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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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06/04/2014
Evangelho do dia, comentário e Leitura Espiritual
Tempo de Quaresma Semana V |
Evangelho:
Jo 11, 1-45
1 Estava doente um homem, chamado
Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de Marta, sua irmã. 2 Maria era aquela
que ungiu o Senhor com perfume e Lhe enxugou os pés com os seus cabelos, cujo
irmão Lázaro estava doente. 3 Mandaram, pois, suas irmãs dizer a Jesus:
«Senhor, aquele que amas está doente». 4 Ouvindo isto, Jesus disse: «Esta
doença não é de morte, mas é para glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus
seja glorificado por ela». 5 Ora Jesus amava Marta, sua irmã Maria e Lázaro. 6
Tendo, pois, ouvido que Lázaro estava doente, ficou ainda dois dias no lugar
onde Se encontrava. 7 Depois disto, disse aos Seus discípulos: «Voltemos para a
Judeia». 8 Os discípulos disseram-Lhe: «Mestre, ainda há pouco os judeus Te
quiseram apedrejar, e Tu vais novamente para lá?». 9 Jesus respondeu: «Não são
doze as horas do dia? Aquele que caminhar de dia, não tropeça, porque vê a luz
deste mundo; 10 porém, o que andar de noite tropeça, porque lhe falta a luz». 11
Assim falou, e depois disse-lhes: «Nosso amigo Lázaro dorme; mas vou
despertá-lo». 12 Os Seus discípulos disseram-Lhe: «Senhor, se ele dorme, também
se há-de levantar». 13 Mas Jesus falava da sua morte; e eles julgavam que
falava do repouso do sono. 14 Jesus disse-lhes então claramente: «Lázaro
morreu, 15 e Eu, por vossa causa, estou contente por não ter estado lá, para
que acrediteis; mas vamos ter com ele». 16 Tomé, chamado Dídimo, disse então
aos outros discípulos: «Vamos nós também, para morrer com Ele». 17 Chegou
Jesus, e encontrou-o já há quatro dias no sepulcro. 18 Betânia distava de
Jerusalém cerca de quinze estádios. 19 Muitos judeus tinham ido ter com Marta e
Maria, para as consolarem pela morte de seu irmão. 20 Marta, pois, logo que
ouviu que vinha Jesus, saiu-Lhe ao encontro; e Maria ficou sentada em casa. 21
Marta disse então a Jesus: «Senhor, se estivesses cá, meu irmão não teria
morrido. 22 Mas também sei agora que tudo o que pedires a Deus, Deus To
concederá». 23 Jesus disse-lhe: «Teu irmão há-de ressuscitar». 24 Marta disse-Lhe:
«Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». 25 Jesus
disse-lhe: «Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em Mim, ainda que
esteja morto, viverá; 26 e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá
eternamente. Crês isto?». 27 Ela respondeu: «Sim, Senhor, eu creio que Tu és o
Cristo, o Filho de Deus, que vieste a este mundo». 28 Dito isto, retirou-se, e
foi chamar em segredo sua irmã Maria, dizendo: «O Mestre está cá e chama-te». 29
Ela, logo que ouviu isto, levantou-se rapidamente, e foi ter com Ele. 30 Jesus
ainda não tinha entrado na aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta
saíra ao Seu encontro. 31 Então os judeus, que estavam com ela em casa e a
consolavam, vendo que Maria se tinha levantado tão depressa e tinha saído,
seguiram-na, julgando que ia chorar ao sepulcro. 32 Maria, porém, tendo chegado
onde Jesus estava, logo que O viu, lançou-se aos Seus pés e disse-Lhe: «Senhor,
se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido». 33 Jesus, vendo-a
chorar, a ela e aos judeus que tinham ido com ela, comoveu-Se profundamente e
emocionou-Se; 34 depois perguntou: «Onde o pusestes?». Eles responderam:
«Senhor, vem ver». 35 Jesus chorou. 36 Os judeus, por isso, disseram: «Vede
como Ele o amava». 37 Porém, alguns deles disseram: «Este, que abriu os olhos
ao que era cego de nascença, não podia fazer que este não morresse?». 38 Jesus,
pois, novamente emocionado no Seu interior, foi ao sepulcro. Era este uma gruta
com uma pedra colocada à entrada. 39 Jesus disse: «Tirai a pedra». Marta, irmã
do defunto, disse-Lhe: «Senhor, ele já cheira mal, porque está aí há quatro
dias». 40 Jesus disse-lhe: «Não te disse que, se creres, verás a glória de
Deus?». 41 Tiraram, pois, a pedra. Jesus, levantando os olhos ao céu, disse:
«Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. 42 Eu bem sabia que Me ouves sempre,
mas falei assim por causa do povo que está em volta de Mim, para que acreditem
que Tu Me enviaste». 43 Tendo dito estas palavras, bradou em voz forte:
«Lázaro, sai para fora!». 44 E saiu o que estivera morto, ligado de pés e mãos,
com as ataduras, e o seu rosto envolto num sudário. Jesus disse-lhes:
«Desligai-o e deixai-o ir». 45 Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar
Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele.
Comentário:
Vamos
nós também, para morrer com Ele». Quem afirma esta coragem com tanto destemor é o mesmo que irá pôr
condições para acreditar na Ressurreição do Senhor.
Irá assistir à Ressurreição de Lázaro e,
parece que não terá alcançado plenamente todo o seu significado.
Existe alguma disparidade entre as duas
situações?
Parece que não já que os protagonistas são os
mesmos: Tomé quer seguir o Senhor em qualquer circunstância por mais difícil
ou, até, arriscada que se apresente e, nisso coloca todo o seu entusiasmo e
Amor pelo Mestre.
Mas...o Senhor morreu ignominiosamente na Cruz
e, este facto, Tomé não o compreende e aceita.
A sua consternada desilusão é tanta que quer
ver com os seus próprios olhos O Ressuscitado, tal como tinha visto Lázaro
saindo do túmulo onde permanecia há quatro dias.
E, quando o confirma ele próprio, a sua
reacção está de acordo com o que de si se disse: ‘Meu Senhor e meu Deus’ é
precisamente o mesmo que dizer: aqui estou eu, manda o que quiseres e, eu, o
farei sem hesitações!
(ama,
comentário sobre Jo 11, 1-45, 2011.04.10)
DECRETO
AD GENTES
SOBRE A ACTIVIDADE
MISSIONÁRIA DA IGREJA
(7 a 12)
CAPÍTULO I
Actividade missionária da
Igreja: suas causas e necessidades
7.
A razão desta actividade missionária vem da vontade de Deus, que «quer que
todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Ora há
um só Deus, e um só que é mediador de Deus e dos homens, o homem Cristo Jesus,
que se deu a si mesmo como preço de resgate por todos» (l Tim. 2, 4-6), «e não
há salvação em nenhum outro» (Act. 4,12). Portanto, é preciso que todos se
convertam a Cristo conhecido pela pregação da Igreja e que sejam incorporados,
pelo Baptismo, a Ele e à Igreja, seu corpo. O próprio Cristo, aliás, ao
inculcar por palavras expressas a necessidade da fé e do Baptismo 37,
confirmou também, por isso mesmo, a necessidade da Igreja, na qual os homens
entram pelo Baptismo, que é como que a porta de entrada. Por isso, não se
poderiam salvar aqueles que, não ignorando que Deus fundou por intermédio de
Jesus Cristo a Igreja católica como necessária, não quisessem, apesar disso,
entrar nela ou nela perseverar» 38. Por isso também, embora Deus,
por caminhos que só Ele sabe, possa conduzir à fé, sem a qual é impossível
ser-se-Lhe agradável 39, os homens que ignoram o Evangelho sem culpa
sua, incumbem à Igreja, apesar de tudo, a obrigação 40 e o sagrado
direito de evangelizar. Daí vem que a actividade missionária conserve ainda
hoje e haja de conservar sempre toda a sua eficácia e a sua necessidade.
Por
ela incessantemente vai cobrando e organizando as forças para seu crescimento o
Corpo místico de Cristo 41. Ao exercício desta actividade são
impelidos, sem cessar, os membros da Igreja, pela caridade com que amam a Deus
e com que desejam comunicar a todos os homens os bens espirituais tanto da vida
presente como da futura.
Finalmente,
por esta actividade missionária é Deus plenamente glorificado enquanto os
homens por ela recebem, plena e conscientemente, a obra de salvação que Ele em
Cristo levou a cabo. E assim se realizam por ela os desígnios de Deus, aos
quais Cristo serviu com obediência e amor para glória do Pai que o enviou 42,
e para que todo o género humano forme um só Povo de Deus, se una num só corpo
de Cristo, e se edifique num só templo do Espírito Santo: o qual, ao
restabelecer a concórdia fraterna, vem precisamente ao encontro das aspirações
mais íntimas de todos os homens. Finalmente, quando todos os que participam da
natureza humana, uma vez regenerados em Cristo pelo Espírito Santo e já na
visão unânime da glória de Deus Pai, puderem dizer: «Pai-nosso» 43,
então se há-de realizar deveras o intento do Criador ao fazer o homem à Sua
imagem e semelhança.
Actividade missionária da
Igreja na vida e na história humana
8.
Também com a própria natureza humana e suas aspirações tem íntima conexão a
actividade missionária. Com efeito, ao dar a conhecer Cristo, a Igreja revela,
por isso mesmo, aos homens a genuína verdade da sua condição e da sua integral
vocação, pois Cristo é o princípio e o modelo da humanidade renovada e imbuída
de fraterno amor, sinceridade e espírito de paz, à qual todos aspiram.
Cristo
e a Igreja que d'Ele dá testemunho pela pregação evangélica, transcendem todos
os particularismos de estirpe ou de nação e, por isso, não podem ser
considerados estranhos a ninguém e em nenhuma parte 44. É próprio
Cristo é aquela verdade e aquele caminho que a pregação evangélica a todos abre
ao levar aos ouvidos de todos as palavras que Ele mesmo disse: «Arrependei-vos
e crede no Evangelho» (Mc. 1,15). Porém, como quem não crê já está julgado 45,
as palavras de Cristo são, ao mesmo tempo, palavras de juízo e de graça, de
morte e de vida. n que só infligindo a morte ao que é velho podemos ter acesso
à novidade de vida: e isto, que vale, em primeiro lugar, das pessoas, vale
também dos diversos bens deste mundo que estão marcados tanto pelo pecado do
homem como pela bênção de Deus: «porque todos pecaram e todos estão privados da
glória de Deus» (Rom. 3,23). Por si mesmo e por próprias forças não há ninguém
que se liberte do pecado e se eleve acima de si mesmo, ninguém absolutamente
que se liberte a si mesmo da sua enfermidade, da sua solidão ou da sua
escravidão 46, mas todos precisam de Cristo como modelo, mestre,
libertador, salvador, vivificador. De facto, na história humana, mesmo sob o
ponto de vista temporal, o Evangelho foi um fermento de liberdade e de
progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de
paz. Não é sem razão, por isso, que Cristo é celebrado pelos fiéis como «o
esperado das nações e o seu salvador» 47.
Carácter escatológico da
actividade missionária da Igreja
9.
A actividade missionária desenrola-se entre o primeiro e o segundo advento do Senhor,
em que a Igreja há-de ser reunida dos quatro ventos como uma colheita, no reino
de Deus 48. Mas antes de o Senhor vir, tem de ser pregado o
Evangelho a todos os povos 49.
A
actividade missionária não é outra coisa, nem mais nem menos, que a manifestação
ou epifania dos desígnios de Deus e a sua realização no mundo e na sua
história, na qual Deus, pela missão, manifestamente vai tecendo a história da
salvação. Pela palavra da pregação e pela celebração dos sacramentos de que a
Eucaristia é o centro e a máxima expressão, torna presente a Cristo, autor da
salvação. Por outro lado, tudo o que de verdade e de graça se encontrava já
entre os gentios como uma secreta presença de Deus, expurga-o de contaminações
malignas e restitui-o ao seu autor, Cristo, que destrói o império do demónio e
afasta toda a malícia dos pecados. O que de bom há no coração e no espírito dos
homens ou nos ritos e culturas próprias dos povos, não só não se perde, mas é
purificado, elevado e consumado para glória de Deus, confusão do demónio e
felicidade do homem 50. A actividade missionária tende assim para a
plenitude escatológica 51: por ela, com efeito, se estende, segundo
as dimensões e os tempos que o Pai fixou com o seu próprio poder 52,
o Povo de Deus a quem foi dito profèticamente: «Dilata o acampamento das tuas
tendas e estende as telas das tuas barracas! Não te acanhes» (Is. 54,2) 53;
por ela cresce o Corpo místico até constituir esse homem perfeito, na força da
idade, que realiza a plenitude de Cristo 54; por ela se levanta e se
vai edificando sobre os alicerces dos Apóstolos e dos profetas e com o próprio
Cristo Jesus por pedra angular (Ef. 2,20), o templo espiritual onde Deus é
adorado em espírito e verdade 55.
CAPÍTULO
II
A OBRA MISSIONÁRIA EM SI
MESMA
Introdução: A actividade
missionária da Igreja no mundo actual
10.
Enviada por Cristo a manifestar e a comunicar a todos os homens e povos a
caridade de Deus, a Igreja reconhece que tem de levar a cabo uma ingente obra
missionária. É que, na verdade, dois biliões de homens, número que cresce de
dia para dia, em grandes e determinados agrupamentos, unidos por laços estáveis
de vida cultural, por antigas tradições religiosas, por estreitos vínculos de
relações sociais, ou ainda não receberam a mensagem do Evangelho, ou mal
ouviram falar dela; dentre eles, uns seguem alguma das grandes religiões,
outros permanecem estranhos ao conhecimento de Deus, outros negam expressamente
a sua existência, ou até mesmo a atacam. A fim de poder oferecer a todos o
mistério de salvação e a vida trazida por Deus, a Igreja deve inserir-se em
todos esses agrupamentos, impelida pelo mesmo movimento que levou o próprio
Cristo, na incarnação, a sujeitar-se às condições sociais e culturais dos
homens com quem conviveu.
Art. 1
O TESTEMUNHO CRISTÃO
Testemunho de vida e
diálogo
11.
A Igreja tem de estar presente a estes agrupamentos humanos por meio dos seus
filhos que entre eles vivem ou a. eles são enviados. Com efeito, todos os fiéis
cristãos, onde quer que vivam, têm obrigação de manifestar, pelo exemplo da
vida e pelo testemunho da palavra, o homem novo de que se revestiram pelo
Baptismo, e a virtude do Espírito Santo por quem na Confirmação foram
robustecidos, de tal modo que os demais homens, ao verem as suas boas obras, glorifiquem
o Pai 1 e compreendam, mais plenamente o sentido genuíno da vida
humana e o vínculo universal da comunidade humana.
Para
poderem dar frutuosamente este testemunho de Cristo, unam-se a esses homens com
estima e caridade, considerem-se a si mesmos como membros dos agrupamentos
humanos em que vivem, e participem na vida cultural e social através dos vários
intercâmbios e problemas da vida humana; familiarizem-se com as suas tradições
nacionais e religiosas; façam assomar à luz, com alegria e respeito, as
sementes do Verbo neles adormecidas; mas atendam, ao mesmo tempo, à
transformação profunda que se opera entre os povos e trabalhem por que os
homens do nosso tempo não dêem tanta importância à ciência e tecnologia do
mundo moderno que se alheiem das coisas divinas, mas, antes pelo contrário,
despertem para um desejo mais profundo da verdade e da caridade reveladas por
Deus. Assim como o próprio Cristo perscrutou o coração dos homens e por meio da
sua conversação verdadeiramente humana os conduziu à luz divina, assim os seus
discípulos, profundamente imbuídos do Espírito de Cristo, tomem conhecimento
dos homens no meio dos quais vivem, e conversem com eles, para que, através dum
diálogo sincero e paciente, eles aprendam as riquezas que Deus liberalmente
outorgou aos povos; mas esforcem-se também por iluminar estas riquezas com a
luz evangélica, por libertá-las e restituí-las ao domínio de Deus Salvador.
Presença da caridade
12.
A presença dos cristãos nos agrupamentos humanos seja animada daquela caridade
com que Deus nos amou, e com a qual quer que também nós nos amemos uns aos
outros 2.
Efectivamente,
a caridade cristã a todos se estende sem discriminação de raça, condição social
ou religião; não espera qualquer lucro ou agradecimento. Portanto, assim como
Deus nos amou com um amor gratuito, assim também os fiéis, pela sua caridade,
sejam solícitos pelos homens, amando-os com o mesmo zelo com que Deus veio
procurá-los. E assim como Cristo percorria todas as cidades e aldeias, curando
todas as doenças e todas as enfermidades, proclamando o advento do reino e Deus
3, do mesmo modo a Igreja, por meio dos seus filhos, estabelece
relações com os homens de qualquer condição, de modo especial cm os pobres e
aflitos, e de bom grado por eles gasta as forças 4. Participa nas
suas alegrias e dores, conhece as suas aspirações e os problemas da sua vida e
sofre com eles nas ansiedades da morte, trazendo-lhes a paz e a luz do
Evangelho.
Trabalhem
e colaborem os cristãos com todos os outros na recta ordenação dos problemas
económicas e sociais. Dediquem-se, com cuidado especial, à educação das
crianças e da juventude por meio das várias espécies de escolas, as quais
hão-de ser consideradas não só como meio exímio de formação e promoção da
juventude cristã, mas também, simultaneamente, como serviço da maior
importância para os homens, e em particular para as nações em vias de
desenvolvimento, a fim de elevar a dignidade do homem e preparar condições de
vida mais humanas. Além disso, tomem parte nos esforços dos povos que, lutando
contra a fome, a ignorância e a doença, se afadigam por melhorar as condições
de vida e por assegurar a paz no mundo. Nesta actividade prestem os fiéis, com
prudência, a sua colaboração efectiva às iniciativas promovidas pelas instituições
particulares e públicas, pelos governos, pelos organismos internacionais, pelas
diversas comunidades cristãs e religiões não-cristãs.
A
Igreja, porém, não quer, de maneira nenhuma, imiscuir-se no governo da cidade
terrena. Nenhuma outra autoridade reclama para si senão a de, com a ajuda de
Deus, estar ao serviço dos homens pela caridade e pelo serviço fiel 5.
Intimamente
unidos com os homens na vida e no trabalho, os discípulos de Cristo esperam
oferecer-lhes o verdadeiro testemunho de Cristo e trabalhar na salvação deles,
mesmo quando não podem anunciar plenamente a Cristo. Porque não procuram o
progresso e a prosperidade material dos homens, mas promovem a sua dignidade e
fraterna união, ensinando as verdades religiosas e morais, que Cristo esclareceu
com a Sua luz. Deste modo, vão abrindo pouco a pouco o acesso mais pleno a
Deus. Assim, os homens são auxiliados na aquisição da salvação pela caridade
para com Deus e para com o próximo, e começa a brilhar o mistério de Cristo, no
qual apareceu o homem novo que foi criado segundo Deus, (cfr. Ef. 4,24), e no
qual se revela a caridade divina.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
_______________________________________
Notas:
37.
Cfr. Mc. 16,16; Jo. 3,5.
38.
Cfr. Conc. Vat. II, Const. dogm. De Ecelesia Lumen Gentium, n.° 14: AAS 57
(1965), p. 18.
39.
Cfr. Hebr. 11,6.
40.
Cfr. 1 Cor. 9,16.
41.
Cfr. Ef. 4, 11-16.
42.
Cfr. Jo. 7,18; 8, 30 e 44; 8,50; 17,1.
43.
Acerca desta ideia sintética, ver a doutrina de S. Ireneu sobre a
Recapitulação. Cfr. também Hipólito, De Antichristo, 3: «Querendo a todos e
desejando salvar a todos, querendo fazer a todos filhos de Deus e chamando
todos os santos a formar um só homem perfeito...» PG 10, 732; GCS Hippolyt I, 2
p. 6; Benedictiones Jacob, 7: T. U., 38-1 pg. 18, linha 4 ss.; Origenes, In
Joann. Tom. I, n. 16: «Então, sim, a única ocupação daqueles que chegarem até
Deus será a de conhecer a Deus, presididos por aquele Verbo que está junto de
Deus; para que assim todos os filhos sejam cuidadosamente formados no conhecimento
do Pai, como o Filho que agora é o único que conhece o Pai»: PG, 14, 49; GCS
Orig. IV, 20; S. Agostinho, De Sermone Domini in monte, I, 41: «Estimemos tudo
aquilo que pode ser conduzido connosco àquele reino, onde ninguém diz: meu Pai,
mas todos dizem a um só Deus: Pai-nosso»: PL 34, 1250; S. Cirilo de Alexandria,
in Joann. I: «Todos estamos em Cristo e nele revive a natureza comum da
Humanidade. Pois, por isso mesmo, foi chamado o novo Adão... Com efeito,
habitou entre nós aquele que por natureza é o Filho e Deus; por isso, no seu
Espírito podemos chamar: Abba, Pai! Habita, de facto, o Verbo entre nós num
templo único, que precisamente quis construir para si de algo nosso e por causa
de nós, para que tendo-nos a todos em si mesmo, num só corpo, nos reconciliasse
a todos com o Pai, como diz Paulo: PG 73, 161-164.
44. Bento XV, Maximum Illud, 30 nov. 1919: AAS 11
(1919), p. 445: «Porque sendo a Igreja de Deus católica e não estrangeira para
nenhum povo ou nação...» Cfr. João XXIII, Encícl. Mater et Magistra: «A Igreja,
por direito divino, pertence a todas as nações... por isso, uma vez que inseriu
a sua força, como que nas veias de algum povo, já não é nem se julga como uma
instituição qualquer, imposta de fora a esse povo... E, por isso, tudo aquilo que
lhes parece bom e honesto, apoiam-no e completam-no» (subentenda-se: aqueles
que renasceram em Cristo); 25 maio 1961 AAS 1961, 444.
45.
Cfr. Jo. 3,18.
46.
Cfr. S. Ireneu, Adv. Haer. III, 15, n. 3: PG 7, 919: «Foram pregadores da
verdade e apóstolos da liberdade».
47.
Breviarium Romanum, Ant. O, Vésperas do dia 23 de Dez.
48.
Cfr. Mt. 24,31; Didachè, 10,5: Funk I, p. 32.
49.
Cfr. Me. 13,10.
50.
Cone. Vat. II, Const. dogm. De Ecclesia Lumen Gentium, 17: AAS 57 (1965) p.
20-21. S. Agostinho, De Civitate Dei, 19,17: PL 41, 646; Instr. da S.
Congregação «de Propaganda Fide» : Collectanea I, n, 135, p. 42.
51.
Segundo Orígenes, o Evangelho deve ser pregado antes da consumação deste mundo:
Hom. in Lc. XXI: GCS, Orig. IX, 136, 21 ss.; In Matth. comm. ser. 39: X, 75, 25
ss.; 76, 4 ss.; Hom. in lerem. III, 2: VII, 308, 29 ss.; S. Tomás, Summa Theol.
I-II, q. 106, a. 4, ad 4.
52.
Cfr. Act. 1,7.
53.
Hilário de Poitiers, In Ps. 14: PL 9, 301; Eusébio de Cesareia, In Isaiam 54,
2-3: PG 24, 462-463; Cirilo de Alexandria, In Isaiam V, cap. 54, 1-3: PG 70,
1193.
54.
Cfr. Ef. 4,13.
55.
Cfr. Jo. 4,23.
Capítulo
II
1.
Cfr. Mt. 5,16.
2.
Cfr. 1 Jo. 4,11.
3.
Cfr. Mt. 9,35 ss.; Act. 10,38.
4.
Cfr. 2 Cor. 12,15.
5.
Cfr. Mt. 20,26; 23,11; alocução de Paulo VI, no dia 21 nov. 1964, na aula
conciliar: AAS 56 (1964), 1013.
Pequena agenda do cristão
Domingo
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Viver a família.
Senhor, que a
minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um,
absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças,
azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um
sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me: Cultivar a Fé.
São Tomé,
prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena
nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os
que crêem sem terem visto.
E eu creio,
Senhor.
Creio firmemente
que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e
Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha
vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me
crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu
coração.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
|
Temas para meditar 65
Imitar Cristo
Teríamos de nos resignar – e felizmente a hipótese é falsa – a não nos assemelhar-mos nunca a Cristo. Longe de alegar, por desculpa que foi Ele que Se enganou, que saiu da nossa condição oferecendo-nos o exemplo de uma virtude muito alta, temos de afirmar que foi Ele que agiu verdadeiramente como homem, e que não O imitando, diminuímos o nosso valor humano. Depois que Jesus exemplificou como um homem pode viver, não teremos descanso enquanto não reproduzir-mos o tipo de humanidade que Ele nos deu a conhecer.
Teríamos de nos resignar – e felizmente a hipótese é falsa – a não nos assemelhar-mos nunca a Cristo. Longe de alegar, por desculpa que foi Ele que Se enganou, que saiu da nossa condição oferecendo-nos o exemplo de uma virtude muito alta, temos de afirmar que foi Ele que agiu verdadeiramente como homem, e que não O imitando, diminuímos o nosso valor humano. Depois que Jesus exemplificou como um homem pode viver, não teremos descanso enquanto não reproduzir-mos o tipo de humanidade que Ele nos deu a conhecer.
(GEORGES CHEVROT, Jesus e a Samaritana, Éfeso, 1956, pg. 57)
Todos somos irmãos!
Escreveu também o Apóstolo que "não há
distinção de gentio e judeu, de circunciso e incircunciso, de bárbaro e cita,
de escravo e livre, mas Cristo que é tudo em todos". Estas palavras valem
hoje como ontem: para o Senhor não existem diferenças de nação, de raça, de
classe, de estado... Cada um de nós renasceu em Cristo para ser uma nova
criatura, um filho de Deus; todos somos irmãos, e temos de conviver
fraternalmente! (Sulco,
317)
Perante a fome de paz, teremos de repetir com
S. Paulo: Cristo é a nossa paz, pax nostra. Os desejos de verdade hão-de
levar-nos a recordar que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Aos que procuram
a unidade, temos de colocá-los perante Cristo, que pede que estejamos
consummati in unum, consumados na unidade. A fome de justiça deve conduzir-nos
à fonte originária da concórdia entre os homens: ser e saber-se filhos do Pai,
irmãos.
Paz, verdade, unidade, justiça. Que difícil
parece por vezes o trabalho de superar as barreiras, que impedem o convívio
entre os homens! E contudo nós, os cristãos somos chamados a realizar esse
grande milagre da fraternidade: conseguir, com a graça de Deus, que os homens
se tratem cristãmente, levando uns as cargas dos outros, vivendo o mandamento
do Amor, que é o vínculo da perfeição e o resumo da lei. (Cristo que passa, 157).
Tratado dos vícios e pecados 51
Art.
3 — Se o diabo pode que tenhamos necessidade de pecar.
(De Malo, q. 3 a. 3, ad 9).
O terceiro discute-se assim. — Parece
que o diabo pode que tenhamos necessidade
de pecar.
1. — Pois, o poder maior pode impor
necessidade ao menor. Ora, a Escritura diz, do diabo (Job 41): Não há poder
sobre a terra que se lhe possa comparar. Logo, o homem terreno pode necessitar
pecar.
2. Demais. — A nossa razão não pode
mover-se senão pelos objectos externos propostos aos sentidos e apresentados à
imaginação. Pois, todo o nosso conhecimento tem a sua origem nos sentidos e não
podemos inteligir sem o fantasma, como diz Aristóteles. Ora, o diabo pode
mover-nos a imaginação, como já se disse, e também os sentidos externos. Pois,
no dizer de Agostinho, o mal, suscitado pelo diabo serpeia por todos os acessos
sensíveis, corporifica-se em figuras, acomoda-se às cores, adere aos sons,
infunde-se nos sabores. Logo, pode inclinar-nos necessariamente a razão a
pecar.
3. Demais. — Segundo Agostinho, não há
nenhum pecado no desejo da carne contra o espírito. Ora, o diabo pode causar a
concupiscência da carne, bem como as demais paixões, do modo como que já foi
dito. Logo, pode induzir, como necessidade, pecar.
Mas, em contrário, diz a Escritura (1
Pd): O diabo, vosso adversário, anda ao derredor de vós, como um leão que ruge,
buscando a quem possa tragar. Ora, seria inútil essa advertência, se
sucumbíssemos necessariamente à tentação diabólica. Logo, o diabo não pode fazer que o homem tenha necessidade de pecar
O diabo, por virtude
própria e se não for refreado por Deus, pode induzir-nos necessariamente a
praticar actos genericamente pecaminosos; mas não pode impor-nos a necessidade
de pecar. E isso prova-se por não podermos resistir ao motivo de pecar senão
pela razão. E do uso desta podemos ficar totalmente privados pela moção
imaginativa e do apetite sensitivo, como se dá com os processos. Mas, então,
desde que estamos privados da razão, não se nos imputa por pecado nenhum acto
que pratiquemos. Se porém, não ficarmos totalmente privados da razão, pela
parte dela que conservamos livre podemos resistir ao pecado, como já dissemos. Donde
é manifesto, que o diabo de nenhum modo pode impor ao homem a necessidade de
pecar.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— Nem todo poder superior ao homem pode mover-lhe a vontade mas, só o de Deus,
como já demonstramos.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O objecto
apreendido pelo sentido ou pela imaginação não move necessariamente a vontade,
se conservamos o uso da razão, de que nem sempre nos priva a referida
apreensão.
RESPOSTA À TERCEIRA. — A
concupiscência da carne, contrária ao espírito, não é pecado, quando a razão
lhe actualmente resiste; mas ao contrário, é ocasião de exercitarmos a virtude.
Ora, não está no poder do diabo privar a razão do seu poder de resistir. Logo,
não pode impor a necessidade do pecado.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.