Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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18/03/2014
Evangelho do dia e comentário
Tempo de Quaresma Semana II |
Evangelho:
Mt 23, 1-12
1 Então, Jesus falou às multidões e aos Seus
discípulos, 2 dizendo: «Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os
escribas e os fariseus. 3 Observai, pois, e fazei tudo o que eles
vos disserem, mas não imiteis as suas acções, porque dizem e não fazem. 4
Atam cargas pesadas e impossíveis de levar, e as põem sobre os ombros dos
outros homens, mas nem com um dedo as querem mover. 5 Fazem todas as
suas obras para serem vistos pelos homens. Trazem mais largas as filactérias, e
mais compridas as franjas dos seus mantos. 6 Gostam de ter os
primeiros lugares nos banquetes, e as primeiras cadeiras nas sinagogas, 7
das saudações na praça, e de serem chamados rabi pelos homens. 8 Mas
vós não vos façais chamar rabis, porque um só é o vosso Mestre, e vós sois
todos irmãos. 9 A ninguém chameis pai sobre a terra, porque um só é
o vosso Pai, O que está nos céus. 10 Nem façais que vos chamem
mestres, porque um só é o vosso Mestre, Cristo. 11 Quem entre vós
for o maior, seja vosso servo. 12 Aquele que se exaltar será
humilhado, e quem se humilhar será exaltado.
Comentário:
‘Eu acho que…’, ‘a mim,
parece-me que…’, estas são expressões tão frequentes e corriqueiras que, muitas
vezes já nem damos por elas e, no entanto, revelam uma considerável falta de
humildade – ou, pelo menos, contenção – da nossa parte.
Sabermos tudo, opinarmos
sobre o quer que seja não revela nem cultura nem sabedoria mas a vontade de
sobressair e alcançar notoriedade.
Responder ao que nos
perguntam, esclarecer, se o pudermos fazer, as dúvidas que nos apresentarem,
defender a verdade… sempre.
Esta desta deve ser a
posição do homem sábio e prudente e, sobretudo, do cristão humilde e contido
que sabe que… nada sabe e, o que sabe, é muito pouco comparado com o que não
conhece.
(ama,
comentário sobre Mt 23, 1-12, 2013.02.26)
Leitura espiritual para Mar 18
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Lc 9, 44-62
Enquanto todos admiravam as coisas que fazia, Jesus disse
aos discípulos: 44 «Fixai bem estas palavras: O Filho do Homem está
para ser entregue nas mãos dos homens». 45 Eles, porém, não
entendiam esta linguagem; era-lhes tão obscura que não a compreendiam; e tinham
medo de O interrogar acerca dela. 46 Começaram a discutir entre si
sobre qual deles era o maior. 47 Jesus, vendo os pensamentos do seu
coração, tomou pela mão uma criança, pô-la junto de Si, 48 e
disse-lhes: «Aquele que receber esta criança em Meu nome, a Mim recebe; e quem
Me receber, recebe Aquele que Me enviou. Porque quem de entre vós é o menor,
esse é o maior». 49 João, tomando a palavra, disse: «Mestre, nós
vimos um que expulsava os demónios em Teu nome e lho proibimos, porque não anda
connosco». 50 Jesus respondeu-lhe: «Não lho proibais, porque quem
não é contra vós é por vós». 51
Aconteceu que, aproximando-se o tempo da Sua partida deste mundo, dirigiu-Se
resolutamente para Jerusalém, 52 e enviou adiante de Si mensageiros,
que entraram numa aldeia de samaritanos para Lhe prepararem pousada. 53
Não O receberam, por dar mostras de que ia para Jerusalém. 54 Vendo
isto, os Seus discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que
desça fogo do céu que os consuma?». 55 Ele, porém, voltando-Se para
eles, repreendeu-os. 56 E foram para outra povoação. 57
Indo eles pelo caminho, veio um homem que Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde
quer que fores». 58 Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm suas tocas
e as aves do céu têm seus ninhos, porém, o Filho do Homem não tem onde reclinar
a cabeça». 59 A um outro disse: «Segue-Me». Mas ele disse: «Senhor,
permite-me que eu vá primeiro sepultar meu pai». 60 Mas Jesus
replicou: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu vai anunciar o reino
de Deus». 61 Um outro disse-Lhe: «Senhor, seguir-Te-ei, mas permite
que vá primeiro dizer adeus aos de minha casa». 62 Jesus
respondeu-lhe: «Ninguém que, depois de ter metido a mão no arado olha para
trás, é apto para o reino de Deus».
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA
EVANGELII GAUDIUM
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E AOS
FIÉIS LEIGOS
SOBRE
O ANÚNCIO DO EVANGELHO NO MUNDO ACTUAL
Capítulo
V
EVANGELIZADORES COM
ESPÍRITO
271.
É verdade que, na nossa relação com o mundo, somos convidados a dar razão da
nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam. A
advertência é muito clara: fazei-o «com mansidão e respeito» (1 Pd 3, 16) e
«tanto quanto for possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens»
(Rm 12, 18). E somos incentivados também a vencer «o mal com o bem» (Rm 12,
21), sem nos cansarmos de «fazer o bem» (Gal 6, 9) e sem pretendermos aparecer
como superiores, antes «considerai os outros superiores a vós próprios» (Fl 2,
3). Na realidade, os Apóstolos do Senhor «tinham a simpatia de todo o povo»
(Act 2, 47; cf. 4, 21.33; 5, 13). Está claro que Jesus não nos quer como
príncipes que olham desdenhosamente, mas como homens e mulheres do povo. Esta
não é a opinião de um Papa, nem uma opção pastoral entre várias possíveis; são
indicações da Palavra de Deus tão claras, directas e contundentes, que não
precisam de interpretações que as despojariam da sua força interpeladora.
Vivamo-las sine glossa, sem comentários. Assim, experimentaremos a alegria
missionária de partilhar a vida com o povo fiel de Deus, procurando acender o
fogo no coração do mundo.
272.
O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude
com Deus, a ponto de se dizer, de quem não ama o irmão, que «está nas trevas e
nas trevas caminha» (1 Jo 2, 11), «permanece na morte» (1 Jo 3, 14) e «não
chegou a conhecer a Deus» (1 Jo 4, 8). Bento XVI disse que «fechar os olhos
diante do próximo torna cegos também diante de Deus», 209 e que o
amor é fundamentalmente a única luz que «ilumina incessantemente um mundo às
escuras e nos dá a coragem de viver e agir». 210 Portanto, quando
vivemos a mística de nos aproximar dos outros com a intenção de procurar o seu
bem, ampliamos o nosso interior para receber os mais belos dons do Senhor. Cada
vez que nos encontramos com um ser humano no amor, ficamos capazes de descobrir
algo de novo sobre Deus. Cada vez que os nossos olhos se abrem para reconhecer
o outro, ilumina-se mais a nossa fé para reconhecer a Deus. Em consequência
disto, se queremos crescer na vida espiritual, não podemos renunciar a ser
missionários. A tarefa da evangelização enriquece a mente e o coração, abre-nos
horizontes espirituais, torna-nos mais sensíveis para reconhecer a acção do
Espírito, faz-nos sair dos nossos esquemas espirituais limitados. Ao mesmo
tempo, um missionário plenamente devotado ao seu trabalho experimenta o prazer
de ser um manancial que transborda e refresca os outros. Só pode ser missionário
quem se sente bem, procurando o bem do próximo, desejando a felicidade dos
outros. Esta abertura do coração é fonte de felicidade, porque «a felicidade
está mais em dar do que em receber» (Act 20, 35). Não se vive melhor fugindo
dos outros, escondendo-se, negando-se a partilhar, resistindo a dar,
fechando-se na comodidade. Isto não é senão um lento suicídio.
273.
A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um ornamento que
posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha
vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir. Eu
sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso
considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar,
vivificar, levantar, curar, libertar. Nisto uma pessoa se revela enfermeira no
espírito, professor no espírito, político no espírito..., ou seja, pessoas que
decidiram, no mais íntimo de si mesmas, estar com os outros e ser para os
outros. Mas, se uma pessoa coloca a tarefa dum lado e a vida privada do outro,
tudo se torna cinzento e viverá continuamente à procura de reconhecimentos ou
defendendo as suas próprias exigências. Deixará de ser povo.
274.
Para partilhar a vida com a gente e dar-nos generosamente, precisamos de
reconhecer também que cada pessoa é digna da nossa dedicação. E não pelo seu
aspecto físico, suas capacidades, sua linguagem, sua mentalidade ou pelas
satisfações que nos pode dar, mas porque é obra de Deus, criatura sua. Ele
criou-a à sua imagem, e reflecte algo da sua glória. Cada ser humano é objecto
da ternura infinita do Senhor, e Ele mesmo habita na sua vida. Na cruz, Jesus
Cristo deu o seu sangue precioso por essa pessoa. Independentemente da
aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afecto e a nossa
dedicação. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já
justifica o dom da minha vida. É maravilhoso ser povo fiel de Deus. E ganhamos
plenitude, quando derrubamos os muros e o coração se enche de rostos e de
nomes!
A
acção misteriosa do Ressuscitado e do seu Espírito
275.
No segundo capítulo, reflectimos sobre a carência de espiritualidade profunda
que se traduz no pessimismo, no fatalismo, na desconfiança. Algumas pessoas não
se dedicam à missão, porque creem que nada pode mudar e assim, segundo elas, é
inútil esforçar-se. Pensam: «Para quê privar-me das minhas comodidades e
prazeres, se não vejo algum resultado importante?» Com esta mentalidade,
torna-se impossível ser missionário. Esta atitude é precisamente uma desculpa
maligna para continuar fechado na própria comodidade, na preguiça, na tristeza
insatisfeita, no vazio egoísta. Trata-se de uma atitude autodestrutiva, porque
«o homem não pode viver sem esperança: a sua vida, condenada à insignificância,
tornar-se-ia insuportável». 211 No caso de pensarmos que as coisas
não vão mudar, recordemos que Jesus Cristo triunfou sobre o pecado e a morte e
possui todo o poder. Jesus Cristo vive verdadeiramente. Caso contrário, «se
Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação» (1 Cor 15, 14). Diz-nos o
Evangelho que, quando os primeiros discípulos saíram a pregar, «o Senhor
cooperava com eles, confirmando a Palavra» (Mc 16, 20). E o mesmo acontece
hoje. Somos convidados a descobri-lo, a vivê-lo. Cristo ressuscitado e glorioso
é a fonte profunda da nossa esperança, e não nos faltará a sua ajuda para
cumprir a missão que nos confia.
276.
A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou
o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os
rebentos da ressurreição. É uma força sem igual. É verdade que muitas vezes
parece que Deus não existe: vemos injustiças, maldades, indiferenças e
crueldades que não cedem. Mas também é certo que, no meio da obscuridade,
sempre começa a desabrochar algo de novo que, mais cedo ou mais tarde, produz
fruto. Num campo arrasado, volta a aparecer a vida, tenaz e invencível. Haverá
muitas coisas más, mas o bem sempre tende a reaparecer e espalhar-se. Cada dia,
no mundo, renasce a beleza, que ressuscita transformada através dos dramas da
história. Os valores tendem sempre a reaparecer sob novas formas, e na
realidade o ser humano renasceu muitas vezes de situações que pareciam irreversíveis.
Esta é a força da ressurreição, e cada evangelizador é um instrumento deste
dinamismo.
277.
E continuamente aparecem também novas dificuldades, a experiência do fracasso,
as mesquinhices humanas que tanto ferem. Todos sabemos, por experiência, que às
vezes uma tarefa não nos dá as satisfações que desejaríamos, os frutos são
escassos e as mudanças são lentas, e vem-nos a tentação de se dar por cansado.
Todavia, não é a mesma coisa quando alguém, por cansaço, baixa momentaneamente
os braços e quando os baixa definitivamente dominado por um descontentamento
crónico, por uma acédia que lhe mirra a alma. Pode acontecer que o coração se
canse de lutar, porque, em última análise, se busca a si mesmo num carreirismo
sedento de reconhecimentos, aplausos, prémios, promoções; então a pessoa não
baixa os braços, mas já não tem garra, carece de ressurreição. Assim, o Evangelho,
que é a mensagem mais bela que há neste mundo, fica sepultado sob muitas
desculpas.
278.
A fé significa também acreditar n’Ele, acreditar que nos ama verdadeiramente,
que está vivo, que é capaz de intervir misteriosamente, que não nos abandona,
que tira bem do mal com o seu poder e a sua criatividade infinita. Significa
acreditar que Ele caminha vitorioso na história «e, com Ele, estarão os
chamados, os escolhidos, os fiéis» (Ap 17, 14). Acreditamos no Evangelho que
diz que o Reino de Deus já está presente no mundo, e vai-se desenvolvendo aqui
e além de várias maneiras: como a pequena semente que pode chegar a
transformar-se numa grande árvore (cf. Mt 13, 31-32), como o punhado de
fermento que leveda uma grande massa (cf. Mt 13, 33), e como a boa semente que
cresce no meio do joio (cf. Mt 13, 24-30) e sempre nos pode surpreender
positivamente: ei-la que aparece, vem outra vez, luta para florescer de novo. A
ressurreição de Cristo produz por toda a parte rebentos deste mundo novo; e,
ainda que os cortem, voltam a despontar, porque a ressurreição do Senhor já
penetrou a trama oculta desta história; porque Jesus não ressuscitou em vão.
Não fiquemos à margem desta marcha da esperança viva!
279.
Como nem sempre vemos estes rebentos, precisamos de uma certeza interior, ou
seja, da convicção de que Deus pode actuar em qualquer circunstância, mesmo no
meio de aparentes fracassos, porque «trazemos este tesouro em vasos de barro»
(2 Cor 4, 7). Esta certeza é o que se chama «sentido de mistério», que consiste
em saber, com certeza, que a pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor,
seguramente será fecunda (cf. Jo 15, 5). Muitas vezes esta fecundidade é
invisível, incontrolável, não pode ser contabilizada. A pessoa sabe com certeza
que a sua vida dará frutos, mas sem pretender conhecer como, onde ou quando;
está segura de que não se perde nenhuma das suas obras feitas com amor, não se
perde nenhuma das suas preocupações sinceras com os outros, não se perde nenhum
acto de amor a Deus, não se perde nenhuma das suas generosas fadigas, não se
perde nenhuma dolorosa paciência. Tudo isto circula pelo mundo como uma força
de vida. Às vezes invade-nos a sensação de não termos obtido resultado algum
com os nossos esforços, mas a missão não é um negócio nem um projecto empresarial,
nem mesmo uma organização humanitária, não é um espectáculo para que se possa
contar quantas pessoas assistiram devido à nossa propaganda. É algo de muito
mais profundo, que escapa a toda e qualquer medida. Talvez o Senhor Se sirva da
nossa entrega para derramar bênçãos noutro lugar do mundo, aonde nunca iremos.
O Espírito Santo trabalha como quer, quando quer e onde quer; e nós gastamo-nos
com grande dedicação, mas sem pretender ver resultados espectaculares. Sabemos
apenas que o dom de nós mesmos é necessário. No meio da nossa entrega criativa
e generosa, aprendamos a descansar na ternura dos braços do Pai. Continuemos
para diante, empenhemo-nos totalmente, mas deixemos que seja Ele a tornar
fecundos, como melhor Lhe parecer, os nossos esforços.
280.
Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no
Espírito Santo, porque Ele «vem em auxílio da nossa fraqueza» (Rm 8, 26). Mas
esta confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos de O
invocar constantemente. Ele pode curar-nos de tudo o que nos faz esmorecer no
compromisso missionário. É verdade que esta confiança no invisível pode
causar-nos alguma vertigem: é como mergulhar num mar onde não sabemos o que
vamos encontrar. Eu mesmo o experimentei tantas vezes. Mas não há maior
liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular
e controlar tudo e permitindo que Ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione
para onde Ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e
em cada momento. A isto chama-se ser misteriosamente fecundos!
A
força missionária da intercessão
281.
Há uma forma de oração que nos incentiva particularmente a gastarmo-nos na
evangelização e nos motiva a procurar o bem dos outros: é a intercessão.
Fixemos, por momentos, o íntimo dum grande evangelizador como São Paulo, para
perceber como era a sua oração. Esta estava repleta de seres humanos: «Em todas
as minhas orações, sempre peço com alegria por todos vós (...), pois tenho-vos
no coração» (Fl 1, 4.7). Descobrimos, assim, que interceder não nos afasta da
verdadeira contemplação, porque a contemplação que deixa de fora os outros é
uma farsa.
282.
Esta atitude transforma-se também num agradecimento a Deus pelos outros. «Antes
de mais, dou graças ao meu Deus por todos vós, por meio de Jesus Cristo» (Rm 1,
8). Trata-se de um agradecimento constante: «Dou incessantemente graças ao meu
Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus» (1 Cor
1, 4); «todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus» (Fl 1, 3).
Não é um olhar incrédulo, negativo e sem esperança, mas uma visão espiritual,
de fé profunda, que reconhece aquilo que o próprio Deus faz neles. E,
simultaneamente, é a gratidão que brota de um coração verdadeiramente solícito
pelos outros. Deste modo, quando um evangelizador sai da oração, o seu coração
tornou-se mais generoso, libertou-se da consciência isolada e está ansioso por
fazer o bem e partilhar a vida com os outros.
283.
Os grandes homens e mulheres de Deus foram grandes intercessores. A intercessão
é como a «levedação» no seio da Santíssima Trindade. É penetrarmos no Pai e
descobrirmos novas dimensões que iluminam as situações concretas e as mudam.
Poderíamos dizer que o coração de Deus se deixa comover pela intercessão, mas
na realidade Ele sempre nos antecipa, pelo que, com a nossa intercessão, apenas
possibilitamos que o seu poder, o seu amor e a sua lealdade se manifestem mais
claramente no povo.
II.
Maria, a Mãe da evangelização
284.
Juntamente com o Espírito Santo, sempre está Maria no meio do povo. Ela reunia
os discípulos para O invocarem (Act 1, 14), e assim tornou possível a explosão
missionária que se deu no Pentecostes. Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora e,
sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização.
O
dom de Jesus ao seu povo
285.
Na cruz, quando Cristo suportava em sua carne o dramático encontro entre o
pecado do mundo e a misericórdia divina, pôde ver a seus pés a presença
consoladora da Mãe e do amigo. Naquele momento crucial, antes de declarar
consumada a obra que o Pai Lhe havia confiado, Jesus disse a Maria: «Mulher,
eis o teu filho!» E, logo a seguir, disse ao amigo bem-amado: «Eis a tua mãe!»
(Jo 19, 26-27). Estas palavras de Jesus, no limiar da morte, não exprimem primariamente
uma terna preocupação por sua Mãe; mas são, antes, uma fórmula de revelação que
manifesta o mistério duma missão salvífica especial. Jesus deixava-nos a sua
Mãe como nossa Mãe. E só depois de fazer isto é que Jesus pôde sentir que «tudo
se consumara» (Jo 19, 28). Ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação,
Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem
uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho.
Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino. Ela, que O
gerou com tanta fé, também acompanha «o resto da sua descendência, isto é, os
que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus» (Ap 12,
17). Esta ligação íntima entre Maria, a Igreja e cada fiel, enquanto de maneira
diversa geram Cristo, foi maravilhosamente expressa pelo Beato Isaac da
Estrela: «Nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui em geral à
Igreja, Virgem e Mãe, aplica-se em especial à Virgem Maria (...). Além disso,
cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de
Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. (...) No tabernáculo do ventre de
Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja,
permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel habitará
pelos séculos dos séculos». 212
286.
Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com
uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai,
que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não
falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela
espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança
para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a
missionária que Se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida,
abrindo os corações à fé com o seu afecto materno. Como uma verdadeira mãe,
caminha connosco, luta connosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus.
Através dos diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários,
compartilha as vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a
formar parte da sua identidade histórica. Muitos pais cristãos pedem o Baptismo
para seus filhos num santuário mariano, manifestando assim a fé na acção
materna de Maria que gera novos filhos para Deus. É lá, nos santuários, que se
pode observar como Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes
sacrifícios, vêm peregrinos para A ver e deixar-se olhar por Ela. Lá encontram
a força de Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida. Como a São
João Diego, Maria oferece-lhes a carícia da sua consolação materna e diz-lhes:
«Não se perturbe o teu coração. (...) Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?»
213
A
Estrela da nova evangelização
287.
À Mãe do Evangelho vivente, pedimos a sua intercessão a fim de que este convite
para uma nova etapa da evangelização seja acolhido por toda a comunidade
eclesial. Ela é a mulher de fé, que vive e caminha na fé, 214 e «a
sua excepcional peregrinação da fé representa um ponto de referência constante
para a Igreja». 215 Ela deixou-Se conduzir pelo Espírito, através
dum itinerário de fé, rumo a uma destinação feita de serviço e fecundidade.
Hoje fixamos n’Ela o olhar, para que nos ajude a anunciar a todos a mensagem de
salvação e para que os novos discípulos se tornem operosos evangelizadores.
216 Nesta peregrinação evangelizadora, não faltam as fases de aridez, de
ocultação e até de um certo cansaço, como as que viveu Maria nos anos de Nazaré
enquanto Jesus crescia: «Este é o início do Evangelho, isto é, da boa nova, da
jubilosa nova. Não é difícil, porém, perceber naquele início um particular
aperto do coração, unido a uma espécie de “noite da fé” – para usar as palavras
de São João da Cruz – como que um “véu” através do qual é forçoso aproximar-se
do Invisível e viver na intimidade com o mistério. Foi deste modo efectivamente
que Maria, durante muitos anos, permaneceu na intimidade com o mistério do seu
Filho, e avançou no seu itinerário de fé». 217
288.
Há um estilo mariano na actividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que
olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e
do afecto. N’Ela, vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos
fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentir
importantes. Fixando-A, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque «derrubou
os poderosos de seus tronos» e «aos ricos despediu de mãos vazias» (Lc 1,
52.53) é mesma que assegura o aconchego dum lar à nossa busca de justiça. E é a
mesma também que conserva cuidadosamente «todas estas coisas ponderando-as no
seu coração» (Lc 2, 19). Maria sabe reconhecer os vestígios do Espírito de Deus
tanto nos grandes acontecimentos como naqueles que parecem imperceptíveis. É
contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária de
cada um e de todos. É a mulher orante e trabalhadora em Nazaré, mas é também
nossa Senhora da prontidão, a que sai «à pressa» (Lc 1, 39) da sua povoação
para ir ajudar os outros. Esta dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e
de caminho para os outros faz d’Ela um modelo eclesial para a evangelização.
Pedimos-Lhe que nos ajude, com a sua oração materna, para que a Igreja se torne
uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o
nascimento dum mundo novo. É o Ressuscitado que nos diz, com uma força que nos
enche de imensa confiança e firmíssima esperança: «Eu renovo todas as coisas»
(Ap 21, 5). Com Maria, avançamos confiantes para esta promessa, e dizemos-Lhe:
Virgem
e Mãe Maria,
Vós
que, movida pelo Espírito,
acolhestes
o Verbo da vida
na
profundidade da vossa fé humilde,
totalmente
entregue ao Eterno,
ajudai-nos
a dizer o nosso «sim»
perante
a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de
fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.
Vós,
cheia da presença de Cristo,
levastes
a alegria a João o Baptista,
fazendo-o
exultar no seio de sua mãe.
Vós,
estremecendo de alegria,
cantastes
as maravilhas do Senhor.
Vós,
que permanecestes firme diante da Cruz
com
uma fé inabalável,
e
recebestes a jubilosa consolação da ressurreição,
reunistes
os discípulos à espera do Espírito
para
que nascesse a Igreja evangelizadora.
Alcançai-nos
agora um novo ardor de ressuscitados
para
levar a todos o Evangelho da vida
que
vence a morte.
Dai-nos
a santa ousadia de buscar novos caminhos
para
que chegue a todos
o
dom da beleza que não se apaga.
Vós,
Virgem da escuta e da contemplação,
Mãe
do amor, esposa das núpcias eternas
intercedei
pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo,
para
que ela nunca se feche nem se detenha
na
sua paixão por instaurar o Reino.
Estrela
da nova evangelização,
ajudai-nos
a refulgir com o testemunho da comunhão,
do
serviço, da fé ardente e generosa,
da
justiça e do amor aos pobres,
para
que a alegria do Evangelho
chegue
até aos confins da terra
e
nenhuma periferia fique privada da sua luz.
Mãe
do Evangelho vivente,
manancial
de alegria para os pequeninos,
rogai
por nós.
Amen.
Aleluia!
Dado
em Roma, junto de São Pedro, no encerramento do Ano da Fé, dia 24 de Novembro –
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – do ano de 2013,
primeiro do meu Pontificado.
FRANCISCUS
©
Copyright - Libreria Editrice Vaticana
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
________________________________________
Notas:
209 Carta enc. Deus caritas est (25 de
Dezembro de 2005), 16: AAS 98 (2006), 230.
210 Ibid., 39: o. c., 250.
211 II Assembleia especial para a Europa do
Sínodo dos Bispos, Mensagem Final, 1: L´Osservatore Romano (ed. portuguesa de
30/X/1999), 566.
212 Sermão 51: PL 194, 1863 e 1865.
213 Nican Mopohua, 118-119.
214 Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm.
sobre a Igreja Lumen gentium, cap. VIII, nn. 52-69.
215 João Paulo II, Carta enc. Redemptoris
Mater (25 de Março de 1987), 6: AAS 79 (1987), 366.
216 Cf. Propositio 58.
217 João Paulo II, Carta enc. Redemptoris
Mater (25 de Março de 1987), 17: AAS 79 (1987), 381.
Tratado dos vícios e pecados 32
Art. 4 ― Se a ignorância
diminui o pecado.
(Supra, q. 73, a. 6 ; IIª-IªIª,
q. 59, a. 4, ad 1 ; II Sent., dist. XXII, q. 2, a. 2; De Malo, q. 3, a. 8 ; De Div. Nom., cap. IV, lect.
XXII ; V Ethic., lect. XIII).
O
quarto discute-se assim. ― Parece que a ignorância não diminui o pecado.
1.
― Pois, o comum a todo pecado não o diminui. Ora, a ignorância é comum a todo
pecado, porquanto, como diz o Filósofo, todo mau é ignorante 1.
Logo, a ignorância não diminui o pecado.
2.
Demais. ― Um pecado acrescentado a outro torna-o maior. Ora, a ignorância em si
mesma já é pecado, como já se disse (a. 2). Logo, não diminui o pecado.
3.
Demais. ― O que agrava o pecado não pode também diminuí-lo. Ora, a ignorância
agrava-o, pois, como diz o Apóstolo (Rm 2, 4)― Ignoras que a benignidade de
Deus te convida à penitência ―diz Ambrósio: Pecas gravissimamente se ignoras.
Logo a ignorância não diminui o pecado.
4.
Demais. ― Se alguma ignorância diminui o pecado, essa há-de ser principalmente
a que priva totalmente do uso da razão. Ora, essa não o diminui, mas ao
contrário, aumenta-o, pois, como diz o Filósofo, o ébrio merece duplos castigos
2. Logo, a ignorância não diminui o pecado.
Mas,
em contrário. ― Toda causa de remissão do pecado o atenua. Ora, tal é a
ignorância, conforme a Escritura (1 Tm 1, 13): alcancei a misericórdia, porque
o fiz por ignorância. Logo, a ignorância diminui ou atenua o pecado.
Sendo todo pecado voluntário, a ignorância pode diminuir o pecado, na medida
em que diminuir o voluntário, se porém não diminuir este, de nenhum modo
diminuirá aquele. Ora, como é manifesto, a ignorância, que isenta totalmente do
pecado, por privar totalmente do voluntário, não diminui o pecado, mas aumenta-o
de modo absoluto. A ignorância porém, que não causa o pecado, mas existe
concomitantemente com ele, nem o diminui nem o aumenta. Logo, só pode diminuir
o pecado a ignorância que o causa, e contudo, ela não o isenta totalmente.
Pois,
às vezes acontece que essa ignorância é voluntária, directamente e em si mesma,
como quando de propósito ignoramos para pecarmos mais livremente. E tal
ignorância aumenta o voluntário e o pecado, pois, da intensidade da vontade no
pecar provém o querermos sofrer o dano da ignorância com o fito na liberdade de
pecar. Outras vezes, porém, a ignorância, causa do pecado, não é directamente
voluntária, mas indirecta ou acidentalmente. Assim, como quando não queremos o
labor do estudo, donde resulta o sermos ignorantes, ou como quando queremos
beber vinho imoderadamente, donde o ficarmos ébrios e privados do juízo. E tal
ignorância diminui o voluntário, e por consequência o pecado.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― A ignorância, que torna todo homem mau
ignorante, não é causa do pecado, mas algo consequente a ela, i. é, à paixão ou
ao hábito que inclina ao pecado.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Um pecado adicionado a outro produz vários pecados, mas nem sempre
torna o pecado maior pois talvez ambos não constituam um só pecado, senão
vários. E pode acontecer, se diminuir o segundo, que ambos juntos não tenham
tão grande gravidade, como a teria um só. Assim, o homicídio é pecado mais
grave cometido por um homem sóbrio do que por um homem ébrio, embora haja neste
último caso dois pecados, porque a embriaguez diminui o pecado consequente, na
sua essência, mais do que lhe constitui a gravidade.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― A posição de Ambrósio pode ser entendida da ignorância
simplesmente afectada. Ou pode ser compreendida no género do pecado de
ingratidão, cujo grau sumo está em o homem não reconhecer nem os benefícios. Ou
pode ser referido à ignorância de infidelidade, que subverte o fundamento do
edifício espiritual.
RESPOSTA
À QUARTA. ― O ébrio merece por certo duplo castigo, por causa de dois pecados
que comete, a saber: a embriaguez e outro pecado que se lhe segue. Contudo, a
embriaguez, em razão da ignorância adjunta, diminui o pecado consequente, e
talvez mais do que a gravidade dela própria, como dissemos. ― Ou pode dizer-se que
o lugar aduzido se funda na ordenação de um certo Pítaco, legislador, que
estatuía: se os ébrios ferirem alguém, devem ser punidos mais amplamente,
levando-se em conta, não a vénia de que sobretudo são credores, mas a utilidade,
porque os ébrios ofendem mais frequentemente que os sóbrios, como está claro no
Filósofo 3.
Revisão da tradução portuguesa por ama
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Notas:
1. III Ethic. (lect. III).
2. III Ethic. (lect. XI).
3. Polit. (lect. XVII).
Pequena agenda do cristão
Terça-Feira
(Coisas muito
simples, curtas, objectivas)
Propósito: Aplicação
no trabalho.
Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo,
empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.
Lembrar-me: Os
que estão sem trabalho.
Senhor, lembra-te de tantos e tantas que
procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes
esperança e confiança.
Pequeno exame: Cumpri o propósito e lembrei-me do
que me propus ontem?
|
Jesus está connosco!
No Santo Sacrifício do altar, o sacerdote pega
no Corpo do nosso Deus e no Cálice com o seu Sangue, e levanta-os sobre todas
as coisas da terra, dizendo: "Per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso",
pelo meu Amor!, com o meu Amor!, no meu Amor! Une-te a esse gesto. Mais ainda:
incorpora essa realidade na tua vida. (Forja, 541)
Assim se entra no Canon, com a confiança
filial que nos leva a chamar clementíssimo ao nosso Pai Deus. Pedimos-Lhe pela
Igreja e por todos os que estão na Igreja, pelo Papa, pela nossa família, pelos
nossos amigos e companheiros. E o católico, como tem coração universal, pede
por todo o mundo, porque o seu zelo entusiasta nada pode excluir. E para que a
petição seja acolhida, recordamos a nossa comunhão com a Santíssima Virgem e
com um punhado de homens que foram os primeiros a seguir Cristo e por Ele
morreram.
Quam oblationem... Aproxima-se o momento da
consagração. Agora, na Santa Missa, é outra vez Cristo que actua, através do
sacerdote: Isto é o meu Corpo. Este é o cálice do meu Sangue. Jesus está connosco!
Com a transubstanciação, renova-se a infinita loucura divina, ditada pelo Amor.
Quando hoje se repete esse momento, que saiba cada um de nós dizer ao Senhor,
mesmo sem pronunciar quaisquer palavras, que nada nos poderá afastar d'Ele e
que a sua disponibilidade de se deixar ficar – totalmente indefeso – nas
aparências, tão frágeis, do pão e do vinho, nos converteu voluntariamente em
escravos: praesta meae menti de te vivere et te illi semper dulce sapere, faz
com que eu viva de Ti e saboreie sempre a doçura do teu amor.
Mais petições. Nós, homens, estamos quase
sempre inclinados a pedir. Desta vez, é pelos nossos irmãos defuntos e por nós
mesmos. Por isso, aqui aparecem todas as nossas infidelidades e misérias. O
peso da sua carga é muito grande, mas Ele quer levá-lo por nós e connosco. O
Canon vai terminar com outra invocação à Santíssima Trindade: per Ipsum, et cum
Ipso, et in Ipso.... por Cristo, com Cristo e em Cristo, nosso Amor, a Ti, Deus
Pai Todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, Te seja dada toda a honra e
glória pelos séculos dos séculos. (Cristo que passa, 90)