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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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05/04/2014
Evangelho do dia, comentário e Leitura espiritual
Tempo de Quaresma Semana V |
Evangelho: Jo 7, 40-53
40 Entretanto,
alguns daquela multidão, tendo ouvido estas palavras, diziam: «Este é
verdadeiramente o profeta». 41 Outros diziam: «Este é o Messias». Alguns,
porém, diziam: «Porventura é da Galileia que há-de vir o Messias? 42 Não diz a
Escritura: “Que o Messias há-de vir da descendência de David e da aldeia de
Belém, donde era David”?». 43 Houve, portanto, desacordo entre o povo acerca
d'Ele. 44 Alguns deles queriam prendê-l'O, mas nenhum pôs as mãos sobre Ele. 45
Voltaram, pois, os guardas para os príncipes dos sacerdotes e fariseus, que
lhes perguntaram: «Porque não O trouxestes preso?» .46 Os guardas responderam:
«Nunca homem algum falou como Este homem». 47 Os fariseus replicaram:
«Porventura, também vós fostes seduzidos?48 Houve, porventura, algum dentre os
chefes do povo ou dos fariseus que acreditasse n'Ele? 49 Quanto a esta plebe,
que não conhece a Lei, é maldita». 50 Nicodemos, que era um deles, o que tinha
ido de noite ter com Jesus, disse-lhes: 51 «A nossa Lei condena, porventura,
algum homem antes de o ouvir e antes de se informar sobre o que ele fez?». 52
Responderam: «És tu também galileu? Examina as Escrituras, e verás que da
Galileia não sai nenhum profeta». 53 E foi cada um para sua casa.
Comentário:
Nicodemos é uma figura que poderíamos
considerar simpática. É fariseu, tem comportamentos de fariseu mas não se fica
agarrado a eles quando a dúvida lhe surge.
O ir de noite falar com Jesus não é
cobardia nem medo mas prudência. Como mais tarde depois da tragédia da Paixão
provará.
Assumir as atitudes correctas em cada
momento deve ser uma preocupação para os cristãos, sabendo que, por vezes é
preferível calar, ser discreto e até reservado.
(ama,
comentário sobre Jo 7, 40-56, 2013.03.16)
DECRETO
AD GENTES
SOBRE A ACTIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA
(1 a 6)
PROÉMIO
A vocação missionária da
Igreja
1.
A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser «sacramento universal de
salvação», 1 por íntima exigência da própria catolicidade,
obedecendo a um mandato do seu fundador 2, procura incansavelmente
anunciar o Evangelho a todos os homens. Já os próprios Apóstolos em que a
Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, «pregaram a palavra da
verdade e geraram as igrejas» 3. Aos seus sucessores compete
perpetuar esta obra, para que «a palavra de Deus se propague rapidamente e seja
glorificada (2 Tess. 3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em
toda a terra.
No
estado actual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a
Igreja, que é sal da terra e luz do mundo 4, é com mais urgência
chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurado em
Cristo e n'Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus.
Por
isso, este sagrado Concílio, agradecendo a Deus a grandiosa obra já realizada
pelo esforço generoso de toda a Igreja, deseja delinear os princípios da
actividade missionária e reunir as forças de todos os fiéis, para que o Povo de
Deus, continuando a seguir pelo caminho estreito da cruz, difunda por toda a
parte o reino de Cristo, Senhor e perscrutador dos séculos 5, e
prepare os caminhos para a sua vinda.
CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS DOUTRINAIS
Desígnio do Pai
2.
A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua
origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na «missão» do Filho e do Espírito
Santo 6.
Este
desígnio brota do «amor fontal», isto é, da caridade de Deus Pai, que, sendo o
Princípio sem Princípio de quem é gerado o Filho e de quem procede o Espírito
Santo pelo Filho, quis derramar e não cessa de derramar ainda a bondade divina,
criando-nos livremente pela sua extraordinária e misericordiosa benignidade, e
depois chamando-nos gratuitamente a partilhar da sua própria vida e glória.
Quis ser, assim, não só criador de todas as coisas mas também «tudo em todas as
coisas» (1 Cor. 15,28), conseguindo simultaneamente a sua glória e a nossa
felicidade. Aprouve, porém, a Deus chamar os homens a esta participação na sua
vida, não só de modo individual e sem qualquer solidariedade mútua, mas
constituindo-os num Povo em que os seus filhos, que estavam dispersos, se
congregassem em unidade 7.
Missão do Filho
3.
Este desígnio universal de Deus para a salvação do género humano realiza-se não
somente dum modo quase secreto na mente humana, ou por esforços, ainda que
religiosos, pelos quais os homens de mil maneiras buscam. A Deus a ver se
conseguem chegar até Ele ou encontrá-l'O, embora Ele não esteja longe de cada
um de nós (cfr. Act. 17, 27); com efeito, estes esforços precisam de ser
iluminados e purificados, embora, por benigna determinação da providência de
Deus, possam algumas vezes ser considerados como pedagogia ou preparação
evangélica para o Deus verdadeiro 8. Para estabelecer a paz ou a
comunhão com Ele e uma sociedade fraterna entre os homens, apesar de pecadores,
Deus determinou entrar de modo novo e definitivo na história dos homens,
enviando o seu Filho na nossa carne para, por Ele, arrancar os homens ao poder
das trevas e de satanás 9 e n'Ele reconciliar o mundo consigo 10.
Constituiu, portanto, herdeiro de todas as coisas Aquele por quem fizera tudo 11,
para n'Ele tudo restaurar 12.
Cristo
Jesus, de facto, foi enviado ao mundo como verdadeiro mediador entre Deus e os
homens. Como é Deus, n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da divindade
(Col. 2,9); e sendo o novo Adão pela sua natureza humana, é constituído cabeça
da humanidade renovada, cheio de graça e de verdade (Jo. l,14). Assim, o Filho
de Deus, pelo caminho duma verdadeira Incarnação, veio para fazer os homens
participantes da sua natureza divina e, sendo rico, fez-se por nós necessitado
para que nos tornássemos ricos da sua pobreza 13. O Filho do Homem
não veio para que o servissem, mas para ser ele a servir e para dar até a sua
vida em redenção por muitos, isto é, por todos 14. Os santos Padres
constantemente proclamam nada estar remido que não tivesse sido primeiro
assumido por Cristo 15. Ora ele assumiu por inteiro a natureza
humana tal qual ela existe em nós, pobres e miseráveis, rejeitando dela apenas
o pecado 16. De si mesmo disse Cristo, a quem o Pai santificou e
enviou ao mundo (cfr. Jo. 10,36): «O Espírito do Senhor está sobre mim; por
isso me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a sarar os
contritos de coração, a proclamar a libertação dos cativos e a restituir a
vista aos cegos» (Lc. 4,18). E outra vez: «Veio o Filho do Homem para buscar e
salvar o que estava perdido» (Lc. 19,10).
Aquilo
que uma vez foi pregado pelo Senhor ou aquilo que n'Ele se operou para salvação
do género humano, deve ser proclamado e espalhado até aos confins da terra 17,
começando por Jerusalém 18, de modo que tudo quanto foi feito uma
vez por todas, pela salvação dos homens, alcance o seu efeito em todos, no decurso
dos tempos.
Missão do Espírito Santo
4.
Para isso, precisamente, enviou Cristo o Espírito Santo da parte do Pai, para
realizar no interior das almas a sua obra salvadora e impelir a Igreja à sua
própria dilatação. Não há dúvida de que o Espírito Santo já actuava no mundo
antes de Cristo ser glorificado 19. Contudo, foi no dia de
Pentecostes, em que desceu sobre os discípulos para ficar para sempre com eles 20,
que a Igreja foi publicamente manifestada diante duma grande multidão, que a
difusão do Evangelho entre os gentios por meio da pregação teve o seu início, e
que, finalmente, a união dos povos numa catolicidade de fé foi esboçada de
antemão na Igreja da nova Aliança, a qual fala em todas as línguas e entende e
abraça todas as línguas na sua caridade, superando assim a dispersão de Babel 21.
Pelo Pentecostes começaram os «actos dos Apóstolos», como pela descida do
Espírito Santo sobre Maria fora concebido Cristo, e como pela descida do mesmo
Espírito Santo sobre Cristo, quando orava, fora o Senhor impelido à obra do seu
ministério 22. O próprio Senhor Jesus, antes de dar livremente a sua
vida pelo mundo, de tal maneira dispôs o ministério apostólico e de tal forma
prometeu enviar o Espírito Santo, que a ambos associava na tarefa de levar a
cabo sempre e em toda a parte a obra da salvação 23. O Espírito
Santo é quem «unifica na comunhão e no ministério, e enriquece com diversos
dons hierárquicos e carismáticos» 24 toda a Igreja através dos
tempos, dando vida às instituições eclesiásticas 25, sendo como que
a alma delas, e instilando nos corações dos fiéis aquele mesmo espírito de
missão que animava o próprio Cristo. Por vezes precede visivelmente a acção
apostólica 26, como também incessantemente a acompanha e dirige de
vários modos 27.
A
Igreja enviada de Cristo
5.
O Senhor Jesus, logo desde o princípio «chamou a Si alguns a quem Ele quis, e
escolheu doze para andarem com Ele e para -os mandar a pregar» (Mc. 3,13) 28.
Os Apóstolos foram assim a semente do novo Israel e ao mesmo tempo a origem da
sagrada Hierarquia. Depois, realizados já definitivamente em Si, pela sua morte
e ressurreição, os mistérios da nossa salvação e da renovação do universo, o
Senhor, com todo o poder que adquiriu no céu e na terra 29, antes de
subir ao Céu 30 fundou a sua Igreja como sacramento de salvação e
enviou os seus Apóstolos a todo o mundo tal qual Ele também tinha sido enviado
pelo Pai 31, dando-lhes este mandato: «Ide, pois, fazei discípulos
de todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-as a cumprir tudo quanto vos prescrevi» (Mt. 28, 19-20). «Ide por
todo o mundo, proclamai a Boa Nova a toda a criatura. Quem acreditar e for
baptizado, será salvo; mas quem não acreditar, será condenado» (Mc. 16,15 ss.).
Daí vem à Igreja o dever de propagar a fé e a salvação de Cristo, tanto em
virtude do expresso mandamento que dos Apóstolos herdou a Ordem dos Bispos
ajudada pelos presbíteros em união com o sucessor de Pedro e sumo pastor da
Igreja, como em virtude da vida comunicada aos seus membros por Cristo, «do
qual o corpo todo inteiro bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas
que o alimentam, com a acção proporcionada a cada membro, realiza o seu
crescimento em ordem à própria edificação na caridade» (Ef. 4,16). A missão da
Igreja realiza-se pois, mediante a actividade pela qual, obedecendo ao
mandamento de Cristo e movida pela graça e pela caridade do Espírito Santo, ela
se torna actual e plenamente presente a todos os homens ou povos para os conduzir
à fé, liberdade e paz de Cristo, não só pelo exemplo de vida e pela pregação
mas também pelos sacramentos e pelos restantes meios da graça, de tal forma que
lhes fique bem aberto caminho livre e seguro para participarem plenamente no
mistério de Cristo.
Continuando
esta missão e explicitando através da história a missão do próprio Cristo, que
foi enviado a evangelizar os pobres, a Igreja, movida pelo Espírito Santo, deve
seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho da pobreza, da obediência, do
serviço e da imolação própria até à morte, morte de que Ele saiu vencedor pela
sua ressurreição. Foi assim também que todos os Apóstolos caminharam na
esperança completando com muitas tribulações e fadigas o que faltava aos
trabalhos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja 32. Muitas vezes,
mesmo, a semente foi o sangue dos cristãos 33.
Actividade missionária da
Igreja: seus diversos modos
6.
Esta tarefa que deve ser levada a cabo pela Ordem dos Bispos presidida pelo
sucessor de Pedro e com a oração e a cooperação de toda a Igreja, é uma e a
mesma em toda a parte, sejam quais forem os condicionalismos, embora difira
quanto ao exercício conforme as circunstâncias. Mas as diferenças que nesta
actividade da Igreja se têm de reconhecer, não se originam na natureza íntima
da «missão», mas nos condicionalismos em que essa «missão» se exerce.
Esses
condicionalismos tanto podem depender da Igreja como dos povos, dos
agrupamentos ou até dos indivíduos a quem a «missão» se dirige. A Igreja, de
facto, embora de si possua a totalidade ou à plenitude dos meios de salvação,
não actua nem pode actuar sempre e imediatamente com todos eles, mas vai por
tentativas e por passos na sua acção e no seu esforço de levar a efeito os
desígnios de Deus. As vezes até, depois dum avanço, felizmente lançado, vê-se
infelizmente obrigada a deplorar de novo uma regressão, ou, pelo menos, a
demorar-se num certo estádio de semi-vitalidade e insuficiência. Quanto aos
indivíduos, agrupamentos e povos, só gradualmente os atinge e os penetra, e só
assim os traz à plenitude católica. A cada condicionalismo e a cada situação
devem corresponder acções apropriadas ou meios aptos.
O
nome de «missões» dá-se geralmente àquelas actividades características com que
os pregoeiros do Evangelho, indo pelo mundo inteiro enviados pela Igreja,
realizam o encargo de pregar o Evangelho e de implantar a mesma Igreja entre os
povos ou grupos que ainda não creem em Cristo. Essas «missões» são levadas a
efeito pela actividade missionária e exercem-se ordinariamente em certos
territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio desta actividade
missionária é a evangelização e a implantação da Igreja nos povos ou grupos em
que ainda não está radicada 34. Assim, a partir da semente da
palavra de Deus, é necessário que se desenvolvam por toda a parte igrejas
autóctones particulares, dotadas de forças próprias e maturidade, com
hierarquia própria unida ao povo fiel, suficientemente providas de meios
proporcionados a uma vida cristã plena, contribuindo para o bem da Igreja
universal. O meio principal desta implantação é a pregação do Evangelho de
Jesus Cristo. Para o anunciar, enviou o Senhor pelo mundo inteiro os seus
discípulos, a fim de que os homens, uma vez renascidos pela palavra de Deus,
fossem agregados pelo Baptismo à Igreja, a qual, como corpo do Verbo encarnado,
se nutre e vive da palavra de Deus e do pão eucarístico.
Nesta
actividade missionária da Igreja dão-se, por vezes, simultaneamente, situações
diversas: a de começo ou implantação, primeiro, e a de crescimento ou
juventude, depois. Ultrapassadas estas etapas, não acaba, contudo, a acção
missionária da Igreja, mas é às igrejas particulares já constituídas que
incumbe o dever de a continuar pregando o Evangelho a todos aqueles que ainda
tenham ficado de fora. Há a considerar também que as comunidades em que a
Igreja vive, não raras vezes e por variadas causas mudam radicalmente, de
maneira a poderem daí advir condições de todo novas. Então, deve a Igreja
ponderar se tais condicionalismos não exigem de novo a sua actividade
missionária.
Mais:
por vezes, as circunstâncias são tais que não há possibilidades, por um tempo,
de propor directa e imediatamente a mensagem evangélica: então é evidente que
podem os missionários e até devem dar ao menos o testemunho da caridade e da
beneficência de Cristo, pacientemente, com prudência e ao mesmo tempo grande
confiança. Assim, não só prepararão os caminhos ao Senhor mas até o tornarão já
de alguma maneira presente.
É,
pois, bem de ver como a actividade missionária dimana intimamente da própria
natureza da Igreja, cuja fé salvífica propaga, cuja unidade católica dilatando
aperfeiçoa, em cuja apostolicidade se apoia, cujo afecto colegial de sua
hierarquia exercita, cuja santidade testemunha, difunde e promove. É bem de ver
também que a actividade missionária entre gentios difere tanto da actividade
pastoral que se exerce com os fiéis, como das iniciativas pela reunificação dos
cristãos. Contudo, ambas estas actividades andam estreitamente ligadas à
actividade missionária da Igreja 35: pois a divisão dos cristãos
prejudica a santíssima causa de pregar o Evangelho a toda a criatura 36
e fecha a muitos o acesso à fé. Por isso, por uma necessidade missionária,
todos os baptizados são chamados a unir-se num rebanho para assim poderem dar
um testemunho unânime de Cristo, seu Senhor, perante os gentios. Mas se ainda
não podem, de completo acordo, dar testemunho duma só fé, é preciso que, ao
menos, estejam animados de mútua estima e caridade.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
_____________________________________________
Notas:
1.
Const. dogm. de Ecclesia, Lumen Gentium, 48: AAS 57 (1965), p. 53.
2.
Cfr. Mc. 16,15.
3.
S. Agostinho, Enarr. in Ps. 44, 23: PL 36, 508; CChr. 38, 150.
4.
Cfr. Mt. 5, 13-14.
5.
Cfr. Eccli. 36,19.
6.
Cfr. Conc. Vatic. II Const. dogm. De Ecclesia, Lumen Gentium, n. 2: AAS 57
(1965), p. 5-6.
7.
Cfr. Jo. 11,52.
8.
Cfr. S. Ireneu, Adv. Haer. III, 18, 10 «O Verbo que existe junto de Deus, por
quem foram feitas todas as coisas, e que sempre estava presente ao género
humano...»: PG 7, 932; id. IV, 6, 7: «Com efeito, o Filho, presente desde a
primeira hora à sua obra, a todos vai revelando o Pai, a quantos, quando e do
modo que o Pai quer» (ibid. 990); cfr. IV, 20, 6 e 7 (ib. 1037); Demonstratio
n, 34: Patr. Or., XII, 773; Sources Chrét., 62, Paris 1958, p. 87; S. Clemente
de Alexandria, Protrept. 112 1: GCS Clemens I, 79; Strom. VI, 6, 44, 1: GCS
Clemens II, 453; 13, 106, 3 e 4 (ibid. 485). Para a mesma doutrina, cfr. Pio
XII: Radiomensagem, 31 dez. ]952; Cone. Vat. II Const. dogm. De Ecclesia Lumen
Gentium, n.° 16: AAS 57 (1965), p. 20.
9.
Cfr. Col. 1,13; Act. 10,38.
10.
Cfr. 2 Cor. 5,19.
11.
Cfr. Hebr. 1,2; Jo. 1, 3 e 10; 1 Cor. 8,6; Col. 1,16.
12.
Cfr. Ef. 1,10.
13.
Cfr. 2 Cor. 8,9.
14.
Cfr. Mc. 10,45.
15.
Cfr. S. Atanásio, Ep. ad Epictetum 7: PG 26, 1060; S. Cirilo de Jerusalém,
Catech. 4, 9: PG 33, 465; Mário Victorino, Adv. Arium, 3, 3: PL, 8, 1101; S.
Basílio, Epist. 261, 2: PG 32, 969; S. Gregório Nazianzeno, Epist. 101: PG 37,
181; S. Gregório Nisseno, Antirrheticus; Adv. Apollin. 17: PG 45, 1156; S.
Ambrósio, Epist. 48, 5: PL, 16, 1153; S. Agostinho, In Joahn. Ev. tratado
XXIII, 6: PL 35, 1585; CChr 36, 236; além disso, mostra deste modo como não foi
o Espírito Santo que nos redimiu, visto que não incarnou: De Agone Christ. 22,
24: PL 40, 302; S. Cirilo de Alexandria, Adv. Nestor, 1, 1: PG 76, 20; S.
Fulgéncio, Epist. 17, 3, 5: PL 65, 454; Ad Trasimundum III, 21: PL 65, 284: da
tristeza e do temor.
16.
Cfr. Heb. 4,15; 9,28.
17.
Cfr. Act. 1,8.
18.
Cfr. Lc. 24,47.
19.
Foi o Espírito que falou pelos Profetas; Symbol. Constantinopol.
Denz.-Schoenmetzer, 150; S. Leão Magno, Sermo 76: PL 54, 405-406: «Quando o
Espírito Santo encheu os discípulos do Senhor no dia de Pentecostes, não foi
então o começo da sua missão, mas um acréscimo de largueza: porque já os
patriarcas, os profetas, os sacerdotes, e todos os santos que houve
antigamente, foram robustecidos pela santificação do mesmo Espírito,... embora
não fosse a mesma a medida dos dons». Também Sermo 77, 1: PL 54, 412; Leão
XIII, Encícl. Divinum illud: ASS (1897), 650-651. Também S. João Crisóstomo,
ainda que insista na novidade da missão do Espírito Santo no dia de
Pentecostes: In Eph. c. 4, Hom. 10, 1: PG 62, 75.
20. Cfr. Jo. 14,16.
21.
De Babel e do Pentecostes falam muitas vezes os Santos Padres: Origenes, In
Genesim, c. 1: PG 12, 112; S. Gregório Nazianzeno, Oratio 41, 16: PG 36, 449;
S. João Crisóstomo, Hom. 2 in Pentec., 2: PG 50, 467; In Act. Apost.: PG 60,
44; S. Agostinho, En. in Ps. 54, 11: PL 36, 636; CChr. 39, 664 s.; Sermo 271:
PL 38, 1245; S. Cirilo de Alexandria, Glaphyra in Genesim II: PG 69, 79; S.
Gregório Magno, Hom. in Evang., Lib. II, Hom. 30, 4: PL 76, 1222; S. Beda, in
Hexaem., Lib. III: PL 91, 125. Veja-se também a imagem que existe no átrio da
Basilica de S. Marcos de Veneza. A Igreja fala todas as línguas, e assim a
todos acolhe na catolicidade da fé: S. Agostinho, Sermones 266, 267, 268, 269:
PL 38, 1225-1237; Sermo 175, 3: PG 38, 946; S. João Crisóstomo, In Epist. I ad
Cor., Homil. 35: PG 61, 296; S. Cirilo de Alexandria, Fragm. in Act.: PG 74,
758; S. Fulgêncio, Sermo 8, 2-3: PL 65, 743-744. Acerca do Pentecostes como
consagração dos Apóstolos para a missão, cfr. J. A. Cramer, Catena in Acta SS.
Apostolorum, Oxford, 1838, pg. 24 s.
22.
Cfr. Lc. 3,22; 4,1; Act. 10,38.
23.
Cfr. Jo. 14-17; Paulo VI, Alocução proferida no Concílio no dia 14 de Setembro
de 1964: AAS 56 (1964), p. 807.
24.
Cfr. Const. dogm. De Ecclesia, Lumen Gentium, 4: AAS 57.
25.
S. Agostinho, Sermo 267, 4: PL 38, 1231: a0 Espírito Santo faz em toda a Igreja
o que a alma em todos os membros dum mesmo corpo». Cfr. Const. dogm. De
Ecclesia Lumen Gentium, 7 (com a nota 8): AAS 57 (1965), p. 11.
26.
Cfr. Act. 10, 44-47; 11,15; 15,8
27.
Cfr. Act. 4,8; 5,32; 8,26. 39; 9,31; 10; 11, 24. 28; 13, 2. 4. 9; 16, 6-7; 20,
22-23; 21, 11, etc.
28.
Cfr. também Mt. 10, 1-42.
29.
Cfr. Mt. 28,18.
30.
Cfr. Act. 1, 4-8.
31.
Cfr. Jo. 20,21.
32.
Cfr. Col. 1,24.
33.
Tertuliano, Apologeticum, 50, 13: PL 1,534; CChr. I, 171.
34.
Já S. Tomás de Aquino fala da função apostólica de implantar a Igreja: efr.
Sent. Lib. I, dist. 16, q. 1, a. 2 ad 2 e ad 4; a. 3 sol.; Summa Theol. I, q.
43, a. 7 ad 6; I-II, q. 106, a. 4 ad 4. Cfr. Bento XV, Maximum illud, 30 nov.
1919: AAS 11 (1919), 445 e 453; Pio XI, Rerum Ecclesiae, 28 fev. 1926: AAS 18
(1926), 74; Pio XII, 30 abr. 1939 aos Directores das 00. MM. PP.: AAS 36 ID. 24
jun. 1944 aos Directores das OO. MM. PP.: AAS 36 (1944), 210; de novo em AAS 42
1950, 727, e 43 (1951), 508; ID. 29 jun. 1948 ao clero indígena: AAS (1944),
210; 374; ID. Evangelii Praecones, 2 jun. 1951: AAS 43 (1951), 507; ID. Fidei
Donum, 15 jan. 1957: AAS 49 (1957), 236; João XXIII, Princeps Pastorum, 28 nov.
1959: AAS 51, (1959), 835; Paulo VI, Hom. 18 out. 1964: AAS 55 (1964), 911. Tanto
os Sumos Pontífices como os Santos Padres e os Escolásticos falam muitas vezes
da dilatação da Igreja: S. Tomás de Aquino, Comm. in Math. 16,28; Leão XIII,
Encicl. Sancta Dei Civitas, 3 dez. 1880: ASS 55 (1880), 241 Bento XV, Encícl.
Maximum Illud, 30 nov. 1919 AAS 11 (1919), 442; Pio XI, Encicl. Rerum
Ecclesiae, 28 fev. 1926: AAS 18 (1926), 65.
35.
Nesta noção de actividade missionária, como se vê, incluem-se também, quanto à
substância, aquelas regiões da América Latina, nas quais nem Hierarquia própria,
nem maturidade da vida cristã, nem uma pregação suficiente do Evangelho se dão
ainda. Se, porém, estes territórios são de jacto tidos pela S. Sé como
missionários, isso não depende do Concilio. É por isso que, a propósito da
conexão entre a noção de actividade missionária e certos territórios, se diz
muito intencionalmente que esta actividade se exerce «geralmente» (plerumque)
em certos territórios como tais reconhecidos pela S. Sé.
36.
Conc. Vat. II, Decr. De Oecumenismo, Unitatis Redintegratio, n. 1: AAS 57
(1965), p. 90.
Pequena agenda do cristão
Sábado
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.
A minha alma
glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque
pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão
bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas,
santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que
O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono
e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de
mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como
tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e
minha
Mãe.
Minha querida Mãe:
Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum
modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro,
pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar
nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim,
protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me
desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
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Temas para meditar 64
Sono
Tal como os Apóstolos em Getzemani também nós não encontramos desculpa para a pouca companhia que fazemos ao Senhor na Sua Paixão, a não ser a de que estamos com os olhos carregados de sono de tanto olhar para o que nos afasta de Deus.
Tal como os Apóstolos em Getzemani também nós não encontramos desculpa para a pouca companhia que fazemos ao Senhor na Sua Paixão, a não ser a de que estamos com os olhos carregados de sono de tanto olhar para o que nos afasta de Deus.
(luís de la palma, A Paixão do Senhor, Éfeso, 1991, pg. 79)
Tratado dos vícios e pecados 50
Art.
2 — Se o diabo pode induzir ao pecado instigando interiormente.
(De
Malo, q. 3. a. 4).
O segundo discute-se assim. — Parece
que o diabo não pode induzir ao pecado, instigando interiormente.
1. — Pois, os movimentos interiores da
alma são actos vitais. Ora, todo acto vital procede de um princípio intrínseco,
mesmo o da alma vegetativa, o ínfimo desses actos. Logo, o diabo não pode, por
moção interna, instigar o homem ao mal.
2. Demais. — Todos os movimentos
interiores nascem, na ordem da natureza, dos sentidos externos. Ora, só Deus
pode obrar fora dessa ordem, como já se estabeleceu na Primeira Parte. Logo, o
diabo em nada pode influir nos movimentos interiores do homem senão pelo que
deles se manifesta nos sentidos externos.
3. Demais. — Os actos internos da alma
são inteligir e imaginar. Ora, o diabo não pode influir em nada sobre esses
dois actos. Pois, como já se demonstrou na Primeira Parte, ele não pode
impressionar o intelecto humano. Porque as formas imaginárias sendo mais
espirituais, são de mais elevada dignidade que as existentes na matéria
sensível; e contudo o diabo não pode impressionar estas últimas, como ficou
provado na Primeira Parte. Logo, não pode, pelos actos interiores do homem,
induzi-lo ao pecado.
Mas, em contrário, se assim fosse,
nunca poderia tentar o homem, senão aparecendo-lhe visivelmente. O que é
claramente falso.
A parte interior da alma é
intelectiva e sensitiva. A primeira compreende a inteligência e a vontade.
Quanto a esta, já dissemos como se comporta o diabo em relação a ela. Por outro
lado o intelecto, por natureza, é movido pelo que o ilumina e o leva, assim, ao
conhecimento da verdade. Ora, em relação ao homem, não tem tal intenção o demónio,
que quer, antes, entenebrecer-lhe a razão, para que consinta no pecado. E esse
entenebrecimento provém da fantasia e do apetite sensitivo. Por isso toda a acção
interior do diabo se dirige a mover a fantasia e o apetite sensitivo podendo
assim induzir ao pecado. Pois pode agir de modo a apresentar à imaginação
certas formas imaginárias; e também tomar o apetite sensitivo predisposto à
paixão.
Pois, como já se disse, a natureza
corpórea obedece naturalmente à espiritual, no concernente ao movimento local.
Por isso, o diabo pode causar tudo quanto pode provir do movimento local dos
corpos inferiores, se não for reprimido pelo poder divino. Ora algumas formas,
pelo movimento local podem ser apresentadas à imaginação. Pois, como diz o
Filósofo, quando dormimos, desce a maior parte do sangue para o princípio
sensitivo e, simultaneamente com ele, movimentos, — ou impressões remanescentes
da moção dos sensíveis, conservadas nas espécies sensíveis, — que movem o
princípio apreensivo. De modo que elas surgem como se então o princípio
sensitivo fosse imutado pelas próprias coisas exteriores. Daí o poder, esse
movimento local dos espíritos ou dos humores ser provocado pelos demónios quer
durmamos, quer estejamos acordados, donde lhe resultam certas imaginações.
Semelhantemente, o apetite sensitivo
fica predisposto a certas paixões por um determinado movimento do coração e dos
espíritos; e para isso também o diabo pode cooperar. E sendo provocadas certas
paixões do apetite sensitivo, percebemos mais acentuadamente o movimento ou
intenção sensível, reduzido, do modo sobredito, ao princípio apreensivo. Pois,
como o Filósofo diz no mesmo livro, os amantes são levados, por qualquer fraca
imagem, à apreensão da coisa amada. E também sucede que, provocada a paixão,
julguemos dever buscar o objecto proposto à imaginação. Porque quem é presa da
paixão parece-lhe bem aquilo a que ela o inclina. E deste modo o diabo induz
interiormente ao pecado.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— Embora as operações vitais procedam sempre de um princípio intrínseco, um
agente externo pode vir-lhes em ajuda. Assim como o calor externo contribui
para as operações da alma vegetal, tornando mais fácil a digestão de alimento.
RESPOSTA À SEGUNDA. — A referida
aparição das formas imagináveis não é absolutamente, contra a ordem da
natureza; nem resulta só do império da nossa vontade, mas do movimento local,
como já se disse.
Donde é patente a RESPOSTA À TERCEIRA
OBJECÇÃO. — Porque as formas em questão primordialmente, as recebem os
sentidos.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
Tratado dos vícios e pecados 52
Art.
4 — Se todos os pecados vêm da sugestão do diabo.
(I,
q. 114, a. 3; De Malo, q. 3, a. 5).
O quarto discute-se assim. — Parece
que todos os pecados dos homens provêm da sugestão do diabo.
1. — Pois, como diz Dionísio, a
multidão dos demónios é-lhes, para si e para os outros, a causa de todos os
males.
2. Demais. — Quem peca mortalmente
faz-se escravo do diabo, conforme a Escritura (Jo 8): todo o que comete pecado
é escravo do pecado. Mas, todo o que é vencido é também escravo daquele que o
venceu. Logo, quem cometer o pecado é vencido pelo diabo.
3. Demais. — Gregório diz, que o
pecado do diabo é irreparável, por ter caído sem sugestão de ninguém. Portanto,
seria irremediável o pecado de quem pecasse por livre arbítrio, sem sugestão
alheia, o que é patentemente falso. Logo, todos os pecados humanos são
sugeridos pelo diabo.
Mas, em contrário: Nem todos os nossos
maus pensamentos são provocados pelo diabo, mas às vezes surgem provocado pelo
nosso arbítrio.
Por certo, ocasional e
indirectamente, o diabo é causa de todos os nossos pecados. Pois, induziu o
primeiro homem a pecar; e esse pecado viciou a tal ponto a natureza humana, que
todos somos inclinados a pecar. Do mesmo modo poderíamos considerar como causa
da combustão da madeira quem a tivesse secado, fazendo com que se ela
facilmente queimasse. Directamente porém, não é causa de todos os pecados
humanos, no sentido de nos persuadir a cada um deles. E isso o prova Orígenes,
por haverem de ter os homens, mesmo que o diabo não existisse, o apetite da
comida, do acto venéreo e semelhantes. E esse desejo poderia ser desordenado,
se não se sujeitasse à razão; o que depende do livre arbítrio.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— A multidão dos demónios é causa de todos os nossos males, relativamente à
origem primeira, como se disse.
RESPOSTA À SEGUNDA. — Torna-se escravo
de outrem, não somente quem foi por esse dominado, mas ainda quem voluntariamente
se lhe submeteu. E deste modo torna-se escravo do diabo quem peca de propósito
deliberado.
RESPOSTA À TERCEIRA. — O pecado do
diabo foi irremediável, por ter pecado sem sugestão de ninguém; nem sentir
qualquer inclinação a pecar causada por alguma sugestão precedente. Ora, tal
não se pode dizer do pecado de nenhum homem.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
Reflectindo 13
Coincide esta
cerimónia, diria, protocolar do Israel de então, com outra de cariz semelhante:
a Purificação da Santíssima Virgem.
Ambas parecem
desnecessárias, a primeira porque o Menino que Se apresenta É, Ele próprio,
Deus; a segunda porque não há necessidade de purificar o que está imaculado.
Mas, se se
atenta bem, percebe-se a importância dos dois acontecimentos: A Mãe de Deus
leva ao Templo o Próprio Deus!
As trevas que
então cobriam a humanidade são rasgadas por esse raio de luz poderosa e
irresistível que nunca mais se apagará constituindo o farol que indicará o rumo
certo à humanidade em viagem.
Por isso se
chama, também, a Festa da Candelária, porque Ela, a Senhora é portadora dessa
fonte de luz.
De todos os
títulos com que, ao longo dos tempos, os seus filhos os homens, a foram
adornando, talvez seja este o que mais aprecio porque, se ter luz abundante,
intensa, que tudo ilumina é sumamente importante, mais importante ainda é
saber, conhecer e ter acesso à própria fonte dessa luz pois uma coisa é ser
iluminado de longe e outra, completamente diferente, é estar mesmo junto dessa
nascente luminosa que não só nos guia mas, também, nos transporta nos seus
raios iridescentes levando-a connosco a todas as partes onde possamos ir.
Reflexão, 2014.02.02