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26/11/2010

Estar vivo!

ESTAR VIVO
 
Tenho um amigo que já passou há muito a barreira da idade a que se convencionou chamar “a terceira” e que sempre me responde, quando lhe pergunto como está, “Estou vivo”. Este facto, evidente e por isso não merecedor de ser posto em destaque, é, para ele (e para os seus amigos) motivo de júbilo; é com muita alegria que afirma “Estou vivo!”.
 
Vem isto a propósito de um banal conhecimento, ou seja, o de que a vida é o valor mais alto que existe, por ser o primeiro e a condição necessária para a existência dos outros valores. De facto, a felicidade, a dignidade, a liberdade, a verdade, a coragem, a justiça e tantos outros valores universalmente reconhecidos como fontes de uma vida moral – não poderiam existir se não servissem de luz e farol a quem está vivo. A vida é, reconhecidamente, o primeiro e o mais importante valor e bem. Poucas verdades terão tão ampla, e universal concordância: todos aceitamos esta evidência e quer o ordenamento político das nações, através das respectivas Constituições, quer as instâncias supranacionais (tais como as Nações Unidas, a União Europeia e o Conselho da Europa) reconhecem expressamente o valor único da vida, ao preceituarem o direito à vida (como lapidarmente afirma a Constituição da República Portuguesa, no artigo 25, “a vida humana é inviolável”).
 
Infelizmente, e contra toda a lógica, esta formidável fortaleza da protecção e do respeito pela vida humana, abriu fendas consideráveis nos últimos anos. Em Portugal, como em outros países, a lei autorizou o abortamento em determinadas e restritivas condições, assistindo-se ao estranho malabarismo jurídico – intelectual de um Tribunal Constitucional chegar à conclusão (por maioria de um voto) de que a legalização do abortamento não ofendia a norma constitucional. A teoria do plano inclinado, segundo a qual o que se permite excepcionalmente rapidamente se torna usual, aplica-se claramente ao abortamento: inicialmente tolerado em situações especiais, tornou-se acessível a qualquer mulher nas primeiras dez semanas (e já há quem clame por um alongamento deste período) e viu alargados os prazos nas chamadas indicações.
 
No outro extremo da vida humana, na velhice, há sinais que levam a admitir como provável a proposta de leis que legalizem a eutanásia e o suicídio assistido (que para já apenas são tolerados em 2 países e 1 estado americano). O testamento vital, já em discussão na Assembleia da República, pode ser o cavalo de Tróia que permita a disfarçada introdução da eutanásia por omissão na nossa realidade nacional.
 
Assim, a vida, supremo valor, como tal reconhecida por todos, começa a ser ofendida, desprestigiada, negada. É indispensável, é necessário que todas as pessoas de boa vontade examinem estes problemas e se proclamem defensoras da vida, independentemente das suas convicções políticas ou da presença ou ausência de um credo religioso. Só assim podemos garantir a vida, a saúde, a dignidade, o bem das nossas crianças e dos nossos velhos. Para que possamos afirmar, em plena alegria, que estamos vivos.
 
 
Walter Osswald, Professor catedrático aposentado (da Faculdade de Medicina do Porto) - Conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa

Bom Dia! 58


Fujamos à tentação fácil de culpar as pessoas que procedem mal, procuremos antes as verdadeiras causas porque assim procedem. 
Talvez na geração – ou gerações – anteriores resida a chave, esteja a raiz do problema o que, talvez nos leve à conclusão, de que, de facto, nada é novo no comportamento humano, o que hoje se faz sempre se fez e, talvez, pior. 
A única diferença está em que, nos dias de hoje, o secretismo ou a privacidade quase não existe e a mediatização assume proporções cada vez mais evidentes.
Em várias cartas que escreveu há dois mil anos, São Paulo insurgia-se contra e punha a nu os comportamentos de algumas comunidades da época, comportamentos em tudo semelhantes aos que hoje assistimos, desde o desregramento dos costumes morais, à apropriação indevida de bens, ao laxismo, à corrupção, etc.
O prazer é sempre efémero, sabe-se, mas, mesmo assim, exerce uma atracção fortíssima sobre as pessoas e as comunidades e se não existe critério no uso desses prazeres cai-se com facilidade no uso e abuso dos mesmos, sem pensar nas consequências futuras para o próprio e para a sociedade.
Quando de quer algo a qualquer preço ou a condição que for, é muito natural que se ceda à tentação de o obter o mais rapidamente possível e, então, parece que a vida gira em torno desse objectivo e, como se sabe, haverá sempre alguém interessado em proporcionar o seu alcance.
Daqui nasce o fenómeno da corrupção que parece estar instalado de forma inamovível na sociedade hodierna.
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Para ver desde o início, clicar aqui: http://sextodosnove-ontiano.blogspot.com/

Tema para breve reflexão - 2010.11.26


Atitude perante Deus

Esta bem poderia ser a nossa postura, a nossa atitude interior: colocarmo-nos como o homem hidrópico (cfr. Lc 14, 1-6): pormo-nos assim diante de Jesus. Colocarmo-nos assim, com a nossa hidropisia, com a nossa miséria pessoal. Com os nossos pecados... Ante Deus, ante o olhar compassivo de Deus. Podemos ter absoluta segurança de que Ele nos tomará pela mão e nos curará.

(I. Dominguez, El Tercer Envangelio, Rialp, Madrid, 1989, nr. 205, trad ama)

Textos de Reflexão para 26 de Novembro

 Sexta 26 Nov

Evangelho: Lc 21, 29-33

29 Acrescentou esta comparação: «Vede a figueira e todas as árvores. 30 Quando começam a desabrochar, conheceis que está perto o Verão. 31 Assim, também, quando virdes que acontecem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. 32 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas se cumpram. 33 Passará o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão-de passar.

Comentário:

O que Jesus afirma sabemo-lo já pela Fé. Deus não engana nem pode enganar-se e tudo quanto Jesus diz se há-de verificar sem alteração ou mudança no quer que for. Esta certeza deve encher-nos de alegria porque, estando próximo o Reino de Deus estará também próxima a nossa salvação eterna. 

(ama, comentário sobre Lc 21, 29-33, 2010.10.27)

Tema: Novíssimos – Morte 7

Pensemos bem nisto: enquanto vivemos esta vida terrena, vivemos para morrer ou para viver?
Se vivemos em Cristo, vivemos para viver, porque em Cristo não há morte, nem Ele nos deixa morrer. 

(jma, sobre Morte 7, 2010.10.26)

Doutrina: CCIC – 571: O que é a oração contemplativa?
                   CIC – 2709-2719; 2724; 2739-2741

A oração contemplativa é um simples olhar sobre Deus no silêncio e no amor. É um dom de Deus, um momento de fé pura durante o qual o orante procura Cristo, se entrega à vontade amorosa do Pai e concentra o seu ser sob a acção do Espírito. Santa Teresa de Ávila define-a como uma íntima relação de amizade, «em que muitas vezes dialogamos a sós com Deus, por Quem sabemos ser amados».