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26/12/2012

Evangelho do dia e comentário


TEMPO DE NATAL
Oitava do NATAL


Santo Estevão




Evangelho: Mt 10, 17-22

17 Acautelai-vos dos homens, porque vos farão comparecer nos seus tribunais e vos açoitarão nas sinagogas. 18 Sereis levados por Minha causa à presença dos governadores e dos reis, para dar testemunho diante deles e diante dos gentios. 19 Quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. 20 Porque não sereis vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é o que falará em vós. 21 O irmão entregará à morte o seu irmão e o pai o seu filho; os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte. 22 Vós, por causa do Meu nome, sereis odiados por todos; aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo.

Comentário:

Acabámos de ler uma passagem do Evangelho que, sabemos, teve a sua confirmação passado pouco tempo.

Não!

O Evangelho aplica-se sempre porque é a Palavra de Deus que é eterna.
Ontem mesmo, dia de Natal, foram numerosos cristãos que sofreram na carne, muitos dando a própria vida, só pelo facto de serem cristãos. Foram atentados à bomba arquitectados para causar o maior dano possível ao maior numero de pessoas.
Aconteceu na Nigéria no dia de Natal de 2011!

O Evangelho é sempre actual. O Cristo de ontem é o mesmo de hoje e de sempre.
O ódio a Cristo, à Sua Igreja e aos que O seguem existirá sempre porque o demónio não deixará nunca de tentar a reconquista total do homem, do mundo.

Mas, estejamos seguros, não o conseguirá porque, um dia haverá um só rebanho e um só Pastor e o Reino de Deus estender-se-á por toda a terra.

(ama, comentário sobre Mt 10, 17-22, 2011.12.26)

Leitura espiritual para 26 Dez 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

PENSAMENTOS INSPIRADOS À PROCURA DE DEUS 298



Com o orgulho nunca mostras quem és,
mas apenas o que julgas ser!

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 6


NECESSIDADE DE UMA NOVA EVANGELIZAÇÃO

6. A humanidade caminhou e caminhará sempre, também agora, faminta da palavra e do conhecimento de Deus, embora muitas pessoas não estejam conscientes dessa profunda necessidade das suas almas. E a quem, como nós, o Senhor concedeu o dom da fé, incumbe o dever de despertarmos e despertar aqueles que estão mergulhados nessa indolência de morte, de ineficácia. O Ano da Fé, que se inaugura no marco da Assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada à nova evangelização, é mais um incentivo para todos. É hora de acelerar o passo, como fazem os desportistas quando se aproxima a meta duma corrida.

Tenho muito viva a memória de como o Venerável Servo de Deus Álvaro del Portillo nos incentivava a participar pessoalmente na tarefa da nova evangelização. Já no Natal de 1985, escreveu uma carta pastoral com sugestões para colaborar mais intensamente na recristianização dalguns países, em que se manifestava principalmente um enfraquecimento progressivo da vida cristã. Alertava contra o novo paganismo procedente dessas nações economicamente mais desenvolvidas que, assim advertia, se caracterizava, como agora, «pela busca do bem-estar material a qualquer preço, e pelo correspondente esquecimento, melhor seria dizer medo, autêntico pavor, de tudo o que possa causar sofrimento» [6].

A essa enorme tarefa apostólica, veio juntar-se a necessidade de ter também em conta os povos e sociedades da Europa Central e Oriental que, durante décadas, estiveram submetidos ao jugo do materialismo comunista e que, com um prolongado e silencioso martírio, nos sustentaram a nós na liberdade.

Devemos renovar diariamente o desejo de pôr Cristo no cume e no centro das realidades humanas. Para isso, é preciso crescer no convívio pessoal com Deus e na entrega aos outros, contribuindo com o nosso grãozinho de areia, a entrega diária total, para a construção dum mundo renovado pela graça e pelo sal do Evangelho, que o Senhor confiou aos seus discípulos. Se alguma vez o pessimismo tentasse entrar na alma, por não recolhermos de imediato o fruto dos nossos esforços, deveríamos rejeitar essa falta de esperança, porque não somos nós, tão pouca coisa, tão cheios de defeitos, quem há de levar para a frente os planos divinos. Diferentes textos das Escrituras, nas suas múltiplas alusões, confirmam-nos que inter médium móntium pertransíbunt aquæ (Sl 103/104, 10). Esta certeza opõe-se até ao menor sintoma de desalento, mesmo que os obstáculos possam atingir grandes alturas; e esse caminho é o adequado para chegarmos ao Céu, certos de que as águas divinas purificam e também estimulam todas as nossas limitações para chegar a estar com Deus.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:

[6] Venerável Álvaro del Portillo, Carta, 25-XII-1985, n. 4.

Tratado da bem-aventurança 22


Questão 3: Que é a bem-aventurança.


Art. 6 — Se a bem-aventurança do homem consiste na consideração das ciências especulativas.

(III Cont. Gent., cap. XLVIII, Compend. Theol., cap. CIV).

O sexto discute-se assim. — Parece que a bem-aventurança do homem consiste na consideração das ciências especulativas.




1. — Pois, como diz o Filósofo (1), a felicidade é a operação segundo a virtude perfeita. E ao distinguir as virtudes, admite só três especulativas — a ciência, a sapiência e o intelecto — concernentes todas à consideração das ciências especulativas. Logo, a bem-aventurança última do homem consiste na consideração dessas ciências.

2. Demais. — A bem-aventurança última do homem é a desejada, naturalmente e por si mesma, por todos os homens. Ora, tal é a consideração das ciências especulativas, pois, como diz Aristóteles (2), todos os homens desejam naturalmente saber, e acrescenta, logo depois, que as ciências especulativas são buscadas por si mesmas. Logo, a bem-aventurança consiste na consideração de tais ciências.

3. Demais. — A bem-aventurança é a perfeição última do homem. Ora, tudo o que chega à perfeição há-de sê-lo na medida em que é reduzido da potência ao acto. Ora, o intelecto humano reduz-se ao acto pela consideração das ciências especulativas. Logo, nessa consideração há-de consistir a bem-aventurança última do homem.

Mas, em contrário, diz Jeremias (9, 23): Não se glorie o sábio no seu saber, referindo-se à sabedoria das ciências especulativas. Logo, não consiste na consideração delas a bem-aventurança última do homem.

Como já se disse, é dupla a bem-aventurança do homem: uma, perfeita e outra, imperfeita. Há-de considerar-se como perfeita a que realiza a verdadeira essência da bem-aventurança, e como imperfeita, a que não a realiza, mas só participa de uma semelhança particular da bem-aventurança. Assim como a prudência perfeita é a do homem que conhece a razão do que deve agir, ao passo que a imperfeita é a de alguns brutos, que têm uns instintos particulares para certas operações semelhantes às da prudência.

Donde, a bem-aventurança perfeita não pode consistir essencialmente na consideração das ciências especulativas. E isto é evidente para quem reflectir que a consideração da ciência especulativa não ultrapassa o alcance dos seus princípios, pois, nos princípios da ciência está virtualmente contida toda a ciência. Ora, os princípios primeiros das ciências especulativas são derivados dos sentidos, como claramente se vê no Filósofo (3). Donde, toda a consideração das ciências especulativas não pode ultrapassar o ponto a que pode levar o conhecimento dos sensíveis. Ora, a bem-aventurança última do homem, que é a sua perfeição última, não pode consistir no conhecimento dos sensíveis. Pois nada se aperfeiçoa pelo que é inferior, senão na medida em que este participa de algum modo do superior. Ora, é manifesto que a forma da pedra, ou de qualquer outro objecto sensível, é inferior ao homem. Por isso, não se aperfeiçoa o intelecto por essa forma, como tal, mas enquanto ela participa da semelhança de algo superior ao intelecto humano, que é o lume inteligível ou algo de tal. Ora, tudo o que existe em virtude de outra coisa se reduz ao existente por si. Donde, é necessário que a perfeição última do homem se realize pelo conhecimento de algo superior ao intelecto humano. Já se demonstrou, porém, que, pelos sensíveis, não se pode chegar ao conhecimento das substâncias separadas, superiores ao intelecto humano. Donde se conclui que a bem-aventurança última do homem não pode consistir na consideração das ciências especulativas. – Mas assim como as formas sensíveis participam de certa semelhança com as substâncias superiores, assim, a consideração das ciências especulativas e uma participação da bem-aventurança verdadeira e perfeita.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — No passo aduzido, o Filósofo trata da felicidade imperfeita, tal como pode ser obtida nesta vida, segundo já se disse.

RESPOSTA À SEGUNDA. — É desejada naturalmente não só a bem-aventurança perfeita, mas também qualquer semelhança ou participação dela.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Pela consideração das ciências especulativas o nosso intelecto se reduz ao acto, de certo modo, não porém ao acto último e completo.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.
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Notas:

1. I Ethic.
2. I Metaphys.
3. Metaphys.

O Senhor socorre-nos e levanta-nos



Tu não podes tratar ninguém com falta de misericórdia; e, se te parecer que uma pessoa determinada não é digna dessa misericórdia, tens de pensar que tu também não mereces nada: não mereces ter sido criado, nem ser cristão, nem ser filho de Deus, nem pertencer à tua família... (Forja, 145)

Ficaram também muito gravadas em nós, entre muitas outras cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, a parábola do filho pródigo, a da ovelha perdida, a do devedor perdoado, a ressurreição do filho da viúva de Naim. Quantas razões de justiça para explicar este grande prodígio! Era o filho único daquela pobre viúva; era ele quem dava sentido à sua vida; só ele poderia ajudá-la na sua velhice! Mas Cristo não faz o milagre por justiça; fá-lo por compaixão, porque interiormente se comove perante a dor humana.

Que segurança deve produzir-nos a comiseração do Senhor! Se ele clamar por mim, ouvi-lo-ei, porque sou misericordioso. É um convite, uma promessa que não deixará de cumprir. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e o auxílio da graça, no tempo oportuno. Os inimigos da nossa santificação nada poderão, porque essa misericórdia de Deus nos defende. E se caímos por nossa culpa e da nossa fraqueza, o Senhor socorre-nos e levanta-nos. Tinhas aprendido a afastar a negligência, a afastar de ti a arrogância, a adquirir piedade, a não ser prisioneiro das questões mundanas, a não preferir o caduco ao eterno. Mas, como a debilidade humana não pode manter o passo decidido num mundo resvaladiço, o bom médico indicou-te também os remédios contra a desorientação e o juiz misericordioso não te negou a esperança do perdão. (Cristo que passa, 7)