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23/04/2014
Evangelho do dia, comentário e Leitura espiritual
Tempo de Páscoa
I Semana
|
Evangelho: Lc 24,
13-35
13 No mesmo dia, caminhavam dois deles
para uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14
Iam falando sobre tudo o que se tinha passado. 15 Sucedeu que,
quando eles iam conversando e discorrendo entre si, aproximou-Se deles o
próprio Jesus e caminhou com eles.16 Os seus olhos, porém, estavam
como que fechados, de modo que não O reconheceram. 17 Ele
disse-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Eles
pararam cheios de tristeza.18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu:
«Serás tu o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que ali se passou
nestes dias?». 19 Ele disse-lhes: «Que foi?». Responderam: «Sobre
Jesus Nazareno, que foi um profeta, poderoso em obras e em palavras diante de Deus
e de todo o povo; 20 e de que maneira os príncipes dos sacerdotes e
os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram. 21
Ora nós esperávamos que Ele fosse o que havia de libertar Israel; depois de
tudo isto, é já hoje o terceiro dia, depois que estas coisas sucederam. 22
É verdade que algumas mulheres, das que estavam entre nós, nos sobressaltaram
porque, ao amanhecer, foram ao sepulcro 23 e, não tendo encontrado o
Seu corpo, voltaram dizendo que tinham tido a aparição de anjos que disseram
que Ele está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam
que era assim como as mulheres tinham dito; mas a Ele não O encontraram».
25 Então Jesus disse-lhes: «Ó estultos e lentos do coração para crer tudo
o que anunciaram os profetas! 26 Porventura não era necessário que o
Cristo sofresse tais coisas, para entrar na Sua glória?». 27 Em
seguida, começando por Moisés e discorrendo por todos os profetas,
explicava-lhes o que d'Ele se encontrava dito em todas as Escrituras. 28
Aproximaram-se da aldeia para onde caminhavam. Jesus fez menção de ir para mais
longe. 29 Mas os outros insistiram com Ele, dizendo: «Fica connosco,
porque faz-se tarde e o dia já declina». Entrou para ficar com eles. 30
Estando com eles à mesa, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o, e lho deu. 31
Abriram-se os seus olhos e reconheceram-n'O; mas Ele desapareceu da vista
deles. 32 Disseram então um para o outro: «Não é verdade que nós
sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?». 33 Levantando-se no mesmo instante,
voltaram para Jerusalém. Encontraram juntos os onze e os que estavam com eles,
34 que diziam: «Na verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». 35
E eles contaram também o que lhes tinha acontecido no caminho, e como O tinham
reconhecido ao partir o pão.
Comentário
É bem verdade, para reconhecer Cristo naquele que connosco
se cruza nos caminho, não basta ser 'um dos Seus' é fundamental ter o coração
livre de quaisquer amarras sejam elas tristezas e preocupações.
A Cristo, só O podemos ver na alegria e na paz.
A alegria da Ressurreição e a paz de Cristo!
(ama,
comentário sobre Lc 24, 13-35, 2010.04.07)
DECRETO
OPTATAM TOTIUS
SOBRE A FORMAÇÃO SACERDOTAL
(10 a 22)
II. PROMOÇÃO MAIS INTENSA
DAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS
Preparação para o celibato
10.
Os alunos que, segundo as santas e constantes leis do próprio rito, seguem a
veneranda tradição do celibato sacerdotal, sejam preparados com diligente
cuidado para este estado, no qual, por amor do reino dos céus, renunciando à
união da família (cfr. Mt. 19,12), aderem com amor indiviso ao Senhor 20
muito em conformidade com a nova Aliança, dão testemunho da ressurreição da
vida futura (cfr. Lc. 20,36) 21, e obtêm um auxílio muitíssimo útil
para o exercício contínuo daquela caridade perfeita pela qual podem no
ministério sacerdotal fazer-se tudo para todos 22. Considerem
profundamente como devem receber de ânimo agradecido aquele estado, não só como
prescrito pela lei eclesiástica, mas como precioso dom de Deus que deve ser
humildemente implorado, ao qual se apressem a corresponder livre e
generosamente, estimulados e ajudados pela graça do Espírito Santo.
Conheçam
devidamente os deveres e a dignidade do matrimónio cristão, que simboliza o
amor entre Cristo e a Sua Igreja (cfr. Ef. 5,32 s.). Compreendam, porém, a
excelência maior da virgindade consagrada a Cristo 23, de tal
maneira que, por uma opção maduramente deliberada e magnânima, se entreguem ao
Senhor por uma inteira doação de corpo e alma.
Sejam
prevenidos contra os perigos que ameaçam a sua castidade, sobretudo na
sociedade do nosso tempo 24. Ajudados pelos auxílios divinos e
humanos, aprendam de tal maneira a integrar a renúncia ao matrimónio, que a sua
vida e acção não só não venham a sofrer detrimento algum por causa do celibato
mas adquiram um mais alto domínio da alma e do corpo, um maior progresso na
maturidade, e uma mais perfeita compreensão da bem-aventurança do Evangelho.
Maturidade humana
11.
Observem-se santamente as normas da educação cristã e aperfeiçoem-se
devidamente com as descobertas mais recentes da psicologia e da pedagogia. Por
meio duma formação bem ordenada, cultive-se também nos alunos a devida
maturidade humana, comprovada principalmente por uma certa estabilidade de
ânimo, pela capacidade de tomar decisões ponderadas, e por um juízo recto sobre
os homens e os acontecimentos. Habituem-se os alunos a dominar o próprio
temperamento, formem-se na fortaleza de espírito e aprendam a estimar aquelas
virtudes que são tidas em maior conta diante dos homens e recomendam o ministro
de Cristo 25, como são a sinceridade, a preocupação constante da
justiça, a fidelidade às promessas, a urbanidade no trato, a modéstia e
caridade no falar.
A
disciplina do Seminário deve ser tida não só como válida defesa da vida comum e
da caridade, mas também como parte necessária de toda a formação para adquirir
o domínio de si mesmo, promover a sólida maturidade da pessoa e formar as
restantes disposições de espírito que tornam mais ordenada e frutuosa a
actividade da Igreja. Seja, todavia, observada de tal maneira que se torne uma
disposição interna dos alunos para acatar a autoridade dos Superiores por
íntima persuasão ou em consciência (cfr. Rom. 13,5) e por razões sobrenaturais.
As normas de disciplina, porém, apliquem-se de tal maneira, segundo as idades
dos alunos, que estes, aprendendo a dirigir-se gradualmente a si mesmos, se
habituem a usar sabiamente da liberdade, a tomar iniciativas e
responsabilidades 26 e a colaborar com os seus companheiros e com os
leigos.
É
necessário que se ordene de tal maneira toda a vida do Seminário, impregnada de
piedade, silêncio e empenho de ajuda mútua, que já seja uma iniciação da vida
que o sacerdote há-de levar mais tarde.
Experiências para uma
melhor formação
12.
Para que a formação espiritual se apoie em razões sólidas e os alunos abracem a
vocação por uma opção maduramente deliberada, caberá aos Bispos estabelecer um
intervalo de tempo para um mais intenso tirocínio espiritual. Fica também ao
seu juízo julgar da oportunidade duma interrupção dos estudos ou dum apto
estágio pastoral para se prover mais convenientemente à provação dos candidatos
ao sacerdócio. Segundo a condição de cada região, pertence igualmente aos Bispos
poder prolongar a idade até agora estabelecida pelo direito comum para as
ordens sacras e deliberar da oportunidade de estabelecer que os alunos,
terminado o curso teológico, exerçam por algum tempo a ordem de diácono antes
de serem promovidos ao sacerdócio.
V. REVISÃO DOS ESTUDOS
ECLESIÁSTICOS
Formação
humanística e científica prévias. Latim
13.
Antes de entrarem nos estudos propriamente eclesiásticos, devem os seminaristas
possuir uma formação humanística e científica semelhante àquela de que precisam
os jovens da sua nação para entrarem nos estudos superiores. Além disso,
adquiram o conhecimento da língua latina, com que possam compreender e utilizar
as fontes de numerosas ciências e os documentos da Igreja 27.
Tenha-se como necessário o estudo da língua litúrgica de cada rito e fomente-se
muito o conhecimento conveniente das línguas da Sagrada Escritura e da
Tradição.
Coordenação
cristo-cêntrica da Filosofia e da Teologia
14.
Na revisão dos estudos eclesiásticos, atenda-se principalmente a que as
disciplinas filosóficas e teológicas se coordenem de forma apta e concorram de
modo harmónico para que à mente dos alunos se abra o mistério de Cristo, que
atinge toda a história do género humano, continuamente penetra a vida da Igreja
e se actua principalmente pelo ministério sacerdotal 28.
Para
que esta visão se comunique aos alunos no limiar da sua formação, iniciem-se os
estudos eclesiásticos por um curso introdutório durante o tempo conveniente.
Nesta iniciação dos estudos, proponha-se o mistério da salvação, de tal modo
que os alunos atinjam o sentido dos estudos eclesiásticos e vejam a ordem e o
fim pastoral deles, ao mesmo tempo que recebam ajuda para fundamentar e
penetrar toda a sua vida de fé e se confirmem a abraçar a vocação de ânimo
alegre e por uma doação pessoal.
Filosofia: as diversas
disciplinas e o seu método
15.
As disciplinas filosóficas sejam ensinadas de forma que os alunos possam
adquirir antes de mais um conhecimento sólido e coerente do homem, do mundo e
de Deus, apoiados num património filosófico perenemente válido 29,
tendo em conta as investigações filosóficas dos tempos actuais, sobretudo
aquelas que maior influxo exercem na própria nação, assim como o progresso
recente das ciências, de modo que, compreendendo a mentalidade hodierna, eles
se preparem devidamente para o diálogo com os homens do seu tempo 30.
A
história da filosofia seja exposta de maneira que os alunos, ao verem os
princípios fundamentais dos vários sistemas, retenham aquilo que neles há de
verdadeiro e saibam descobrir as raízes dos seus erros e refutá-los. No próprio
modo de ensinar, desperte-se nos alunos o amor à investigação rigorosa à
verdade, observação e demonstração, reconhecendo ao mesmo tempo honestamente os
limites do conhecimento humano. Atenda-se com cuidado à relação entre a
filosofia e os verdadeiros problemas e questões da vida que agitam a mente dos
alunos. Ajudem-se a compreender o nexo entre as matérias da filosofia e os
mistérios da salvação, que na teologia são vistos à luz superior da fé.
Teologia: as diversas
disciplinas e o seu método
16.
As disciplinas teológicas sejam ensinadas à luz da fé e sob a direcção do magistério da Igreja 31, de tal
forma que os alunos possam encontrar com exactidão a doutrina católica na
Revelação divina, a penetrem profundamente, façam dela alimento da vida espiritual
32 e se tornem capazes de a anunciar, expor e defender no ministério
sacerdotal.
Os
alunos sejam formados com particular empenho no estudo da Sagrada Escritura,
que deve ser como que a alma de toda a teologia 33. Depois da
conveniente introdução, iniciem-se cuidadosamente no método da exegese, estudem
os temas de maior importância da Revelação divina e encontrem na leitura e
meditação dos Livros sagrados estímulo e alimento 34.
A
teologia dogmática ordene-se de tal forma que os temas bíblicos se proponham em
primeiro lugar. Exponha-se aos alunos o contributo dos Padres da Igreja
oriental e ocidental para a Interpretação e transmissão fiel de cada uma das
verdades da Revelação, bem como a história posterior do Dogma tendo em conta a
sua relação com a história geral da Igreja 35. Depois, para aclarar,
quanto for possível, os mistérios da salvação de forma perfeita, aprendam a
penetra-los mais profundamente pela especulação, tendo por guia Santo Tomás, e
a ver o nexo existente entre eles 36. Aprendam a vê-los presentes e
operantes nas acções litúrgicas 37 e em toda a vida da Igreja.
Saibam buscar, à luz da Revelação, a solução dos problemas humanos, aplicar as
verdades eternas à condição mutável das coisas humanas e anuncia-las de modo
conveniente aos homens seus contemporâneos 38.
De
igual modo, renovem-se as restantes disciplinas teológicas por meio dum
contacto mais vivo com o mistério de Cristo e a história da salvação. Ponha-se
especial cuidado em aperfeiçoar a teologia moral, cuja exposição científica,
mais alimentada pela Sagrada Escritura, deve revelar a grandeza da vocação dos
fiéis em Cristo e a sua obrigação de dar frutos na caridade para vida do mundo.
Na exposição do direito canónico e da história eclesiástica, atenda-se ao
mistério da Igreja, segundo a Constituição dogmática «De Ecclesia» promulgada
por este sagrado Concílio. A sagrada Liturgia, que deve ser tida como a
primeira e necessária fonte do espírito verdadeiramente cristão, ensine-se
segundo o espírito dos artigos 15 e 16 da Constituição «De sacra liturgia» 39.
Tendo
em consideração as condições locais, sejam os alunos levados a conhecer mais
perfeitamente as igrejas e comunidades eclesiais separadas da Sé Apostólica de
Roma, para que possam concorrer para a restauração da unidade de todos os
cristãos, segundo as normas deste sagrado Concílio 40.
Sejam
ainda iniciados no conhecimento das outras religiões mais espalhadas em cada
região, para que melhor possam conhecer o que de bom e de verdadeiro têm,
segundo a disposição de Deus, aprendam a refutar os seus erros e possam
comunicar a plena luz da verdade àqueles que não a têm.
Revisão dos métodos
didácticos
17.
Porque a formação doutrinal deve tender não só à mera comunicação de noções,
mas a uma íntima e verdadeira formação dos alunos, revejam-se os métodos didácticos
tanto quanto às prelecções, colóquios e exercícios, como quanto ao incitamento
dos alunos ao estudo tanto em particular como em pequenos grupos. Busquem-se
com interesse a unidade e a solidez da formação, evitando a demasiada
multiplicação das matérias e das aulas, omitindo aquelas questões que ou não
têm quase importância nenhuma, ou devem ser remetidas para os estudos
académicos superiores.
Especialização sacerdotal
18.
Pertence aos Bispos procurar que os jovens aptos pelo seu carácter, virtude e
talento, sejam enviados a institutos especiais, Faculdades ou Universidades,
para que sejam sacerdotes melhor preparados nas ciências sagradas ou outras que
se julguem oportunas, e assim, com maior preparação científica, possam depois
satisfazer às várias necessidades do apostolado. De modo algum, porém, se deve
negligenciar a sua formação espiritual e pastoral, sobretudo se não são ainda
sacerdotes.
VI. FORMAÇÃO ESTRITAMENTE
PASTORAL
Necessidade dessa formação
19.
A solicitude pastoral que deve informar toda a formação dos alunos 41,
pede também que eles sejam instruídos no que respeita especialmente ao sagrado
ministério, sobretudo na catequese, na pregação, no culto litúrgico e na
administração dos sacramentos, nas obras de caridade, no dever de ir ao
encontro dos incrédulos e dos errantes, assim como nos restantes deveres
pastorais. Sejam cuidadosamente instruídos na arte da direcção das almas, pela
qual possam, primeiro que tudo, formar os filhos da Igreja numa vida cristã
consciente e apostólica e levá-los ao cumprimento dos deveres próprios do seu
estado. Com igual solicitude saibam ajudar os religiosos e as religiosas a
perseverar na graça da própria vocação e a adiantar segundo o espírito dos
vários Institutos 42.
Cultivem-se,
em geral, nos alunos as convenientes aptidões que mais concorrem para o diálogo
com os homens, como é a capacidade de ouvir os outros e de abrir a alma em
espírito de caridade nas várias circunstâncias das relações humanas 43.
Conhecimentos pedagógicos,
psicológicos e sociológicos
20.
Sejam também instruídos no uso dos auxílios que as disciplinas pedagógicas,
psicológicas e sociológicas 44 podem prestar, segundo os devidos
métodos e as normas da autoridade eclesiástica. Sejam também cuidadosamente
informados da maneira de despertar e favorecer a acção apostólica dos leigos 45,
e ainda de promover as várias e mais eficazes formas de apostolado. Com
espírito verdadeiramente católico, habituem-se a transcender a própria diocese,
nação ou rito, e ajudar as necessidades de toda a Igreja, dispostos a pregar o
Evangelho em toda a parte 46.
Prática pastoral durante
os estudos
21.
É necessário que os alunos aprendam a arte de exercer o apostolado não só de
maneira teórica, mas também prática, e saibam comportar-se com responsabilidade
própria e em colaboração com os outros; para isso, sejam iniciados já durante
os estudos e até no tempo de férias, na prática pastoral com exercícios
convenientes, que devem ser levados a cabo, de harmonia com a idade dos alunos
e circunstâncias dos lugares, segundo o prudente juízo dos Bispos, de forma
metódica e sob a orientação de homens peritos em assuntos pastorais, não
esquecendo a força superior cios auxílios sobrenaturais 47.
VII. FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
DEPOIS DOS ESTUDOS
Institutos
pastorais, assembleias e exercícios apropriados
22.
Devendo a formação sacerdotal ser continuada e completada, mesmo depois de
terminado o curso do Seminário, por causa das condições do mundo moderno 48,
pertence às Conferências episcopais estabelecer em cada nação os meios mais
aptos, como sejam Institutos pastorais em colaboração com paróquias bem
escolhidas, assembleias em tempos estabelecidos e exercícios apropriados. Por
meio destes auxílios, o clero jovem deverá ser gradualmente introduzido na vida
sacerdotal e na actividade apostólica sob o aspecto espiritual, intelectual e
pastoral, e renová-las e promovê-las cada vez mais.
CONCLUSÃO
Exortação
aos educadores e aos seminaristas
Os
Padres deste sagrado Concílio, continuando a obra começada pelo Concílio de
Trento, ao mesmo tempo que, esperançados, confiam aos Superiores e professores
dos Seminários o encargo de formarem os futuros sacerdotes de Cristo no
espírito de renovação promovida por este mesmo Concílio, exortam ardentemente
aqueles que se preparam para o ministério sacerdotal a que sintam vivamente que
a esperança da Igreja e a salvação das almas lhes está confiada e que,
aceitando de ânimo generoso as normas deste decreto, deem frutos
abundantíssimos que permaneçam para sempre.
Vaticano, 28 de Outubro de 1965.
PAPA PAULO VI
Nota:
Revisão gráfica e da tradução por ama.
________________________________
Notas:
20.
Cfr. Pio XII, Encíclica Sacra Virginitas, 25 mar, 1954: AAS 46 (1954) p. 165 s.
21.
Cfr. S. Cipriano, De habitu virginum, 22: PL 4, 475; S. Ambrósio, De virginibus
I, 8,52: PL 16, 202 S.
22.
Cfr. Pio XII, Exortação apostólica Menti Nostrae: AAS 41 (1950) p. 663.
23.
Cfr. Pio XII, Encíclica Sacra Virginitas, 1. c., p. 170-174.
24.
Cfr. Pio XII, Exortação apostólica Menti Nostrae, 1. c., p. 664 e 690 s.
25.
Cfr. Paulo VI, Carta apostólica Summi Dei Verbum, 4 nov. 1963: AAS 55 (1963),
p. 991.
26.
Cfr. Pio XII, Exortação apostólica Menti Nostrae, 1. c., p. 993.
27.
Paulo VI, Carta.apostólica Summi Dei Verbum, loc. cit., p. 993
28.
Cf. Conc. Vat..II, Constituição dogmática De Ecelesia, Lumen gentium, n. 7 e
28: AAS 57 (1965) p. 9-11; 33.
29.
Cfr. Pio XII, Enciclica Humani Generis, 12 ago. 1950: AAS 42 (1950) p. 571-572.
30.
Cfr. Paulo VI, Enciclica Ecclesiam Suam, 6 ago. 1964: AAS 56 (1964) p. 637 ss.
31.
Cfr. Pio XII, Encíclica Humani Generis, 12 ago. 1950: AAS 42 (1950) p. 567-569;
Alocução Si diligis, de 31 maio 1954: AAS 46 (1954) p. 314 s. Paulo VI,
Alocução na Pontifícia Universidade Gregoriana, 12 mar. 1964: AAS 56 (1964) p.
364 ss.: Conc. Vat. II, Constituição dogmática De Ecelesia, Lumen gentium, n.
25: AAS 57 (1965) p. 29-31.
32.
Cfr. S. Boaventura, Itinerarium mentis in Deum, prol. n, 4: «(Ninguém) julgue
que lhe basta a leitura sem a piedade, a especulação sem a devoção, a investigação
sem a admiração, a visão sem o gozo, a perícia sem a piedade, a ciência sem a
caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça divina, a
aparência sem a sabedoria inspirada por Deus» (Opera Omnia, V, Quaracchi, 1891,
p. 296).
33.
Cfr. Leão XIII, Encíclica Providentissimus Deus, 18 nov. 1893: ASS 26 (1893-94)
p. 283.
34.
Cfr. Pontifícia Comissão Bíblica, In structio de Sacra Scriptura reste docenda,
13 maio 1950: AAS 42 (1950) p. 502 s.:»...
35.
Cfr. Pio XII, Encíclica Humani Generis, 12 ago. 1950: AAS 42 (1950) p. 568 s.:
«...pelo estudo das fontes sagradas, as sagradas disciplinas conservam sempre
um vigor renovado; pelo contrário, a especulação que negligencia a investigação
ulterior do depósito sagrado resulta estéril, como sabemos pela experiência».
36.
Cfr. Pio XII, Discurso aos Seminaristas, 24. jun. 1939: AAS 31 (1939) p. 247:
«O desejo sincero... em procurar e propagar a verdade, não é suprimido pela
recomendação da doutrina de S. Tomás, mas é antes estimulado e orientado com
mais segurança». Paulo VI, Alocução na Universidade Gregoriana, 12 mar. 1964:
AAS 56 (1964), p. 365: «(Os Mestres)... oiçam com reverência a voz dos Doutores
da Igreja, entre os quais merece o primeiro lugar S. Tomás; é tão grande o
engenho do Doutor Angélico, tão sincero o seu amor à verdade e tão grande a
sabedoria em investigar, explicar e dar admirável unidade às verdades mais
sublimes, que a sua doutrina é o instrumento mais eficaz, não só para
fundamentar sòlidamente a fé, mas também para colher com utilidade e segurança
os frutos dum são progresso». Cfr. também a Alocução ao VI Congresso
Internacional Tomístico, 10 set. 1965.
37.
Cfr. Conc. Vat. II, Constituição De Sacra Liturgia, Sacrosanctum concilium, n.
7 e 16: AAS 56 (1964) p. 100 s. e 104 s.
38.
Cfr. Paulo VI, Encíclica Ecclesiam Suam, 6 ago. 1964: AAS 56 (1964) p. 640 s.
39.
Conc. Vat. II, Constituição De Sacra Liturgia, Sacrosanctum concilium, n. 10,
14, 15, 16; S. C. dos Ritos, Instructio ad exsecutionem Constitutionis de Sacra
Liturgia reste ordinandam, 26 set. 1964, n. 11 e 12: AAS 56 (1964) p. 879 s.
40.
Cfr. Conc. Vat. II, Decreto De Oecumenismo, Unitatis Redintegratio, n. 1, 9,
10: AAS 57 (1965) p. 90 e 98 s.
41.
A imagem perfeita do Pastor pode deduzir-se dos recentes documentos Pontifícios
que tratam expressamente da vida, dos dotes, e da instrução dos sacerdotes,
principalmente: S. Pio X, Exortação ao clero Haerent animo, S. Pii X Acta, IV,
p. 237 s.; Pio XI, Encíclica Ad Catholici Sacerdotii: AAS 28 (1963), p. 5 s.;
Pio XII, Exortação apostólica Menti Nostrae: AAS 42 (1950), p. 657 s.; João
XXIII, Encíclica Sacerdotii Nostri primordia: AAS 51 (1959), p. 545 s.; Paulo
VI, Carta apostólica Summi Dei Verbum: AAS 55 (1963) p. 979 s. Acerca da
formação pastoral, cfr. Encíclica Mystici Corporis (1943), Mediator Dei (1947),
Evangelii Praecones (1951), Sacra Virginitas (1954), Musicae Sacrae Disciplina
(1955), Princeps Pastorum (1959), bem como a Constituição apostólica Sedes
Sapientiae (1956), para os Religiosos. Pio XII, João XXIII e Paulo VI
ilustraram frequentemente também a figura do bom pastor nas alocuções aos
seminaristas e aos sacerdotes.
42.
Da importância do estado, constituído pela profissão dos conselhos evangélicos,
cfr. Conc. Vat. II, Constituição dogmática De Ecclesia Lumen gentium, cap. VI:
AAS 57 (1965) p. 49-58; Decreto De accommodata renovatione vitae religiosae
Perfectae caritatis.
43.
Cfr. Paulo VI, Encíclica Ecclesiam suam, 6 ago. 1964: ATAS 56 (1964), passim,
sobretudo p. 635 s. e 640 s.
44.
Cfr. sobretudo João XXIII, Encíclica Mater et Magistra, 15 maio. 1961: AAS 53
(1961) p. 401 s.
45.
Cfr. principalmente Conc. Vat. II, Const. dogm. de Ecclesia, Lumen gentium, n.°
33: AAS 57 (1965) p. 39 s.
46.
Cfr. Conc. Vat. II, Constituição dogmática De Ecclesia, Lumen gentium, n. 17:
AAS 57 (1965) p. 20 s.
47.
Muitos documentos pontifícios previnem contra o perigo de negligenciar o fim
sobrenatural na acção pastoral e de menosprezar, pelo menos na prática, os
auxílios sobrenaturais; cfr. sobretudo os documentos mencionados na nota 41.
48.
Documentos recentes da Santa Sé urgem o cuidado particular que se deve ter dos
neo-sacerdotes. Recordem-se sobretudo os seguintes: Pio XII, Motu proprio
Quandoquidem, 2 abril 1949: AAS 41 (1949) p. 165-167; Exortação apostólica
Menti Nostrae, 23 set. 1950: AAS 42 (1950) ; Constituição apostólica (para os
Religiosos) Sedes Sapientiae, 31 maio 1956, e os Estatutos Gerais anexos;
Alocução aos sacerdotes do Convicto de Barcelona, 14 jun. 1957, Discorsi e
Radiomessaggi, XIX, p. 271-273. Paulo VI, Alocução aos sacerdotes do Instituto
«Gian Matteo Giberti» da diocese de Verona, 11 março 1964: L'Osservatore
Romano, 13 março 1964.
Pequena agenda do cristão
Quarta-Feira
(Coisas muito simples, curtas,
objectivas)
Propósito: Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a
despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos
meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a
lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão
excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas
alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha
Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu in-
teresse
e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser
tão
mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
|
Os frutos saborosos da alma mortificada
Estes são os saborosos frutos da alma mortificada: compreensão e
transigência para as misérias alheias; intransigência para as próprias. (Caminho 198)
Penitência é tratar sempre os outros com a maior caridade, começando
pelos teus. É atender com a maior delicadeza os que sofrem, os doentes e os que
padecem. É responder com paciência aos maçadores e inoportunos. É interromper
ou modificar os nossos programas, quando as circunstâncias – sobretudo os
interesses bons e justos dos outros – assim o requerem.
A penitência consiste em suportar com bom humor as mil pequenas
contrariedades do dia; em não abandonar o trabalho, mesmo que no momento te
tenha passado o entusiasmo com que o começaste; em comer com agradecimento o
que nos servem, sem caprichos importunos. (Amigos de Deus, 138)
Tratado dos vícios e pecados 68
Art.
3 — Se além da soberba e da avareza, há outros pecados especiais chamados
capitais.
(II
Sent., dist. XLII, q. 2, a. 3; De Malo, q. 8, a. 1).
O terceiro discute-se assim. — Parece
que além da soberba e da avareza não há outros pecados especiais chamados
capitais.
1. — Pois, a cabeça está para os
animais, como a raiz, para as plantas, conforme diz Aristóteles; porque as
raízes se assemelham à boca. Se portanto a cobiça é considerada raiz de todos
os males, só ela, e nenhum outro pecado, deve ser tida como vício capital.
2. Demais. — A cabeça está numa certa
ordem relativa aos outros membros, enquanto dela derivam, de algum modo, para
todos eles, o sentido e o movimento. Ora, o pecado chama-se assim por implicar
privação da ordem. Logo, não exerce função capital; e portanto, não se devem
admitir nenhuns pecados capitais.
3. Demais. — Chamam-se capitais os
crimes expiados com pena capital. Ora, certos pecados, em cada género deles,
são punidos com essa pena. Logo, os vícios capitais não são vícios
especificamente determinados.
Mas, em contrário, Gregório enumera
certos vícios especiais a que chama capitais.
Capital vem de cabeça. Ora,
esta propriamente é o membro principal e directivo de todo o animal. Por isso,
chama-se metaforicamente, cabeça a tudo o que é princípio e directivo; e também
os homens, que dirigem e governam, são chamados cabeças. Por onde, de um modo,
a denominação de vício capital vem de cabeça, em sentido próprio. E, nesta
acepção, chama-se pecado capital ao punido com a pena capital. Mas não é neste
sentido que tratamos agora dos pecados capitais, mas consideramos aqui o pecado
capital como derivado de cabeça, em outra acepção, a saber, a metafórica,
significando que ele é o princípio ou o directivo dos outros pecados. E assim
chama-se vício capital àquele donde os outros nascem, e principalmente quanto à
origem da causa final que é a origem formal como já se disse (q. 72, a. 6). Donde,
o vício capital não só é o princípio dos outros, mas também os dirige e, de
certo modo, os chefia. Pois sempre a arte ou o hábito, a que pertence o fim,
tem o principado e o império sobre os meios. Por isso Gregório compara esses
vícios capitais com os chefes dos exércitos.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— A denominação de capital vem de cabeça. E implica uma certa derivação ou
participação da cabeça, como tendo alguma propriedade desta e não como sendo a
cabeça, em sentido literal. Por isso chamam-se capitais não só os vícios que
desempenham a função de origem primeira, como a avareza, denominada raiz, e a
soberba, denominada início; mas também os que desempenham a função de origem
próxima de vários pecados.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O pecado carece
de ordem pelo afastamento que causa, pois, por aí é um mal; e na verdade,
segundo Agostinho, o mal é a privação do modo, da espécie e da ordem. Quanto ao
que busca, contudo, o pecado implica um certo bem e, por este lado é
susceptível de ordem.
RESPOSTA À TERCEIRA. — A objecção
colhe quanto ao pecado capital, enquanto assim chamado por causa do reato da
pena. Ora, não é neste sentido que o tratamos agora.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
Temas para meditar 84
Os
outros
Não há nada mais frio que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros (...) Não digas: não posso ajudá-los, pois se és verdadeiro cristão é impossível que não o possas fazer. As propriedades das coisas naturais não se podem negar: o mesmo sucede com isto que afirmamos, pois está na natureza do cristão agir desta forma (...) É mais fácil que o Sol não brilhe nem aqueça que um cristão deixar de dar luz; mais fácil que isto seria que a luz fosse trevas. Não digas que é uma coisa impossível; o impossível é o oposto (...) Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o mais seguirá como consequência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode esconder uma lâmpada que brilha tanto.
Não há nada mais frio que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros (...) Não digas: não posso ajudá-los, pois se és verdadeiro cristão é impossível que não o possas fazer. As propriedades das coisas naturais não se podem negar: o mesmo sucede com isto que afirmamos, pois está na natureza do cristão agir desta forma (...) É mais fácil que o Sol não brilhe nem aqueça que um cristão deixar de dar luz; mais fácil que isto seria que a luz fosse trevas. Não digas que é uma coisa impossível; o impossível é o oposto (...) Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o mais seguirá como consequência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode esconder uma lâmpada que brilha tanto.
(são joão crisóstomo, Homília sobre os Actos dos Apóstolos, 20)