(Carta, 1932.01.09)
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
Páginas
▼
25/12/2011
Chamamento
Reflectindo |
(bsftun, Comentário sobre Mt. 4, 18-22)
Evangelho do dia e comentário
1 Naqueles dias, saiu um édito de César Augusto, prescrevendo o recenseamento de toda a terra. 2 Este recenseamento foi anterior ao que se realizou quando Quirino era governador da Síria. 3 Iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. 4 José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava Belém, porque era da casa e família de David, 5 para se recensear juntamente com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Ora, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz, 7 e deu à luz o seu filho primogénito, e O enfaixou, e O reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. 9 Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor os envolveu com a sua luz e tiveram grande temor. 10 Porém, o anjo disse-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: 11 Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor. 12 Eis o que vos servirá de sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura». 13 E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus e dizendo: 14 «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, objecto da boa vontade de Deus».
Meditação:
Estava próxima a hora de nasceres, Senhor, e "como não havia lugar na hospedaria..." Tua Mãe santíssima, decerto preocupada, mas serenamente confiante, levou-Te ainda no seu seio para uma gruta que servia de estábulo.
E aí nascesTe Senhor.
Oh meu Deus, o meu Senhor, o meu Salvador!
"Como não havia lugar na hospedaria..."
Porque não haveria lugar?
Por a cidade estar cheia de forasteiros que ali iam recensear-se?
Por não aparentarem, aquela jovem mulher e o seu marido, posses ou posição social?
Sim, com um simples burrico por transporte, uma pequena trouxa de magros pertences, não o seriam por certo.
Talvez fosse por estas duas principais razões, talvez. É um facto que a cidade estaria cheia de gente.
Mas então, Maria e José foram tão imprudentes que não esperaram uns dias até que Tu nascesses para então fazerem a viagem!?
Não procuraram assegurar estadia em casa de algum parente ou conhecido!
Não, não terão feito nada disto. Provavelmente porque não podiam, as comunicações eram difíceis e, depois, porque se tratava de duas criaturas de extrema simplicidade. Não era seu hábito programar a vida, medir os passos, organizar em detalhe as coisas futuras.
Com um confiança ilimitada na providência de Deus, sabiam perfeitamente que haverias de nascer quando e onde quisesses, Senhor, e que haverias de prover todas as necessidades que ocorressem.
Mas não havia, de facto, lugar na hospedaria?
Não seria possível descobrir um pequeno recanto, uma água-furtada, um esconso onde a jovem mãe pudesse, com recato e algum conforto, dar à luz o seu Filho !?
Quantas vezes, Senhor, eu não tive lugar para Ti?
Quantas vezes!
Sempre cheio de coisas, de preocupações, ambições, desejos, devaneios, ouvi eu, entendi eu que eras Tu ali, à porta do meu coração, pedindo um bocadinho, um pequeno espaço, para poderes nascer!
Quantas vezes quiseste nascer dentro de mim e, eu, pobre de mim, não deixei, não quis!
Ah! Senhor, eu sei que não sou digno, mas uma simples palavra Tua e este pobre coração cheio de mazelas e pecados, ficará radioso de brancura e Tu poderás, ainda que por momentos, nascer dentro dele.
Bate, Senhor, com força à minha porta, eu abrir-Te-ei e deixar-Te-ei entrar e aqui farás o teu Presépio.
Não desejo outra coisa, Senhor, senão sentir-Te dentro de mim, irradiando a Tua Paz e o teu calor de amor.
Oh! Minha mãe, Maria Santíssima, descansa aqui um pouco, deixa-me por momentos o teu Filho que eu O embalarei com o meu amor, a minha dedicação inteira, a minha devoção profunda.
Podes tu, José meu pai e senhor, confiar-me o teu excelente Filho adoptivo, eu tomarei boa conta dele, embora fique estático e estarrecido por tamanha ventura e tão grande honra.
A minha alma anseia que assim seja
(ama, comentário sobre Lc 1, 1-17, Natal de 1999)
Deixa-o exigir-te!
Deus quer-nos infinitamente mais do que tu próprio te queres... Deixa-o, pois, exigir-te! (Forja, 813)
O Senhor conhece as nossas limitações, o nosso individualismo e a nossa ambição: a dificuldade em nos conhecermos a nós mesmos e de nos entregarmos aos outros. Sabe o que é não encontrar amor e verificar que mesmo aqueles que dizem segui-Lo o fazem só a meias. Recordai as cenas tremendas que os evangelistas nos descrevem e em que vemos os apóstolos ainda cheios de aspirações temporais e de projectos exclusivamente humanos. Mas Jesus escolheu-os, mantém-nos juntos de Si e confia-lhes a missão que recebeu do Pai.
Também a nós nos chama e nos pergunta como a Tiago e João: Potestis bibere calicem quem ego bibiturus sum?; estais dispostos a beber o cálice (este cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber? "Possumus"!. Sim, estamos dispostos! – é a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos seriamente a cumprir, em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o nosso coração inteiro ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos interesses, à nossa comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa que não corresponda à nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos purificarmos? Hoje apresenta-se-nos a ocasião de rectificar. (Cristo que passa, 15)
© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet