Não ponhas o teu "eu" na tua saúde, no teu nome, na tua carreira, na tua ocupação, em cada passo que dás... Que coisa tão maçadora! Parece que te esqueceste que "tu" não tens nada, é tudo d'Ele. Quando ao longo do dia te sentires, talvez sem razão, humilhado; quando pensares que o teu critério deveria prevalecer; quando notares que a cada instante borbota o teu "eu", o teu, o teu, o teu..., convence-te de que estás a matar o tempo e que estás a precisar que "matem" o teu egoísmo.
S. Josemaría, Forja, 1050
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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23/03/2007
ABISMO
"Abyssus, abyssum invocat...", um abismo chama outro abismo, já to lembrei algumas vezes. É a descrição exacta do modo de se comportarem os mentirosos, os hipócritas, os renegados, os traidores: como se sentem incomodados com o seu próprio modo de ser, ocultam as suas trapaças, para irem de mal a pior, abrindo um precipício entre eles e o próximo.
S. Josemaría, Sulco, 338
13/03/2007
O sentido do belo
A noção de beleza muda de pessoa para pessoa. Mas quando qualquer de nós vê uma coisa que preenche a nossa concepção de beleza, experimenta uma emoção que é sempre a mesma em cada caso. Um navio no mar, o desabrochar de uma flor, uma cidade iluminada, um belo poema, a sombra das folhas, a graça de uma criança, um céu estrelado, macieiras na primavera - milhares de paisagens, de sons ou de palavras que despertem em nós o pensamento da beleza - são as gotas de chuva que impedem o espírito humano de morrer de sede. Fazem parte de um misterioso e silente poder de refrigério, em que talvez não pensamos, mas que está sempre presente. A beleza é o sorriso na face da terra, aberto a todos. Basta apenas ter olhos para vê-lo, sensibilidade para entendê-lo.
John Galsworthy, Candelabra (Scribner, ed.)
John Galsworthy, Candelabra (Scribner, ed.)
RECOLHIMENTO
A minha estada na Grande Cartuxa (Alpes da Sabóia) tinha, forçosamente, de chegar a um termo. Quando me despedi dos bons monges e desci à planície em baixo, senti uma estranha tristeza no coração.
Mas percebi, claramente, que a minha subida ao convento não tinha sido vã e aprendi a lição da Grande Cartuxa.
A sua mensagem era, manifestamente, esta: que de vez em quando devemos tomar um pouco de tempo - às múltiplas preocupações do nosso trabalho e de nossas distracções para reajustar o nosso senso de valores, para relegar ao seu lugar próprio os nossos desejos materiais. Banindo da nossa boca a inevitável desculpa, "Eu bem quisera se pudesse, mas não disponho de um momento", devemos fazer o tempo - cinco, dez, vinte minutos ao fim do dia, uma hora em cada tarde de domingo consagrado a um passeio de meditação, um fim-de-semana de onde em onde passado inteiramente em recolhimento.
Então veremos como são de pouca monta as coisas que perseguimos com tamanho afã; então, talvez, pudéssemos descobrir não só a consciência de nós mesmos, mas - o que é muito mais importante - a existência da nossa própria consciência.
A J. Cronin, O que aprendi na Grande Cartuxa, Reader’s Digest, Abril de 1953
Mas percebi, claramente, que a minha subida ao convento não tinha sido vã e aprendi a lição da Grande Cartuxa.
A sua mensagem era, manifestamente, esta: que de vez em quando devemos tomar um pouco de tempo - às múltiplas preocupações do nosso trabalho e de nossas distracções para reajustar o nosso senso de valores, para relegar ao seu lugar próprio os nossos desejos materiais. Banindo da nossa boca a inevitável desculpa, "Eu bem quisera se pudesse, mas não disponho de um momento", devemos fazer o tempo - cinco, dez, vinte minutos ao fim do dia, uma hora em cada tarde de domingo consagrado a um passeio de meditação, um fim-de-semana de onde em onde passado inteiramente em recolhimento.
Então veremos como são de pouca monta as coisas que perseguimos com tamanho afã; então, talvez, pudéssemos descobrir não só a consciência de nós mesmos, mas - o que é muito mais importante - a existência da nossa própria consciência.
A J. Cronin, O que aprendi na Grande Cartuxa, Reader’s Digest, Abril de 1953
O MODESTO e o PRETENSIOSO
Um homem modesto às vezes parece pretensioso por se orgulhar de alguma coisa que fez, julgando-a melhor do que tudo o que se imaginava capaz, ao passo que o pretensioso se inclina a mostrar-se descontente com o que faz, julgando-o indigno do seu génio.
Hesket Pearson, The Man Whistler (Harper, ed.)