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23/12/2011

Como pedir

Omnia quaequmque orantes petistis, credite quia accipietis, et evenient Vobis. (Mc 11,24) Tudo o que pedirdes na oração, tudo!, crede que vos será dado. E como se pede Deus Nosso Senhor? Tal com se pede a uma mãe, tal como se pede a um irmão, umas vezes, com um olhar; outras com um gesto; comportando-nos bem para que estejam contentes, para lhes mostrar carinho; outras vezes com a língua. Pois bem, pedi assim. Todos os procedimentos humanos para entender-se com outra pessoa temos nós de segui-los para fazer oração e tratar com Deus. 

(Tertúlia no Colégio Romano da Santa Cruz, 1965.12.24)

Pensamentos inspirados à procura de Deus

À procura de Deus



Deus é o tudo,


do nada que nós somos.



jma

Bem-aventuranças

      Reflectindo
Assim como somos salvos na esperança, assim também na esperança somos bem-aventurados; e, tal como a bem-aventurança, assim também a salvação não a possuímos como presente, mas aguardamo-la como futura, e isto graças à paciência; porque estamos no meio de males que devemos suportar com paciência até alcançar-mos aqueles bens onde tudo haverá para nos deleitarmos de uma forma inefável e onde já nada haverá que sejamos obrigados ainda a suportar.

(stº. sgostinho, A Cidade de Deus, Fundação C. Gulbenkian, Vol. III, Livro XIX, Cap. IV, nr. 1889) 

Tratado De Deo Trino 48

Art. 2 – Se o Dom é nome próprio do Espírito Santo.

(I Sent., dist. XVIII, a. 2).

O segundo discute-se assim. – Parece que Dom não é um nome próprio de Espírito Santo.

1. – Pois, chama-se dom o que é dado. Ora, diz a Escritura (Is 9, 6): Um filho nos foi dado a nós. Logo, ser Dom tanto convém ao Filho como ao Espírito Santo.

2. Demais. – Todo nome próprio de uma pessoa significa-lhe alguma propriedade. Ora, o nome de Dom não significa nenhuma propriedade do Espírito Santo. Logo, não é nome próprio dele.

3. Demais. – Espírito Santo pode ser o espírito de qualquer homem, como se disse [1]. Não pode, porém, ser o dom atribuído a qualquer homem, mas só a Deus. Logo, Dom não é nome próprio do Espírito Santo.

Mas, em contrário, Agostinho: Assim como ser nascido consiste em o Filho provir do Pai, assim, ser Dom de Deus consiste, para o Espírito Santo, em proceder do Pai e do Filho. Ora, o Espírito Santo recebe o seu nome próprio de proceder do Pai e do Filho. Logo, Dom é o nome próprio do Espírito Santo.

Dom, pessoalmente considerado, em Deus, é o nome próprio do Espírito Santo. Para evidenciá-lo, devemos saber que dom, propriamente, é uma doação irretribuível, segundo o Filósofo [2]; i. e, dado sem intenção de retribuição, e portanto é, por natureza, gratuita. Ora, a razão da doação gratuita é o amor; pois, a quem damos uma coisa gratuitamente a esse lhe queremos bem; e, portanto, a primeira coisa que lhe damos é esse amor pelo qual lhe queremos bem. Por onde, é manifesto que o amor é por essência um dom do primeiro, pelo qual todos os outros se dão gratuitamente. Logo, procedendo o Espírito Santo como Amor, consoante já se disse [3], procede em razão de dom primeiro. Por isso Agostinho diz, que pelo dom, que é o Espírito Santo, muitos dons próprios se dividem pelos membros de Cristo [4].

Donde a resposta à primeira objecção. – Assim como o Filho, por proceder como Verbo, cuja essência é ser semelhança do seu princípio, se chama propriamente Imagem, embora também o Espírito Santo seja semelhante ao Pai; assim também o Espírito Santo, por proceder do Pai, como Amor, se chama propriamente Dom, embora também o Filho seja dado. Pois o mesmo ser dado o Filho provém do amor do Pai, segundo a Escritura (Jo 3, 16): Assim amou Deus ao mundo, que lhe deu o seu Filho unigénito.

Resposta à segunda. – O nome de dom importa em ser do doador por origem. E assim importa a propriedade da origem do Espírito Santo, que é a processão.

Resposta à terceira. – O dom, antes de ser dado, é só do doador; mas depois de ser dado, é do doado. Como pois o Dom não importa doação em acto, não se pode dizer, que seja dom do homem, mas, de Deus doador. Porém quando já tiver sido doado, então, é o espírito ou o dom do homem.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] Q. 36, a. 1 arg 3.
[2] Topic., l. IV, c. 4: 125, a. 18.
[3] Q. 27, a. 4; q. 37, a. 1.
[4] XV de Trin., c. 19.

Preparando o Natal

           Oração do Natal

Menino Jesus: 

Este Natal quisera receber-te com aquele enlevo e carinho de Tua Santíssima Mãe, com a atenção e cuidados de São José, com a alegria e simplicidade dos Pastores de Belém.
São Josemaria, ajudai-me nestes propósitos.


ama, Advento 2011

Música para o Natal

 Renée Fleming - Mormon Tabernacle Choir 



Evangelho do dia e comentário



Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]

Sexta-Feira da IV semana do Avento 23 de Dezembro
Evangelho: Lc 1, 57-66

57 Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho. 58 Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela. 59 Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai. 60 Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João». 61 Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome». 62 E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse. 63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.64 E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus. 65 O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia. 66 Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele.
 80 Ora o menino crescia e se fortificava no espírito. E habitou nos desertos até ao dia da sua manifestação a Israel.

Comentário:

«Soltou-se a língua» diz expressamente o Evangelho.

Porquê?

Porque o Anjo assim o dissera e porque, quando se faz a vontade de Deus, recupera-se o que se tinha perdido com a resistência ou indiferença aos Seus mandatos e, a alma, não poderá deixar de entoar com júbilo louvor e glória a Deus Nosso Senhor.

(ama, meditação sobre Lc 1, 57-66, 2011.11.18)

Para obedecer, é preciso humildade

Textos de São Josemaria Escrivá

Quando tiveres de mandar, não humilhes: procede com delicadeza; respeita a inteligência e a vontade de quem obedece. (Forja, 727)

Muitas vezes fala-nos através doutros homens e pode acontecer que, à vista dos defeitos dessas pessoas ou pensando que não estão bem informadas ou que talvez não tenham entendido todos os dados do problema, surja uma espécie de convite a não obedecermos.
Tudo isso pode ter um significado divino, porque Deus não nos impõe uma obediência cega, mas uma obediência inteligente, e temos de sentir a responsabilidade de ajudar os outros com a luz do nosso entendimento. Mas sejamos sinceros connosco próprios: examinemos em cada caso se o que nos move é o amor à verdade ou o egoísmo e o apego ao nosso próprio juízo. Quando as nossas ideias nos separam dos outros, quando nos levam a quebrar a comunhão, a unidade com os nossos irmãos, é sinal certo que não estamos a actuar segundo o espírito de Deus.
Não o esqueçamos: para obedecer, repito, é preciso humildade. Vejamos de novo o exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e a Maria. Deus veio à Terra para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas – Santa Maria, Nossa Mãe; mais do que Ela só Deus; e aquele varão castíssimo, José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos de amar a Deus, para amar assim a sua vontade, e ter desejos de responder aos chamamentos que nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de realizar o que é bom e justo... (Cristo que passa, 17)

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