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20/11/2011

Cuidar da vida até à morte

"Na procura de critérios éticos é fundamental também a distinção entre matar e acompanhar o morrer. Esta última é a opção concretizada, por exemplo, nos cuidados paliativos. Trata-se de aceitar todos os cuidados e intervenções médicas que tenham por objectivo tornar o sofrimento mais suportável, diminuindo ou eliminando a dor, proporcionando todo o acompanhamento humano possível e criando as necessárias condições para um cuidado global (holístico) à pessoa em causa. O Magistério católico ensina, já há várias décadas, que é moralmente aceitável suprimir a dor por meio de narcóticos, mesmo que isso implique limitar a consciência ou abreviar a vida.

Parece-nos que seria de evitar a expressão “ajudar a morrer”, dada a sua acentuada ambiguidade, não sendo claro o que se quer indicar com ela, e tendo em conta que as expressões equivalentes noutras línguas são usadas para referir aquilo que designámos por “suicídio assistido”."

(Nota pastoral da CEP, Cuidar da vida até à morte: Contributo para a reflexão ética sobre o morrer, 4, 4)

Novíssimos: Momento da morte 1


Reflectindo





(Jesus) Esteve só no horto, como cada um no momento da morte, que o homem vive só ante Deus e não pode ser substituído por ninguém, ainda que muitos O amem e muito.









(d. javier echevarria, Getsemani, Planeta, 3ª Ed. Cap. III, 2)

Tratado De Deo Trino 4

Art. 3 — Se há em Deus outra processão além da geração do Verbo.


(I Sent., dist. XIII, a. 2; IV Cont. Gent., cap. XIX; De Pot., q. 10, a. 1, 2; Opusc. II, Contra Graecos, Armenos. etc., cap. III).

O terceiro discute-se assim. — Parece não haver em Deus outra processão além da geração do Verbo.

— Pois, pela mesma razão haveria, dessa processão, outra, e assim ao infinito, o que repugna. Logo, é mister limitarmo-nos à primeira, de modo que haja em Deus só uma processão.

Demais. — Cada natureza tem apenas um modo de comunicação; e isto porque as operações tendentes a um termo têm unidade e diversidade. Ora, a processão, em Deus, implica a comunicação da natureza divina; e sendo esta somente uma, como se viu [1], conclui-se que só uma processão há em Deus.

Demais. — Se há em Deus outra processão além da processão inteligível do Verbo, não poderá ser senão a do Amor, que implica ato da vontade. Ora, tal processão não pode ser diferente da do intelecto inteligível, porque em Deus a vontade não difere do intelecto, como se viu [2]. Logo, em Deus não há outra processão além da do Verbo.

Mas, em contrário, o Espírito Santo procede do Pai. Pois é diferente do Filho, segundo a Escritura (Jo 15, 26): Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro consolador. Logo, em Deus há outra pro-cessão, além da do Verbo.

Em Deus há duas processões, a do Verbo e uma outra. O que se evidencia considerando que em Deus a processão implica um acto que não tende a nenhum termo extrínseco, mas permanece no próprio agente. Ora, tal acto, nos seres de natureza intelectual, pertence ao intelecto e à vontade. Ora, a processão do Verbo implica um acto inteligível. Segundo, porém, o acto da vontade, há em nós outra processão — a do amor, pela qual o amado está no amante, assim como, pela concepção do verbo, a coisa dita ou inteligida está no inteligente. Donde, além da processão do Verbo, há em Deus outra processão, que é a do Amor.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Não é necessário ir até ao infinito, nas processões divinas; pois, a processão interior, em a natureza intelectual, termina na processão da vontade.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Tudo o que há em Deus é Deus, como vimos [3]3; o que não se dá com os outros seres. Por onde, a natureza divina se comunica por qualquer processão sem termo exterior; não assim as demais naturezas.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Embora em Deus não haja diferença entre a vontade e o intelecto, contudo é da essência da vontade e do intelecto que as processões dependentes da acção de uma e de outro se realizem numa certa ordem. Não há, portanto, processão do amor senão relativamente à processão do verbo; pois, nada pode ser amado pela vontade sem ser concebido pelo intelecto. Assim, pois, como há uma certa ordem entre o Verbo e o princípio donde procede, embora em Deus sejam idênticas a substância e a concepção do intelecto, assim também, embora em Deus se identifiquem a vontade e o intelecto, a processão do amor divino distingue-se, por ordem, da processão do Verbo divino; porque da essência do Amor é proceder da concepção do intelecto.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] 1.Q. 11, a. 3.
[2] Q. 19, a. 1.
[3] Q. 3, a. 3, 4.

Serviço

Pensai que, não serviço de Deus, não há ofício de pouca categoria: todos são de muita importância. A categoria do ofício depende das condições pessoais do que o exerce, da seriedade humana com que o desempenha, do amor de Deus que ponha nele. É nobre o ofício do camponês, que se santifica cultivando a terra; e o do professor universitário, que une a cultura à fé; e o do banqueiro, que faz frutificar os meios económicos em benefício da colectividade; e o do político, que vê na sua tarefa um serviço para o bem de todos; e o do operário, que oferece ao Senhor os esforço da suas mãos.

(S. josemaria, Carta, 1948.10.15, nr. 5) 

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXIV Semana




Evangelho: Mt 25, 31-46


31 «Quando, pois, vier o Filho do Homem na Sua majestade, e todos os anjos com Ele, então Se sentará sobre o trono de Sua majestade. 32 Todas as nações serão congregadas diante d'Ele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, 33 e porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda.34 «Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo, 35 porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era peregrino, e Me recolhestes; 36 nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; estava na prisão, e fostes ver-Me”. 37 Então, os justos Lhe responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto, e Te demos de comer; com sede, e Te demos de beber? 38 Quando Te vimos peregrino, e Te recolhemos; nu, e Te vestimos? 39 Ou quando Te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-Te?”. 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: “Em verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequenos, a Mim o fizestes”. 41 Em seguida, dirá aos que estiverem à esquerda: “Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demónio e para os seus anjos; 42 porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; 43 era peregrino, e não Me recolhestes; estava nu, e não Me vestistes; enfermo e na prisão, e não Me visitastes”. 44 Então, eles também responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te assistimos?”. 45 E lhes responderá: “Em verdade vos digo: Todas as vezes que o não fizestes a um destes mais pequenos, foi a Mim que não o fizestes”. 46 E esses irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna».
Comentário:
Nada ficará por avaliar, nem o mal que praticámos, nem o bem que fizemos e, também aquele que omitimos.
E, isto, deve alegrar-nos muito porque muitas vezes apenas podemos fazer pequenas coisas de escasso relevo mas, temos a garantia do próprio Cristo:
Nem por isso deixarão de receber um prémio e, este, como é atribuído pelo Senhor, será sempre desproporcionado.
(ama, comentário sobre Mt 25, 31-46, 2011.03.14)