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12/09/2014

Não te fias em nada de ti, e te fias em tudo de Deus

Nunca te tinhas sentido tão livre, libérrimo, como agora que a tua liberdade está tecida de amor e desprendimento, de segurança e insegurança, porque já não te fias em nada de ti, e te fias em tudo de Deus. (Sulco, 787)

O amor de Deus é ciumento; não fica satisfeito, se nos apresentarmos com condições no encontro marcado: espera com impaciência que nos entreguemos totalmente, que não guardemos no coração recantos escuros, onde o gozo e a alegria da graça e dos dons sobrenaturais não consigam chegar. Talvez pensem: responder sim a esse Amor exclusivo não é, porventura, perder a liberdade?
(…) Cada um de nós sabe por experiência que, algumas vezes, seguir Cristo Nosso Senhor implica dor e fadiga. Negar esta realidade significaria não se ter encontrado com Deus. A alma apaixonada sabe que essa dor é uma impressão passageira e bem depressa descobre que o seu peso é leve e a sua carga suave, porque Ele a leva às costas, tal como se abraçou ao madeiro quando estava em jogo a nossa felicidade eterna. Mas há homens que não entendem, que se revoltam contra o Criador – uma rebelião impotente, mesquinha, triste –, que repetem cegamente a queixa inútil que o Salmo regista: Quebremos os seus laços! Para longe de nós o seu jugo. Resistem a realizar, com silêncio heróico, com naturalidade, sem brilho e sem lamentações, o trabalho duro de cada dia. Não compreendem que a Vontade divina, mesmo quando se apresenta com matizes de dor, de exigências que ferem, coincide exactamente com a liberdade, que só reside em Deus e nos seus desígnios.
São almas que fazem barricadas com a liberdade. A minha liberdade, a minha liberdade! Têm-na e não a seguem; olham-na e põem-na como um ídolo de barro dentro do seu entendimento mesquinho. É isso liberdade? Que aproveitam dessa riqueza sem um compromisso sério, que oriente toda a existência? Um tal comportamento opõe-se à categoria própria, à nobreza, da pessoa humana. Falta a rota, o caminho claro que oriente os seus passos na terra; essas almas – decerto já as encontraram, como eu – depressa se deixarão arrastar pela vaidade pueril, pela presunção egoísta, pela sensualidade. (Amigos de Deus, 28–29)

Jesus Cristo e a Igreja (54 perguntas) - 33

Jesus foi discípulo de São João Baptista?

Dado que a relação entre João Baptista e Jesus foi tão directa e intensa, seria conveniente perguntar se houve entre eles uma relação mestre-discípulo. Para uma resposta adequada a esta questão, é necessário explicar os três elementos que foram debatidos sobre este tema entre os estudiosos, que são os seguintes: os discípulos de João, a importância do seu baptismo no Jordão e os elogios de Jesus ao Baptista.

1. Os discípulos de João. Os evangelhos assinalam com frequência que João tinha discípulos, entre os quais alguns seguiram depois Jesus (Jo 1, 35-37).
Não eram, portanto simples seguidores eventuais, mas acompanhavam-no, seguiam-no e, seguramente, compartilhavam a sua própria vida (Mc 2, 18) e as suas próprias ideias (Jo 3, 22). Flávio Josefo distinguia dois tipos de partidários, uns que o escutavam com atenção ao falar de virtude, de justiça e de piedade, e se baptizavam; e outros, que “se reuniam em volta dele, porque se entusiasmavam muito ao ouvi-lo falar” (Antiguidades Judaicas, 18, 116-117). Entre os seguidores de João houve alguns que chegaram a perguntar ao seu mestre se Jesus, com a Sua conduta, se estava a mostrar como um rival (Jo 3, 25-27), portanto não O consideravam como um dos seus.

Os especialistas não duvidam da historicidade do facto, entre outras coisas porque a sua inclusão nos evangelhos apresentava certas dificuldades. Uma era a possível interpretação de que o Baptista era superior ao baptizado, Jesus. E outra, porque tratando-se de um baptismo de penitência, poderia pensar-se que Jesus se considerava pecador. Os sinópticos deixam claro nos seus relatos que João se reconhece inferior: recusa baptizar Jesus (Mt 3, 13-17); a voz do céu revela a dignidade divina de Jesus (Mc 1, 9-11); e o quarto evangelho, que não relata o baptismo, assinala que o Baptista dá testemunho de ter visto pousar a pomba sobre Jesus (Jo 1, 29-34) e da sua própria inferioridade (Jo 3, 28).
Contudo, não se deduz necessariamente daí que Jesus fosse discípulo de João Baptista. Se os evangelistas não especificam que Jesus tenha sido discípulo de João, é porque não o foi.

3. Os elogios de Jesus. Há duas frases de Jesus que demonstram a sua estima pelo Baptista. Uma é recolhida por Mateus (Mt 11, 11) e Lucas (7, 28): “entre os nascidos de mulher não veio ao mundo ninguém maior que João Baptista”. Outra está em Marcos (9, 13) e aplica ao Baptista a profecia de Mt 3, 23-24: “Elias virá primeiro e restabelecerá todas as coisas (…). Todavia, Eu vos digo – afirma Jesus – que Elias já veio, e fizeram dele quanto quiseram, como está escrito dele”.

Não há dúvida de que a pessoa de João, o seu baptismo (cf. Mt 21, 13-27) e a sua mensagem estiveram muito presentes na vida de Jesus. Contudo, seguiu um caminho totalmente diferente: na sua conduta, uma vez que percorreu todo o país, a capital, Jerusalém, e o âmbito do templo; na sua mensagem, uma vez que pregou o reino de salvação universal; nos seus discípulos, a quem ensinou no mandamento do amor, por cima das normas legais e até das práticas ascéticas. Mas o mais chamativo é o facto de Jesus abrir o horizonte da salvação a todos os homens, de todas as raças e de todos os tempos.
Em resumo, tendo em conta a suposição pouco provável e nada comprovada de que Jesus tivesse passado algum tempo junto dos seguidores do Baptista, não se pode dizer que tenha recebido uma influência decisiva. Jesus, mais que discípulo, foi o Messias e Salvador anunciado pelo último e maior dos profetas, João, o Baptista.

© www.opusdei.org - Textos elaborados por uma equipa de professores de Teologia da Universidade de Navarra, dirigida por Francisco Varo.


Temas para meditar 234


Justa crucem


A fé, a esperança e a ardente caridade da Virgem no cimo do Gólgota, que de modo eminente a tornam corredentora com Cristo, são também um convite a crescer-mos, a ser fortes, humana e sobrenaturalmente, ante as dificuldades externas; a insistir, sem desanimar, na acção apostólica, ainda que por vezes pareça que não há frutos, o horizonte aparece obscurecido pela potência do mal.
Lutemos – luta tu! – contra esse acostumar-se, contra esse ir andando monotonamente, contra esse conformismo que equivale à inacção. Olha Cristo na Cruz, olha Santa Maria junto da Cruz: ante o seu olhar abrem caminho, com segurança pasmosa, a traição, a troça, os insultos…; mas Cristo, e secundando essa acção redentora, Maria, continuam fortes, perseverantes, cheios de paz, com optimismo na dor, cumprindo a missão que a Trindade lhes confiou. É um abanão para cada um de nós, recordando-nos que na hora da dor, da fadiga e da contradição mais horrenda, Cristo – e tu e eu temos de ser outros Cristos – da cumprimento à Sua missão (…). Decido-me a aconselhar-te que voltes os teus olhos para A Virgem, e lhe peças, para ti e para todos: Mãe, que tenhamos confiança absoluta na acção redentora de Jesus e que – como tu, Mãe – queiramos ser co-redentores.

(álvaro del portilloCarta pastoral, 1970.05.31)

Evang., Coment. Leit. Espiritual (Cong. Dout. da Fé Decl. Teologia da libertação)

Tempo comum XXIII Semana

Santíssimo Nome de Maria

Evangelho: Lc 6, 39-42

39 Dizia-lhes também esta comparação: «Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos nalguma cova? 40 O discípulo não é mais que o mestre; mas todo o discípulo será perfeito, se for como o seu mestre. 41 «Porque vês tu a palha no olho do teu irmão, e não notas a trave que tens no teu? 42 Ou como podes tu dizer a teu irmão: “Deixa, irmão, que eu tire do teu olho a palha”, não vendo tu mesmo a trave que tens no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e depois verás bem para tirar a palha do olho de teu irmão.

Comentário:

Das palavras mais “fortes” que Jesus Cristo usa nos Seus discursos é esta: Hipocrisia!
Realmente a hipocrisia é um defeito sumamente detestável porque revela uma absoluta falta de inteireza de carácter.
O hipócrita não passa de um muito sofrível actor que tenta personificar o que não é e dar de si uma imagem que está longe de ter.
Normalmente, é alguém com a crítica pronta e acutilante, seja qual for o motivo ou a circunstância, não perde a ocasião de tentar mascarar os próprios defeitos com a “descoberta” dos defeitos dos outros.

(ama, comentário sobre Lc 6, 39-42, 2014.0530)

Leitura espiritual


Documentos do Magistério

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

INSTRUÇÃO
SOBRE ALGUNS ASPECTOS DA
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

III - A LIBERTAÇÃO, TEMA CRISTÃO

1. Considerada em si mesma, a aspiração pela libertação não pode deixar de encontrar eco amplo e fraterno no coração e no espírito dos cristãos.

2. Assim, em consonância com esta aspiração, nasceu o movimento teológico e pastoral conhecido pelo nome de “teologia da libertação”: num primeiro momento nos países da América Latina, marcados pela herança religiosa e cultural do cristianismo; em seguida, nas outras regiões do Terceiro Mundo, bem como em alguns ambientes dos países industrializados.

3. A expressão “teologia da libertação” designa primeiramente uma preocupação privilegiada, geradora de compromisso pela justiça, voltada para os pobres e para as vítimas da opressão. A partir desta abordagem podem distinguir-se diversas maneiras, frequentemente inconciliáveis, de conceber a significação cristã da pobreza e o tipo de compromisso pela justiça que ela exige. Como todo movimento de ideias, as “teologias da libertação” englobam posições teológicas diversificadas; suas fronteiras doutrinais são mal definidas.

4. A aspiração pela libertação, como o próprio termo indica, refere-se a um tema fundamental do Antigo e do Novo Testamento. Por isso, tomada em si mesma, a expressão “teologia da libertação” é uma expressão perfeitamente válida: designa, neste caso, uma reflexão teológica centrada no tema bíblico da libertação e da liberdade e na urgência de suas incidências práticas. A convergência entre a aspiração pela libertação e as teologias da libertação não é pois fortuita. O significado desta convergência não pode ser compreendido correctamente senão à luz da especificidade da mensagem da Revelação, autenticamente interpretada pelo Magistério da Igreja. [2]

IV - FUNDAMENTOS BÍBLICOS

1. Uma teologia da libertação correctamente entendida constitui, pois, um convite aos teólogos a aprofundarem certos temas bíblicos essenciais, com o espírito atento às graves e urgentes questões que a actual aspiração pela libertação e os movimentos de libertação, eco mais ou menos fiel dessa aspiração, põem à Igreja. Não é possível esquecer, por um só instante, as situações de dramática miséria de onde brota a interpelação assim lançada aos teólogos.

2. A experiência radical da liberdade cristã [3] constitui aqui o primeiro ponto de referência. Cristo, nosso Libertador, libertou-nos do pecado e da escravidão da lei e da carne, que constitui a marca da condição do homem pecador. Ê pois a vida nova da graça, fruto da justificação, que nos torna livres. Isto significa que a mais radical das escravidões é a escravidão do pecado. As demais formas de escravidão encontram pois, na escravidão do pecado, a sua raiz mais profunda. É por isso que a liberdade, no pleno sentido cristão, caracterizada pela vida no Espírito, não pode ser confundida com a licença de ceder aos desejos da carne. Ela é vida nova na caridade.

3 As “teologias da libertação” recorrem amplamente à narração do Livro do Êxodo. Este constitui, de facto, o acontecimento fundamental na formação do Povo eleito. É preciso não perder de vista, contudo, que o significado específico do acontecimento provém de sua finalidade, já que esta libertação está orientada para a constituição do povo de Deus e para o culto da Aliança celebrado no Monte Sinai. [4] Por isso a libertação do Êxodo não pode ser reduzida a uma libertação de natureza prevalentemente ou exclusivamente política. É significativo, de resto, que o termo libertação seja às vezes substituído na Sagrada Escritura pelo outro, muito semelhante, de redenção.

4. Jamais se apagará da memória de Israel o episódio que originou o Êxodo. Ele é o ponto de referência quando, após a destruição de Jerusalém e o Exílio de Babilónia, o Povo eleito vive na esperança de uma nova libertação e, para além dessa, na expectativa de uma libertação definitiva. Nesta experiência, Deus é reconhecido como o Libertador. Ele estabelecerá com seu povo uma nova Aliança, marcada pelo dom do seu Espírito e pela conversão dos corações. [5]

5. As múltiplas angústias e desgraças experimentadas pelo homem fiel ao Deus da Aliança servem de tema para diversos salmos: lamentações, pedidos de socorro, acções de graças referem-se à salvação religiosa e à libertação. Neste contexto, a desgraça não se identifica pura e simplesmente com uma condição social de miséria ou com a sorte de quem sofre opressão política. Inclui também a hostilidade dos inimigos, a injustiça, a morte e a culpa. Os salmos remetem-nos para uma experiência religiosa essencial: somente de Deus se espera a salvação e o remédio. Deus, e não o homem, tem o poder de mudar as situações de angústia. Assim, os “pobres do Senhor” vivem numa dependência total e confiante na providência amorosa de Deus. [6] Aliás, durante toda a travessia do deserto, o Senhor nunca deixou de prover à libertação e à purificação espirituais de seu povo.

6. No Antigo Testamento, os profetas, desde Amos, não cessam de recordar, com particular vigor, as exigências da justiça e da solidariedade e de formular um juízo extremamente severo sobre os ricos que oprimem o pobre. Tomam a defesa da viúva e do órfão. Proferem ameaças contra os poderosos: a acumulação de iniquidades acarretará necessariamente terríveis castigos. Isto porque não se concebe a fidelidade à Aliança sem a prática da justiça. A justiça em relação a Deus e a justiça em relação aos homens são inseparáveis. Deus é o defensor e o libertador do pobre.

7. Semelhantes exigências encontram-se também no Novo Testamento. Ali são até radicalizadas, como demonstra o discurso das Bem-aventuranças. Conversão e renovação devem operar-se no mais íntimo do coração.

8. Já anunciado no Antigo Testamento, o mandamento do amor fraterno estendido a todos os homens constitui agora a suprema norma da vida social. [7] Não há discriminações ou limites que possam opor-se ao reconhecimento de todo e qualquer homem como o próximo. [8]

9. A pobreza por amor ao Reino é exaltada. E na figura do Pobre, somos levados a reconhecer a imagem e como que a presença misteriosa do Filho de Deus que se fez pobre por nosso amor. [9] Este é o fundamento das inexauríveis palavras de Jesus sobre o Juízo, em Mt 25, 31-46. Nosso Senhor é solidário com toda desgraça; toda desgraça leva a marca de sua presença.

10. Contemporaneamente as exigências da justiça e da misericórdia, já enunciadas no Antigo Testamento, são aprofundadas a ponto de revestirem no Novo Testamento um novo significado. Aqueles que sofrem ou são perseguidos são identificados com Cristo. [10] A perfeição que Jesus exige de seus discípulos (Mt 5, 18) consiste no dever de serem misericordiosos “como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).

11. É à luz da vocação cristã ao amor fraterno e à misericórdia que os ricos são severamente admoestados para que cumpram o seu dever. [11]São Paulo, perante as desordens na Igreja de Corinto, acentua vigorosamente a ligação que existe entre tomar parte no sacramento do amor e repartir o pão com o irmão que se encontra em necessidade. [12]

12. A Revelação do Novo Testamento ensina-nos que o pecado é o mal mais profundo, que atinge o homem no cerne da sua personalidade. A primeira libertação, ponto de referência para as demais, é a do pecado.

13. Se o Novo Testamento se abstém de exigir previamente, como pressuposto para a conquista desta liberdade, uma mudança da condição política e social, é sem dúvida, para salientar o carácter radical da emancipação trazida por Cristo, oferecida a todos os homens, sejam eles livres ou escravos politicamente. Contudo a Carta a Filémon mostra que a nova liberdade, trazida pela graça de Cristo, deve necessariamente ter repercussão também no campo social.

14. Não se pode portanto restringir o campo do pecado, cujo primeiro efeito é o de introduzir a desordem na relação entre o homem e Deus, àquilo que se denomina “pecado social”. Na verdade, só uma adequada doutrina sobre o pecado permitirá insistir sobre a gravidade de seus efeitos sociais.

15. Não se pode tampouco situar o mal unicamente ou principalmente nas “estruturas” económicas, sociais ou políticas, como se todos os outros males derivassem destas estruturas como de sua causa: neste caso a criação de um “homem novo” dependeria da instauração de estruturas económicas e socio-políticas diferentes. Há, certamente, estruturas iníquas e geradoras de iniquidades, e é preciso ter a coragem de mudá-las. Fruto da acção do homem, as estruturas boas ou más são consequências antes de serem causas. A raiz do mal encontra-se, pois, nas pessoas livres e responsáveis, que devem ser convertidas pela graça de Jesus Cristo, para viverem e agirem como criaturas novas, no amor ao próximo, na busca eficaz da justiça, do auto-domínio e do exercício das virtudes. [13]

Ao estabelecer como primeiro imperativo a revolução radical das relações sociais e ao criticar, a partir desta posição, a busca da perfeição pessoal, envereda-se pelo caminho da negação do sentido da pessoa e de sua transcendência, e destroem-se a ética e o seu fundamento, que é o carácter absoluto da distinção entre o bem e o mal. Ademais, sendo a caridade o princípio da autêntica perfeição, esta não pode ser concebida sem abertura aos outros e sem espírito de serviço.

(cont)
(Revisão da versão portuguesa por ama)

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Notas:
[2] Cf. Dei Verbum, n. 10.
[3] Cf. Gál 5, 1 ss.
[4] Cf. Êx 24.
[5] Cf. Jer 31, 31-34; Ez 36, 26 ss.
[6] Cf. Sof 3, 12 ss.
[7] Cf. Deut 10, 18-19.
[8] Cf. Lc 10, 25-27.
[9] Cf. 2 Cor 8, 9.
[10] Cf. Mt 25, 31-46; At 9, 4-5; Col 1, 24.
[11] Cf. Tg 5, 1 ss.
[12] Cf. 1 Cor 11, 17-34.
[13] Cf. Tg 2, 14-26.