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11/01/2012

Livres para construir o futuro 9

É sabido como São Josemaria defendeu a liberdade dos fiéis do Opus Dei; comentava com frequência que, na Prelatura, se podem ter todo o tipo de posições políticas que não sejam contrárias à fé católica; mais ainda, afirmava que esse pluralismo é uma manifestação de bom espírito [i].

Quer dizer, parecia-lhe um óptimo sinal que houvesse diversidade de visões políticas entre as pessoas do Opus Dei e afirmava com vigor que não tinham lugar membros que quisessem impor dogmas nas coisas temporais. 

Pretender vincular a fé cristã a uma solução concreta no campo temporal, mesmo sendo muito boa e bem-intencionada, seria uma forma de clericalismo. Um clericalismo que classificava, com vigor, de tirania porque anulava a liberdade pessoal dos outros; uma atitude incompatível com a secularidade cristã, inseparável da liberdade.

O seu amor à liberdade levou-o a exceder-se em dar uma formação muito cuidada – também no plano teológico – com a qual cada fiel pudesse depois mover-se com liberdade na santificação do trabalho e na actividade apostólica, sem esperar indicações. Neste ponto, como em muitos outros, sem pretensões de originalidade, foi inovador.

© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet 2011.07.06


[i] Temas Actuais do Cristianismo, n. 98.

Leitura Espiritual para 11 Jan 2012

 Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)



Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo

A difícil arte do diálogo 4

As características essenciais do verdadeiro diálogo são:

Clareza no que se expõe.

Afabilidade, para evitar os modos violentos ou agressivos.

Confiança, não tanto pelo valor da própria palavra como a disposição para a acolher por parte do interlocutor.

Prudência, para ter em conta as condições psicológicas, sociais e morais do que ouve, procurando adaptar-se razoavelmente, evitando ser incómodo ou incompreensível.

Quando falha alguma destas propriedades produz-se a deformação do diálogo, então temos o que se chama diálogo de surdos, diálogo estratégico, simples conversações, discussões, tertúlias, etc.

(Mons. João do Rio, trad ama)

Tratado De Deo Trino 57

Questão 40: Das Pessoas quanto às relações ou propriedades.



Em seguida, vamos tratar das Pessoas quanto às relações ou propriedades. E discutem-se quatro artigos:
 
Art. 1 – Se, em Deus, a relação é o mesmo que Pessoa.
Art. 2 – Se as Pessoas se distinguem pelas relações.
Art. 3 – Se, abstraídas das Pessoas, pelo intelecto, as propriedades ou as relações ainda permanecem as hipóstases.
Art. 4 – Se os actos nocionais se preinteligem às propriedades.
Art. 1 – Se, em Deus, a relação é o mesmo que Pessoa.

(I Sent., dist. XXVI, q. 2, a. 1; dist. XXXIII, a. 2; Compend. Theol., cap. LXVII).

Art. 1 – Se, em Deus, a relação é o mesmo que Pessoa.

O primeiro discute-se assim. – Parece que em Deus, a relação não é o mesmo que pessoa.

1. – Pois, entre coisas idênticas, multiplicada uma, também as outras se multiplicam. Ora, numa mesma pessoa podem existir várias relações. Assim, na Pessoa do Pai há a paternidade e a espiração comum. Ainda mais: pode uma só relação existir em duas pessoas; assim a espiração comum existe no Pai e no Filho. Logo, relação não é o mesmo que pessoa.

2. Demais. – Nada existe em si mesmo, segundo o Filósofo [1]. Ora, a relação existe na pessoa. Nem se pode dizer, que o seja em razão de identidade; porque, assim, existiria também na essência. Logo, a relação ou propriedade e pessoa não são o mesmo, em Deus.

3. Demais. – Todas as coisas entre si idênticas, o são de modo tal que tudo o que for predicado de uma sê-lo-á também das outras. Ora, nem tudo o que é predicado da pessoa o é também da propriedade. Assim, dizemos que o Pai gera, sem dizermos que a paternidade seja gerativa. Logo, a propriedade não é o mesmo que pessoa, em Deus.

Mas, em contrário, em Deus não difere – o que é – do pelo que é, como se vê em Boécio [2]. Ora, o Pai é Pai. E pela paternidade. Logo, é o mesmo que a paternidade. E pela mesma razão as outras propriedades identificam-se com as pessoas.

Nesta matéria há diversas opiniões. Uns disseram, que as propriedades nem são pessoas nem estão nas pessoas [3]. E a isso foram levados pelo modo de significar das relações, que não significam o que está num sujeito, mas, antes, o que se refere a um sujeito. E por isso disseram que as relações são de proveniência extrínseca, como já expusemos [4]. – Mas, como a relação, sendo uma realidade em Deus, é a própria essência, e a essência é o mesmo que pessoa, como do sobredito resulta [5], conclui-se necessariamente, que relação é o mesmo que pessoa.

Outros, porém, considerando esta mesma identidade, disseram, que as propriedades são pessoas, mas, não estão nas pessoas, porque admitiam propriedades em Deus só como um modo de falar, segundo já vimos [6]. Ora, é necessário admitirmos propriedades em Deus, como demonstramos [7], que têm significação abstracta, como formas das pessoas. Por onde, sendo da essência da forma o existir no ser ao qual per­tence, é necessário admitir que as propriedades existem nas pessoas e, contudo, são as pessoas; assim como dizemos estar em Deus a essência, que, todavia, é Deus.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – A pessoa e a propriedade são idênticas realmente, mas diferem logicamente. E por isso não é necessário que, multiplicada uma, se multiplique a outra. Mas devemos saber que, por causa da divina simplicidade, distingue-se dupla identidade real em Deus, em relação a coisas, que diferem nas criaturas. Pois, por excluir a divina simplicidade a composição de forma e de matéria, segue-se que em Deus identifica-se o abstracto com o concreto, como divindade e Deus. E como a divina simplicidade exclui a composição de sujeito e de acidente, segue-se que tudo o que é atribuído a Deus o é à essência; por isso, sabedoria e virtude identificam-se em Deus, por existirem ambas na divina essência. Ora, em virtude desta dupla identidade, a propriedade em Deus é o mesmo que pessoa. Porque as propriedades pessoais são o mesmo que as pessoas, pela mesma razão por que o abstracto é o mesmo que o concreto. Pois, são as próprias pessoas subsistentes, como a paternidade é o próprio Pai; a filiação, o Filho, e a processão, o Espírito Santo. Porém, as propriedades não pessoais identificam-se com as pessoas por outra razão de identidade, em virtude da qual o que é atribuído a Deus é a sua essência. Quanto à espiração comum ela identifica-se com a pessoa do Pai e com a do Filho; não que seja uma pessoa por si subsistente, mas assim como essa essência existe em duas pessoas, assim também, uma propriedade, como dissemos [8].

RESPOSTA À SEGUNDA. – Dizemos que as propriedades estão na essência só a modo de identidade. Nas pessoas, porém, dizemos esta­rem a modo de identidade, não só realmente, mas também quanto ao modo de significar, como a forma está no suposto. Logo, as pro­priedades determinam e distinguem as pessoas, não porém, a essência.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Os particípios e as palavras nocionais significam actos nocionais. Ora, os actos pertencem aos supostos. As pro­priedades, porém, não significam supostos, mas, formas destes. Por onde repugna, pelo seu modo de significar, que os particípios e as palavras nocionais se prediquem das propriedades.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] IV Physic., c. 3.
[2] De Hebd., VII.
[3] Ut Gilbertus Porretanus., cf. Q. 28, a. 2.
[4] Q. 28, a. 2
[5] Q. 39, a. 1.
[6] Q. 32, a. 2.
[7] Q. 32, a. 2.
[8] Q. 30, a. 2

A evolução do evolucionismo 11

O que são os sistemas de complexidade irredutível?

É outro dos obstáculos que o azar e o evolucionismo darwinista não consegue superar. Uma duna pode perder areia e continuar a ser duna. Uma montanha escavada por uma mina ou mordida por uma pedreira continua sendo montanha. Em troca, em muitas operações de um ser vivo – regidas pela sincronização, não pela acumulação – não se pode prescindir de um só elemento nem de um só passo: regem-se pelo "tudo ou nada", e uma única falta anula o sistema. Por isso, por não admitir recortes nem simplificação, essas operações constituem sistemas de complexidade irredutível.

(jose ramón ayllón, trad. ama)


Devemos santificar todas as realidades

Textos de São Josemaria Escrivá

A tua tarefa de apóstolo é grande e formosa. Estás no ponto de confluência da graça com a liberdade das almas; e assistes ao momento soleníssimo da vida de alguns homens: o seu encontro com Cristo. (Sulco, 219)

Estamos no Natal. Acodem-nos à memória os diversos factos e circunstâncias que rodearam o nascimento do Filho de Deus e o olhar detém-se na gruta de Belém, no lar de Nazaré. Maria, José, Jesus Menino ocupam de modo muito especial o centro do nosso coração. Que diz, que nos ensina a vida, simples e admirável ao mesmo tempo, dessa Sagrada Família?
Entre as muitas considerações que poderíamos fazer, agora quero escolher sobretudo uma. Como refere a Escritura, o nascimento de Jesus significa o início da plenitude dos tempos, o momento escolhido por Deus para manifestar plenamente o seu amor aos homens, entregando-nos o seu próprio Filho. Essa vontade divina realiza-se no meio das circunstâncias mais normais e correntes: uma mulher que dá à luz, uma família, uma casa. A omnipotência divina, o esplendor de Deus passam através das coisas humanas, unem-se às coisas humanas. Desde esse momento, nós, os cristãos, sabemos que, com a graça do Senhor, podemos e devemos santificar todas as realidades sãs da nossa vida. Não há situação terrena, por mais pequena e vulgar que pareça, que não possa ser a ocasião de um encontro com Cristo e uma etapa da nossa caminhada para o Reino dos Céus.
Por isso, não é de estranhar que a Igreja se alegre, que rejubile, contemplando a modesta morada de Jesus, Maria e José. (Cristo que passa, 22)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– I Semana


Evangelho: Mc 1, 29-39

29 Logo que saíram da sinagoga, foram a casa de Simão e de André, com Tiago e João.30 A sogra de Simão estava de cama com febre. Falaram-Lhe logo dela. 31 Jesus, aproximando-Se e tomando-a pela mão, levantou-a. Imediatamente a deixou a febre, e ela pôs-se a servi-los. 32 Ao anoitecer, depois do sol-posto, traziam-Lhe todos os enfermos e possessos, 33 e toda a cidade se tinha juntado diante da porta. 34 Curou muitos que se achavam atacados com várias doenças, expulsou muitos demónios, e não permitia que os demónios dissessem quem Ele era. 35 Levantando-Se muito antes de amanhecer, saiu e foi a um lugar solitário e lá fazia oração. 36 Simão e os seus companheiros foram procurá-l'O. 37 Tendo-O encontrado, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». 38 Ele respondeu: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de que Eu também lá pregue, pois para isso é que Eu vim». 39 E andava pregando nas sinagogas, por toda a Galileia, e expulsava os demónios.

Comentário:

O Evangelho fala frequentemente de “enfermos e possessos” como que associando a doença física com a doença da alma.

Alguns contrariam a existência de possessos porque não aceitam nem o demónio nem o seu poder sobre as criaturas.

Mas, a verdade, é que o demónio existe e tem algum poder sobre as criaturas, nomeadamente aquelas que por ele se deixam subjugar.
Não pode, no entanto ir contra a vontade própria do ser humano, isto é, violentar a sua integridade nem física nem espiritual porque Deus não lho permite.

Mas, considerando que o pecado é uma doença – autêntica – da alma, esta reflecte-se de forma mais ou menos evidente na pessoa física. Não é preciso recorrer a situações “extremas” como por exemplo o de uma pessoa dominada pelo vício da bebida em que, em tempo, leva à degradação física, mas o pecado, digamos assim, comum, aquele que peca com regularidade e não se arrepende e confessa mas, ao contrário, permanece nessa situação, acaba por se ver sujeito ao poder do demónio e por quanto mais tempo… pior.

Sim, há casos de possessões demoníacas e, a Igreja, estuda-os e acompanha-os com muito carinho e preocupação, mas, estas, estão muito longe de ser comuns e numerosas. Realmente, com a Sua Morte na Cruz, acabou o “tempo das trevas” – onde o demónio domina – e passou a haver o tempo da luz que é – inteiramente – de Jesus Cristo.

(ama, comentário sobre Mc 1, 29-39, 2011.12.13)