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15/10/2011

DOS FOTOGRAFÍAS QUE DEBERÍAN VER TODOS LOS ESPAÑOLES, NO IMPORTA A QUIEN "SIGAS"

Rubalcaba Vicepresidente del gobierno saludando al Papa en presencia de los Príncipes de Asturias en su visita a Santiago de Compostela, noviembre de 2010.





Observad como mantiene la cabeza en alto y sin doblar la cintura, ante su Santidad el Papa.


EN CAMBIO EN ESTA FOTO CON EL TIRANO MOHAMED VI




 ESTA FOTO DEBERÍAN VERLA TODOS LOS ESPAÑOLES DE CUALQUIER IDEOLOGÍA


"Vale más una imagen que mil palabras"







            




Eles roubam tudo

Navegando pela minha cidade
O pequeno Fiat Panda estacionado em cima do passeio da Avenida do Conselho 

da Europa gritava que lhe roubavam Abril e que eles (os ladrões) semeiam sementes do passado que Abril venceu.

Gritava através de dois altifalantes bem agarrados de costas um para o outro, virados para sul e para norte como um cata-vento cheirando uma tempestade.

Pouca gente sabe onde fica a Avenida do Conselho da Europa, mas isso não interessa nada porque o Conselho da Europa também nunca se interessou em conhecer esta gente.

E aquele antigo grito: AGARRA QUE É LADRÃO! saía sibilino e profissional daquelas gargantas metálicas abertas como as de antigas e sujas cavernas.

Roubam nos salários e reformas, no subsídio de Natal, nos transportes e impostos!
Roubam o emprego aos que querem trabalhar, pondo-lhes à frente espessos muros.
Roubam aos pobres para dar aos ricos e encher, com o roubo, os cofres das grandes famílias, dos vampiros parasitas.
Roubam ao País a sua independência e levam o roubo à boca dos grandes da Europa e do Mundo!

E as palavras negras saíam daquelas cavernas como morcegos a revolutear pelo ar e poisavam nos corações, infectando-os com a inveja e ferindo-os com a injustiça.

Eram milhares de morcegos novos de asas negras de cetim, brilhando ao sol da tarde de início de Outono. São os filhos ou netos dos vampiros do Zeca Afonso que comiam tudo, comiam tudo e não deixavam nada.

Estes morcegos copy/paste também poisam depois de muitas voltas e reviravoltas por cima das casas, dos carros, dos semáforos e das árvores:

Eles poisam em toda a parte,
Poisam nas administrações das grandes empresas públicas e privadas,
Poisam nos bancos falidos fraudulentamente e nos bancos que, fraudulentamente levam à falência
as pequenas e médias empresas!

O meu coração, já com asas de bandeiras vermelhas, também se elevava e queria começar a gritar: Agarra que é ladrão! Que grande roubalheira! Também me estão a roubar a mim. A mim que sempre paguei todos os impostos! Miseráveis! Tirem as mãos dos meus bolsos e da minha carteira! Tenho seis filhos seus vampiros black satin! Deixem-me! Xô! Xô! Luz! Luz! Dêem-me luz para matar estes amantes da escuridão!

E daquelas duas cavernas metálicas em cima do Fiat Panda continuavam a sair bandos de palavras negras com asas de cetim:

Roubam aos que trabalham e vivem do seu trabalho,
Roubam aos que já trabalharam e, com o seu trabalho, ganharam
o direito a uma velhice digna.

Essa velhice já tão exaurida de presente que só vive num futuro mirífico dado pela esperança de ganhar o euromilhões, o totoloto ou nas raspadinhas. E ali, naquela papelaria da esquina, gasta-se o que é poupado na farmácia e na mesa. Porque sem essa ínfima hipótese – prática e estatisticamente quase inexistente – de ter, já não vale a pena ser. Porque também já lhes roubaram o conhecimento de que a dignidade - sim a dignidade - está dentro deles e não fora.

As palavras feitas vampiros continuam a sair aos borbotões como o sangue de uma garganta esfaqueada:

Roubam serviços públicos essenciais,
roubam o direito à saúde, á educação, à habitação
e roubam o direito à felicidade!

Alto! Isso é que não! Nunca o conseguirão!

Podem roubar-me tudo e são bem capazes disso. São muito espertos estes morcegos de asas de cetim que brilham tanto que até parecem de seda. Brilham nas suas cadeiras brilhantes e mesas brilhantes e negócios brilhantes. Tudo brilha mais na noite escura onde eles esvoaçam numa grotesca imitação de pássaros.

Tudo brilha mais quando dizem que é assim e estamos em democracia. Nesta democracia sufocante porque o povo está ao seu serviço e não o contrário. Quando se organizam em bandos e poisam em cima de todas as árvores mais altas conspurcam tudo lá em baixo, desertificando o solo onde os mujiques lhes beijam as mãos sujas.

É então que da alma me sai um grito de alegria, de vitória: Podem! Podem roubar-me tudo! Façam o favor, roubem à vontade; sirvam-se em baixela de prata do fruto do meu trabalho; bebam em cálices de cristal o meu sangue e o dos meus filhos! Façam o que quiserem, mas juro-vos que nunca me roubarão a felicidade!

Aí se quebra a vossa soberba e a vossa ganância! A minha felicidade é absolutamente inviolável.

É intangível. Tão completamente intangível que perdurará para além da minha morte.

Afonso Cabral

História de uma pergunta ao Papa na JMJ

Roselyne Warau Mwangi pode perguntar a Bento XVI na Vigília de Cuatro Vientos sobre o sentido do sofrimento. Dirige um programa para paliar os efeitos da devastadora seca que assola o norte do Quénia, Etiópia e Somália.
  
"O meu nome é Roselyne Warau. Sou queniana e trabalho na Universidade de Strathmore. Passo a maior parte do meu tempo trabalhando no campo social, com marginalizados e pessoas muito pobres. Recentemente na minha Universidade, pusemos em marcha uma campanha especial para ajudar as vítimas da fome no Quénia, Etiópia e Somália.

Sua Santidade disse que nós os pobres podemos tocar a Cristo. Mas às vezes não é fácil, porque perante tanto sofrimento no mundo, especialmente nesta crise económica, perguntamo-nos pelo sentido da dor no plano de Deus. Quando as pessoas que sofrem, ou os estudantes da Universidade, me fazem este tipo de pergunta, não tenho uma resposta fácil. Como posso fazer-lhes entender que Cristo está vivo e sofredor nos pobres? Como dizer-lhes que muito importantes para Deus e que Deus não se esqueceu deles?".

Esta foi a pergunta que Roselyne Warau Mwangi fez ao Papa durante a Vigília de Cuatro Vientos, na Jornada Mundial da Juventude, e que por causa da chuva e do vento, o Papa no podo responder directamente.

INFORMAÇÕES MUITO BREVES   [De vez em quando] 2011.09.14 (trad do castelhano, ama)

Música e oração

 Pie Jesu - Sarah Brightman


selecção JMA

Textos de São Josemaria Escrivá

“Pede a São Rafael”

Ris-te porque te digo que tens "vocação matrimonial"? – Pois é verdade: assim mesmo, vocação. Pede a São Rafael que te conduza castamente ao termo do caminho, como a Tobias. (Caminho, 27)

Dizes-me que tens no teu peito fogo e água, frio e calor, paixõezinhas e Deus...; uma vela acesa a São Miguel, e outra ao Diabo.

Tranquiliza-te; enquanto quiseres lutar, não haverá duas velas acesas no teu peito, mas uma só, a do Arcanjo.
(Caminho, 724)

Como te rias, nobremente, quando te aconselhei a pores os teus anos moços sob a protecção de S. Rafael!; para que te leve a um matrimónio santo, como ao jovem Tobias, com uma mulher que seja boa e bonita e rica – disse-te, gracejando.
E depois, que pensativo ficaste quando continuei a aconselhar-te que te pusesses também sob o patrocínio daquele Apóstolo adolescente, João, para o caso de o Senhor te pedir mais! (Caminho, 360)

A Virgem Santa Maria, Mestra da entrega sem limites! Lembras-te? Com um louvor dirigido a Ela, Cristo afirmou: "Quem cumpre a vontade de Meu Pai, esse – essa – é Minha mãe!...".
Pede a esta boa Mãe que na tua alma ganhe força – força de amor e de libertação – a sua resposta de generosidade exemplar: "Ecce ancilla Domini!", eis aqui a escrava do Senhor! (Sulco, 33).

Evangelho do dia e comentário certo

 Stª. Teresa d’Ávila [1]













T. Comum– XXVIII Semana




Evangelho: Lc 12, 8-12

8 Digo-vos: Todo aquele que Me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus. 9 Mas quem Me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 «Todo aquele que falar contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado. 11 Quando vos levarem às sinagogas e perante os magistrados e autoridades, não estejais com cuidado de que modo respondereis, ou que direis, 12 porque o Espírito Santo vos ensinará, naquele mesmo momento, o que deveis dizer».

Comentário:

Custa a admitir, assim… numa primeira abordagem, que Deus não tenha misericórdia e salve todos os homens. (Até há quem defenda esta teoria, justificando assim, a não necessidade de se preocupar nesta vida com a futura).
A verdade é que Deus sendo sumamente Misericordioso é, também, sumamente Justo e, consequentemente, não poderia deixar de respeitar a liberdade do homem que escolhe não lhe importar – ou lhe é indiferente - a salvação ou a perdição.
Não é, portanto uma “atitude divina” mas uma escolha humana e, tanto assim é, que Ele nunca deixa de assistir na hora grave da morte aquele que lhe pede assistência e, por mais errada que tenha sido a sua vida e o número e gravidade dos seus pecados Ele assiste, anima e perdoa a quem lho pede com fé e confiança mesmo que seja num derradeiro e brevíssimo momento da sua vida terrena.
Convém muito não deixar para o último momento aquilo que se deve ir fazendo com precaução. Deus não abandona o homem mas não forçando nunca a Sua companhia não Se impõe mesmo que este seja, como de facto é, o Seu desejo mais veemente: que o homem O chame e invoque, agora e na hora da morte.

(ama, comentário sobre Lc 12, 8-12, 2011.09.06)


[1] Santa Teresa d’Ávila

Santa Teresa por Rubens

Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito carinho. Alonso teve três filhos de seu primeiro casamento. Beatriz deu-lhe outros nove.
 Aos sete anos, gostava muito de ler histórias dos santos. O seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isso costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Em Adaja encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe. Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o fracasso dos seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como ermitães na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir terminá-la. Desde então, Teresa amava a solidão.


Juventude

A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha catorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então dirigi-me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens de sua classe social.
Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e o seu pai levou-a para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraía por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerónimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. No entanto, numa madrugada, com 20 anos, a santa fugiu para o Convento Carmelita de Encarnación, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.


Vida religiosa

Teresa ficou no Convento da Encarnação. Tinha 20 anos. O seu pai, ao vê-la tão decidida, deixou de se opor à sua vocação. Um ano depois fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma doença que começara a molestá-la antes de professar. O seu pai retirou-a do convento. A irmã Joana Suárez acompanhou Teresa para a ajudar. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a doença, provavelmente paludismo, agravou-se. Teresa conseguiu suportar aquele sofrimento, graças a um livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: "O terceiro alfabeto espiritual", do Padre Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções da pequena obra e começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, recuperou a saúde e voltou ao Carmelo.
A sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto levou-a a descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se dizendo que suas doenças a impediam de meditar.
Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de Teresa fê-la ver o perigo em que se achava sua alma e aconselhou-a a voltar à prática da oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda não se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente às horas que passava no locutório trocando conversas e presentes com os visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no serviço de Deus, Santa Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, "por piores que fossem".
Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com frequência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, ao qual estão associados dois factos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde então muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensanguentado em agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensanguentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram as tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI, já tinham perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura ao menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento da Encarnação possuía 140 religiosas.

Reformadora e fundadora

Já que esta situação era aceite como normal, as religiosas não se davam conta de que o seu modo de vida estava muito distante do espírito de seus fundadores. Assim, quando uma sobrinha de Santa Teresa, também religiosa no Convento da Encarnação, lhe deue a ideia de fundar uma comunidade reduzida, a santa, que já estava há 25 anos naquele convento, resolveu colocar em prática o plano.
São Pedro de Alcântara, São Luís Beltrán e o bispo de Ávila aprovaram o projecto. O provincial dos Carmelitas, P. Gregório Fernández, autorizou Teresa a colocar o seu plano em prática. Contudo, a execução do projecto causou muitos comentários e o provincial retirou a permissão. Santa Teresa foi criticada pelos nobres, pelos magistrados, pelo povo e até por suas próprias irmãs. Apesar disso tudo, o dominicano P. Ibañez incentivou Teresa a prosseguir com o seu projecto.
São Pedro de Alcântara, Dom Francisco de Salcedo e o P. Gaspar Daza conseguiram que o bispo chamasse a si a causa da fundação do novo convento. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. Durante a missa receberam o véu a sobrinha da santa e outras três noviças.
A inauguração causou grande rebuliço em Ávila. Nesta mesma tarde, a superiora do Convento da Encarnação mandou chamar Teresa e a santa procurou-a com certo temor, pensando que iam encarcerá-la. Teve que explicar a sua conduta à superiora e ao P. Angel de Salazar, provincial da Ordem. A Santa reconhece que não faltava razão a seus superiores por estarem desgostosos. Mesmo assim, o P. Salazar prometeu-lhe que poderia retornar ao Convento de São José logo que se acalmassem os ânimos da população.


A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse num peso para a cidade. O prefeito e os magistrados teriam mandado demolir o convento, se não tivessem sido dissuadidos pelo dominicano Bañez. Santa Teresa não perdeu a paz em meio deas perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus.
Francisco de Salcedo e outros partidários da fundação enviaram à corte um sacerdote que defendesse a causa diante do rei. Os dois dominicanos Báñez e Ibáñez acalmaram o bispo e o provincial. Pouco a pouco a tempestade foi-se acalmando. Quatro meses depois, o P. Salazar permitiu que Santa Teresa e suas quatro religiosas retornassem ao Convento de São José.
Teresa estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que possuíam alguma renda, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava as coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: "Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e um maravedi, uma potência".
Encontrou certo dia em Medina del Campo dois frades carmelitas que estavam dispostos a abraçar a Reforma: Antonio de Jesús de Heredia, superior, e Juan de Yepes, que seria o futuro São João da Cruz.
Aproveitando a primeira oportunidade, fundou um pequeno convento de frades em Duruelo em 1568. Em 1569 fundou o de Pastrana. Em ambos reinava a maior pobreza e austeridade. Santa Teresa deixou o resto das fundações de conventos de frades a cargo de São João da Cruz. Depois de muitas lutas, incompreensões e perseguições, obteve de Roma uma ordem que eximia os Carmelitas Descalços da jurisdição do Provincial dos Calçados.
Em 1580, quando estabeleceu-se a separação entre os dois ramos do Carmelo, Santa Teresa tinha 65 anos e sua saúde estava muito debilitada. Nos últimos anos de sua vida fundou outros dois conventos. As fundações da Santa não eram simplesmente um refúgio das almas contemplativas, mas também uma espécie de reparação pelos destroços causados nos mosteiros pelo protestantismo, principalmente na Inglaterra e na Alemanha.


Catedral de Burgos

A morte


Na fundação do convento de Burgos, que foi a última, as dificuldades não diminuíram. Em Julho de 1582, quando o convento já ia com suas obras adiantadas, Santa Teresa tinha intenção de retornar a Ávila, mas viu-se forçada a mudar seus planos para ir a Alba de Tormes visitar a duquesa Maria Henríquez. A Beata Ana de São Bartolomeu afirmou que a viagem não estava bem programada e que a Santa estava tão fraca que desmaiou no caminho. Certa noite só puderam comer alguns figos. Chegando a Alba, Teresa teve que deitar-se imediatamente. Três dias depois, disse à Beata Ana de São Bartolomeu: "Finalmente, minha filha, chegou a hora da minha morte". O P. Antonio de Heredia ministrou-lhe os últimos sacramentos. Quando o mesmo padre lhe levou o viático, a Santa conseguiu erguer-se do leito e exclamou: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!" Morreu às 9 horas da noite de 4 de Outubro de 1582. Exactamente no dia seguinte efectuou-se a mudança para o calendário gregoriano, que suprimiu dez dias, de modo que a festa da santa foi fixada, mais tarde, para o dia 15 de Outubro. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam suas relíquias.
Teresa é uma das maiores personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Suas cartas no-la mostram absorvida com os problemas mais triviais. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Foi canonizada em 1622. No dia 27 de Setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores génios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como padroeira, e a ela se consagrou como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos. (coligido por ama)