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12/11/2011

Novíssimos - Vida Eterna 1

«O Reino de Deus está dentro de vós», diz o Senhor. [...] Apressa-te portanto a preparar o coração para este Esposo, a fim de que Ele se digne vir a ti e habitar em ti. Porque Ele disse: «Quem me ama guardará a minha palavra; então viremos até ele e nele estabeleceremos a nossa morada» (Jo 14,23). Dá, pois, lugar a Cristo e nega a entrada a tudo o mais. Se possuíres a Cristo, és rico, e só Ele te bastará. Ele velará por ti, a tudo proverá, de modo a que não tenhas de recorrer aos homens. Porque os homens mudam muito e facilmente faltam, enquanto «Cristo permanece eternamente» (Jo 12, 34); Ele dá-nos firme assistência até ao fim.

Não ponhas portanto grande confiança no homem, que é frágil e mortal, ainda que nos seja útil e muito querido. Não te entristeças demasiado se te decepcionar ou te contradisser. Os que hoje estão contigo poderão amanhã estar contra ti e vice-versa, pois os homens mudam como o vento. Põe portanto toda a tua confiança em Deus. Que Ele seja o teu temor e o teu amor. Ele responderá por ti e fará o que for melhor.

«Não tens aqui em baixo morada permanente» (Heb 13, 14). Onde estiveres, és «estrangeiro e peregrino» (Heb 11,13). A paz vir-te-á da tua união íntima a Cristo.

(Imitação de Cristo, tratado espiritual do séc. XV, Livro II, cap.1, 2-3)

Confiar em Deus

Reflectindo


Seja esta a primeira regra de toda a acção: confia tanto em Deus como se todo o êxito dependesse só de ti e nada de Deus; mas age de tal modo como se tu nada houvesses de fazer e só Deus haja de ser o único e universal realizador de tudo.




(g. henevesi, SJ, in BROTÉRIA, Vol. LXXXI nr. 1-2, Julho/Agosto 1965, nr. 35)

Música e repouso

  Celtic Harp 


selecção ALS

Portadores de Deus em todos os ambientes

Textos de S. Josemaria Escrivá

Quando tiveres o Senhor no teu peito e saboreares os delírios do seu Amor, promete-lhe que te esforçarás por mudar o rumo da tua vida em tudo o que for necessário, para o levar à multidão que o não conhece, que anda vazia de ideias; que, infelizmente, caminha animalizada. (Forja, 939)

Para que este nosso mundo vá por um caminho cristão – o único que vale a pena –, temos de viver uma amizade leal com os homens, baseada numa prévia amizade leal com Deus. (Forja, 943)

Com frequência, sinto vontade de gritar ao ouvido de tantas e de tantos que, no escritório e no comércio, no jornal e na tribuna, na escola, na oficina e nas minas e no campo, amparados pela vida interior e pela Comunhão dos Santos, têm de ser portadores de Deus em todos os ambientes, segundo o ensinamento do Apóstolo: "glorificai a Deus com a vossa vida e levai-o sempre convosco". (Forja, 945)

Os que temos a verdade de Cristo no coração, temos de meter esta verdade no coração, na cabeça e na vida dos outros. O contrário seria comodismo, táctica falsa.
Pensa de novo: Cristo pediu-te licença, a ti, para se meter na tua alma? Deixou-te a liberdade de o seguir, mas procurou-te Ele, porque quis. (Forja, 946)

Com obras de serviço, podemos preparar a Nosso Senhor um triunfo maior que o da sua entrada em Jerusalém... Porque não se repetirão as cenas de Judas, nem a do Jardim das Oliveiras, nem aquela noite cerrada... Conseguiremos que o mundo arda nas chamas do fogo que veio trazer à terra!... E a luz da verdade – o nosso Jesus – iluminará as inteligências num dia sem fim. (Forja, 947)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

O Opus Dei e a politica

Se alguma vez o OPUS DEI tivesse feito política, ainda que durante um segundo, eu nesse instante equívoco, ter-me-ia afastado da Obra. Portanto, nunca creiais em nenhuma notícia na qual possam misturar a Obra com questões políticas, económicas ou temporais de qualquer género. Por um lado porque os nossos meios e os nossos fins são sempre e exclusivamente sobrenaturais e, por outro, cada um dos membros tem a mais completa liberdade pessoal, respeitada por todos os demais, para as suas opções temporais, com a conseguinte responsabilidade logicamente pessoal. Ao OPUS DEI portanto, não é possível jamais ocupar-se de trabalhos que não sejam imediatamente espirituais que nada poderão ter a ver com a política de qualquer País.


(s. josemaria, Carta, nr. 12) 

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXII Semana



Evangelho: Lc 18, 1-8

1 Disse-lhes também uma parábola, para mostrar que importa orar sempre e não cessar de o fazer: 2 «Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. 3 Havia também na mesma cidade uma viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faz-me justiça contra o meu adversário. 4 Ele, durante muito tempo, não a quis atender. Mas, depois disse consigo: Ainda que eu não tema a Deus nem respeite os homens, 5 todavia, visto que esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, para que não venha continuamente importunar-me». 6 Então o Senhor acrescentou: «Ouvi o que diz este juiz iníquo. 7 E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite, e tardará em socorrê-los? 8 Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, julgais vós que encontrará fé sobre a terra?».

Comentário:

Sempre as mesmas admoestações e avisos! Jesus quer que fique bem gravado na mente de quantos O ouvem e seguem a necessidade da perseverança na oração.

Por vezes pode parecer que Deus não nos ouve ou permanece indiferente às nossas súplicas mas, já pensamos que talvez o que pedimos não seja conveniente, ou que quer por à prova a nossa constância?

E, por acaso lembramo-nos que orar não é só pedir mas também louvar e dar graças?

(ama, comentário sobre Lc 18, 1-8, 2010.11.13)

Educar a afectividade 3

SENTIMENTOS E VIRTUDE

Cada sentimento favorece umas acções e entorpece outras. Portanto, os sentimentos favorecem ou entorpecem uma vida psicológica espiritualmente sã, e também favorecem ou entorpecem a prática das virtudes ou valores que desejamos conseguir. Não podemos esquecer que a inveja, o egoísmo, a soberba ou a preguiça, são certamente carências de virtude, mas também são carências da adequada educação dos sentimentos que favorecem ou entorpecem essa virtude. Pode dizer-se, portanto, que a prática das virtudes favorece a educação do coração e vice-versa.

Muitas vezes esquecemo-nos que os sentimentos são uma poderosa realidade humana, uma realidade que — para bem ou para mal — é habitualmente aquilo que com mais força nos impulsiona ou retrai na nossa actuação. Numas ocasiões tende-se a descuidar a sua educação, talvez pela impressão confusa de que são algo obscuro e misterioso, pouco racional, quase alheio ao nosso controlo; ou talvez por confundir sentimento com sentimentalismo; ou porque a educação da afectividade é uma tarefa difícil, que requer discernimento e constância e que, talvez por isso, se evita quase sem nos apercebermos.


Os sentimentos fornecem à vida grande parte da sua riqueza, e são decisivos para uma vida conseguida e feliz. “O que é preciso para conseguir a felicidade não é uma vida cómoda, mas um coração enamorado” [1]. E para isso é preciso educar o coração, embora nem sempre seja uma tarefa fácil. Todos temos a possibilidade de orientar em grau elevado os nossos sentimentos. Não devemos cair no fatalismo de pensar que quase não se podem educar e considerar, por isso, que as pessoas são inevitavelmente de uma maneira ou de outra, e que são generosas ou invejosas, tristes ou alegres, carinhosas ou frias, optimistas ou pessimistas como se isso fosse algo que corresponde a uma natureza inexorável quase impossível de modificar.


É verdade que as disposições sentimentais têm uma componente inata, cujo alcance é difícil precisar. Mas há também o poderoso influxo da família, da escola, da cultura em que se vive, da fé. E há, sobretudo, o próprio esforço pessoal por melhorar, com a graça de Deus.

a. aguiló


[1] s. josemariaSulco, n. 795.