Penso, aliás, que não se deve esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões que dizem respeito à Igreja e ao mundo.
Não convém que o Papa substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que sobressaem nos seus territórios.
Neste sentido, sinto a necessidade de proceder a uma salutar “descentralização”.

17. Aqui escolhi propor algumas directrizes que possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo.
Neste quadro e com base na doutrina da Constituição dogmática Lumen gentium, decidi, entre outros temas, deter-me amplamente sobre as seguintes questões:

a) A reforma da Igreja em saída missionária.
b) As tentações dos agentes pastorais.
c) A Igreja vista como a totalidade do povo de Deus que evangeliza. d) A homilia e a sua preparação.
e) A inclusão social dos pobres.
f) A paz e o diálogo social.
g) As motivações espirituais para o compromisso missionário.

18. Demorei-me nestes temas, desenvolvendo-os dum modo que talvez possa parecer excessivo.
Mas não o fiz com a intenção de oferecer um tratado, mas só para mostrar a relevante incidência prática destes assuntos na missão actual da Igreja.
De facto, todos eles ajudam a delinear um preciso estilo evangelizador, que convido a assumir em qualquer actividade que se realize. E, desta forma, podemos assumir, no meio do nosso trabalho diário, esta exortação da Palavra de Deus: «Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos!» [20].

CAPÍTULO I
A TRANSFORMAÇÃO MISSIONÁRIA DA IGREJA

19. A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» [21].
Nestes versículos, aparece o momento em que o Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os tempos e lugares, para que a fé n’Ele se estenda a todos os cantos da terra.

I. uma igreja “em saída”

20. Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de “saída”, que Deus quer provocar nos crentes.
Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra [22]. Moisés ouviu a chamada de Deus: «Vai; Eu te envio» [23], e fez sair o povo para a terra prometida [24].
A Jeremias disse: «Irás aonde Eu te enviar» [25].
Naquele «ide» de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova «saída» missionária.
Cada cristão e cada comunidade há-de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.

21. A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria [26].
Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo e louva o Pai, porque a sua revelação chega aos pobres e aos pequeninos [27].
Sentem-na, cheios de admiração, os primeiros que se convertem no Pentecostes, ao ouvir «cada um na sua própria língua» [28] a pregação dos Apóstolos.
Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar.
Mas contém sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além.
O Senhor diz: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim» [29].
Ele, depois de lançar a semente num lugar, não se demora lá a explicar melhor ou a cumprir novos sinais, mas o Espírito leva-O a partir para outras aldeias.

22. A Palavra possui, em si mesma, uma tal potencialidade, que não a podemos prever.
O Evangelho fala da semente que, uma vez lançada à terra, cresce por si mesma, inclusive quando o agricultor dorme [30]. A Igreja deve aceitar esta liberdade incontrolável da Palavra, que é eficaz a seu modo e sob formas tão variadas que muitas vezes nos escapam, superando as nossas previsões e quebrando os nossos esquemas.

23. A intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão «reveste essencialmente a forma de comunhão missioná- ria».[31]
Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo.
A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém; assim foi anunciada pelo anjo aos pastores de Belém: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo» [32].
O Apocalipse fala de «uma Boa Nova de valor eterno para anunciar aos habitantes da terra: a todas as nações, tribos, línguas e povos» [33].

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)

 Notas:

[1] Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 7: AAS 68 (1976), 9.
[2] 1 Jo 4, 19
[3] 1 Cor 3, 7
[4] cf. Lc 22, 19
[5] Jo 1, 39
[6] Heb 12, 1
[7] Heb 13, 7
[8] 2 Tm 1, 5
[9] Cf. Propositio 7.
[10] Bento XVI, Homilia durante a Missa conclusiva da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (28 de Outubro de 2012): AAS 104 (20
[11] Ibidem.
[12] Bento XVI, Homilia na Eucaristia de inauguração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe (Santuário da Aparecida – Brasil, 13 de Maio de 2007): AAS 99 (2007), 437.
[13] Carta enc. Redemptoris missio (7 de Dezembro de 1990), 34: AAS 83 (1991), 280.
[14] Ibid., 40: o. c., 287.
[15] Ibid., 86: o. c., 333
[16] V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, Documento de Aparecida (29 de Junho de 2007), 548
[17] Ibid., 370.
[18] Lc 15, 7
[19] Cf. Propositio 1.
[20] Fl 4, 4
[21] Mt 28, 19-20
[22] cf. Gn 12, 1-3
[23] Ex 3, 10
[24] cf. Ex 3, 17
[25] Jr 1, 7
[26] cf. Lc 10, 17
[27] cf. Lc 10, 21
[28] Act 2, 6
[29] Mc 1, 38
[30] cf. Mc 4, 26-29
[31] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 32: AAS 81 (1989), 451.
[32] Lc 2, 10
[33] Ap 14, 6