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18/03/2011

Considerando o Amor


Duc in altum
Deus é amor, essencialmente amor, um amor tão grande de tal dimensão que extravasou para fora de Si mesmo gerando a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. 

Logo, o Filho sendo gerado pelo amor é, Ele próprio, amor. 

O amor do Pai e do Filho geram ainda uma Terceira Pessoa, o Espírito Santo. Temos aqui um único amor constituído por Três pessoas distintas e iguais entre si. 
Parece-me que, sendo eterno, Omnipotente e sem dimensão, este Amor tem forçosamente de gerar actos de amor que se concretizam na Criação inteira. Ou seja, a Criação é um reflexo do próprio amor de Deus, uma emanação do mesmo. Logo esta, é também amor. 

Amor com diferentes graus de perfeição, ou “volume”. 
Os espíritos puros, os Anjos, têm um grau de amor mais próximo de Deus. 
Os homens têm esse amor em graus diferentes. 

Penso que no caso do homem este é antes um espelho que reflecte o Amor de que Deus tem intrinsecamente por si. 

Este amor de Deus pelo homem é inevitável, primeiro pela própria essência de Deus, que não pode fazer outra coisa que amar, segundo porque, ao criar o homem como um ser completo - corpo e alma - entrega-lhe a “chispa” divina sem a qual essa capacidade de reflectir o Amor de Deus por si não seria possível. 
Ou seja, Deus ama no homem a Sua própria imagem, repetindo de alguma forma o que acontece entre as Três pessoas da Santíssima Trindade: Deus ama-se a Si mesmo. Isto porque a alma sendo espírito é criada directamente por Deus em estado puro. Logo quando o homem perdeu esta faculdade, Deus apressou-se a reparar o dano – só Ele o poderia fazer – de uma forma pessoal e definitiva: enviou a Segunda Pessoa, o Filho, para efectuar essa reparação. 

O Filho, gerado pelo amor, não pôde fazer mais que amar da única forma que Deus sabe amar: total e definitivamente (não há maior amor que dar a vida pelos seus amigos). 
Não seria pois “natural”, para empregar uma expressão humana, que um acto divino fosse algo diferente de um acto de amor, e um acto divino de transcendência incomensurável como é a salvação do homem não podia ser feita de outro modo que por um acto de amor de transcendência incomensurável. 

São Tomás de Aquino diz no seu Adoro Te Devote, que uma só gota do sangue de Cristo seria mais que suficiente para salvar a humanidade inteira, o que é verdade porque o amor de Deus tem a própria dimensão divina, ou seja absoluta, (não há “um bocadinho” de Deus), mas derramar só uma gota de sangue não seria um acto “próprio” de Deus, neste caso, da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, digamos, que “não estaria na Sua natureza fazê-lo” já que o amor, Deus, é, em si mesmo, total, completo, absoluto. 
Que esta “reflexão” do amor de Deus não é igual em todos os seres criados, especialmente no homem, parece evidente: “Em casa de Meu Pai, há várias moradas”. 

Haverá pois, uma “hierarquia” do amor, não mais ou menos amor, porque este é o mesmo, mas o grau de reflexão é que será diferente. Mas esta hierarquia não significará proximidade de Deus, quer dizer, estarão uns mais próximos que outros, uma vez que, no Céu e em Deus, não há dimensões, nem planos, nem escalas, penso que a diferença estará na visão de Deus. 
Haverá “graus” de visão diferentes para cada um, daqui que o gozo inefável da contemplação de Deus seja também gradativo. Mas será total para cada um, quer dizer, a contemplação de Deus preencherá totalmente cada homem que a ela tenha acesso. 
Como se um jarro com um litro de capacidade ficará totalmente cheio com um litro de água, assim como outro jarro com cinco litros de capacidade ficará totalmente cheio com cinco litros de água. 

O prémio, pois, da contemplação de Deus, é total, porque é à medida de cada homem. 

A felicidade será, portanto, total. 

Os últimos que só trabalharam na vinha as últimas horas receberam a mesma paga que os que nela trabalharam todo o dia, e o Senhor acha isto absolutamente justo, como na verdade é.

AMA, 2000

Diálogos apostólicos

Diálogos


Sim...temos de falar de santidade.

Não te assustes, o tema pode parecer difícil, e, na verdade, talvez seja, mas vamos falando tranquilamente, sem pressas, como sempre temos feito e, vais ver, conseguiremos chegar a conclusões.

É para isso que conversamos.





AMA, 2011.03.18

CRISE: BASTONÁRIO DA OA SUBLINHA RESPOSTAS SOCIAIS DA IGREJA


Observando


O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) afirmou esta quarta-feira que a Igreja Católica tem promovido uma acção “altamente meritória” na resposta à actual crise económica.

No seu discurso na sessão solene de abertura do ano judicial, que decorreu em Lisboa, António Marinho Pinto deixou “uma nota final para enaltecer o papel da Igreja Católica” num cenário “cujas consequências não estão ainda totalmente diagnosticadas”.

Em particular, este responsável aludiu às “várias organizações” católicas presentes em todo o país, que têm atenuado “as consequências mais dramáticas da pobreza que tem vindo a alastrar”.

“A ordem dos Advogados, que é uma entidade laica, e eu próprio, que não sou católico nem sequer religioso, queremos aqui louvar publicamente a acção humanitária levada a cabo por centenas ou milhares de católicos anónimos que, movidos apenas pelos impulsos mais generosos da sua fé, ajudam os seus semelhantes a suportar as agruras da miséria que se tem abatido sobre um número crescente de portugueses”,  prosseguiu.

Nesse sentido, Marinho Pinto deixou um “obrigado” por esta acção, aproveitando a presença na cerimónia do cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

OC
INFORMAÇÕES MUITO BREVES   [De vez em quando] 18.03.2011

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Deus e Audácia!”

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96).

Ao longo dos anos, apresentar-se-ão – talvez mais depressa do que pensamos – situações particularmente custosas, que vão exigir de cada um muito espírito de sacrifício e um maior esquecimento de si mesmo. Fomenta então a virtude da esperança e, com audácia, faz teu o grito do Apóstolo: Eu estimo, efectivamente, que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção alguma com a glória que há-de revelar-se em nós. Medita com segurança e com paz: como será o amor infinito derramado sobre esta pobre criatura?

Chegou a hora de, no meio das tuas ocupações habituais, exercitares a fé, despertares a esperança, avivares o amor. Quer dizer: de activar as três virtudes teologais que nos impelem a desterrar imediatamente, sem dissimulações, sem rebuço, sem rodeios, os equívocos da nossa vida profissional e da nossa vida interior.
(Amigos de Deus, 71) 


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Anglicanos aderem à Igreja Católica

Duc in altum


Cerca de 600 membros da Igreja Anglicana, dos quais, pelo menos 20 membros do seu clero em Inglaterra e País de Gales, aderiram formalmente à recentemente estabelecida “Personal Ordinariate of Our Lady of Walsingham” [1], na passada Quarta-feira de Cinzas.

A união efectiva com a Igreja Católica terá lugar durante a Semana Santa.







Independent Catholic News, e The Herald Sun. 2011.03.16


[1] A “Personal Ordinariate of Our Lady of Walsingham” foi estabelecida em 15 de Janeiro de 2011 pra grupos de antigos Anglicanos em Inglaterra e País de Gales de acordo com a Constituição Apostólica Anglicanorum coetibus do Papa Bento XVI.

Temas para a Quaresma - 10

Tempo de Quaresma
Continuação


Nada dói mais que o mal praticado conscientemente, ofendendo Deus que, em lugar de ofensa – que ninguém merece – deveria antes receber louvor e agradecimento da nossa parte.

Junta-se à ofensa a ingratidão - ou o “pagar com mal o bem” – e isto deve provocar em nós um sentimento de dor e contrição.

ama, 2011.03.18


cont./

O meu jejum...


Tempo de Quaresma

«Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica?
Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza?
Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao SENHOR?» Is 58, 5






Nesta Quaresma, Senhor, que jejum me pedes?

É bom e justo fixar um “ponto de esforço”, concreto e objectivo,
            que me vá recordando, dia-a-dia, que o desprendimento e a mudança
            são passos verdadeiros de conversão.

Mas estes pequenos gestos têm de ser sinais de uma decisão mais funda
            de um querer mais decidido, de um desejo mais verdadeiro de perfeição.

Se assim não for, fico-me pela “rama”,
pelo possível e razoável, mas acabo adiando a verdadeira questão:
mudar o meu coração!

É este o jejum que me pedes.
Só pode ser este: mudar, mudar mesmo, mudar até ao fundo.
Ainda que doa... mesmo que doa.

Mudar é cumprir aquele Teu desejo sobre mim
de ser tal como me pensaste:
homem inteiro, de coração aberto á verdade,
capaz de ser feliz, já e agora, apesar de toda a contingência do caminho.

Para que se cumpra o Teu desejo, tenho que me libertar
do que me prende ao que não dura,
e do que me amarra à ilusão.

É esta a mudança, é este o jejum.
            Ajuda-me Senhor!

Rui Corrêa d’ Oliveira Publicado em infovitae, 2011.03.16



Doutrina - Qual é o maior ideal possível?

Doutrina
O maior ideal é o maior bem. 

Possui o maior ideal quem deseja o maior bem possível.

Portanto o maior ideal é Deus, e quem procura a Deus possui o melhor dos ideais. 

Com maior precisão, a meta não é procurá-lo, mas encontrá-lo, agarrá-lo, unir-se a Ele. A meta é o próprio Deus.

Tema para breve reflexão - Fundamento da Fidelidade

Reflectindo



A fidelidade requer um fundamento profundo e forte de paciente indagação, o anelo de encontrar um motivo para viver. 


Não é possível falar de fidelidade a quem carece de ideais ou a quem não sabe de valores que transcendem a própria vida.



(Javier Abad Gómez, Fidelidade, Quadrante, 1991 pg. 34)

São José – Prudência

Duc in altum



«vai para Nazaré porque Herodes procura o menino para o matar»,[i] no regresso do Egipto, José leva a Família para Nazaré conforme o Anjo aconselhara.

Antes de decidir algo importante a prudência leva sempre a ouvir conselho competente e com são critério.

É o que São José faz.






ama, 2011.03.18


[i] Cfr Mt 2, 22

Evangelho do dia e comentário

Quaresma - I Semana

EvangelhoMt 5, 20-26

20 Porque Eu vos digo que, se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. 21 «Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás”, e quem matar será submetido ao juízo do tribunal. 22 Porém, Eu digo-vos que todo aquele que se irar contra o seu irmão, será submetido ao juízo do tribunal. E quem chamar cretino a seu irmão será condenado pelo sinédrio. E quem lhe chamar louco será condenado ao fogo da Geena. 23 Portanto, se estás para fazer a tua oferta diante do altar, e te lembrares ali que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem fazer a tua oferta. 25 Concilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para que não suceda que esse adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao guarda, e sejas metido na prisão. 26 Em verdade te digo: Não sairás de lá antes de ter pago o último centavo.

Comentário:

Agora! Agora é que é o tempo de corrigir, de pagar o que devemos, de restituir o que recebemos emprestado!
Sim! Agora que nos aproximamos, cada dia mais, do Juiz que há-de julgar a nossa vida, com extrema Misericórdia mas com exemplar Justiça!

Não se guarde para depois, para uma ocasião mais propícia que, talvez, nunca se apresente e vamos com diligente pressa ao encontro do perdão sacramental.
Ali, talvez humilhados, mas contritos, “liquidaremos” as contas pendentes, ficará registado que saldámos as contas e, assim, estaremos prontos para receber uma sentença favorável.

NUNC COEPI! AGORA!

(ama, comentário sobre Mt 5, 20-26, 2011.02.02)