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02/11/2011

Não queiramos esquivar-nos à sua Vontade

Textos de S. Josemaria Escrivá

Esta é a chave para abrir a porta e entrar no Reino dos Céus: "qui facit voluntatem Patris mei qui in coelis est, ipse intrabit in regnum coelorum" – quem faz a vontade de meu Pai..., esse entrará! (Caminho, 754)


Não te esqueças: muitas coisas grandes dependem de que tu e eu vivamos como Deus quer. (Caminho, 755)


Nós somos pedras, silhares, que se movem, que sentem, que têm uma libérrima vontade. O próprio Deus é o estatuário que nos tira as esquinas, desbastando-nos, modificando-nos, conforme deseja, a golpes de martelo e de cinzel.
Não queiramos afastar-nos, não queiramos esquivar-nos à sua Vontade, porque, de qualquer modo, não poderemos evitar os golpes. – Sofreremos mais e inutilmente, e, em lugar de pedra polida e apta para edificar, seremos um montão informe de cascalho que os homens pisarão com desprezo. (Caminho, 756)

A aceitação rendida da Vontade de Deus traz necessariamente a alegria e a paz; a felicidade na Cruz. – Então se vê que o jugo de Cristo é suave e que o seu peso é leve. (Caminho, 758)


Um raciocínio que conduz à paz e que o Espírito Santo oferece aos que querem a Vontade de Deus: "Dominus regit me, et nihil mihi deerit" – o Senhor é quem me governa; nada me faltará.
Que é que pode inquietar uma alma que repita sinceramente estas palavras? (Caminho, 760)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Novíssimos: A morte 1

O dia da Morte
William-Adolphe Bourgerau

Este mês de Novembro, como é sabido, é um mês em que a Igreja, desde a antiguidade, dedica especial atenção e relevo às Santas Almas do Purgatório, e, de um modo mais geral, à consideração da vida depois da morte, a Vida Eterna.

Muita gente tem a secreta angústia da morte. É, para muitos, uma espécie de tabu em que não convém tocar, de que é preferível não falar.

Para outros, a morte, é uma fatalidade, uma espada impiedosa suspensa sobre a cabeça.

E há também, quem encare a morte como um meio eficaz de fazer cessar os problemas e dores desta vida.

E nós, cristãos bem formados, que queremos e desejamos manter com o nosso Criador uma relação filial e íntima?

E eu?

Como encaro eu a morte?


Para sempre.


Que quer isto dizer: para sempre!

A nossa natureza não consegue entender o verdadeiro significado, para sempre - por exemplo - amar-te-ei sempre - tem subjacente uma ideia de finito, de temporal, amar-te-ei até um de nós morrer é o que realmente significa.

O homem não é intemporal e, logo, não pode assumir uma intemporalidade como significa: para sempre, algo que, a partir de um começo num tempo determinado, não terá fim nunca.

Por princípio só conseguimos processar conceitos temporais sabemos quando começam e embora desconheçamos, exactamente quando acabam temos a certeza que hão-de terminar. É o que chamamos vida, ou seja, vida é esse espaço de tempo, breve ou longo, que as pessoas ou coisas servem o seu propósito determinado quando começaram a existir.

O interessante está em considerar o homem como um ser dotado de uma alma – por isso se chama homem – que tendo sido criada directamente por Deus, enquanto o corpo o foi com o concurso dos progenitores, esta é de facto imortal porque sendo um espírito se assemelha ao próprio Deus e, logo, não pode morrer.

Sempre é, pois, uma relatividade. Por isso é tão difícil ao homem compreender Deus que não começou e, por isso não pode acabar. Só o que nasceu pode morrer, o que foi criado pode desaparecer, o feito pode ser esquecido e assim sucessivamente.
Eternidade sendo um círculo completo, não tem princípio nem fim e, isto é Deus. Ou seja, Deus existe exactamente porque nele engloba tudo o que pode existir, agora, num futuro qualquer ou no passado mais remoto. Vida, por isso mesmo, só é possível no círculo, em Deus, portanto, desta forma, parece evidente, que Deus é a própria vida.

Não se trata de filosofia mas sim geometria, quer dizer, evidência. A demonstração faz-se com evidências e não com teorias. Neste caso, porém, para o conhecimento ser completo - não total mas completo - é fundamental que Deus se revele tal qual é aos olhos dos homens, só que, essa revelação será sempre pessoal, de Deus ao homem individual no segredo e intimidade do Criador e do criado, do divino e do humano. Sem a ajuda fundamental necessária, imprescindível da fé, porém, nada disto é possível. Fé surge assim como um filtro tradutor da nossa intimidade com Deus. Sem ela, esse ‘filtro tradutor' não entenderemos coisa alguma do que Deus queira revelar-nos e, por outro lado não sentiremos necessidade de comunicar com Ele.

(Divagação, 2009.11.02)

Cristo é o Mediador

Reflectindo


Cristo é o Mediador, em quem gravitam os céus e a terra. Em Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, temos um ideal humano que se torna divino. De forma que, identificado com Cristo pela graça, feito outro Cristo, o homem diviniza-se para participar nas riquezas dos filhos de Deus.


(andrés vásquez de prada, El Fundador del Opus Dei, III, Rialp, Madrid, pg 444, trad ama)

Deixar a oração

Reflectindo


Deixar a oração quando chamados a qualquer acto de caridade para com o nosso próximo, não é realmente deixar a oração, mas deixá-la por Cristo, uma vez que é privar-nos a nós mesmos de contentamento espiritual com o objectivo de ganhar almas.




(S. Filipe de Néri, Máximas, trad ama

Evangelho do dia e comentário

Fiéis defuntos [i]












T. Comum– XXXI Semana




Evangelho: Mt 11, 25-30

25 Então Jesus, falando novamente, disse: «Eu Te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos pequeninos. 26 Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. 27 «Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 O «Vinde a Mim todos os que estais fatigados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. 30 Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo leve».

Meditação:

Senhor, eu bem sei que disseste: «o Meu jugo é suave, e a Minha carga é leve», mas às vezes… não parece nem leve nem suave.

Como se houvesse um desafio que me é feito para ver até quanto “aguento”.

E, na verdade, para minha surpresa, aguento mesmo!

Então, quando me dou conta disto, mais se arreiga a minha convicção que, Tu, sabes mais e que tudo é para bem.

Mas, vê lá, Senhor, não me largues da Tua mão – nunca – porque me perco e soçobro.

(ama, meditação sobre Mt 11, 25-30, 2009.07.27)


[i] Fiéis defuntos
Dia de Finados
Guanajuato - México
Depois de ter cantado a glória e a felicidade dos Santos que «gozam em Deus a serenidade da vida imortal», a Liturgia, desde o início do século XI, consagra este dia à memória dos fiéis defuntos.
É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos limitássemos a lembrar os nossos irmãos Santos, a Comunhão de todos os crentes em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de Cristo pelo Baptismo. Continuam todos unidos a nós. A Igreja peregrina não podia, por isso, ao celebrar a Igreja da glória, esquecer a Igreja que se purifica no Purgatório.
É certo que a Igreja, todos os dias, na Missa, ao tornar sacramentalmente presente o Mistério Pascal, lembra «aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz» (Prece Eucarística 1). Mas, neste dia, essa recordação é mais profunda e viva.
O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa.
No Sacrifício da Missa, com efeito, o Sangue de Cristo lavará as culpas e alcançará a misericórdia de Deus para os nossos irmãos que adormeceram na paz com Ele, de modo que, acabada a Sua purificação, sejam admitidos no Seu Reino. (SNL) 

Música e oração

Patrick Hawes - Perfect Love - Lancaster Chorale 

 

selecção ALS 2011

Bens materiais

A virtude cristã é mais ambiciosa. Incita-nos a mostrar-nos agradecidos, afáveis, generosos; a comportar-nos como amigos leais e honrados, tanto nos tempos bons como na adversidade; a cumprir as leis e a respeitar as autoridades legítimas; a rectificar com alegria, quando percebemos que nos enganamos ao enfrentar uma questão. Sobretudo, se somos justos, ater-nos-emos aos nossos compromissos profissionais, familiares, sociais..., sem espaventos nem pregões, trabalhando com empenho e exercendo os nossos direitos, que são também deveres.
Não acredito na justiça dos folgazões, porque com o seu dolce far niente - como dizem na minha querida Itália - faltam, e às vezes de modo grave, ao mais fundamental dos princípios da equidade: o do trabalho. Não devemos esquecer que Deus criou o homem ut operaretur, para que trabalhasse, e os outros - a nossa família e nação, a humanidade inteira - dependem também da eficácia do nosso trabalho. Meus filhos! Que pobre ideia fazem da justiça os que a reduzem a uma simples distribuição de bens materiais!

(s. josemaria, Amigos de Deus, 169)

Castidade



Por vezes a castidade pode custar um pouquinho, mas não exageremos. Para uma pessoa normalmente constituída, essa luta costuma ocupar um quarto ou quinto lugar.







(S. josemaria, Tertúlia, 1959.01.09)