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13/10/2010

Bom Dia! Outubro 13, 2010


Talvez que a leitura atenta deste trecho do Evangelho de São João tenha levado alguém a considerar:

Que escreves, Tu Senhor, no chão? Os meus pecados, faltas e fraquezas? Mas, eu, Senhor, não quero acusar ninguém de nada e, muito menos, atirar alguma pedra! Eu! Como poderia? Então eu não sei o que sou? E não sei, muito bem, que se ninguém me acusa é apenas por caridade ou por desconhecimento das maldades que pratiquei e pratico.
Tudo foi perdoado, sem dúvida, e, não falo ou penso nisso, mas a Tua misericórdia que me mandou em paz depois de aceite o meu arrependimento, não cessa de me surpreender com o perdão e o esquecimento das faltas confessadas.
Que escreves no chão, Senhor?
Será: Não julgues para não seres julgado, não condenes para não seres condenado, não te consideres impecável porque não o és"

Este importantíssimo tema é, talvez hoje mais que nunca, alvo de grande controvérsia e discussão:
o que é a Confissão Sacramental e a sua utilidade prática.

É evidente que, se reconhecer a culpa parte da disposição interior e da finura de alma de cada um, a decisão de a confessar de modo aberto, completo e leal envolve uma disposição interior que tem a ver, em primeiro lugar com a humildade pessoal e, depois com a necessidade – sentida – de justificação e perdão.
Justificação, entenda-se, não no sentido de tentar vestir a falta de uma roupagem de inevitável efeito – como se dissesse nestas circunstâncias e neste caso não poderia ter agido de outro modo – mas no sentido profundo do termo em que justificação se entende como o reconhecimento da fragilidade da condição humana.
Esta situação só pode ocorrer quando se verifica no espírito, uma insatisfação concreta que, depois, se transforma em pena, e logo em arrependimento, por algo que se fez ou consentiu que conclui que, tal, foi uma cedência a uma fraqueza, um consentimento não justificado ou, até um alheamento de algo que, concretamente se sabe e reconhece como mal mas que, seja porque motivo for, se desconsiderou ou permitiu.

É muito bom ter esta capacidade de julgar a bondade dos próprios actos e, sem dúvida, é meio caminho andado para a prevenção de futuras quedas semelhantes, mas falta algo para que essa atitude fique, de certo modo, completa e produza efeitos reais e palpáveis: a reparação efectiva da falta cometida e, esta, se não for de facto, concretizada, deixará vazia de sentido aquela.

Ou seja, não se trata só de considerar o arrependimento íntimo mas, também, de o manifestar.
A controvérsia parece estar neste ponto: como fazer?

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Tema para breve reflexão - 2010.10.13

Virtudes – Fé 4

A fé em Cristo há-de levar-nos a organizar a vida quotidiana sobre a terra sabendo olhar o Céu, isto é, Deus, fim supremo e último das nossas tensões dos nossos desejos.

(joão Paulo II, Angelus, 08.11.1979)

Textos de Reflexão para 13 de Outubro

Evangelho: Lc 11, 42-46

42 Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a casta de ervas, e desprezais a justiça e o amor de Deus! Era necessário praticar estas coisas, mas não omitir aquelas. 43 Ai de vós, fariseus, que gostais de ter as primeiras cadeiras nas sinagogas e as saudações nas praças! 44 Ai de vós, porque sois como os sepulcros que não se vêem e sobre os quais se anda sem saber!». 45 Então um dos doutores da lei, tomando a palavra, disse-Lhe: «Mestre, falando assim, também nos ofendes a nós». 46 Jesus respondeu-lhe: «Ai de vós também, doutores da lei, porque carregais os homens com pesos que não podem suportar, e vós nem com um dedo lhe tocais a carga!

Comentário:

Na continuação do relatado no Evangelho anterior (Lc 11, 37-41), Jesus prossegue o Seu discurso. Percebe-se que os convivas devem pertencer, talvez na sua totalidade, à classe dos fariseus e doutores da lei. É uma ocasião soberana para o Mestre tentar, mais uma vez, fazer-lhes ver quanto de errado têm as suas atitudes e comportamento na sociedade judaica de então. Pondo a nu a falta de coerência e interioridade da sua observância da lei e dos costumes, preocupados, principalmente, com o aspecto exterior das coisas e dos actos, o Senhor procura chamá-los à razão. São pessoas evoluídas, com bases de cultura importantes, não têm nenhuma dificuldade em compreender o que Jesus Cristo quer dizer com as Suas palavras. Por isso mesmo, por se tratar de uma audiência com um elevado nível cultural, as Suas palavras são duras e sem tergiversações, chamando as coisas pelo seu nome, confrontando-os com a realidade.
Quantos se terão sentido tocados pelas palavras de Jesus, não sabemos nem isso nos interessa; o que, sim, sabemos, é que a palavra de Deus não deixa ninguém indiferente. 

(ama, comentário sobre Lc 11, 42-46, 2010.08.10)

Tema: Virtudes – Paciência 4

Porque contou o Senhor com tantos pescadores entre os Seus Apóstolos? (...). Que qualidade viu neles Nosso Senhor? Creio que havia uma coisa que apreciou particularmente nos que haviam de ser os Seus Apóstolos: uma paciência inquebrantável (...) Tinham trabalhado toda a noite e não tinham pescado nada; muitas horas de espera, em que a luz cinzenta da aurora lhes traria o seu prémio, e não o houve...
Quanto esperou a Igreja de Cristo através dos séculos (...) estendendo pacientemente o seu convite e deixando que a graça fizesse a sua obra! (...)
Que importa se num local ou noutro trabalhou duramente e recolheu muito pouco para o seu Mestre? Sob a Sua palavra, apesar de tudo, voltará a deitar a rede, até que a Sua graça, cujos limites não têm comparação com o esforço humano, Lhe traga de novo uma nova pesca. 

(R. A Knox, Sermón en la fiesta de S. Pedro e S. Pablo, 1947.06.29, trad ama)

Doutrina: CCIC – 428: Somos todos chamados à santidade cristã?
                   CIC – 2012–2016; 2028–2029

Todos os fiéis são chamados à santidade. Esta é a plenitude da vida cristã e a perfeição da caridade, que se obtém mediante a íntima união com Cristo e, n’Ele, com a Santíssima Trindade. O caminho de santificação do cristão, depois de ter passado pela cruz, terá o seu acabamento na ressurreição final dos justos, na qual Deus será tudo em todas as coisas.