Páginas

19/08/2008

Os últimos

Estou aqui, Senhor, como um desses “últimos” de que falas.
De facto, desde pequenino que Te conheço e, não obstante, tantas vezes pretendo ignorar-te.
Sou, então, dos “primeiros”, desses afortunados que ouviram dos lábios da sua Mãe, as primeiras orações, quando, debruçada sobre o meu berço me encomendava a Ti, à Tua Mãe Santíssima.
Desses felizes que receberam do seu Pai o exemplo de homem sério e bom, temente e amante das Tuas coisas, dedicando um amor entranhado à Tua Mãe, que sabia também sua, observante rigoroso das leis da Tua Igreja.

E, no entanto, estou aqui, um dos últimos, um dos que se demoram mais em seguir-te, em deixar as quimeras desta vida pelas realidades que prometes e garantes.

Vou-me ficando para trás, sempre à espera de “melhores dias”, ocasião mais propícia, enredado nas minhas coisas, na minha vida, nos meus problemas.

Não me conformo, Senhor, com este último lugar.
Quero passar para a frente, mais junto de Ti, porque, só aí, estarei bem.
Nada posso, por mim, bem o disseste mas, Tu, sim, podes tudo.
Chama-me mais “para cima” na mesa do Teu banquete, não por meu mérito ou valor mas pela Tua Infinita Misericórdia.
(AMA, Meditação, Mt 19, 23-30, Agosto 2008)