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14/01/2015

Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós

Devoção de Natal. – Não sorrio quando te vejo fazer as montanhas de musgo do Presépio e dispor as ingénuas figuras de barro em volta da gruta. – Nunca me pareceste mais homem do que agora, que pareces uma criança. (Caminho, 557)

Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vedes onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar com humildade, deixando de pensar em nós mesmos e sentindo a responsabilidade de ajudar os outros.

É corrente, às vezes até entre almas boas, criar conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objectiva. A sua origem está na falta de conhecimento próprio, que conduz à soberba: o desejo de se tornarem o centro da atenção e da estima de todos, a preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecerem, a ânsia da segurança pessoal... E assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam saborear um imenso júbilo, por orgulho e presunção tornam-se desgraçadas e infecundas!

Cristo foi humilde de coração. Ao longo da sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. (Cristo que passa, 18)

Temas para meditar - 334


Fidelidade



Quatro dimensões da Fidelidade: Busca; Aceitação; Coerência; Constância; Alegria.


(são joão paulo ii, Homília na Catedral do México, 1979.01.26)

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (8)

Senhor, aproxima-se o começo de um novo ano e no meu coração e na minha mente tenho um grande desejo de mudar coisas na minha vida.

Então, meu filho, e o que pretendes mudar?

Oh, Senhor, mudar o meu feitio, (por vezes um pouco irrascível), as criticas e julgamentos que faço aos outros, a minha ânsia, por vezes, de protagonismo, o meu orgulho e a minha vaidade.
Tantas coisas, Senhor, que preciso de mudar.

Pois, meu filho, essa é uma boa mudança, mas sabes bem que não acontece apenas por prometeres fazê-la, sabes bem que essa é uma mudança de combate diário.

É verdade, Senhor, e eu percebo bem isso, porque tantas vezes prometo, tantas vezes começo e tantas vezes vou arranjando desculpas para me convencer que afinal está tudo bem.

Sabes, meu filho, a maior parte das vezes que começas essas mudanças esqueces-te que Eu estou aqui e que te posso e quero ajudar, mostrando-te caminho para o fazeres.

Tens razão, Senhor, empenho-me muito, mas rapidamente perco forças para continuar a mudança que quero fazer.

E já me perguntaste o que realmente deves mudar em ti? Tens a certeza de que é isso que Eu quero que mudes em ti? Não serão essas coisas reflexo de outras que deverias mudar e assim talvez estas de que agora falas acabassem por não te incomodar ou parecer tão importantes na tua conversão diária?

Talvez, Senhor, talvez! Mas como fazer, como perceber a tua vontade, como perceber o que queres que eu mude em mim, ou melhor que deixe Tu mudares em mim?

Disseste tudo, meu filho! Que tu deixes Eu mudar em ti! Para isso é preciso estares cada vez mais perto de Mim, mais em comunhão comigo, ou seja, que não me excluas de nada da tua vida, nem mesmo dos erros em que cais como qualquer homem cai.

E como faço isso, Senhor?

Procura-me mais na Eucaristia, na Comunhão, na oração, sobretudo no teu coração. Se assim fizeres conseguirás, comigo, as mudanças que necessitas fazer para a tua conversão ser uma realidade diária. Sabes porquê?

Não, Senhor, diz-me por favor?

Porque «Eu renovo todas as coisas»*!


*Ap 21,5

Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2014
Joaquim Mexia Alves




Com este texto quero desejar a todas as amigas e amigos, bem como a todos as/os que visitam esta página, um Bom Ano Novo, cheio das bênçãos de Deus.
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Tratado do verbo encarnado 90

Questão 14: Das fraquezas do corpo, que Cristo assumiu na natureza humana.

Em seguida devemos tratar das fraquezas que Cristo assumiu em a natureza humana. E, primeiro, das fraquezas do corpo. Segundo, das fraquezas da alma.

Na primeira questão discutem-se quatro artigos:

Art. 1 — Se o Filho de Deus devia assumir a natureza humana com as suas fraquezas corpóreas.
Art. 2 — Se Cristo estava necessariamente sujeito às misérias humanas.
Art. 3 — Se Cristo contraiu alguma fraqueza corporal.
Art. 4 — Se Cristo devia ter assumido todas as misérias corporais dos homens.

Art. 1 — Se o Filho de Deus devia assumir a natureza humana com as suas fraquezas corpóreas.

O primeiro discute-se assim. — Parece que o Filho de Deus não devia ter assumido a natureza humana com as suas fraquezas corpóreas.

1. — Pois, assim como a alma está unida pessoalmente ao Verbo de Deus, assim também o corpo. Ora, a alma de Cristo tinha uma absoluta perfeição, quanto à graça e quanto à ciência, como se disse. Logo, também o seu corpo devia ser a todas as luzes perfeito, sem nenhuma fraqueza.

2. Demais. — A alma de Cristo contemplava o Verbo de Deus pela contemplação com que o veem os bem-aventurados, como se disse, e assim, era bem-aventurada. Ora, a bem-aventurança da alma glorifica o corpo. Assim, diz Agostinho: Deus fez a alma de tão potente natureza, que da sua pleníssima bem-aventurança redunda também em a natureza inferior, que é o corpo, não bem-aventurança, própria de quem frui e contempla, mas, a plenitude da saúde, isto é, o vigor da incorrupção. Logo, o corpo de Cristo foi incorruptível e sem nenhuma fraqueza.

3. Demais. — A pena resulta da culpa. Ora, Cristo não tinha nenhuma culpa, segundo a Escritura: O qual não cometeu pecado. Logo, também não deviam existir nele as fraquezas corpóreas, que são penais.

4. Demais. — Ninguém, que tenha sabedoria, assume o que o priva do seu fim próprio. Ora, as referidas fraquezas do corpo impedem de muitos modos o fim da Encarnação. Primeiro, porque, por elas os homens ficavam impedidos de conhecê-la, segundo aquilo da Escritura: Vimo-lo e não tinha parecença do que era, feito um objecto de desprezo e o último dos homens, um varão de dores e experimentado nos TRABALHOS, e o seu rosto se achava como encoberto e parecia desprezível, por onde, nenhum caso fizemos dele. Segundo, porque assim não se cumpria o desejo dos Santos Patriarcas, de cuja pessoa diz a Escritura: Levanta-te, levanta-te, arma-te de fortaleza, o braço do Senhor. Terceiro, porque mais convenientemente pela fortaleza do que pela fraqueza podia ser superado o poder do diabo e sanada a fraqueza humana. Logo, parece que era conveniente que o Filho de Deus assumisse a natureza humana com as suas fraquezas ou deficiências corpóreas.

Mas, em contrário, o Apostolo: À vista de tudo quanto ele padeceu e em que foi tentado é poderoso para ajudar também aqueles que são tentados. Ora, ele veio para nos auxiliar, donde o dizer a Escritura: Levantei os meus olhos para os montes, donde me virá socorro. Logo, era conveniente que o Filho de Deus assumisse a carne sujeita às fraquezas humanas de modo que pudesse por ela sofrer e ser tentado e assim trazer-nos auxílio.

Era conveniente que o Filho de Deus assumisse um corpo sujeito às fraquezas e às deficiências humanas, sobretudo por três razões. — Primeiro porque o Filho de Deus, tendo assumido a carne, veio ao mundo para satisfazer pelo pecado do género humano. Ora, satisfaz pelo pecado de outrem quem assume a pena devida ao pecado deste. Ora, essas misérias do corpo, a saber, a morte, a fome, a sede e outras semelhantes, são a pena do pecado, introduzido no mundo por Adão, segundo o Apóstolo: Por um homem entrou o pecado neste mundo e pelo pecado a morte. Donde, era conveniente, quanto ao fim da Encarnação, que ele sofresse tais penalidades na nossa carne, por nós, conforme a Escritura: Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas. — Segundo, para fundar a fé na Encarnação. Pois, como não seria a natureza humana conhecida dos homens senão enquanto sujeita a essas misérias do corpo, se o Filho de Deus a tivesse assumido sem elas, não seria considerado verdadeiro homem, nem teria uma carne verdadeira, mas fantástica, como o ensinavam os Maniques. E por isso, no dizer do Apóstolo, ele se aniquilou a si mesmo, tomando a natureza de servo, fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido na condição como homem. Donde o ter Tomás refeito a sua fé em Cristo, depois de lhe haver contemplado as chagas, segundo refere o Evangelho. Terceiro, para nos dar um exemplo de paciência, suportando virilmente os sofrimentos e as misérias humanas. Donde o dizer o Apóstolo: Sofreu tal contradição dos pecadores contra a sua pessoa, para que não vos fatigueis, desfalecendo em vossos ânimos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A satisfação pelo pecado de outrem tem, como sua matéria, as penas sofridas por esse pecado, mas tem como princípio o hábito da alma que inclina a vontade a satisfazer por outro, donde tira a satisfação a sua eficácia, pois, não seria eficaz a satisfação se não procedesse da caridade, como depois se dirá. E por isso era necessário que a alma de Cristo fosse perfeita quanto ao hábito das ciências e das virtudes, para que tivesse a faculdade de satisfazer, e necessário também era que o seu corpo estivesse sujeito às misérias para que lhe não faltasse a matéria da satisfação.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Da relação natural que há entre a alma e o corpo resulta o redundar no corpo a glória da alma. Mas, essa relação natural, em Cristo, depende da vontade da sua divindade, em virtude da qual a bem-aventurança permanecia na alma, sem derivar para o corpo, ao passo que a carne sofria os sofrimentos da natureza passível, segundo aquelas palavras de Damasceno: Por beneplácito da divina vontade era permitido à carne sofrer e realizar as suas operações próprias.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A pena resulta sempre da culpa actual ou original daquele que é punido, umas vezes, e outras, daquele que satisfaz as penas por ele. Tal como se deu com Cristo, conforme a Escritura: Ele foi ferido pelas nossas iniquidades, foi quebrantado pelos nossos crimes.

RESPOSTA À QUARTA. — As fraquezas assumidas por Cristo não impediam a fé na Encarnação, ao contrário, promovia-a, como dissemos. Embora essas fraquezas lhe ocultassem a divindade, manifestavam-lhe contudo a humanidade, que é via conducente à divindade, segundo o Apóstolo: Temos acesso a Deus por Jesus Cristo. Quanto aos antigos Patriarcas, eles desejavam em Cristo não certamente a força do corpo, mas a espiritual, pela qual venceu o diabo e sanou a fraqueza humana.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)





Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?