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07/11/2010

Bom Dia! 39



Tudo isto, posto desta forma, parece simplista e falho de base científica, e… ainda bem se assim for porque, o que se defende, é que não há nenhuma razão, motivo, ou sequer, autoridade, para que o homem interfira no que lhe está vedado por natureza: a Criação!

O homem não é capaz de criar coisa nenhuma.
Um pintor não cria um quadro, limita-se a aplicar um talento que Deus lhe deu, umas técnicas que adquiriu com o estudo e a experiência e uns materiais que estão à sua disposição: telas, tintas, pincéis, etc.
O escritor reproduz em papel aquilo que no seu íntimo imagina e constrói dando-lhe uma forma mais ou menos consistente.
O escultor arranca a golpes de cinzel do bloco de mármore, uma imagem magnífica que a sua arte e senso artístico vão descobrindo.
Nenhum destes pintou um quadro, escreveu um livro ou produziu uma escultura com um simples acto de vontade como que dando um estalido com os dedos. Tiveram de socorrer-se da sua imaginação, saber, técnica e, muito importante, de instrumentos e materiais que já existiam antes.

Criar, propriamente, é fazer algo de nada, onde nada existe passa a haver uma coisa, um ser e, isto, só por um simples acto de vontade.
Esta vontade, esta capacidade é única e exclusiva do Criador, de Deus.

Mas temos também de considerar que “dar a Deus o que é de Deus” é também dar aos outros porque, de facto, é um mandato explícito de Deus. Ao mandar-nos amar os outros como a nós mesmos tal como o fez no Decálogo, não faz uma “recomendação”, ou estabelece um principio, não, exerce o Seu Poder e Autoridade de Criador para ordenar de forma clara o que quer que façamos. E se, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Lei Natural) é fazer a Vontade de Deus parece que poderíamos assumir que o que temos que dar a Deus é, resumidamente, fazer a Sua Vontade.

Mas como saber o que é a Vontade de Deus na vida corrente de cada um?
Cumprir os Mandamentos?
Claro… mas digamos que esta é uma forma global de apreciar as coisas e, nós homens, precisamos de detalhes, pormenores que se ajustem às pequenas ou grandes incidências da nossa vida.
Os contemporâneos de Jesus, numa tentativa de iludir a questão, pediam-lhe sinais, como se as obras, as palavras, a actuação, enfim, de Jesus Cristo, não fosse, ela própria um sinal mais que evidente da Sua Autoridade Messiânica.
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Textos de Reflexão para 07 de Novembro

Domingo 07 Nov
                                                                                                             
Evangelho: Lc 20, 27-38

27 Aproximaram-se depois alguns saduceus, que negam a ressurreição, e fizeram-Lhe a seguinte pergunta: 28 «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: “Se morrer o irmão de algum homem, tendo mulher, e não deixar filhos, case-se com ela o seu irmão, para dar descendência ao irmão”. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou, e morreu sem filhos. 30 Casou também o segundo com a viúva, e morreu sem filhos. 31 Casou depois com ela o terceiro. E assim sucessivamente todos os sete; e morreram sem deixar filhos. 32 Morreu enfim também a mulher. 33 Na ressurreição, de qual deles será ela mulher, pois que o foi de todos os sete?». 34 Jesus disse-lhes: «Os filhos deste mundo casam e são dados em casamento, 35 mas os que forem julgados dignos do mundo futuro e da ressurreição dos mortos, não desposarão mulheres, nem as mulheres homens, 36 porque não poderão jamais morrer; porquanto são semelhantes aos anjos e são filhos de Deus, visto serem filhos da ressurreição. 37 Que os mortos hajam de ressuscitar, o mostrou também Moisés no episódio da sarça, quando chamou ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob. 38 Ora Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos são vivos».

Comentário:

A pergunta não o é verdadeiramente, é antes, uma provocação porque revela uma intenção de pôr um problema complicado – sete irmãos casados sucessivamente com a mesma mulher – para dificultar uma resposta e, além disso, porque se quem pergunta não acredita no que questiona «os saduceus, negam a ressurreição» que lhe pode interessar a resposta? Mas Jesus não perde nunca uma oportunidade de dar e esclarecer de forma clara a doutrina e as verdades da Fé. Desta forma conclui dois pontos importantes: que, de facto há Ressurreição e que, perante Deus, não há mortos mas vivos. 

(ama, comentário sobre Lc 20, 27-38, 2010.10.19)

Tema: Novíssimos - Juízo 2

Ter medo do Juízo particular? Não, de modo nenhum! O Juiz é justíssimo e a Sua sentença é sempre a que, de facto merecemos. E é muito simples: se de facto fizemos um esforço sério por nos portarmos bem, isto é, cumprindo a Vontade de Deus em todos os momentos da nossa vida, se, quando tal não aconteceu, nos arrependemos e procurámos o perdão divino na Confissão Sacramental, não temos nada a temer. 

(ama, comentário sobre Juízo 2, 2010.10.19)

Doutrina: CCIC – 552:  Como se pode definir a adoração?
                   CIC 2628
A adoração é a prostração do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador três vezes santo.

Tema para breve reflexão - 2010.11.07

Homem imagem de Deus

Entre tudo o criado, o homem é semelhante pela sua inteligência à sabedoria criadora – e se outras criaturas possuem qualquer reflexo da inteligência divina, unicamente o homem possui a noção do Bem, e por isso pertence a uma ordem da criação diferente de todas as outras, a ordem moral, onde pode encontrar Deus.

(Georges Chevrot, Jesus e a Samaritana, ÉFESO, Editorial Áster, Lada, Lisboa, 1956, pg. 22