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07/01/2012

Leitura Espiritual para 07 Jan 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)



Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo

Livres para construir o futuro 5

Como mestre de vida cristã queria formar pessoas livres, filhos de Deus que lutassem por estar com Cristo na Cruz, que procurassem responder à entrega livre e aniquilação de Deus com a entrega livre de si mesmos. Quando a liberdade e a responsabilidade andam juntas, estimulam-se mutuamente no crescimento pessoal. A falta de uma delas é uma perda antropológica.

Por isso, ao falar de liberdade pessoal, São Josemaria animava a que, como manifestação de liberdade responsável, os cristãos tomassem parte activa junto dos outros cidadãos nos mais variados tipos de associações, sindicatos, partidos políticos… procurando intervir nas decisões humanas das quais depende o presente e o futuro da sociedade. 

Assim o expressou muitas vezes: Com liberdade, e de acordo com os teus gostos ou qualidades, participa activa e eficazmente nas associações rectas, oficiais ou privadas do teu país, com uma participação cheia de sentido cristão: essas organizações nunca são indiferentes para o bem temporal e eterno dos homens [i].

© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet 2011.07.06


[i] Forja, n. 717.

Porquê Deus se esconde? 7

Mas na nossa vida a nossa relação com Deus não é tão simples nem rápida.  A presença do Senhor já não é evidente para os nossos sentidos. Procuramos Deus porque ouvimos falar dele; o Senhor pergunta-nos e nós seguimo-lo torpemente com o nosso pecado. Mas continuamos sem saber onde mora. E perguntamos “onde te escondes, Senhor?”, “por que te escondes?”, como se realmente quisesse aborrecer-nos escondendo-se. Na realidade o que perguntamos é “Senhor para onde foste viver, que não te encontro?”.
O Senhor nem se esconde nem se oculta: a sua Presencia impregna tudo e está em tudo. Começando pelo nosso próprio coração. A nossa cegueira impede-nos de viver com Ele quando Ele já vive em nós. O maravilhoso de tudo isto é que, pela sua misericórdia, nos permite crer que Ele se esconde e, assim, possamos sentir a Sua falta ainda que esteja connosco sempre.    
A ausência de Deus é presença do Amor. O silêncio de Deus é grito de Salvação. Procura continua para encontrar  a Aquele que sempre está.

(carlos jariod borrego [1], trad  ama)



[1] Professor de filosofia num Instituto de Toledo e professor convidado de teoria educativa num instituto de ciências religiosas da mesma cidade. Interessado pela educação, presidiu à Federação toledana de CONCAPA durante quatro anos e é co-fundador e presidente da associação toledana de professores Educação e Pessoa.

A evolução do evolucionismo 7

O que diz o registo fóssil?

Existem fósseis catalogados de 250.000 espécies, e no dito catálogo rara vez se reflectem nas inumeráveis formas de transição que Darwin supôs. Antes parece que a evolução dá grandes saltos, como o evidenciou Stephen Jay Gould. Deste ponto de vista paleontológico, o estado habitual das espécies é a estasis e a súbita aparição e desaparição, não a mudança gradual. Há, portanto, mais revolução que evolução. Darwin pensava que não encontrava formas intermédias porque o registo fóssil era muito incompleto, mas hoje existem arquivos completos, que documentam milhões de anos de forma ininterrupta. Um deles é o dos moluscos do lago Turkana, na África oriental, onde Williamson, em 1987, identificou a aparição repentina de novas espécies (especiação).

(jose ramón ayllón, trad. ama)


Apoiar-vos-eis uns aos outros

Textos de São Josemaria Escrivá

Se souberes querer aos outros e difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –, apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja, 148)

Chega a plenitude dos tempos e, para cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão; não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar, demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica, porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos nossos braços.
Uma vez mais consciencializamos que isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado – vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere.
Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário, tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega silenciosa. Este é o bonus odor Christi que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede como se amam! (Cristo que passa, 36)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet


Evangelho do dia e comentário

Natal II Semana


07 de Janeiro

Evangelho: Jo 2, 1-11

1 Três dias depois, celebrava-se um casamento. 2 Jesus com os Seus discípulos foi também convidado para a boda. 3 Faltando o vinho, a mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». 4 Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que nos importa isso a Mim e a ti? Ainda não chegou a Minha hora». 5 Disse Sua mãe aos que serviam: «Fazei tudo o que Ele vos disser». 6 Ora estavam ali seis talhas de pedra preparadas para a purificação judaica, que levavam cada uma duas a três medidas. 7 Jesus disse-lhes: «Enchei as talhas de água». Encheram-nas até cima. 8 Então Jesus disse-lhes: «Tirai agora, e levai ao chefe de mesa». Eles levaram. 9 Logo que o chefe de mesa provou a água convertida em vinho (ele não sabia donde viera, ainda que o sabiam os serventes, porque tinham tirado a água), chamou o esposo 10 e disse-lhe: «Todos servem primeiro o bom vinho e, quando já os convidados têm bebido bem, servem o inferior; tu, pelo contrário, tiveste o bom vinho guardado até agora». 11 Foi este o primeiro milagre de Jesus; fê-lo em Caná da Galileia. Assim manifestou a Sua glória, e os Seus discípulos acreditaram n'Ele.

Comentário:

Não sabemos – o Evangelista não o diz – qual foi a resposta do esposo ao chefe de mesa mas, podemos imaginar a sua surpresa. Deve ter-se apressado a provar esse vinho magnífico e mais surpreendido deve ter ficado.

Em primeiro lugar, porque sabia muito bem que não havia mais vinho e, muito menos, o néctar que agora era servido aos convivas.

Também nós, muitas vezes, não nos apercebemos que nos falta o vinho indispensável no banquete que oferecemos. Aquilo que temos e que gostosamente queremos partilhar com outros. Porque não preparámos convenientemente esse encontro e não nos prevenimos com reservas suficientes para que os que acolheram o nosso convite fiquem servidos.

Falo do banquete do apostolado em que convidamos as pessoas para as servirmos o melhor que sabemos e podemos para que fiquem cativadas e não se esqueçam desse banquete em que lhes falámos de Deus, da Sua Doutrina, da Sua Igreja, dos Seus planos para cada um.

Talvez não disponhamos de reservas ou bens suficientes para satisfazer todos e, então, que fazer?

Pois… recorrer à Medianeira por excelência, Aquela que irá dizer ao Seu Filho o que nos falta para não defraudar os convidados.

Ah… e, depois, fazer tudo quanto Ele nos disser!

(ama, comentário sobre Jo 2, 1-11, 2011.12.07)

Tratado De Deo Trino 53

Art. 5 – Se os nomes essenciais tomados em abstrato podem ser supostos pela Pessoa, de modo a ser verdadeira a proposição: a essência gera a essência.

(I Sent., dist. V, q. 1, a. 1, 2; De Um. Verb., a. 1, ad 12; Contra Errores Graec., cap. IV; in Decretal., II).

O quinto discute-se assim. – Parece que os nomes essenciais, tomados em abstracto, podem ser supostos pela pessoa, de modo a ser verdadeira a proposição – a essência gera a essência.

1. – Pois, Agostinho diz: O Pai e o Filho são uma mesma sabedoria porque são uma mesma essência; e, em particular, a sabedoria da sabedoria, como a essência da essência [1].

2. Demais. – As coisas, que estão em nós, geram-se ou corrompem-se com a nossa geração ou a nossa corrupção. Ora, o Filho é gerado. Logo, estando no Filho à essência divina, parece que esta é gerada.

3. Demais. – Deus é o mesmo que a essência divina, como do sobredito resulta [2]. Ora, como se viu, é verdadeira a proposição – Deus gera a Deus. Logo, também o é esta outra – a essência gera a essência.

4. Demais. – O que é predicado de um sujeito pode ser suposto por ele. Ora, a essência divina é o Pai. Logo, ela pode supor-se pela pessoa do Pai. E, portanto, a essência gera.

5. Demais. – A essência é um princípio gerador, pois é o Pai, que é gerador. Se, portanto, a essência não for um princípio de geração, será a essência geratriz e não geratriz, o que é impossível.

6. Demais. – Agostinho diz: O Pai é o princípio de toda a divindade [3]3. Ora, só e princípio, gerando ou espirando. Logo, o Pai gera ou espira a divindade.

Mas, em contrário, diz Agostinho, que nada se gera a si mesmo [4]. Ora, se a essência gera a essência, não gera senão a si mesma; pois, não há nada em Deus, que se distinga da essência divina. Logo, a essência não gera a essência.

Nesta matéria, errou o abade Joaquim [5] quando asseverou, que, como se diz – Deus gerou a Deus, também se pode dizer – a essência gerou a essência; considerando, que, por causa da divina simplicidade, não se distingue Deus, da divina essência. – Mas, nisto se enganou, pois que, para haver verdade numa proposição, devemos considerar não somente a coisa significada, senão também o modo de significar, vimos [6]. Por onde, embora, na realidade, seja Deus o mesmo que a divindade, contudo, o modo de significar não é o mesmo em ambos os casos. Pois, o nome de Deus, significando a essência divina, no ser que a tem, pelo modo da sua significação é-lhe natural poder ser suposto pela pessoa. E assim, as propriedades das pessoas podem ser predicadas do nome de Deus, podendo dizer-se que Deus é gerado ou gerador, como vimos [7]. Mas, o nome de essência não pode, pelo modo da sua significação, ser suposto pela pessoa; porque significa a essência como forma abstracta. Logo, as propriedades das Pessoas, pelas quais se distinguem umas das outras, não podem ser atribuídas à essência; o que significaria, que há uma distin­ção na essência divina, como há distinção nos supostos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – Para nos fazer entender a unidade da essência e da pessoa, os santos Doutores por vezes manifestaram o seu pensamento de modo mais expressivo do que o permite a natureza do assunto. Por isso, as suas expressões não se devem amplificar, mas, explicar; por ex., os nomes abstractos, pelos concretos, ou mesmo pelos nomes pessoais. Assim, quando dizem – essência da essência, – ou – sabedoria da sabedoria, o sentido é – o Filho, que é essência e sabedoria, vem do Pai, que é essência e sabedoria. Demais, nesses nomes abstractos devemos atender a uma certa ordem. Assim, o que é próprio do acto mais proximamente se refere às pessoas; porque os actos se atribuem aos supostos. Por onde, menos imprópria é a proposição – natureza da natureza, ou – sabedoria da sabedoria, do que esta – essência da essência.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Nas criaturas, o gerado não recebe a mesma natureza, numericamente, que o gerador; mas diversa, numericamente, que começa no gerado, de novo, pela geração e extingue-se pela corrupção. Portanto, o gerado gera-se e corrompe-se por acidente. Ora, o Deus gerado tem a mesma natureza, numericamente, que o gerador. Logo, a natureza divina do Filho não é gerada, nem por essência nem por acidente.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Embora Deus e a divina essência sejam realmente idênticos, contudo, em razão do modo de significar de uma e da outra, devemos nos referir a cada qual, de modo diverso.

RESPOSTA À QUARTA. – A essência divina é predicada do Pai por modo de identidade, por causa da divina simplicidade. Mas, daí se não segue, que possa ser suposta pelo Pai, por causa do modo diverso de significar. A objecção seria porém procedente, relativamente aos conceitos, que se predicam uns dos outros, como o universal, do particular.

RESPOSTA À QUINTA. – A diferença entre os nomes substantivos e adjectivos está em implicarem aqueles o seu suposto; ao passo que estes não, pois ligam a realidade significada ao substantivo. Por isso, dizem os lógicos que os nomes substantivos supõem, ao passo que os adjectivos não supõem, mas copulam. Portanto, os nomes pessoais substantivos podem ser predicados da essência por causa da identidade. Nem de tal resulta, que a propriedade pessoal determine uma essência distinta. Mas é atribuída ao suposto implicado pelo nome substantivo. Ao passo que os adjectivos nocionais e os pessoais não podem ser predicados da essência, senão com um substantivo adjunto. Por isso, não podemos dizer que a essência é geratriz. Podemos, porém, dizer que a essência é uma realidade geratriz, ou Deus gerador, supondo-se realidade e Deus pela pessoa; mas não, se forem supostos pela essência. Assim não há contradição em dizer-se, que a essência é uma realidade geratriz e uma realidade não geratriz; porque, no primeiro caso, realidade é tomada como pessoa; no segundo, como essência.

RESPOSTA À SEXTA. – A divindade, enquanto é a mesma em várias pessoas, tem certa conveniência com a forma do nome colectivo. Por isso, quando dizemos – O Pai é o princípio de toda divindade, isso pode significar a universalidade das Pessoas, por ser ele de todas as Pessoas divinas o princípio. Nem por isso há de necessariamente ser o princípio de si mesmo, do mesmo modo que um indivíduo do povo é chamado guia de todo o povo, não, porém de si mesmo. Ou podemos dizer que o Pai é o princípio de toda divindade, não por gerá-la ou espirá-la, mas, porque a comunica, gerando-a e espirando-a.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] VII de Trin., c. 2.
[2] Q. 3, a. 3.
[3] IV de Trin., c. 20.
[4] I de Trin., c. 1.
[5] Cf. Decretal Gregor. 91, 1, tit 1, c. 2.
[6] Q. 39, a. 4.
[7] Q. 39, a. 4.