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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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23/03/2014
Evangelho diário e comentário
Tempo de Quaresma Semana III |
5 Chegou, pois, a uma cidade da
Samaria chamada Sicar, junto da herdade que Jacob deu a seu filho José. 6
Estava lá o poço de Jacob. Fatigado da viagem, Jesus sentou-Se sobre a borda do
poço. Era quase a hora sexta. 7 Veio uma mulher da Samaria tirar água. Jesus
disse-lhe: «Dá-Me de beber». 8 Os Seus discípulos tinham ido à cidade comprar
mantimentos.9 Disse-Lhe, então, a mulher: «Como, sendo Tu judeu, me pedes de
beber a mim, que sou samaritana?». Com efeito, os judeus não se dão com os
samaritanos. 10 Jesus responderam: «Se tu conhecesses o dom de Deus, e Quem é
que te diz: “Dá-Me de beber”, certamente Lhe pedirias e Ele te daria de uma
água viva». 11 A mulher disse-Lhe: «Senhor, Tu não tens com que a tirar e o
poço é fundo; donde tens, pois, essa água viva? 12 És Tu, porventura, maior do
que o nosso pai Jacob que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, e os seus
filhos e os seus gados?». 13 Jesus respondeu: «Todo aquele que bebe desta água
tornará a ter sede,14 mas aquele que beber da água que Eu lhe der, jamais terá
sede: a água que Eu lhe der virá a ser nele uma fonte de água que jorra para a
vida eterna». 15 A mulher disse-Lhe: «Senhor, dá-me dessa água, para eu não ter
mais sede, nem ter de vir aqui tirá-la».16 Jesus disse-lhe: «Vai, chama o teu
marido e vem cá». 17 A mulher respondeu-Lhe: «Não tenho marido». Jesus
replicou: «Disseste bem: não tenho marido; 18 porque tiveste cinco maridos e o
que agora tens, não é o teu marido; isto disseste com verdade». 19 A mulher
disse-Lhe: «Senhor, vejo que és profeta. 20 Nossos pais adoraram sobre este
monte e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar». 21 Jesus
disse-lhe: «Mulher, acredita-Me que é chegada a hora em que não adorareis o Pai
nem neste monte nem em Jerusalém. 22 Vós adorais o que não conheceis, nós
adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas vem a hora,
e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
verdade, porque é destes adoradores que o Pai deseja. 24 Deus é espírito, e em
espírito e verdade é que O devem adorar os que O adoram». 25 A mulher
disse-Lhe: «Eu sei que deve vir o Messias, que se chama Cristo; quando, pois,
Ele vier, nos manifestará todas as coisas». 26 Jesus disse-lhe: «Sou Eu, que
estou a falar contigo». 27 Nisto chegaram os Seus discípulos, e admiraram-se de
que estivesse a falar com uma mulher. Nenhum, contudo, Lhe disse: «Que é o que
queres?», ou: «Por que falas com ela?». 28 A mulher, então, deixou a bilha, foi
à cidade e disse àquela gente: 29 «Vinde ver um homem que me disse tudo o que
eu fiz; será este, porventura, o Cristo?». 30 Eles saíram da cidade e foram ter
com Jesus. 31 Entretanto, os Seus discípulos instavam com Ele, dizendo:
«Mestre, come». 32 Mas Ele respondeu-lhes: «Eu tenho um alimento para comer que
vós não sabeis». 33 Pelo que diziam entre si os discípulos: «Será que alguém
Lhe trouxe de comer?». 34 Jesus disse-lhes: «A Minha comida é fazer a vontade
d'Aquele que Me enviou e realizar a Sua obra. 35 «Não dizeis vós que “ainda há
quatro meses até à ceifa”? Mas Eu digo-vos: Levantai os olhos e vede os campos
que já estão brancos para a ceifa! 36 O que ceifa recebe recompensa e junta o
fruto para a vida eterna, para que assim o que semeia, como o que ceifa, se
regozijem juntamente. 37 Porque nisto se verifica o ditado: Um é o que semeia,
e outro o que ceifa. 38 Eu enviei-vos a ceifar o que vós não trabalhastes;
outros trabalharam e vós recolheis o fruto dos seus trabalhos». 39 Muitos
samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra daquela
mulher que dava este testemunho: «Ele disse-me tudo o que fiz!». 40 Vindo,
pois, ter com Jesus os samaritanos, pediram-Lhe que ficasse com eles. Ficou lá
dois dias. 41 Muitos mais acreditaram n'Ele em virtude da Sua palavra. 42 E
diziam à mulher: «Já não é pela tua palavra que acreditamos n'Ele, mas porque
nós próprios O ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do
mundo!».
Comentário:
É notável a confiança dos
discípulos no Mestre. Estranham a insólita cena com que se deparam – Jesus
falando com uma mulher Samaritana – mas não fazem perguntas.
O resultado, imediato,
desta confiança é assistirem a algo ainda mais insólito: os samaritanos vêm ter
com Jesus e pedem-lhe para ficar com eles e, durante dois dias, é-lhes dado ver
como Jesus, que não faz acepção de pessoas, os ensina e doutrina de tal forma
que o Evangelho confirma que «Muitos mais acreditaram n'Ele em virtude da Sua
palavra.»
Todas as almas interessam no apostolado e todas as
ocasiões são boas para o fazer, mesmo quando, aparentemente, talvez não seja
adequado, a ocasião propícia ou a pessoa a mais indicada.
(ama, comentário sobre Jo 4, 5-42, 2011.02.28)
Leitura espiritual para Mar 23
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Lc 11, 33-54
33 «Ninguém acende
uma lâmpada, e a põe em lugar escondido, nem debaixo do alqueire, mas sobre o
candelabro, para que os que entram vejam a luz. 34 O teu olho é a
lâmpada do teu corpo. Se o teu olho for puro, todo o teu corpo terá luz; se,
porém, for mau, também o teu corpo estará nas trevas. 35 Vê, pois,
que a luz que está em ti não seja trevas. 36 Se, pois, o teu corpo
estiver iluminado, sem ter parte alguma escura, todo ele será luminoso e
iluminar-te-á como quando a lâmpada te ilumina com o seu fulgor». 37
Enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-O para comer com ele. Tendo entrado,
pôs-Se à mesa. 38 Ora o fariseu estranhou que Ele não Se tivesse
lavado antes de comer. 39 Mas o Senhor disse-lhe: «Vós os fariseus
limpais o que está por fora do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio
de rapina e de maldade. 40 Néscios, quem fez o que está fora não fez
também o que está por dentro? 41 Dai antes o que tendes em esmola, e
tudo será puro para vós. 42 Mas ai de vós, fariseus, que pagais o
dízimo da hortelã, da arruda e de toda a casta de ervas, e desprezais a justiça
e o amor de Deus! Era necessário praticar estas coisas, mas não omitir aquelas.
43 Ai de vós, fariseus, que gostais de ter as primeiras cadeiras nas
sinagogas e as saudações nas praças! 44 Ai de vós, porque sois como
os sepulcros que não se vêem e sobre os quais se anda sem saber!». 45
Então um dos doutores da lei, tomando a palavra, disse-Lhe: «Mestre, falando
assim, também nos ofendes a nós». 46 Jesus respondeu-lhe: «Ai de vós
também, doutores da lei, porque carregais os homens com pesos que não podem
suportar, e vós nem com um dedo lhe tocais a carga! 47 Ai de vós,
que edificais sepulcros aos profetas, e foram vossos pais que lhes deram a
morte! 48 Assim dais a conhecer que aprovais as obras de vossos
pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros. 49
Por isso disse a sabedoria de Deus: Mandar-lhes-ei profetas e apóstolos, e eles
darão a morte a uns e perseguirão outros, 50 para que a esta geração
se peça conta do sangue de todos os profetas, derramado desde o princípio do
mundo, 51 desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que foi
morto entre o altar e o templo. Sim, Eu vos digo que será pedida conta disto a
esta geração. 52 Ai de vós, doutores da lei, que usurpastes a chave
da ciência, e nem entrastes vós, nem deixastes entrar os que queriam entrar!». 53
Dizendo-lhes estas coisas, os fariseus e doutores da lei começaram a insistir
fortemente e a importuná-Lo com muitas perguntas, 54 armando-Lhe
ciladas, e buscando ocasião de Lhe apanharem alguma palavra da boca para O
acusarem.
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
LUMEN GENTIUM
SOBRE A IGREJA
CAPÍTULO
II
O POVO DE DEUS
A
Nova Aliança com o novo Povo de Deus
9.
Em todos os tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que O teme
e obra justamente (cfr. Act. 10,35). Contudo, aprouve a Deus salvar e
santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre
eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse
santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para Seu povo. Com ele
estabeleceu uma aliança, a ele instruiu gradualmente, manifestando-Se a Si
mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para
Si. Mas todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e
perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação mais
completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. Eis que
virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de
Judá uma nova aliança... Porei a minha lei nas suas entranhas e a escreverei
nos seus corações e serei o seu Deus e eles serão o meu povo... Todos me
conhecerão desde o mais pequeno ao maior, diz o Senhor (Jer. 31, 31-34). Esta
nova aliança instituiu-a Cristo, o novo testamento no Seu sangue (cfr. 1 Cor.
11,25), chamando o Seu povo de entre os judeus e os gentios, para formar um
todo, não segundo a carne mas no Espírito e tornar-se o Povo de Deus. Com
efeito, os que crêem em Cristo, regenerados não pela força de germe corruptível
mas incorruptível por meio da Palavra de Deus vivo (cfr. 1 Ped. 1,23), não pela
virtude da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cfr. Jo. 3, 5-6), são
finalmente constituídos em «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo
conquistado... que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1 Ped. 2,
9-10).
Este
povo messiânico tem por cabeça Cristo, «o qual foi entregue por causa das
nossas faltas e ressuscitado por causa da nossa justificação» (Rom. 4,25) e,
tendo agora alcançado um nome superior a todo o nome, reina glorioso nos céus.
E condição deste povo a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos
corações o Espírito Santo habita como num templo. A sua lei é o novo
mandamento, o de amar assim como o próprio Cristo nos amou (cfr. Jo. 13,34).
Por último, tem por fim o Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo próprio
Deus, se deve desenvolver até ser também por ele consumado no fim dos séculos,
quando Cristo, nossa vida, aparecer (cfr. Col. 3,4) e «a própria criação for
liberta do domínio da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus»
(Rom. 8,21). Por isso é que este povo messiânico, ainda que não abranja de
facto todos os homens, e não poucas vezes apareça como um pequeno rebanho, é,
contudo, para todo o género humano o mais firme germe de unidade, de esperança
e de salvação. Estabelecido por Cristo como comunhão de vida, de caridade e de
verdade, é também por Ele assumido como instrumento de redenção universal e
enviado a toda a parte como luz do mundo e sal da terra (cfr. Mt. 5, 13-16).
Mas,
assim como Israel segundo a carne, que peregrinava no deserto, é já chamado
Igreja de Deus (cfr. 2 Esdr. 13,1, Num. 20,4, Deut. 23,1 ss.), assim o novo
Israel, que ainda caminha no tempo presente e se dirige para a futura e perene
cidade (cfr. Hebr. 13-14), se chama também Igreja de Cristo (cfr. Mt. 16,18),
pois que Ele a adquiriu com o Seu próprio sangue (cfr. Act. 20,28), encheu-a
com o Seu espírito e dotou-a dos meios convenientes para a unidade visível e
social. Aos que se voltam com fé para Cristo, autor de salvação e princípio de
unidade e de paz, Deus chamou-os e constituiu-os em Igreja, a fim de que ela
seja para todos e cada um sacramento visível desta unidade salutar (15).
Destinada a estender-se a todas as regiões, ela entra na história dos homens,
ao mesmo tempo que transcende os tempos e as fronteiras dos povos. Caminhando
por meio de tentações e tribulações, a Igreja é confortada pela força da graça
de Deus que lhe foi prometida pelo Senhor para que não se afaste da perfeita
fidelidade por causa da fraqueza da carne, mas permaneça digna esposa do seu
Senhor, e, sob a acção do Espírito Santo, não cesse de se renovar até, pela
cruz, chegar à luz que não conhece ocaso.
O
sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial
10.
Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre os homens (cfr. Hebr. 5,
1-5), fez do novo povo um «reino sacerdotal para seu Deus e Pai» (Apor. 1,6,
cfr. 5, 9-10). Na verdade, os baptizados, pela regeneração e pela unção do
Espírito Santo, são consagrados para serem casa espiritual, sacerdócio santo,
para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações
espirituais e anunciem os louvores daquele que das trevas os chamou à sua
admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10). Por isso, todos os discípulos de Cristo,
perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. Act., 2, 42-47), ofereçam-se a
si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Roma 12,1), deem
testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles que lha pedirem deem razão da
esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15). O sacerdócio
comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se
diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao
outro, pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo
(16). Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e
conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo as vezes de
Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo, os fiéis, por sua parte,
concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real (17),
que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e acção de graças, no
testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa.
O
exercício do sacerdócio comum nos sacramentos
11.
A índole sagrada e, orgânica da comunidade sacerdotal efectiva-se pelos
sacramentos e pelas virtudes. Os fiéis, incorporados na Igreja pelo Baptismo,
são destinados pelo carácter baptismal ao culto da religião cristã e,
regenerados para filhos de Deus, devem confessar diante dos homens a fé que de
Deus receberam por meio da Igreja (18). Pelo sacramento da
Confirmação, são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma
força especial do Espírito Santo e deste modo ficam obrigados a difundir e
defender a fé por palavras e obras como verdadeiras testemunhas de Cristo (19).
Pela participação no sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a
vida cristã, oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela (20),
assim, quer pela oblação quer pela sagrada comunhão, não indiscriminadamente
mas cada um a seu modo, todos tomam parte na acção litúrgica. Além disso,
alimentados pelo corpo de Cristo na Eucaristia, manifestam visivelmente a
unidade do Povo de Deus, que neste augustíssimo sacramento é perfeitamente
significada e admiravelmente realizada.
Aqueles
que se aproximam do sacramento da Penitência, obtêm da misericórdia de Deus o
perdão da ofensa a Ele feita e ao mesmo tempo reconciliam-se com a Igreja, que
tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração,
trabalha pela sua conversão. Pela santa Unção dos enfermos e pela oração dos
presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor padecente e
glorificado para que os salve (cfr. Tg. 5, 14-16), mais ainda, exorta-os a que,
associando-se livremente à Paixão e morte de Cristo (cfr. Rom. 8,17, Col. 1,24,
2 Tim. 11,12, 1 Ped. 4,13), concorram para o bem do Povo de Deus. Por sua vez,
aqueles de entre os fiéis que são assinalados com a sagrada Ordem, ficam
constituídos em nome de Cristo para apascentar a Igreja com a palavra e graça
de Deus. Finalmente, os cônjuges cristãos, em virtude do sacramento do
Matrimónio, com que significam e. participam o mistério da unidade do amor
fecundo entre Cristo e a Igreja (cfr. Ef. 5,32), auxiliam-se mutuamente para a
santidade, pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos, e têm
assim, no seu estado de vida e na sua ordem, um dom próprio no Povo de Deus
(cfr. 1 Cor. 7,7) (21) Desta união origina-se a família, na qual nascem novos
cidadãos da sociedade humana os quais, para perpetuar o Povo de Deus através
dos tempos, se tornam filhos de Deus pela graça do Espírito Santo, no Baptismo.
Na família, como numa igreja doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo
exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da fé e favorecer a vocação
própria de cada um, especialmente a vocação sagrada.
Munidos
de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua
condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por
seu caminho.
O
sentido da fé e dos carismas no povo cristão
12.
O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo
o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a
Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o Seu nome (cfr.
Hebr. 13,15). A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (cfr. Jo.
2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé, e esta sua propriedade peculiar
manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este,
«desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis» (22), manifesta
consenso universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se
desperta e sustenta pela acção do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a
direcção do sagrado magistério que fielmente acata, já não recebe simples
palavra de homens mas a verdadeira palavra de Deus (cfr. 1 Tess. 2,13), adere
indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cfr. Jud. 3), penetra-a
mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.
Além
disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por
meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas «distribuindo a
cada um os seus dons como lhe apraz» (1 Cor. 12,11), distribui também graças
especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e
dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e
cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras: «a cada
qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum» (1 Cor.
12,7). Estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples
e comuns, devem ser recebidos com acção de graças e consolação, por serem muito
acomodados e úteis às necessidades da Igreja. Não se devem porém, pedir
temerariamente, os dons extraordinários nem deles se devem esperar com
presunção os frutos das obras apostólicas, e o juízo acerca da sua
autenticidade e recto uso, pertence àqueles que presidem na Igreja e aos quais
compete de modo especial não extinguir o Espírito mas julgar tudo e conservar o
que é bom (cfr. 1 Tess. 5, 12. 19-21).
Universalidade
e catolicidade do único Povo de Deus
13.
Ao novo Povo de Deus todos os homens são chamados. Por isso, este Povo,
permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os
séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus que, no princípio, criou
uma só natureza humana e resolveu juntar em unidade todos os seus filhos que estavam
dispersos (cfr. Jo. 11,52). Foi para isto que Deus enviou o Seu Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas (cfr. Hebr. 1,2), para ser mestre, rei e
sacerdote universal, cabeça do novo e universal Povo dos filhos de Deus. Para
isto Deus enviou finalmente também o Espírito de Seu Filho, Senhor e fonte de
vida, o qual é para toda a Igreja e para cada um dos crentes princípio de
agregação e de unidade na doutrina e na comunhão dos Apóstolos, na fracção do
pão e na oração (cfr. Act. 2,42 gr.).
E
assim, o Povo de Deus encontra-se entre todos os povos da terra, já que de
todos recebe os cidadãos, que o são dum reino não terrestre mas celeste. Pois
todos os fiéis espalhados pelo orbe comunicam com os restantes por meio do
Espírito Santo, de maneira que «aquele que vive em Roma, sabe que os indianos
são membros seus» (23). Mas porque o reino de Cristo não é deste
mundo (cfr. Jo. 18,36), a Igreja, ou seja o Povo de Deus, ao implantar este
reino, não subtrai coisa alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo
contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de
ser dos povos, na medida em que são bons, e assumindo-os, purifica-os,
fortalece-os e eleva-os. Pois lembra-se que lhe cumpre ajuntar-se com aquele
rei a quem os povos foram dados em herança (cfr. Salm. 2,8), e para a cidade à
qual levam dons e ofertas (cfr. Salm. 71 [72], 10, Is. 60, 47, Apoc. 21,24).
Este carácter de universalidade que distingue o Povo de Deus é dom do Senhor,
por Ele a Igreja católica tende eficaz e constantemente à recapitulação total
da humanidade com todos os seus bens sob a cabeça, Cristo, na unidade do Seu
Espírito (24).
Em
virtude desta mesma catolicidade, cada uma das partes traz às outras e a toda a
Igreja os seus dons particulares, de maneira que o todo e cada uma das partes
aumentem pela comunicação mútua entre todos e pela aspiração comum à plenitude
na unidade. Daí vem que o Povo de Deus não só se forma de elementos oriundos de
diversos povos mas também se compõe ele mesmo de várias ordens. Existe de facto
entre os seus membros diversidade, quer segundo as funções, enquanto alguns
desempenham o sagrado ministério a favor de seus irmãos, quer segundo a
condição e estado de vida, enquanto muitos, no estado religioso, buscando a
santidade por um caminho mais estreito, estimulam os irmãos com o seu exemplo.
É também por isso que na comunhão eclesial existem legitimamente igrejas
particulares com tradições próprias, sem detrimento do primado da cátedra de
Pedro, que preside à universal assembleia da caridade (25), protege
as legítimas diversidades e vigia para que as particularidades ajudem a unidade
e de forma alguma a prejudiquem. Daí, finalmente, os laços de íntima união
entre as diversas partes da Igreja, quanto às riquezas espirituais, obreiros
apostólicos e ajudas materiais. Pois os membros do Povo de Deus são chamados a
repartir entre si os bens, valendo para cada igreja as palavras do Apóstolo:
«cada um ponha ao serviço dos outros o dom que recebeu, como bons
administradores da multiforme graça de Deus» (1 Ped. 4,10).
Todos
os homens são chamados a esta unidade católica do Povo de Deus, a qual anuncia
e promove a paz universal, a ela pertencem, de vários modos, ou a ela se
ordenam, quer os católicos quer os outros que acreditam em Cristo quer,
finalmente, todos os homens em geral, pela graça de Deus chamados à salvação.
Os
fiéis católicos, a necessidade da Igreja
14.
O sagrado Concílio volta-se primeiramente para os fiéis católicos. Fundado na
Escritura e Tradição, ensina que esta Igreja, peregrina sobre a terra, é
necessária para a salvação. Com efeito, só Cristo é mediador e caminho de
salvação e Ele torna-Se-nos presente no Seu corpo, que é a Igreja, ao inculcar
expressamente a necessidade da fé e do Baptismo (cfr. Mc. 16,16, Jo. 3,15),
confirmou simultaneamente a necessidade da Igreja, para a qual os homens entram
pela porta do Baptismo. Pelo que, não se poderiam salvar aqueles que, não
ignorando ter sido a Igreja católica fundada por Deus, por meio de Jesus
Cristo, como necessária, contudo, ou não querem entrar nela ou nela não querem
perseverar.
São
plenamente incorporados à sociedade que é a Igreja aqueles que, tendo o
Espírito de Cristo, aceitam toda a sua organização e os meios de salvação nela
instituídos, e que, pelos laços da profissão da fé, dós sacramentos, do governo
eclesiástico e da comunhão, se unem, na sua estrutura visível, com Cristo, que
a governa por meio do Sumo Pontífice e dos Bispos. Não se salva, porém, embora
incorporado à Igreja, quem não persevera na caridade: permanecendo na Igreja
pelo «corpo», não está nela com o coração (26). Lembrem-se, porém,
todos os filhos da Igreja que a sua sublime condição não é devida aos méritos
pessoais, mas sim à especial graça de Cristo, se a ela não corresponderem com
os pensamentos, palavras e acções, bem longe de se salvarem, serão antes mais
severamente julgados (27).
Os
catecúmenos que, movidos pelo Espírito Santo, pedem explicitamente para serem
incorporados na Igreja, já lhe estão unidos por esse desejo, e a mãe Igreja já
os abraça com amor e solicitude.
(cont.)
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
_________________________________________
Notas:
15.
Cfr. S. Cipriano, Epist. 69, 6: PL 3, 1142 B, Hartel 3 B, p. 754: «inseparabile
unitatis sacramentum».
16.
Cfr. Pio XII, Aloc. Magnificate Dominum, 2 nov. 1954: AAS 46 (1954) p. 669.
Encícl. Mediator Dei, 20 nov. 1947: AAS 39 (1947) p, 555.
17.
Cfr. Pio XI, Encicl. Miserentissimus Redemptor, 8 maio 1928: AAS 29 (1928) p.
171 s. Pio XII, Aloc. Vous
nous avez, 22 set. 1956: AAS 48 (1956) p. 714.
18. Cfr. S. Tomás, Summa Theol.
III, q. 63, a. 2.
19. Cfr. S. Cirilo de Jerus. Catech.
17, de Spiritu Santo, II, 35-37: PG 33, 1009-1012. Nic. Cabasilas, De vita in
Christo, lib. III, de utilitate chrismatis: PG 150, 569-580. S. Tomás, Summa
Theol. 111, q. 65, a. 3 e q. 72, a. 1 e 5.
20.
Cfr. Pio XII, Encicl. Mediator Dei, 20 nov. 1947: AAS 39 (1947), sobretudo p.
552 s.
21.
1 Cor. 7, 7: «Unusquisque proprium donum (idion charisma) habet ex Deo: alius
quidem sie, alius vero sic». Cfr. S. Agostinho, De Dono Persev. 14, 37: PL 45,
1015 s.: Non tantum continentia Dei donum est, sed coniugatorum atiam
castitas».
22.
Cfr. S. Agostinho, De Praed. Sanct.
14, 27: PL 44, 980.
23. Cfr. S. J. Crisóstomo, In
Io. Hom. 65, 1: PG 59, 361.
24.
Cfr. S. Ireneu, Adv. Haer. 111, 16, 6, III, 22, 1-3: PG 7, 925 C-926 A, e 955
C-958 A: Harvey 2, 87 s. e 120-123, Sagnard, Ed. Sources Chrét., pp. 290-292 e 372 ss.
25. Cfr. S. Inácio M., Ad Rom.,
Pref.: ed. Funk, I, p. 252.
26.
Cfr. S. Agostinho, Bapt. c. Donat. V, 28, 39: PL 43, 197: «C'erte manifestum est, id quod dicitur, in
Ecclesia intus et foris, in corde, non in corpore cogitandum». Cfr. ib., III, 19, 26: col. 152, V, 18, 24: col. 189,
In Io. Tr. 61, 2: PL 35, 1800, etc. etc.
27.
Cfr. Lc. 12, 48: « Omni autem, cui multum datum est, multum quaeretur ab eo».
Cfr. Mt. 5, 19-20, 7, 21-22, 25, 41-46, Tg. 2,14.
Tratado dos vícios e pecados 37
Questão 77: Da causa do
pecado por parte do apetite sensitivo: se a paixão da alma é causa do pecado.
Art. 5 ― Se se consideram
convenientemente como causas dos pecados a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida.
(II Sent., dist. XLII, q. 2, a.
1).
O
quinto discute-se assim. ― Parece que se consideram inconvenientemente como
causas dos pecados a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida.
1.
― Pois, segundo o Apóstolo (1 Tm 6, 10), a raiz de todos os males é a avareza.
Ora, a soberba da vida não está contida na avareza. Logo, não deve ser posta
entre as causas dos pecados.
2.
Demais. ― A concupiscência da carne excita-se principalmente pela visão dos
olhos, segundo a Escritura (Dn 13, 56): a formosura te seduziu. Logo, a
concupiscência dos olhos não se divide, por contrariedade, da concupiscência da
carne.
3.
Demais. A concupiscência é um apetite deleitável, como já se disse (q. 30, a.
1). Ora, a deleitação pode afectar não só a vista, mas também os outros
sentidos. Logo, também se deveria admitir uma deleitação do ouvir e dos demais
sentidos.
4.
Demais. ― Assim como somos induzidos ao pecado pela concupiscência desordenada
do bem, assim, pela aversão desordenada ao mal, conforme já se disse (a. 4, ad
3). Ora, na enumeração supra nada há de condizente com essa aversão ao mal.
Logo, enumeram-se insuficientemente as causas dos pecados.
Mas,
em contrário, diz a Escritura (1 Jo 2, 16): Porque tudo o que há no mundo é
concupiscência da carne, e concupiscência dos olhos, e soberba da vida. Ora,
por causa do pecado vem referirmo-nos às coisas do mundo, e por isso, no mesmo
livro (5, 19) está que todo o mundo está posto no maligno. Logo, as causas dos
pecados são as três supra-enumeradas.
Como já dissemos (a. 4), o amor-próprio desordenado é a causa de todo pecado.
Ora, nesse amor está incluído o apetite desordenado do bem, pois cada qual
deseja o bem a quem ama. Por onde manifestamente, tal apetite é a causa de todo
pecado. Mas o bem é de duplo modo o objecto do apetite sensível, onde residem
as paixões da alma, causas do pecado. É-o absolutamente, enquanto objecto do
concupiscível, ou, de outro modo, quando, difícil de atingir, é o objecto do
irascível, conforme dissemos (q. 23, a. 1).
Ora,
é dupla a concupiscência, segundo já se estabeleceu (q. 30, a. 3). Uma natural,
incidente sobre o necessário ao sustento do corpo, quer quanto à conservação do
indivíduo, como a comida, a bebida e coisas semelhantes, quer quanto à
conservação da espécie, como é o caso da função reprodutora. E ao apetite
desordenado de tais coisas chama-se concupiscência da carne. ― A outra é a
concupiscência animal incidente sobre coisas que, pelo sentido da carne, não
produzem sustento nem deleitação, mas são deleitáveis pela apreensão
imaginativa, ou de modo semelhante. Assim, o dinheiro, o ornato das vestes e
coisas semelhantes. Esta concupiscência animal chama-se concupiscência dos
olhos. E por ela se entende a concupiscência da própria visão, que se opera
pelos olhos, e se traduz pela curiosidade, segundo a exposição de Agostinho 1.
Ou, a concupiscência das coisas propostas exteriormente aos olhos, e que se
traduz pela cobiça, segundo a exposição de outros. ― Por outro lado, o desejo
do bem difícil diz respeito à soberba da vida; pois, a soberba é o apetite
desordenado da excelência, como a seguir se dirá (q. 84, a. 2; IIa IIae, q.
162, a. 1).
Donde,
é claro, que a essas três concupiscências se podem reduzir todas as paixões,
causas do pecado. Pois, às duas primeiras reduzem-se todas as paixões do
concupiscível, e à terceira, todas as do irascível, não susceptível de dupla divisão,
porque todas as paixões do irascível correspondem à concupiscência animal.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― Enquanto a cobiça implica universalmente o
apetite de qualquer bem, a soberba de vida também está nela compreendida. E
como a cobiça, sendo então um vício especial e denominando-se avareza, é a raiz
de todos os vícios,como a seguir se dirá (q. 82, a. I).
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Pela concupiscência dos olhos não se entende aqui a concupiscência
de todas as coisas que por eles podem ser vistas, senão só a daquelas onde não
buscamos o deleite carnal, depende do tacto, mas só a dos olhos, i. é, de
qualquer virtude apreensiva.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― O sentido da vista é o mais excelente de todos e o que maior
extensão abrange, como diz Aristóteles 2. E por isso o seu nome se
aplica a todos os outros sentidos e também a todas as apreensões interiores, no
dizer de Agostinho 3.
RESPOSTA
À QUARTA. ― A fuga do mal é causada pelo desejo do bem, como dissemos (q. 24,
a. 2). E por isso se referem às paixões que inclinam para o bem, como causas
das inclináveis desordenadamente à fuga do mal.
Revisão da tradução portuguesa por ama
_______________________________________
Notas:
1.
X Conf. (cap. XXXV).
2.
I Metaph. (lect. I).
3.
De verbis Domini (serm. CXII).
Temas para meditar 51
Redenção
Tudo
quanto Jesus padeceu foi o preço do nosso resgate.
(santo agostinho, Comentário sobre sobre o Salmo 21, 11, 8)
Pequena agenda do cristão
Domingo
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Viver a família.
Senhor,
que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada,
absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças,
azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um
sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me: Cultivar
a Fé.
São
Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não
tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste:
Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E
eu creio, Senhor.
Creio
firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o
meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem
ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres
mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo
o meu coração.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
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Vidas de Santos
Nota Histórica
Nasceu em Espanha cerca do ano 1538 e
estudou Direito em Salamanca. No ano 1580 foi eleito bispo de Lima e partiu
para a América. Cheio de zelo apostólico, celebrou vários sínodos e concílios
que muito promoveram a vida cristã em todo o território. Defendeu com firmeza
os direitos da Igreja, dedicou-se com grande solicitude pelo rebanho que lhe
fora confiado, visitando-o com frequência e preocupando-se de modo especial com
a população autóctone. Morreu no ano 1606.