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26/11/2011

Novíssimos: A Morte 11

O dia da Morte
William-Adolphe Bourgerau


O máximo enigma da Vida Humana é a morte. O homem sofre com a dor e com a dissolução progressiva do seu corpo. Mas o seu máximo tormento é o temor pelo desaparecimento perpétuo. Julga com instinto certeiro quando resiste a aceitar a perspectiva da ruína total e do adeus definitivo. A semente de eternidade que em si leva, por ser irredutível à matéria, levanta-se contra a morte.








(Concilio Vaticano II, Constituição Dogmática Gaudium et Spes, 18)


AS ADIÇÕES

Como se originam as adições?

Uma adição vem a ser algo instintivo, uma má tendência que o homem não é capaz de dominar. Os modos habituais de como surgem adições são:
A repetição de actos maus. - Originam um mau costume que se se acentua passa a ser vicioso e escravizante. Ao invés a repetição de actos bons origina virtudes e qualidades que facilitam obrar bem, não mal. Tal não são adições, pois estas requerem que sejam acções daninhas para o homem. Só se fala de adições quando há vícios. Dos vícios há que libertar-se.
A repetida aceitação de maus sentimentos. - Se se aceitam frequentes pensamentos de ódio, o ódio instala-se no coração. O mesmo sucede com os sentimentos de amargura, pessimismo, inclusive os de afecto à pessoa equivocada.

Ideasrapidas, trad ama

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXIV Semana




Evangelho: Lc 21, 34-36

34 «Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com o excesso do comer e do beber e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de improviso; 35 porque ele virá como uma armadilha sobre todos os que habitam a superfície de toda a terra. 36 Vigiai, pois, orando sem cessar, a fim de que vos torneis dignos de evitar todos estes males que devem suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem».

Comentário:

O segredo, a “chave do sucesso” está nas últimas palavras do Senhor que constam neste trecho do Evangelho:

«Vigiai, pois, orando sem cessar, a fim de que vos torneis dignos de evitar todos estes males que devem suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem»

Quem não vigia é, sempre apanhado de surpresa e, uma vez que tal se verifique já não há mais remédio.

Merecer só nesta vida, depois… já não!

Teremos tempo, algum tempo, se começar-mos agora, JÁ!, essa preparação, mesmo que a morte ocorra no próximo minuto, estaremos a salvo.

(ama, comentário sobre Lc 21, 34-36, 2011.10.19)

Gospel

Soweto Gospel Choir - Khumbaya 

selecção JMA

Confissão

Reflectindo

Reflectindo sobre a função do Sacramento da Penitência, a consciência da Igreja descobre nele, alem do carácter de juízo…, um carácter terapêutico ou medicinal. E isto relaciona-se com o facto de que é frequente no Evangelho a apresentação de Cristo como Médico, enquanto a Sua obra redentora é chamada amiúde, desde a antiguidade cristã, «medicina salutis».

(btº. joão paulo II, Exortação Apostólica Reconciliatio et Paenitentia, 1984.12.2, 31, 11)

Deus resiste aos soberbos

Textos de São Josemaria Escrivá

Caminho certo de humildade é meditar como, mesmo carecendo de talento, de renome e de fortuna, podemos ser instrumentos eficazes, se recorremos ao Espírito Santo para que nos conceda os Seus dons. Os Apóstolos, apesar de terem sido instruídos por Jesus durante três anos, fugiram espavoridos diante dos inimigos de Cristo. Todavia, depois do Pentecostes, deixaram-se vergastar e encarcerar, e acabaram dando a vida em testemunho da sua fé. (Sulco, 283)

Jesus Cristo, Nosso Senhor, propõe-nos com muita frequência na sua pregação o exemplo da sua humildade: aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, para que tu e eu aprendamos que não há outro caminho; que só o conhecimento sincero do nosso nada é capaz de atrair sobre nós a graça divina. Por nós, Jesus veio padecer fome e alimentar-nos, veio sentir sede e dar-nos de beber, veio vestir-se da nossa mortalidade e vestir-nos de imortalidade, veio pobre para nos tornar ricos.
Deus resiste aos soberbos, mas aos humildes dá a sua graça, ensina o Apóstolo S. Pedro. Em qualquer época, em qualquer situação humana, não existe – para viver vida divina – senão o caminho da humildade. Será que o Senhor se regozija com a nossa humilhação? Não. Que lucraria com o nosso abatimento Aquele que tudo criou, e mantém e governa tudo o que existe? Deus só deseja a nossa humildade, que nos esvaziemos de nós próprios para ele nos poder encher; pretende que não lhe levantemos obstáculos, a fim de que – falando ao modo humano – caiba mais graça sua no nosso pobre coração. Porque o Deus que nos inspira a ser humildes é o mesmo que transformará o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso, com aquele poder com que pode também sujeitar a si todas as coisas. Nosso Senhor faz-nos seus, endeusa-nos com um endeusamento bom. (Amigos de Deus, nn. 97–98)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Tratado De Deo Trino 10

Questão 28: Das relações divinas


Art. 4 — Se em Deus só há quatro relações reais, a saber, a paternidade, a filiação, a expiração e a processão.

O quarto discute-se assim — Parece não haver em Deus senão quatro relações reais, a saber, a paternidade, a filiação, a expiração e a processão.

— Pois, há a considerar em Deus as relações da inteligência com o inteligido e da vontade com o objecto querido; que são relações reais, nem se contém nas supra mencionadas. Logo, não há em Deus somente quatro relações reais.

Demais. — Admitem-se relações reais em Deus, quanto à processão inteligível do Verbo. Ora, as relações inteligíveis se multiplicam ao infinito, como diz Avicena [1]. Logo, há em Deus infinitas relações reais.

Demais. — As ideias existem em Deus abeterno, como se disse [2]. Nem se distinguem entre si senão relativamente ao seu objecto, segundo foi dito [3]. Logo, em Deus há muitas relações eternas.

Demais. — A igualdade, a semelhança e a identidade são relações e em Deus existem abeterno. Logo, nele existem abeterno mais revelações que as supra mencionadas.

Mas, em contrário, parece que são menos. Pois, segundo o Filósofo, o mesmo caminho de Atenas a Tebas é o de Tebas a Atenas [4]. Logo, pela mesma razão, idêntica é a relação entre o Pai e o Filho, chamada paternidade, e a entre o Filho e o Pai, chamada filiação. E assim não há em Deus quatro relações.

Segundo o Filósofo, toda relação se funda ou na quantidade, como a que há entre o duplo e o meio; ou na acção e na paixão [5], como a existente entre um agente e o seu acto, entre o senhor e o escravo, e outras. Ora, em Deus não existindo quantidade, pois, é grande, sem quantidade, como diz Agostinho [6], resulta que nele relação real só pode existir fundada na acção. Não porém em acções que causem em Deus uma processão extrínseca, pois, as relações de Deus com as criaturas, nele não estão realmente, como dissemos [7]. Por onde, as relações reais, só se podem admitir em Deus mediante acções que causem nele uma processão interna e não, externa. Ora, processão dessa natureza só há duas, como dissemos [8]; uma, fundada na acção do intelecto, que é a processão do Verbo; outra, na da vontade, que é a do Amor. E, segundo qualquer delas é necessário admitir duas relações opostas: uma, a do que procede do princípio, e outra, a do próprio princípio. A processão do Verbo se chama geração, na sua noção própria, pela qual convém aos seres vivos. Ora, a relação do princípio da geração, nos seres vivos perfeitos, se chama paternidade; e a do que procede do princípio, filiação. Porém a processão do Amor não tem nome próprio, como dissemos [9] e, portanto, nem as relações que nela se fundam. Chama-se contudo expiração à relação do princípio desta processão, e à do procedente, processão. Embora esses dois nomes pertençam às próprias processões ou origens, e não às relações.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Nos seres em que diferem o intelecto e o inteligido, a vontade e o seu objecto, pode haver relação real entre a ciência e a coisa sabida, a vontade e a coisa querida. Mas em Deus, o intelecto e o inteligido são absolutamente idênticos, pois, inteligindo-se, tudo intelige; e pela mesma razão nele se identificam a vontade e a coisa querida. Donde, tais relações em Deus não são reais, como não são as que existem entre duas identidades. Real é, contudo, a relação com o Verbo, compreendendo-se este como coisa inteligida; assim, quando inteligimos uma pedra, o que o intelecto concebe, da coisa inteligida, se chama verbo.

RESPOSTA À SEGUNDA. — As relações inteligíveis multiplicam-se em nos ao infinito, pois por um acto inteligimos a pedra, e por outro, essa relação, ainda por outro, esta última, e assim ao infinito se multiplicam os actos de inteligir e, por consequência, as relações inteligidas. O que não se dá com Deus, que por um só acto tudo intelige.

RESPOSTA À TERCEIRA. — As relações são ideais, como inteligidas por Deus. Donde, da pluralidade delas se não segue que haja muitas em Deus, mas que Ele conhece muitas.

RESPOSTA À QUARTA. — A igualdade e a semelhança não são em Deus relações reais, mas apenas de razão, como depois se verá [10]10.

RESPOSTA À QUINTA. — Embora o caminho de um termo para outro seja o mesmo que em sentido inverso, contudo as relações são diferentes. Por isso, daí não se pode concluir que seja a mesma relação entre o Pai e o Filho e reciprocamente. Mas poderíamos concluir tal, de um meio-termo absoluto que porventura houvesse entre eles.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,




[1] 1.Metaph., tract. III, c. 10.
[2] Q. 15, a. 2.
[3] Q. 15, a. 2.
[4] III Physic., c. 3.
[5] V Metaph., c. 15.
[6] Contra Epist. Manichaei, c. 15.
[7] Q. 28, a. 1, ad 3; q. 13, a. 7.
[8] Q. 27, a. 5.
[9] Q. 27, a. 4.
[10] Q. 42, a. 1 ad 4.