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02/01/2013

Evangelho do dia e comentário




TEMPO DE NATAL






Oitava do Natal


Evangelho: Jo 1, 19-28

19 Eis o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas a perguntar-lhe: «Quem és tu?». 20 Ele confessou a verdade, não a negou; e confessou: «Eu não sou o Cristo». 21 Eles perguntaram-lhe: «Quem és, pois? És tu Elias?». Ele respondeu: «Não sou». «És tu o profeta?». Respondeu: «Não». 22 Disseram-lhe então: «Quem és, pois, para que possamos dar resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?». 23 Disse-lhes então: «”Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor”, como disse o profeta Isaías». 24 Ora os que tinham sido enviados eram fariseus. 25 Interrogaram-no, dizendo: «Como baptizas, pois, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?». 26 João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Quem vós não conheceis. 27 Esse é O que há-de vir depois de mim, e eu não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias». 28 Estas coisas passaram-se em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar.
Comentário:

“O Senhor está próximo, não vos inquieteis com nada" (Fil 4,5-6). No profeta Isaías, Deus Pai fala assim: “Faço aproximar a minha justiça” – isto é o seu Filho; “ele não está longe e a minha salvação não se fará esperar. Darei a Sião a salvação e a minha glória a Israel” (46,13). É o que se diz no evangelho de hoje: “No meio de vós está aquele que não conheceis”. Mediador entre Deus e os homens, um homem (1 Tm 2,5), Jesus Cristo, eleva-se no campo de batalha do mundo para combater o diabo; vencedor, ele liberta o homem e reconcilia-o com Deus Pai. Mas vós não o conheceis.
“Alimentei e criei filhos, mas eles desprezaram-me. O boi conhece o seu dono, o burro conhece o estábulo do seu senhor, mas Israel não me conheceu e o meu povo não me compreendeu” (Is 1,2-3). Como o Senhor está perto de nós! E nós não o conhecemos! Alimentei os meus filhos com o meu sangue, diz-nos ele, como uma mãe alimenta os seus filhos com o seu leite. Elevei acima dos coros dos anjos a natureza humana que tomei, a quem me uni. Poderia dar-vos maior honra? E eles desprezaram-me. Vede se há dor comparável à minha (Lm 1,12).
Então, "não vos inquieteis com nada", uma vez que é a preocupação com as coisas materiais que nos faz esquecer o Senhor.
(Santo António Sermões para os Domingos e festas dos santos)

Uma oração contínua


Padre – comentaste-me –, eu cometo muitos enganos, muitos erros. – Já sei, respondi-te. Mas Deus Nosso Senhor, que também o sabe e conta com isso, só te pede a humildade de o reconheceres e a luta para rectificares, para O servires cada vez melhor, com mais vida interior, com uma oração contínua, com a piedade e com o emprego dos meios adequados para santificares o teu trabalho. (Forja, 379)

Vida interior, em primeiro lugar. Há ainda tão pouca gente que entenda isto! Ao ouvir falar de vida interior, pensa-se logo na obscuridade do templo, quando não no ambiente abafado de algumas sacristias. Estou há mais de um quarto de século a dizer que não se trata disso. Eu falo da vida interior de cristãos normais e correntes, que habitualmente se encontram em plena rua, ao ar livre; e que na rua, no trabalho, na família e nos momentos de diversão estão unidos a Jesus todo o dia. E o que é isto senão vida de oração contínua? Não é verdade que compreendeste a necessidade de ser alma de oração, numa intimidade com Deus que te leva a endeusar-te? Esta é a fé cristã e assim o compreenderam sempre as almas de oração. Torna-se Deus aquele homem, escreve Clemente de Alexandria, porque quer o mesmo que Deus quer.

A princípio custará. É preciso esforçarmo-nos por nos dirigir ao Senhor, por lhe agradecermos a sua piedade paternal e concreta para connosco. Pouco a pouco o amor de Deus torna-se palpável – embora isto não seja coisa de sentimentos – como uma estocada na alma. É Cristo que nos persegue amorosamente: Eis que estou à porta e chamo. (Cristo que passa, 8)

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 13


Um firme ponto de apoio

13. O Santo Padre Bento XVI, em várias ocasiões, fez notar as contradições do tempo em que vivemos. «Em vastas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo caminha igualmente sem Ele. Mas existe, ao mesmo tempo, também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. É espontâneo exclamar: não é possível que esta seja a vida! Deveras, não. E assim, juntamente com o esquecimento de Deus existe um “boom” do religioso. Não quero desacreditar tudo o que existe neste contexto. Pode existir nisto também a alegria sincera da descoberta. Mas para dizer a verdade, não raramente a religião se torna quase um produto de consumo. Escolhe-se aquilo de que se gosta, e alguns sabem até tirar dela um proveito. Mas a religião procurada a seu “bel-prazer” no fim não nos ajuda. É cómoda, mas no momento da crise abandona-nos a nós próprios» [21]. E o Papa conclui com o seguinte convite: «Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo!» [22].

Apesar do clima de relativismo e permissividade dominante em amplos setores da sociedade, muitas pessoas estão sedentas de eternidade, talvez depois de terem tentado, em vão, saciá-la em coisas perecíveis. Que grande verdade se encerra naquelas conhecidas palavras de Santo Agostinho!: «Fizeste-nos Senhor para ti e o nosso coração está inquieto até que descanse em ti» [23]. Só Deus, com efeito, satisfaz completamente os anseios do espírito humano. Por isso, sejamos mulheres e homens de piedade firme, que recorrem aos diversos modos de orar, o autêntico consolo, com sinceros desejos de ser mais rezadores. Aproximemo-nos da Santa Missa com profunda fé, persuadidos de que nela se faz sacramentalmente presente o Sacrifício do Calvário, o Sacrifício que nos trouxe a salvação e nos revitaliza para a batalha de cada dia para a santidade.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:

[21] Bento XVI, Homilia, 21-VIII-2005.
[22] Bento XVI, Homilia, 21-VIII-2005.
[23] S. Agostinho, Confissões, I, 1, 3 (CCL 27, 1).

Tratado da bem-aventurança 29


Questão 4: Do necessário à bem-aventurança.



Art. 5 — Se o corpo é necessário à bem-aventurança.

(IV Cont. Gent., cap. LXXIX, XCI, De Pot., q. 5, a. 10, Compemd. Theol., cap. CLI).

O quinto discute-se assim. — Parece que o corpo é necessário à bem-aventurança.