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Preparando o Natal


                                 Oração do Natal

Menino Jesus: 

Este Natal quisera receber-te com aquele enlevo e carinho de Tua Santíssima Mãe, com a atenção e cuidados de São José, com a alegria e simplicidade dos Pastores de Belém.
São Josemaria, ajudai-me nestes propósitos.


ama, Advento 2011

A POESIA DO NATAL

Porque será que nos apetece cantar ao Menino? E à sua Mãe bendita? E a S. José? E ouvir na alma o coro celestial dos Anjos? E pedir aos pastores que nos acompanhem com os seus vilancetes populares? Por uma razão muito simples e sublime: porque não nos aproximamos do tremendo Sinai, mas «do monte Sião, da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, Juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição – e de Jesus, Mediador da Nova Aliança!»

É a nossa festa com Deus: finalmente juntos, depois de tão longa e dolorosa história! Ainda teremos de ver crescer o Menino, escutá-Lo e segui-Lo pelos caminhos da Palestina, até ao Calvário, para O vermos novamente e ouvi-Lo dizer-nos que é nosso Amigo e nunca mais se há-de separar de nós. E secarão de vez as nossas lágrimas. Como não havemos de cantar?

Poesia é a nossa expressão possível do mistério, mas este Mistério é tão belo e feliz, que só pode dar lugar a canções de uma leveza infantil, de roda e romaria campestre, de coração a bailar.

É nesta ocasião que melhor entendemos que o canto é um direito humano; mais do que uma arte de privilegiados. E é um direito, porque é um dever universal de gratidão e de felicidade. Quem não se alegra pelo Natal não merecia ser homem. Pois não se fez Homem Deus? Podia ser maior a nossa sorte?

Na igreja, cuidado, porque Sua Divina Majestade espera as nossas homenagens no altar e no sacrário. Nada de faltas de respeito. Mas lá fora e cá por dentro, cantemos à desgarrada como bem nos apetecer.

E podemos ter a certeza de que Nossa Senhora nos sorrirá, S. José se unirá às nossas vozes. Infantilidades? O primeiro Infante é Ele. E se nos entra o receio de ser humanos demais, lembremo-nos de que Deus nos criou à sua imagem, e portanto é humaníssimo, tão humano que não teve pejo em fazer-se Um de nós.

Hugo de Azevedo


Fonte:Celebração Litúrgica, Dezembro/Janeiro 2011/2012

Amor de Deus

Reflectindo
Deus jamais cessou de amar-te. Mesmo nos teus momentos de mais negra ingratidão, nos momentos do teu pecado mais sombrio, Deus não parou de amar-te.

(leo j. trese, Não Vos Preocupeis, Edições Quadrante, S. Paulo, 2ª Ed., pag 9) 

Tratado De Deo Trino 39

Art. 3. – Se o Espírito Santo procede do Pai, pelo Filho.

(I Sent., dist. XII, a. 3; Contra errores Graec., parte II, cap. IX).

O terceiro discute-se assim. – Parece que o Espírito Santo não procede do Pai, pelo Filho.

1. – Pois quem procede de outrem por meio de um terceiro não procede imediatamente. Logo, se o Espírito Santo procede do Pai, pelo Filho, não procede imediatamente, o que parece inadmissível.

2. Demais. – Se o Espírito Santo procede do Pai, pelo Filho, deste procede por causa do Pai. Ora, o que faz com que uma coisa seja o que é mais essa coisa do que ela própria o é. Logo, procede o Espírito Santo mais do Pai do que do Filho.

3. Demais. – O Filho tem o ser por geração. Se pois o Espírito Santo procede do Pai, pelo Filho, segue-se que, primeiro, é gerado o Filho e, depois, procede o Espírito Santo. E assim, não é eterna esta processão, o que é herético.

4. Demais. – Quando se diz que alguém obra por meio de outrem, pode-se também dizer o inverso. Assim, dizendo-se que o rei obra por meio do súbdito pode-se também dizer que o súbdito obra por meio do rei. Ora, de modo nenhum se pode dizer que o Filho espira o Espírito Santo, pelo Pai. Logo, de nenhum modo se pode dizer que o Pai espira o Espírito Santo, pelo Filho.

Mas, em contrário, diz Hilário: Suplico-te conserves a religião da minha fé, para que sempre te obtenha a ti, ó Pai; e adore juntamente contigo o teu Filho; e mereça o teu Espírito Santo, que vem de ti, pelo teu Unigénito [1].

Em todas as locuções onde se diz, que alguém obra por outro, a preposição por designa, na causal, alguma causa ou princípio desse ato. Mas, como o ato é uma mediania entre o autor e a sua obra, algumas vezes a locução causal, à qual se adjunta a preposição por, é causa do ato como partindo do agente. E, então é a causa de o agente agir, quer seja causa final, formal, efectiva ou motora. Final, quando, p. ex., dizemos que o artífice obra por cobiça do lucro; formal, se dissermos que obra pela sua arte; motora, se dissermos, que obra por ordem de outro. Outras vezes porém a locução causal, à qual se adjunta a preposição por, é causa do acto enquanto este termina no seu resultado; como se dissermos: O artífice obra pelo martelo. Pois isto não significa que o martelo seja a causa de agir do artífice, mas sim, a de proceder, deste, o artificiado; e que isto mesmo o martelo recebe do artífice. E tal é o que certos ensinam, dizendo que a preposição por, ora designa o autor, directamente, como quando se diz – o rei obra pelo súbdito; ora indirectamente, como na frese – o súbdito obra pelo rei.

Ora, como o Filho recebe do Pai a razão de proceder de si o Espírito Santo, podemos dizer que o Pai, pelo Filho, espira o Espírito Santo, ou que este procede do Pai, pelo Filho, o que é o mesmo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – Em qualquer acção duas coisas se devem considerar: o suposto agente e a virtude pela qual age; assim o fogo aquece pelo calor. Considerando-se pois no Pai e no Filho a virtude pela qual espiram o Espírito Santo, não há aí lugar para nenhuma mediania, por ser essa uma mesma virtude. Considerando-se porém as próprias Pessoas espirantes, então de proceder o Espírito Santo comummente do Pai e do Filho, resulta proceder imediatamente do Pai, por vir deste; e, mediatamente, por vir do Filho; e daí o dizer-se que procede do Pai, pelo Filho. Assim como Abel procedeu imediatamente de Adão, como pai; e mediatamente, por proceder a sua mãe, Eva, de Adão; embora tal exemplo de processão material seja impróprio para exprimir a processão imaterial das Pessoas divinas.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Se o Filho recebesse do Pai outra virtude numericamente diversa, para espirar o Espírito Santo, resultaria ser o Filho uma como causa segunda e instrumental; e, então, mais procederia o Espírito Santo do Pai, que do Filho. Mas uma mesma virtude espirativa, numericamente, existe no Pai e no Filho; logo, igualmente de um e outro procede o Espírito Santo. Embora por vezes se diga que este, principal ou propriamente, procede do Pai, por ter o Filho, do Pai, tal virtude.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Assim como a geração do Filho é coeterna com quem o gera e, por isso, o Pai não existia anteriormente à geração do Filho, assim, a processão do Espírito Santo é coeterna com o seu princípio. Por onde, o Filho não foi génito antes de proceder o Espírito Santo, mas ambos são eternos.

RESPOSTA À QUARTA. – Quando se diz que alguém obra por meio de outro, nem sempre essa preposição é conversível; assim, não dizemos que o martelo obra por meio do ferreiro.

Mas dizemos que o súbdito obra por meio do rei, porque age como senhor do seu ato; ao passo que o martelo, não agindo, mas sendo usado, só é designado como instrumento. E dizemos, que o súbdito obra por meio do rei, embora a preposição por designe meio; porque quanto mais primário for o suposto, no agir, tanto mais a sua virtude se manifestará imediata, no efeito. Pois, a virtude da causa primaria prende ao seu efeito a causa segunda; e por isso os primeiros princípios, nas ciências demonstrativas, se chamam imediatos. Assim pois, sendo o súbdito um meio, na ordem dos supostos agentes, dizemos, que por ele obra o rei; mas na ordem das virtudes, dizemos que o súbdito obra pelo rei, porque a virtude deste faz com que a acção daquele atinja o seu efeito. Ora, entre o Pai e o Filho não se considera a ordem, quanto à virtude, mas somente, quanto aos supostos; e por isso dizemos, que o Pai espira pelo Filho e não, inversamente.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] De Trin., L. XII, n. 57.

Evangelho do dia e comentário

Advento III Semana

Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]
Quarta-Feira da III semana do Advento 14 de Dezembro 
Evangelho: Lc 7, 19-23

19 João chamou dois e enviou-os a Jesus a dizer-Lhe: «És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?» 20 Tendo ido ter com Ele, disseram-Lhe: «João Baptista enviou-nos a Ti, para Te perguntar: “És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?”». 21 Naquela mesma ocasião Jesus curou muitos de doenças, de males, de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos. 22 Depois respondeu-lhes: «Ide referir a João o que vistes e ouvistes: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a boa nova; 23 e bem-aventurado aquele que não tiver em Mim ocasião de queda»

Comentário:

João sabe que Jesus Cristo é o Messias.

Então porque manda estes emissários com a pergunta?

Porque a resposta que obtêm é a confirmação pela Sua boca que, Ele, é de facto o Messias porque as Suas obras assim o atestam e confirmam.

A resposta não é, pois, para João mas para todos os que, ao ouvirem-na, acreditem e se salvem.

(ama, comentário sobre, Lc 7, 19-23, 2009.12.16)

Não podemos ensinar o que não praticarmos

Textos de São Josemaria Escrivá


"Coepit facere et docere". – Jesus começou a fazer e depois a ensinar: tu e eu temos de dar o testemunho do exemplo, porque não podemos levar uma vida dupla: não podemos ensinar o que não praticarmos. Por outras palavras, temos de ensinar o que, pelo menos, lutamos por praticar. (Forja, 694)

Veio ensinar, mas fazendo; veio ensinar, mas sendo modelo, sendo o Mestre e o exemplo, com a sua conduta. Agora, diante de Jesus Menino, podemos continuar o nosso exame pessoal: estamos decididos a procurar que a nossa vida sirva de modelo e de ensinamento aos nossos irmãos, aos nossos iguais, os homens? Estamos decididos a ser outros Cristos? Não basta dizê-lo com a boca. Tu – pergunto-o a cada um de vós e pergunto-o a mim mesmo – tu, que por seres cristão estás chamado a ser outro Cristo, mereces que se repita de ti que vieste facere et docere, fazer tudo como um filho de Deus, atento à vontade de seu Pai, para que deste modo possas levar todas as almas a participar das coisas boas, nobres, divinas e humanas, da Redenção? Estás a viver a vida de Cristo na tua vida de cada dia no meio do mundo?
Fazer as obras de Deus não é um bonito jogo de palavras, mas um convite a gastar-se por Amor. Temos de morrer para nós mesmos a fim de renascermos para uma vida nova. Porque assim obedeceu Jesus, até à morte de Cruz, mortem autem crucis. Propter quod et Deus exaltavit illum. Por isso Deus O exaltou. (Cristo que passa, 21)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Música e repouso

Massenet -  "Meditation" from Thais -  Yo-Yo Ma


selecção ALS

Estamos predestinados? 1

Bom, isto é o que dizem e defendem os protestantes. Mas o que julgo é mais preocupante, é que haja pessoas que se digam católicas e manifestando-o sê-lo, aceitem a predestinação das almas. E, uma de duas: ou se trata de pessoas de boa fé e com deficiente formação, que ouvem sinos e não sabem donde, ou pelo contrário são pessoas que sabem muito bem o que se dizem e, neste segundo caso, ou querem jogar com dois baralhos, ou levadas por um mal entendido afã ecumenista, querem juntar a agua com o azeite a qualquer preço, atirando pela borda fora o que haja que atirar, sejam dogmas ou magistérios doutrinais católicos, revestidos da patina da tradição.

E o que é a doutrina da predestinação? De facto é uma doutrina muito tentadora, porque no final, consiste em ouvir as insinuações demoníacas das que ninguém se livra, e que nos dizem estas?: Mas não faças de tonto, não te esforces…, mas é que não vês que o teu destino já está já determinado. Esta é uma tese,   que como outras, forma  parte da teologia do demónio, pois o nosso inimigo tem a sua própria teologia, através de a qual trata de nos demonstrar a presumível maldade de Deus e como se esforça por nos prevenir, ainda que a realidade seja que Ele, desfruta vendo-nos sofrer, vendo que caímos no poço do ódio em que Ele se encontra submergido.

(JUAN DO CARMELO, trad AMA)
(juan do carmelo, trad ama)