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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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20/03/2014
Evangelho do dia e comentário
Tempo de Quaresma Semana II |
19 «Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e todos os dias se banqueteava esplendidamente. 20 Havia também um mendigo, chamado Lázaro, que, coberto de chagas, estava deitado à sua porta, 21 desejando saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico, e até os cães vinham lamber-lhe as chagas. 22 «Sucedeu morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico, e foi sepultado. 23 Quando estava nos tormentos do inferno, levantando os olhos, viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio. 24 Então exclamou: Pai Abraão, compadece-te de mim, e manda Lázaro que molhe em água a ponta do seu dedo para refrescar a minha língua, pois sou atormentado nestas chamas. 25 Abraão disse-lhe: Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro, ao contrário, recebeu males; por isso ele é agora consolado e tu és atormentado. 26 Além disso, há entre nós e vós um grande abismo; de maneira que os que querem passar daqui para vós não podem, nem os daí podem passar para nós. 27 O rico disse: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à minha casa paterna, 28 pois tenho cinco irmãos, para que os advirta disto, e não suceda virem também eles parar a este lugar de tormentos. 29 Abraão disse-lhe: Têm Moisés e os profetas; oiçam-nos. 30 Ele, porém, disse: Não basta isso, pai Abraão, mas, se alguém do reino dos mortos for ter com eles, farão penitência. 31 Ele disse-lhe: Se não ouvem Moisés e os profetas, também não acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos».
Comentário:
Com esta parábola, Jesus Cristo, revela o que se irá
passar com Ele mesmo.
O Ressuscitado, que nos mereceu a salvação, será
rejeitado por muitos que não acreditarão na Sua Palavra e, obstinadamente,
hão-de negar a Verdade.
(ama,
comentário sobre Lc 16, 19-31, 2013.09.30)
Leitura espiritual para Mar 20
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Lc 10, 21-37
21 Naquela mesma hora Jesus exultou de alegria no Espírito
Santo, e disse: «Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondeste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos simples.
Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. 22 Todas as coisas
Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai, nem
quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar». 23
Depois, tendo-Se voltado para os discípulos, disse: «Felizes os olhos que vêem
o que vós vedes. 24 Porque Eu vos afirmo que muitos profetas e reis
desejaram ver o que vós vedes e não o viram, ouvir o que vós ouvis e não o
ouviram». 25
Eis que se levantou um doutor da lei, e disse-Lhe para o experimentar: «Mestre,
que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?». 26 Jesus
respondeu-lhe: «O que é que está escrito na Lei? Como lês tu?». 27
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e o teu próximo
como a ti mesmo». 28 Jesus disse-lhe: «Respondeste bem: faz isso e
viverás». 29 Mas ele, querendo justificar-se, disse a Jesus: «E quem
é o meu próximo?». 30 Jesus, retomando a palavra, disse: «Um homem
descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que o despojaram,
o espancaram e retiraram-se, deixando-o meio morto. 31 Ora aconteceu
que descia pelo mesmo caminho um sacerdote que, quando o viu, passou de largo. 32
Igualmente um levita, chegando perto daquele lugar e vendo-o, passou adiante. 33
Um samaritano, porém, que ia de viagem, chegou perto dele e, quando o viu,
encheu-se de compaixão. 34 Aproximou-se, ligou-lhe as feridas,
deitando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu jumento, levou-o a uma
estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte tirou dois denários,
deu-os ao estalajadeiro e disse-lhe: Cuida dele; quanto gastares a mais, eu to
pagarei quando voltar. 36 Qual destes três te parece que foi o
próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?». 37 Ele respondeu:
«O que usou de misericórdia com ele». Então Jesus disse-lhe: «Vai e faz tu o
mesmo».
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA
CAPÍTULO
III
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA
SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO
Natureza
da inspiração e verdade da Sagrada Escritura
11.
As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura,
foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe
Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canónicos os livros
inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque,
escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo. 20,31, 2 Tim. 3,16, 2 Ped.
1, 19-21, 3, 15-16), têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria
Igreja [i].
Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens
na posse das suas faculdades e capacidades [ii],
para que, agindo Ele neles e por eles [iii],
pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele
queria [iv].
E
assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser
tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os
livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que
Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras [v].
Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para
corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito,
experimentado em todas as obras boas» (Tim. 3, 7-17 gr.).
Interpretação
da Sagrada Escritura
12.
Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira
humana [vi],
o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos,
deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar
e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.
Para
descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre
outras coisas, os «géneros literários». Com efeito, a verdade é proposta e
expressa de modos diversos, segundo se trata de géneros históricos, proféticos,
poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que
o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo
e da sua cultura, pretendeu exprimir e de facto exprimiu servindo-se dos
géneros literários então usados [vii].
Com efeito, para entender rectamente o que autor sagrado quis afirmar, deve
atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar
em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se
frequentemente nas relações entre os homens de então [viii].
Mas,
como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com
que foi escrita [ix],
não se deve dar menos atenção, na investigação do recto sentido dos textos
sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a
Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar,
de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido
da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório,
amadureça o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à
interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o
divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus [x].
Condescendência
de Deus
13.
Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus,
manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para
conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou,
tomando providência e cuidado da nossa natureza» [xi].
As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se
intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai
se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana.
CAPÍTULO
IV
O
ANTIGO TESTAMENTO
A
história da salvação consignada nos livros do Antigo Testamento
14.
Deus amantíssimo, desejando e preparando com solicitude a salvação de todo o
género humano, escolheu por especial providência um povo a quem confiar as suas
promessas. Tendo estabelecido aliança com Abraão (cfr. Gén. 15,18), e com o
povo de Israel por meio de Moisés (cfr. Ex. 24,8), revelou-se ao Povo escolhido
como único Deus verdadeiro e vivo, em palavras e obras, de tal modo que Israel
pudesse conhecer por experiência os planos de Deus sobre os homens, os
compreendesse cada vez mais profunda e claramente, ouvindo o mesmo Deus falar
por boca dos profetas, e os difundisse mais amplamente entre os homens (cfr.
Salm. 21, 28-29, 95, 1-3, Is. 2, 1-4, Jer. 3,17). A «economia» da salvação de
antemão anunciada, narrada e explicada pelos autores sagrados, encontra-se nos
livros do Antigo Testamento como verdadeira palavra de Deus. Por isso, estes
livros divinamente inspirados conservam um valor perene: «Tudo quanto está
escrito, para nossa instrução está escrito, para que, por meio da paciência e
consolação que nos vem da Escritura, tenhamos esperança» (Rom. 15,4).
Importância
do Antigo Testamento para os cristãos
15.
A «economia» do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar
profeticamente (cfr. Lc. 24,44, Jo. 5,39, 1 Ped. 1,10) e a simbolizar com
várias figuras (cfr. 1 Cor. 10,11) o advento de Cristo, redentor universal, e o
do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do
género humano antes do tempo da salvação estabelecida por Cristo, manifestam a
todos o conhecimento de Deus e do homem, e o modo com que Deus justo e
misericordioso trata os homens. Tais livros, apesar de conterem também coisas
imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina [xii].
Por isso, os fiéis devem receber com devoção estes livros que exprimem o vivo
sentido de Deus, nos quais se encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus,
uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem como admiráveis tesouros
de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação.
Unidade
de ambos ao Testamentos
16.
Foi por isso que Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos,
dispôs tão sabiamente as coisas, que o Novo Testamento está latente no Antigo,
e o Antigo está patente no Novo [xiii].
Pois, apesar de Cristo ter alicerçado à nova Aliança no seu sangue (cfr. Lc.
22,20, 1 Cor. 11,25), os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente
assumidos na pregação evangélica [xiv]
adquirem e manifestam a sua plena significação no Novo Testamento (cfr. Mt.
5,17, Lc. 24,27, Rom. 16, 25-26, 2 Cor. 3, 1416), que por sua vez iluminam e
explicam.
CAPÍTULO
V
O NOVO TESTAMENTO
Excelência
do Novo Testamento
17.
A palavra de Deus, que é virtude de Deus para a salvação de todos os crentes
(cfr. Rom. 1,16), apresenta-se e manifesta o seu poder dum modo eminente nos
escritos do Novo Testamento. Com efeito, quando chegou a plenitude dos tempos
(cfr. Gál. 4,4), o Verbo fez-se carne e habitou entre nós cheio de graça e
verdade (cfr. Jo. 1,14). Cristo estabeleceu o reino de Deus na terra,
manifestou com obras e palavras o Pai e a Si mesmo, e levou a cabo a Sua obra
com a Sua morte, ressurreição, e gloriosa ascensão, e com o envio do Espírito
Santo. Sendo levantado da terra, atrai todos a si (cfr. Jo. 12,32 gr.), Ele que
é o único que tem palavras de vida eterna (cfr. Jo. 6,68). Este mistério,
porém, não foi descoberto a outras gerações como foi agora revelado aos seus
santos Apóstolos e aos profetas no Espírito Santo (cfr. Ef. 3, 46 gr.) para que
pregassem o Evangelho, e despertassem a fé em Jesus Cristo e Senhor, e
congregassem a Igreja. Os escritos do Novo Testamento são um testemunho perene
e divino de todas estas coisas.
Origem
apostólica dos Evangelhos
18.
Ninguém ignora que entre todas as Escrituras, mesmo do Novo Testamento, os
Evangelhos têm o primeiro lugar, enquanto são o principal testemunho da vida e
doutrina do Verbo encarnado, nosso salvador.
A
Igreja defendeu e defende sempre e em toda a parte a origem apostólica dos
quatro Evangelhos. Com efeito, aquelas coisas que os Apóstolos, por ordem de
Cristo, pregaram, foram depois, por inspiração do Espírito Santo, transmitidas
por escrito por eles mesmos e por varões apostólicos como fundamento da fé, ou
seja, o Evangelho quadriforme, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João [xv].
Carácter
histórico dos Evangelhos
19.
A santa mãe Igreja defendeu e defende firme e constantemente que estes quatro
Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente as
coisas que Jesus, Filho de Deus, durante a sua vida terrena, realmente operou e
ensinou para salvação eterna dos homens, até ao dia em que subiu ao céu (cfr.
Act. 1. 1-2). Na verdade, após a ascensão do Senhor, os Apóstolos transmitiram
aos seus ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que eles, instruídos
pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e iluminados pelo Espírito de verdade [xvi]
gozavam [xvii],
as coisas que Ele tinha dito e feito. Os autores sagrados, porém, escreveram os
quatro Evangelhos, escolhendo algumas coisas entre as muitas transmitidas por
palavra ou por escrito, sintetizando umas, desenvolvendo outras, segundo o
estado das igrejas, conservando, finalmente, o carácter de pregação, mas sempre
de maneira a comunicar-nos coisas autênticas e verdadeiras acerca de Jesus [xviii].
Com efeito, quer relatassem aquilo de que se lembravam e recordavam, quer se
baseassem no testemunho daqueles «que desde o princípio foram testemunhas
oculares e ministros da palavra», fizeram-no sempre com intenção de que
conheçamos a «verdade» das coisas a respeito das quais fomos instruídos (cfr.
Lc. 1, 2-4).
Os
restantes escritos do Novo Testamento
20.
O cânon do Novo Testamento contém igualmente além dos quatro Evangelhos, as
Epístolas de S. Paulo e outros escritos apostólicos redigidos por inspiração do
Espírito Santo, com os quais, segundo o plano da sabedoria divina, é confirmado
o que diz respeito a Cristo Senhor, é explicada mais e mais a sua genuína
doutrina, é pregada a virtude salvadora da obra divina de Cristo, são narrados
os começos da Igreja e a sua admirável difusão, e é anunciada a sua consumação
gloriosa.
Com
efeito, o Senhor Jesus assistiu os seus Apóstolos como tinha prometido (cfr.
Mt. 28,20) e enviou-lhes o Espírito consolador que os devia introduzir na
plenitude da verdade (cfr. Jo. 16,13).
Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.
[i]
Cfr. Conc.
Vat. I, Const. dogm. de fide cath., Dei Filius, cap. 2: Denz. 1787 (3006).
Denz. da Comissão Biblica, 18 jun. 1915: Denz. 2180 (3629) , EB 420. Santo
Officio, Epist., 22 dez. 1923: EB 499.
[ii]
Cfr. Pio XII,
Encíclica Divino afflante Spiritu, 30 set. 1944: AAS 35 (1943) 314, EB 556.
[iii]
Em
o por o homem: cfr. Hebr. 1,1 e 4,7 (Em), 2 Sam. 23,2, Mt. 1,22 e passim (por),
Conc. Vat. I: schema de doctr. cath., nota 9: Coll. Lac. VII, 522.
[iv]
Leão
XIII, Encíclica Providentissimus Deus, 18 nov. 1893: Denz. 1952 (3293) EB 125.
[v]
Cfr. S.
Agostinho, De Gen. ad Litt. 2, 9, 20: PL 34, 270-271, CSEL 28, 1, 46-47 e
Epist. 82, 3: PL 33, 277: CSEL 34, 2, p. 354.—S. Tomás, De Ver. q. 12, a. 2 c.
—Conc. de Trento, decr. De canonicis Scripturis: Denz. 783 (1501) —Ledo XIII,
Enc. Providentissimus: EB 121, 124, 126-127—Pio XII, Enc. Divino afflante
Spiritu: EB 539.
[vi]
S.
Agostinho, De civ. Dei, XVII, 6, 2: PL 41, 537: CSEL XL 2, 228.
[vii]
S. Agostinho,
De doct. christ., III, 18, 26: PL 34, 75-76, CSEL 80, 95.
[viii]
Pio XII, 1.
c.: Denz. 2294 (3829-3830), EB 557-562.
[ix]
Cfr. Bento XV, Enc. Spiritus Paraclitus, 15 set. 1920:
EB 469.- S. Jerónimo, In Gal., 5, 19-21: PL 26, 417 A.
[xi]
S. João
Crisóstomo, In Gen. 3,8 (hom. 17,1): PG 53, 134. «Acomodação», em grego
synkatábasis.
[xii] Pio
XI, Enc. Mit brennender Sorge, 14 mar. 1937: AAS 29 (1937) 151.
[xiv] S. Ireneu, Adv.:
Haer. III, 21, 3: PG 7, 950: ( = 25, 1: Harvey 2, p. 115). S. Cirilo de
Jerusalém, Caech. 4, 35: PG 33, 497, Teodoro de Mopsuesta, In Soph. 1, 4-6: PG
66, 452 D-453 A.
[xvi]
Cfr.
Jo. 14,26, 16,13,
[xvii]
Cfr.
Jo. 2,22, 12,16, eft. 14,26, 16, 12-13, 7,39.
[xviii]
Cfr.
Instrução Sancta Mater Ecclesia, da Pontifícia Comisão Bíblica: AAS 56 (1964)
715.
Tratado dos vícios e pecados 34
Questão 77: Da causa do
pecado por parte do apetite sensitivo: se a paixão da alma é causa do pecado.
Art. 2 – Se a razão pode
ser travada pela paixão contrária à sua ciência.
(De Malo, q. 2.
a. 9 ; VII Ethic., lect. III)
O
segundo discute-se assim. ― Parece que a razão não pode ser travada pela paixão
contrária à sua ciência.
1.
― Pois, o mais forte não pode ser vencido pelo mais fraco. Ora, a ciência, pela
sua certeza, é o que há em nós de mais forte. Logo, não pode ser travada pela
paixão, débil e transitória 1.
2.
― Demais. ― A vontade só pode ter por objecto o bem real ou aparente. Ora, a
paixão, quando arrasta a vontade para o bem verdadeiro, não inclina a razão
contra a ciência. E quando a arrasta para o bem aparente, sem existência, fá-lo
para o bem aparente à razão, o que também lhe pertence à ciência. Logo, a
paixão nunca inclina a razão contra a ciência.
3.
Demais. ― E a quem disser que arrasta a razão, conhecedora em universal do objecto,
de maneira a levá-la a julgar o contrário, num caso particular, responde-se-lhe
o seguinte. ― Quando a proposição universal se opõe à particular, tal dá-se por
contradição, assim, todo o homem não opõe a todo homem. Ora, duas opiniões, que
versam sobre objectos contraditórios, são contrárias, como diz Aristóteles 2.
Quem portanto, conhecendo alguma coisa em universal, julgasse a oposta, em
particular, por força defenderia simultaneamente opiniões contrárias, o que é
impossível.
4.
Demais. ― Quem conhece em universal conhece também o particular, pois sabe
estar esse contido naquele. Assim, quem sabe que toda mula é estéril sabe ser
estéril tal animal determinado, pois sabe que é mula, como está claro em
Aristóteles 3. Ora, quem sabe algo em universal, p. ex., que não
devemos praticar a fornicação, sabe, p. ex., que tal acto particular, contido
no universal, é um acto de fornicação. Logo, também o conhece em particular.
5.
Demais. ― O expresso pela palavra é sinal da inteligência da alma, segundo o
Filósofo 4. Ora, levados pela paixão confessamos frequentemente ser
um mal o que escolhemos, mesmo em particular. Logo, temos essa ciência relativa
ao particular. Donde, portanto, se conclui, que as paixões não podem arrastar a
razão contrariamente à ciência em universal, pois, não pode dar-se que tenha a
ciência, universalmente, e pense o oposto em particular.
Mas,
em contrário, diz o Apóstolo (Rm 7, 23): Sinto nos meus membros outra lei que
repugna à lei do meu espírito e que me faz cativo da lei do pecado. Ora, a lei
dos membros está na concupiscência, da qual já tratamos acima. E sendo a
concupiscência uma paixão, resulta que esta arraste a razão, mesmo
contrariamente ao que ela sabe.
Era opinião de Sócrates, como diz Aristóteles 5, que a ciência nunca
poderia ser vencida pela paixão. Por isso, ensinava, todas as virtudes são
ciências e todos os pecados, ignorâncias. E nisso, de certo modo, pensava rectamente;
pois a vontade, querendo o bem, ou o que lhe parece tal, nunca se move para o
mal, salvo se o não bom aparecer, de certo modo, como tal, à razão. E por isso
a vontade nunca tenderá para o mal, senão por ignorância ou erro da razão.
Donde o dizer a Escritura (Pr 14, 22): Os que obram mal, erram. ― Mas por outro
lado, a experiência patenteia que muitos procedem contra a ciência que têm, e a
autoridade divina o confirma, conforme àquele lugar: aquele servo que soube a
vontade de seu senhor, e não a fez, dar-se-lhe-ão muitos açoites, e ainda:
Aquele, pois, que sabe fazer o bem, e não no faz, peca. Donde se vê que a
opinião de Sócrates não é verdadeira de modo absoluto, mas é preciso
distinguir, como ensina Aristóteles 6.
Pois,
como para agir acertadamente, o homem é dirigido por ciência dupla, uma de
natureza universal e outra, particular, a deficiência de qualquer delas basta
para lhe ficar impedida a rectidão da vontade e do acto, como já se disse (q.
76, a. 1). Donde, é possível possuirmos a ciência, em universal, de que, p.
ex., não devemos praticar a fornicação, sem contudo sabermos, em particular,
que não devemos praticar um determinado acto, que é fornicação, e isto basta
para a vontade não obtemperar à ciência de natureza universal, da razão. ― E
além disso, devemos considerar que nada impede que saibamos alguma coisa
habitualmente, sem contudo nela reflectirmos actualmente. Donde, pode suceder que
tenhamos uma ciência recta, singularmente, e não só universalmente, sem contudo
nela reflectirmos atualmente. E, então, não parece difícil agirmos à margem do
que não consideramos em acto.
Por
outro lado, às vezes é só por falta de intenção que não consideramos, em
particular, o que sabemos habitualmente. Assim quando, sabendo geometria, não
temos a intenção de lhe considerar as conclusões, o que entretanto poderíamos
imediatamente fazer, se o quiséssemos. Outras vezes, ainda, não consideramos o
que possuímos habitualmente, por causa de algum impedimento sobreveniente, p.
ex., por causa de alguma ocupação exterior ou doença corpórea. E deste modo,
quem é dominado pela paixão não considera em particular o que sabe
universalmente, por lhe impedir a ela tal consideração.
Ora,
pode impedi-la de três modos. ― Primeiro, por distracção, como já ficou exposto
(a. 1). Segundo, por contrariedade, pois muitas vezes a paixão inclina para o
contrário daquilo que sabemos por ciência universal. Terceiro, por imutação
corpórea, pela qual a razão fica de certo modo travada, de maneira a não poder
exercer livremente o seu acto. Assim, o sono ou a embriaguez, pela alteração
corpórea que causam, travam o uso da razão. E vemos claramente que isto se dá
às vezes com as paixões, quando a sua muita intensidade nos priva de todo o uso
da razão. Assim, o amor ou a ira excessivos levam muitos à insânia. E deste modo,
a paixão arrasta a razão a julgar, em particular, contra o que sabe por ciência
universal.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― A ciência em universal, que é certíssima, não
exerce o papel principal na agência, mas antes, a ciência em particular, pois o
actos versam sobre o particular. Donde, não é de admirar-se, na ordem prática,
a paixão encontra a ciência universal, faltando a consideração particular.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Já é por alguma paixão que o bem, que não é tal, se apresenta em
particular à razão, como bem. E, contudo, esse juízo particular é contrário à
ciência de natureza universal, da razão.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― Não é possível termos simultânea e actualmente uma ciência ou
opinião verdadeira a respeito do universal afirmativo, e uma opinião falsa
sobre o particular negativo, ou inversamente. Mas pode bem dar-se que tenhamos,
uma ciência verdadeira habitual, sobre o universal afirmativo, e uma opinião
falsa actual sobre o particular negativo. Pois, um acto não contraria directamente
a um hábito, mas sim a outro acto.
RESPOSTA
À QUARTA. ― Aquele que tem a ciência em universal, fica impedido pela paixão de
subsumir nela a menor (do silogismo) de modo a chegar à conclusão, mas subsume
noutra universal, sugerida pela inclinação da paixão, e conclui em dependência
dessa universal. E por isso o Filósofo diz, que o silogismo do incontinente tem
quatro proposições 7. Duas são universais e delas, uma, pertence à
razão, como, p. ex., que não devemos praticar nenhuma fornicação, outra, à paixão,
como, p. ex., que devemos seguir o prazer. Assim, a paixão contende com a razão
para que esta não subsuma na primeira proposição; e por isso, enquanto perdura,
a razão subsume na segunda e conclui em dependência dela.
RESPOSTA
À QUINTA. ― Assim como o ébrio pode às vezes, proferir palavras expressivas de
pensamentos profundos de que, contudo a sua mente não pode julgar, por lho
impedir a embriaguez, assim, quem é levado pela paixão, embora diga verbalmente
que tal acto não deve ser praticado, contudo sente interiormente, na alma, que
o deve praticar, como diz Aristóteles 8.
Revisão da tradução portuguesa por ama
_______________________________________
Notas:
1. Categ., cap. VI.
2. II Periherm. (lect. XIV).
3. I Posteriorum (lect. II).
4. I Periherm. (lect. II).
5. VII Ethic. (lect. II).
6. VII Ethic. (lect. III).
7. VII Ethic. (lect. III).
8.
VII Ethic. (lect. III)
.
Temas para meditar 48
Egoísmo
Se
não mantemos uma luta de morte contra o egoísmo, afastamo-nos fatalmente da
verdade, ou tomamos as nossas ilusões pela verdade.
(GEORGES
CHEVROT, Jesus e a Samaritana, Éfeso,
1956, pg, 93)
Pequena agenda do cristão
Quinta-Feira
(Coisas muito simples, curtas,
objectivas)
Propósito: Participar
na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada,
absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro
de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor
do Universo.
O
meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado,
confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites
pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e
deveria ser.
Não
sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a
minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu
mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me: Comunhões
espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza,
humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito
e fervor dos Santos
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
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Vamos receber o Senhor
Pensaste nalguma ocasião como te prepararias
para receber Nosso Senhor, se só se pudesse comungar uma vez na vida? – Agradeçamos
a Deus a facilidade que temos para nos aproximarmos dele, mas... temos de
agradecê-lo preparando-nos muito bem para o receber. (Forja, 828)
Jesus é o Caminho, o Medianeiro. N'Ele, tudo!
Fora d'Ele nada! Em Cristo e ensinados por Ele, atrevemo-nos a chamar Pai Nosso
ao Todo-Poderoso, a Ele, que fez o Céu e a Terra e que é esse Pai tão afectuoso
que espera que voltemos para Ele continuamente, cada um de nós como novo e
constante filho pródigo.
Ecce Agnus Dei... Domine, non sum dignus...
Vamos receber o Senhor. Quando na Terra se recebem pessoas muito importantes,
há luzes, música, trajes de gala. Para albergar Cristo na nossa alma, como
devemos preparar-nos? Já teremos por acaso pensado como nos comportaríamos se
só se pudesse comungar uma vez na vida?
Quando eu era criança, não estava ainda
divulgada a prática da comunhão frequente. Recordo-me de como se preparavam as
pessoas para comungar. Cuidavam com esmero a boa preparação da alma e até do
corpo. Punham a melhor roupa, a cabeça bem penteada, o corpo fisicamente limpo
e talvez mesmo um pouco de perfume... Eram delicadezas próprias de quem estava
apaixonado, de almas finas e rectas, que sabem pagar o Amor com amor.
Com Cristo na alma, termina a Santa Missa. A
bênção do Pai, do Filho e do Espírito Santo acompanha-nos durante toda a
jornada, na nossa tarefa simples e normal de santificar todas as actividades
nobres do homem. (Cristo
que passa, 91)